sábado, 8 de março de 2014

Ígneo.









Queria te dar um abraço,
Sentir teu calor atrito e textura,
O teor, toda trama do laço,
O esgarçar oblíquo, a ternura.

Que tanto me faça próximo.
Qual mormaço sem brandura,
Como tez úmida e no mínimo,
Quando tua boca for loucura.

E se puder sentir no teu seio,
O pulsar incessante da vida,
Um sublimar e em devaneio.

Mas impermeável és de fato.
Nem ousadia ou desacato.
A fria face de um monólito.

Gerson F. Filho.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Rabiscos.







gostaria de escrever,
Um poema de traço marcante.
Sem ser com desejo crer,
Nem um pouco simétrico
Muito menos um tanto pedante.
Algo insípido algo inodoro,
Alguma coisa politicamente correta;
Com aquele jeito de lavagem com alvejante.
Quem sabe os puristas não tenham cólicas.
Não morram de disenteria.
Se meu trânsito enfim machucar
O bom mocismo dos nossos dias,
Vejam: não sou massa sou unidade.
E para escândalo do coletivismo
Debochar deste ranço,
É a meta do meu ativismo.
Olhem lá no futuro!
Fui voltando
Apesar de não ter ido.
Devo retornar?
Pedrinhas com sangue
Não representam o meu cardápio.
Acho que farei um rolezinho semântico por aí.

Gerson F. Filho.