domingo, 30 de dezembro de 2012

Sopro.





Mutila-te o sonho?


Sonha então, pois ainda é apanágio.


Pior seria não sonhar.


Onde estaria a fuga?


Na realidade faz-se a exegese.


Enquanto sonho se realiza,


Sonho torna-se concreto


Realizar do desejo,


Concreto.







Gerson F. Filho.


Pessoal, este ano não pude criar muito, mas pude deixar, agora no final alguns trabalhos para vocês. Uma ótima passagem de ano para todos, muita saúde paz e que os caminhos de todos vocês estejam cobertos de vitórias e sucesso, meu sincero carinho e abraço.

Gerson F. Filho.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sob o sol azul.





Borboletas translúcidas vagam


No divagar devagar das curvas empíricas.


Seria dia? Ou noite? Naquele perfume...


Aquele que guarda agudos sentimentos.


Tão densos que poderiam ser fatiados e servidos.


Quer um pedaço do êxtase?


Então faça da ênfase o impulso,


Sinta o sabor do absurdo!


Aguarde e pense:


Seria normal amar com requinte?


Ou ser desejado por ser boçal?


Estes extremos estultos...


O bruto vence no aleatório.


O sutil é sempre específico


E vence no ataque surpresa.


Se proteja! Sob o sol azul.








Gerson F. Filho.

sábado, 20 de outubro de 2012

Antepara estanque.


                                                                                                       

Ainda não me espanta a hora,


Sendo que de seixo se faça,


E tenha o sabor de mordaça,


Faz-se têmpera d’alma agora.





Uma boca um grito o desdém.


O quanto de quando fugir,


Donde a agonia vier suprimir,


Se o desejo trespassar o além.





Como você voltará ao real?


Se o estado normal feneceu.


Este instante nasceu surreal.





Todavia um átimo desperta.


Esta loucura de tão incerta,


Oblíqua insólita, mas liberta.







sábado, 14 de julho de 2012

Contextos da usura parte 11.






                 O inquietante calor de quase trinta e três graus da noite era um alívio refrescante quando comparado à temperatura do dia. A leve brisa da tarde havia perdido a batalha para o mormaço. O transito fluía nas estreitas ruas da cidade sem planejamento moderno, uma angústia já sentida por boa parte da população, isso já não era problema exclusivo de cidade grande. Termínio que passou quase toda vida na capital construiu uma casa em um terreno dado por sua mãe Leogácia, esta “atitude nobre” se deveu a uma disputa por benefícios entre os seis filhos, e debaixo de pressão; Leogácia acabou cedendo, perto da praia, numa região desvalorizada, comprou alguns terrenos a preço módico para investimento, portanto neste caso Termínio acabou beneficiado. Até Jaconildo o seu padrasto feirante comprou uns terrenos por lá, nos dez anos que ficou casado com Leogácia, Jaconildo melhorou consideravelmente seu patrimônio, talvez tenha sido isso que levou a não fazer questão da casa em que morava e saiu entregando-a ao Olivário.

            Lá também e bem próximo morava sua irmã, Levilha a maior beneficiária das atenções e dos recursos de Leogácia. Ela, Leogácia deixou um valor razoável para pagamento de débitos com a previdência social do seu filho mais velho, o Avenildo, este estava com várias contribuições atrasadas no plano de previdência e com seu veículo de trabalho em condição de miséria, a ponto de quebrar, porém praticando uma manobra astuta Olivário o filho homem mais novo meteu a mão no dinheiro e foi passar uma temporada viajando, claro para alívio do período que cuidou da mãe. Avenildo não se aposentou: coisas entre irmãos, mas isso já foi consequência do falecimento de Leogácia, por enquanto Olivário ainda tinha um bom trecho de expiação pela frente, sua mãe ainda iria durar um pouquinho mais. Como guardião de todos os bens da mãe ele com certeza podem apostar planejaria tirar um naco maior do que a parte que lhe cabia na herança. Estímulos hereditários para tal comportamento não faltavam no filho mais novo de Leogácia.

         Gotas de suor faziam seu percurso sinuoso em corpos extenuados aguardando o encontro com alguma piedosa brisa. A noite repleta de pernilongos ainda ia cair e Leogácia com sua sinetinha na mão chamava Olivário de dez em dez minutos para pedir alguma coisa ou para pura reclamação. Essa era a hora na qual ele pensava se tudo aquilo valia a pena, talvez deixa-la com Levilha fosse melhor, mas e o risco de perder o controle do processo? Ouvir os impropérios de sua mãe o estimulava ainda mais nos planos obscuros. Levilha que tanto recurso de forma privilegiada já conseguira de Leogácia não se firmava. Ela provavelmente não sabia administrar o dinheiro, mas avidez por mais não lhe faltava. Sua mãe enquanto isso comentava em segredo para Levilha que seu irmão Olivário a estava maltratando, pura intriga para estumar os espíritos. Isso ainda ia ser utilizado como argumento na batalha pela herança. Aquelas palavras utilizadas no momento certo fariam catálise acelerando a discórdia naquelas almas em conflito.

        Mesmo próximo do fim Leogácia prosseguia com seus objetivos sibilinos, para ela um pouco de peçonha na relação era fundamental, sem isso a vida não tinha graça. Ela possuía a determinação do sol que assava impiedosamente aquela depauperada planície até o ponto das mamonas espocarem ou “pocarem” de acordo com o modo popular de se falar, implacável modo de ser. Enxugador (toalha) era assessório indispensável para dar conta da transpiração nos dias de verão. Sob a carícia desta plena estação Leogácia viveria seus últimos dias e deixaria um legado de discórdia plantado em forma de controverso testamento, este feito com apoio do seu astuto filho Olivário. Muitos anos tinham passado desde aqueles nos quais ela misturava um pouco de cachaça ma mamadeira dos filhos para que eles dormissem e deixassem-na trabalhar. Isto se repetiu mais tarde, quem bebia água na casa de Leogácia saia mais calmo, só não sabia que ela costumava triturar um comprimido de diazepan e misturava na água das garrafas da geladeira. De dia centenas de moscas de noite milhares de mosquitos, estes se revezavam como companhia contínua e insinuante agraciando o período.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Limbo.





Vá! Maltrate minha ausência.


Sim! Eu nunca estou em mim.


Por ti tornei-me vazio.





Uma planície desesperada


Coberta de horizontes.


Desocupei este plano, fugi.





Não me procure!


Estenda seu sorriso alhures.


Sou vastamente insano.





E se assim não fosse;


Não teria estado nos teus braços.


Regaços cruéis da ilusão.





Não se preocupe:


Basta-me o nada ser e ter.


Sobrevivo se não tiver você.





Espasmo.





Desejo a essência do beijo apaixonado,


Ainda que de falsa alma assim se faça;


Tenha crédito verdadeiro na inferência,


Seja uma premissa nos lábios ao regalo!





Se não for direito que seja do avesso.


Que seja! Apenas um placebo satisfaz.


Que me mate iludindo de forma eficaz.


Almejo após apenas o resto do verso.





Sem ritmo e violentado pela solidão,


Vi na lua um sarcasmo de ocasião.


Onde foi parar essa tua alma poeta?





Fugiu, dobrou a esquina ficou o vazio.


Porém esqueceu o fiel do desvario.


Foi embora, e não levou meu coração.






sexta-feira, 22 de junho de 2012

Contextos da usura parte 10.





Antes do fim jogos e dissimulação.

            Lembram-se do butim? A coisa não seria fácil. Olivário sabe-se lá se em acordo com leogácia ou apenas utilizando manipulação conseguiu um testamento no qual recebia a casa da mãe como herança. Soube-se que Leogácia ficara desgostosa com sua filha preferida, a Levilha Pois essa só a procurava para pedir dinheiro alegando sempre alguma dificuldade. Isso em tempos atrás não causaria desconforto, afinal de contas ela era a preferida, e por diversas vezes já havia recebido ajuda por qualquer motivo. Existiram motivos de suspeita, sim, mas foi registrado.

          Aparentemente aos olhos de quem acompanhava de longe Olivário que detinha a procuração de Leogácia supria todas as necessidades dela. Internações, remédios, médicos. Ela já não andava, vivia na cama e morava com seu filho mais novo, que arcava com a terrível condição de cuidar da mãe doente sozinho e ter de escuta-la, sim! Ela apesar do estado completamente degradado ainda estava lúcida. E isso não era fácil, Leogácia nunca foi uma pessoa fácil.

          Foram anos de sofrimento, esgotamento de recursos e aparente dedicação, digo aparente porque de certa forma era isso que aparecia na superfície conturbada da situação. Olivário ainda tinha que escutar mais um pouco, a mãe mesmo naquela situação ainda pedia que ele reaproveitasse as fraldas descartáveis para poupar dinheiro, lembram-se? Ela prosseguiu “econômica” até o fim. Naquele corpo totalmente comprometido ainda morava aquela velha e conhecida essência, desperdício jamais!

          O silêncio imperava entre os demais filhos, Avenildo o filho mais velho dentre os filhos homens, conhecido como outro ávido por dinheiro simplesmente não se manifestou. Termínio que morou grande parte da vida em outra cidade e nunca incomodou também não se pronunciou. Com destreza e ajuda jurídica Olivário conseguiu com que Jaconildo, apesar de viver maritalmente com Leogácia a mais de dez anos saísse da casa da mãe. Foi uma surpresa não existir disputa, pois Jaconildo poderia complicar o quadro, afinal de contas ele era o marido de Leogácia. O jogo estava em curso.

         Debaixo das sombras almas sequazes cozinhavam desditas sórdidas em fogo brando. Levilha que não concordou com o testamento contratou um advogado para contestar o que a mãe havia colocado no tal testamento. Conquistou como aliado o seu irmão Termínio. Pelo menos essa luta ficou em espera até Leogácia de fato morrer. Ninguém ousaria contestar Leogácia em vida, receberia em troca uma enxurrada de pragas e maldições.

           Como diz o ditado popular: praga de mãe é coisa séria. Maior azar seria ser um amaldiçoado debaixo daquele maldito calor da região, nenhum dinheiro valeria esta condição. Mas pensando bem uma comichão insistente incomodava aquelas almas, a semente de Leogácia estava plantada naqueles corpos. Mergulhados na espessa atmosfera dos seus instintos aguardavam na esquina o desenlace do destino.

sábado, 2 de junho de 2012

Supressão.





Nossos sonhos e nossas vidas.

Uma inocência, tímida e oculta,

Um quê de malícia bem resoluta,

Idas vindas ritos e as investidas.


No imaginário discreto perfume.

Na lembrança o teu sutil sabor,

Numa esperança o tenso calor,

Por limite o arrepio que suprime.


Não quero ser assim este tanto!

Não posso ser agora tão pouco.

Desejo tenaz, esse amor louco,

Febril no delírio, denso encanto.


Antes do fim uma insensatez,

Peça-me tudo: carne e alma!




terça-feira, 15 de maio de 2012

Enigma.






            Flertei com a morte. Sugeri um encontro porem ela não me atendeu, ainda. Não sou merecedor deste privilégio, a vida ainda há de pesar mais um tanto de trajeto. Afinal de contas será bem possível que reste ainda resíduo de alguma dívida insidiosa para ser paga. Os destinos teriam sido traçados, não estive em todos os terminais. O que ainda virá? Mas já percebi! O acerto de contas só chega quando se está feliz. Nada melhor para atrair uma tribulação do que o sorriso; parece um caso de amor, e se for fatal melhor porque as fatalidades sempre rondam os momentos descontraídos. Sempre fui muito intenso, este meu erro: estando em um plano de surpeficialidades deveria sim ser um sequaz da falta de conteúdo.

                O deserto pardo das circunstâncias me absorveu. Conceitos efêmeros agora são meus atributos, desliguei-me do fervor sinuoso da paixão. Assim sou pragmático, minha metodologia corta como lâmina, não é durável, mas enquanto corta causa aflição. Lá atrás passei pela felicidade e não percebi, atropelei, não será possível a volta, como disse ocupei-me amando mais do que devia. Não vivi os detalhes, aqueles intervalos que fazem a diferença. Teria sido diferente se por acaso notasse? Ou me acusariam com outro argumento? Será possível saciar o insaciável? Como satisfazer o que por si vive a insatisfação?


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Conduta.




Algo está em conflito.
O queijo azedou,
A aurora agora me apaga o sorriso
Enquanto as fases se desencontram.
Replicaram-me desordenado,
Correto seria me reiniciar.
Será que ainda há contexto?
Meu desleixo me absorve,
Permito uma lágrima;
Apenas a romantizar a dúvida.
Poderemos coexistir nestes parâmetros?
Será possível?
Traga-me um alucinógeno
E um beijo,
Mesmo que seja requentado.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Métodos sistêmicos.






     Estamos no lugar onde entranhas; são o cérebro, e este, a massa de neurônios, foi expelida em qualquer lugar. Aqui o aparentemente correto fica somente na aparência, porque o certo nunca foi encontrado. Se for possível complicar compartimentando fragilidades por que prestigiar o igualitarismo equânime do texto que deveria ser o teto, mas neste lugar torna-se chão. Estamos onde o surreal não espanta trata-se de um processo normal.

    Talvez por isso meu texto tenha migrado para as franjas da loucura. A final de contas não da para ser normal quando se está imerso em tanta insanidade. Evidencias de incorreto por cá não denigrem, indultam. Se você se aplica na retidão então não passa de um indolente estulto. O jeito é superar a vertigem obliqua dos momentos insanos com um pouco de sublimação.

    Grite em silêncio para as suas convicções, quem sabe ensurdecendo-as estas não percebam a densidade do entorno. Estorvo seria não viver mais um dia, porque minhas crenças ainda caminham perdidas, e todo o processo inquietante deste agora rumina aquela pasta básica de sensações ojerizantes que necessitam ser ingeridas para garantir mais um prazo. Quantos sentidos eu terei que anestesiar para superar esta travessia?

    Tudo parece estar bem. Somente isso. Ignonimia me cerca, Uma quimera me assalta com questionamentos para os quais eu não tenho resposta. Estará tudo certo? Se errar a resposta serei devorado. Vou me ocultando, estou entre os zeros de um código binário, na verdade sou mais um deles, que corre delirante na matriz do programa, a espera de uma pane no servidor, que me apague inexoravelmente deste sistema. Por favor, reiniciem este programa, algo está em conflito.

sábado, 24 de março de 2012

Rótulos.



Ponha sintaxe neste teu parâmetro.

Meu prazo venceu e você não viu!

Perdeu-se em seu típico meandro?

Sinuosa é a dor de quem já sentiu.


Meus traços morfológicos gritam.

Finja ao menos que você me quer!

Criarei o simulacro que cogitam,

Nas nuanças de um falso querer.


Detenha-me aqui mais um pouco.

Adquira ousados termos loucos,

Seja a vida o estomago e o soco.


Farei de conta: você não existe.

Prefira gemer, então não grite!

Rótulos são detalhes meu amor.


Gerson F. Filho.




quarta-feira, 21 de março de 2012

Amor pretérito.



Não bastou o intenso clamor.

Ainda que surgisse tal o dia,

Abrigo pretenso de todo rumor,

Que assim nos corpos rompia.


Um suspiro emparedado a frio.

Ficou parado; na dita ocasião,

Enquanto a tez luzia como rio,

Nas almas cruas, pura paixão.


Não foi o bastante em sutileza.

Não foi suficiente em grandeza.

Embora intenso em dita emoção.


Faltou cautela com o tempo.

Ele, com ímpeto vociferou:

Nada se sustenta em mim.



Gerson F. Filho.


terça-feira, 20 de março de 2012

As tripas do contexto.




Estou entre o para sempre e o nunca mais. Alguma coisa perene que se oculta na sensação, àquilo que me antecipa a reverberação de uma hipótese muito antes desta ter a alma dissecada pela razão. Caminho sozinho, embora tenha tido companhia. Não demorei a descobrir como eram efêmeros os termos que a sustentavam.


Não consigo me prender a base do concreto, a plasticidade mutante das idéias sempre me absorveram, lá está o meu mundo, não fique triste, procuro conteúdo, lembre-se sou habitante do vazio. Quer vir comigo? Então se olhe no espelho e me convide, quem sabe? Se dentro dos acasos em alguns casos acabaremos obtendo a emoção.


Embora seja noite ainda, e que não tenhamos o reflexo do dia; abrace o meu ímpeto insano, esse desejo de ser normal. O Grande “barato” do fim mora no princípio que ele existe para tudo deixando a incerteza no colo do início, que pode ser exeqüível ou não. Fui feliz! Será? Encontrar sintonia está fora do meu controle, depende sempre de algo subjetivo que vem adjetivando o sujeito no fim de algum contexto que possui frase oração e período.


Me descarte se for preciso, não será a primeira vez que me usaram para alcançar algum objetivo. Não se preocupe sou ecologicamente correto, sempre me reciclo, você ainda vai me encontrar por aí. Meu sorriso aguarda no final.



Gerson F. Filho.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Nuance.



Ah estes meus neurônios sem sinapses

Que fervem neste quadrante do dia.

Digam-me se puderem: o que acontece

Neste momento de letargia.

A inconsistência dos discursos cleptocráticos...

Esta azia encharcada de agonia!

E a minha ânsia que perambula sob o sol.

Não me venha com perdigotos,

Detesto este papo face a face.

Meu critério não adula a efemeridade.

Gosto das raízes,

Na fonte meu discernimento busca a verdade.

Se não gostou passe reto desvia,

Vá em frente com teu ar blasé.

Sou altamente complexo

Com o máximo de simplicidade.

Meu prêmio mora no minuto

Que antecede o agora.

Não sou Gregor Samsa;

Porém existe luta para que eu seja.

Gerson F. Filho.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Balcão de detalhes.


Eu sei o que conta, no final sempre falta o detalhe. Não venha me dizer que após tantos beijos e uma noite de amor nada sobrou para ser recordação. Viver sem memória transforma o agora na angustia do não mais existir assim que acabe. Contigo vivi momentos que ainda moram comigo e os quais revivo em minúcia. E, no entanto sei que algo faltou.

Não encontramos aquele pormenor que habita a fotografia da ocasião. Mas será que isso tem importância? Eu sei, para você tem, e isso muda todo o contexto, e por esse pretexto a felicidade torna-se impossível. Curioso possuir memória para o que falta, mas esquecer o que foi realizado.

Na verdade esta tua faceta não reflete porque não quer. A arrogância individualista da tua história envelopou teu querer. Particularidades não te salvarão do abraço da solidão. Seria melhor ser só somente tendo e tido um sentido para o sentimento do que passou. Aquilo que lhe sobra há de lhe faltar e será também apenas mais um detalhe.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20-91992.


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sábado, 21 de janeiro de 2012

Felicidade.






Felicidade, meta impossível para os insatisfeitos


O que é ser feliz? Você sabe? Eu creio que ser feliz seria apenas uma adaptação dos sentidos. Aquela possibilidade de satisfação plena ou quase isso com o cenário presente. O ator desta ocasião na cena específica deverá ser capaz de se misturar com o ambiente de tal maneira que com esse mimetismo não seja mais possível encontrá-lo. Ele estará em harmonia com o seu momento e, portanto feliz.


Minha crença está no reconhecimento daqueles pequenos detalhes que muitas vezes nem sequer percebemos como: ter saúde, ter um teto para abrigo, ter sempre uma refeição a mesa, ter amigos uma companhia e sempre mais um dia para viver somente com isso. Depois viriam: a realização profissional e a realização daqueles desejos diversos que todos nós temos. Mas esta segunda fase já é circunstancial.


Nesta fase, a mais perigosa; moram todas as insatisfações. Aquilo que acaba inviabilizando um contexto feliz. Acabamos nos perdendo neste labirinto de alternativas e acabamos esquecendo daquilo que temos no início. Apenas um quesito não atendido neste imenso questionário vai nos transportar para as ruas amargas do descontentamento. Não importa mais se temos saúde, se temos um teto, ou se possuímos amigos alimento e um par, seremos assim infelizes.


Seria possível ser feliz com o quase? Estaríamos prontos para a felicidade sem a plenitude que almejamos? Eu cheguei ao ponto de acreditar que sim. Não acho que devamos abandonar a busca pelo melhor, mas devemos reconhecer sempre e agradecer por aquilo que já possuímos. O descontentamento contínuo; turva o palco você não será capaz de atuar como deveria nesta peça. Eu hoje pratico o reconhecimento do que tenho e do que alcancei. Errei muito, segui trilhas indevidas, me equivoquei nas opções, mas o saldo é positivo.


E agora procuro cultivar o momento sem ansiedade porque creio que sempre que nos desligamos dessa torrente de anseios acabamos vendo aquilo que mais almejamos acontecer. E se não acontecer não tem importância a felicidade já semeou este terreno. Ilustrativamente poderia dizer que vivo em um bote que navega no imenso oceano da inquietude com uma vela acesa na mão. Ela é a minha esperança e eu sou muito tenaz em mantê-la acesa. Sou obstinado no meu propósito.


Gerson F. Filho.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Código do conceito.

Imagem da Free Digital Photos.




Para sempre seria eterno se fosse um espelho refletindo a si mesmo. Já pensou o que seria sentir, notar ou perceber algo eternamente? E a emoção onde fica neste contexto? E o prazer da novidade, da mudança? Onde ficaria a surpresa? Eu particularmente não gosto de mudanças, mas confesso que a monotonia não é boa companheira. Mesmo neste céu que nos envolve tudo muda, só não percebemos. Por que iríamos desejar a linha reta de uma continuidade sem fim, se o traço sinuoso excita? Para o Criador não existe limites de desempenho.


Dor, amor, angustia, alegria e tantas outras sensações vão e vêm trafegando nesta malha que se constituiu momentaneamente para que possamos existir neste agora. Enquanto escrevo este texto o eixo do universo pode ter mudado, a combinação exata que se fez neste momento não mais será possível de ser estabelecida. Então vamos aprender o máximo que pudermos a respeito de tudo o que for posto a nossa frente: suportar a dor, administrar a angustia, aproveitar a alegria e amar o quanto for plausível dentro do tempo e em seu perímetro. Não é que vamos deixar de existir, mas a cadeia de combinações lógicas para uma nova oportunidade pode não se repetir jamais.


Gerson F. Filho.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Casual.



Agora venha comigo,

Não se abrigue atrás das pálpebras.

A estrada é um pavio,

Não se oculte em qualquer lugar.

Se algo ameaçar fugir da sua boca pense:

Não queira engolir o que vai voltar.

A vida é assim você pensa que escolhe,

E sonha como um exegeta paranóico,

Que seu destino pariu a ode e um tanto estóico

O faz com certeza acreditar.

Não nade em adrenalina.

Isto é real até o momento oposto.

Suas opções são cartas marcadas.

Seus paços foram decididos amanhã.

Não entende?

Ora meu amigo;

Faz tempo que o axioma ri de você.

Por acaso olhas-te o teu contexto?

Quando decidir me procure,

Prometo que estarei alhures.

Não grite e muito menos se rasgue,

Eu juro, tentei ajudar.

Essa vida é tão surreal...



Gerson F. Filho.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Abrigo ambíguo.




Às vezes acredito que sou um anacronismo, ao acaso estou sempre errado, ou o mundo que penso estar certo é incorreto. De tão simples acabo sendo muito complicado. Quando amo não sou atitude só inquietude, alguma coisa como a indecisão. Palavras podem não me faltar, mas a inércia, isso que me envolve, me transforma em desperdício, na verdade sou tão inexplicável como o amanhã. Tentarei mais um pouco, insistirei mesmo que encontre um talvez, afinal com tantas incertezas não serei mais uma vez prognóstico, serei o ato, a alma da ação. Quer saber? Deixe que o contexto se explique, enquanto isso meu coração aguarda, o momento é apenas um intervalo, estou acostumado a morar nele.



Gerson F. Filho.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Palco.





Um acerto de contas, um ajuste, uma coisa que de tão certa será inevitável debaixo do sol ou sob a carícia da lua. Que nua mergulhada na noite aveludada não permitirá mentiras e muito menos ousadas argumentações. Sensato eu diria; deverá ser abandonar os subterfúgios, não ousar com evasivas, ir direto ao ponto: dizer; perdi-me, e só me encontro nos intervalos da contradição. Meu coração se encantou com o erro, minha alma se viciou com o desacerto, sou culpado sem ter culpa por viver na ilusão.


O sol não utilizará suas mãos quentes para afagar-me naquele momento, virá assim o abraço da bruma, e então eu verei o que o medo fez de mim. Este arquétipo transgressor, um equívoco que tentou amar intensamente, mas apenas se fraturou. Destes pedaços nestes meus cacos vou procurar ser sucinto, interpretei mal o paradigma, amei do jeito que não devia, me ofereci mais do que de conteúdo eu continha, cobrei mais do que podia. Portanto eis aqui a minha face, se este será o momento do desenlace que ao menos isso seja leve breve suave. O tempo já me espera na estação. Outro cenário me aguarda.



Gerson F. Filho

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Plasticidade.




O ignoto me seduz. Não saber o que pode acontecer na próxima hora, à impossibilidade de ver além da última estrela, instiga meus instintos, fustiga meus hormônios. A vida seria impiedosa se fosse coberta de certezas. As surpresas me alimentam mesmo quando são decepções. Porque estas apenas confirmam o quanto a realidade é aleatória, o quanto não ter sentido faz sentido quando eu sinto que as ocorrências negativas são apenas uma pontuação na pauta do destino.


Sempre após este último ponto a vida muda, o rumo se especifica delineando uma nova trajetória, mais uma vez intensa, novamente instigante. Não ser envolvido e testado neste novo caminho será impossível. A incógnita está oculta no coração leve do viajante. O infinito é o destino, enquanto as alternativas discutem o perfil das novas combinações minha alma absorve o caminho acrescentando mais discernimento ao meu coração. A configuração do tempo em seu termo faz o meu sorriso.



Gerson F. Filho.