O ardil das horas.

                                                      Imagem de Gerd Altmann por Pixbay.

O ardil das horas.

Entre caçarolas quitutes e trapaças vamos entendendo de forma bem didática como funciona a mente de alguém profundamente mergulhado em progressismo socialista, onde o venha a nós sempre se torna prioritário em relação ao vosso reino. Tudo não passa de aparências, uma selva ideológica onde até seus parceiros podem virar comida, sem ressentimentos, por favor. Ou errarei no tempero e posso salgar o pirão. Nada como jogar um aliado no lixo se a oportunidade for vantajosa, porque de vantagem também vive o homem e centralmente dedicado é o acordo, nada como uma barganha, um acordo bem costurado que permita, quem sabe, uma comissão vantajosa. A encruzilhada é um encontro de curvas, de destinos e preservar a própria pele é o mais viável, sem ressentimentos novamente foi por sobrevivência, mesmo que não seja nobre ainda assim será vida.

Eu nunca tenho certezas, apenas expectativas. Que tudo não passe de turbulência cognitiva nos intervalos da minha existência, aquele lugar efêmero e fugaz que envolve de forma frágil minha vontade. Apenas percebo na atribulação cotidiana que algo deu muito errado nesse projeto, uma perceptível discrepância nesse portfólio, decisões erradas foram aceitas e arquivadas em algum momento no passado para comprometer toda a estrutura da realidade. Uma avenida onde desfilam mendigos intelectuais arrotando uma suposta superioridade ética sem ao menos se darem conta da sua própria miséria compulsória, que flutua sem constrangimento da periferia ao núcleo do entendimento humano.

Nas tripas da realidade a atmosfera não parece muito saudável. Vamos aprendendo nessas artimanhas das horas, sempre enquanto houver tempo e oportunidade. Embora um tanto enojado com as escolhas e alternativas que se apresentam, é o que temos. Minha memória ainda tem espaço para acumular mais um lote de disparates até que seja encerrada minha participação, mas lá no fundo, oculto nas minhas memórias ainda sorri uma esperança furtiva e ousada que brota do meu subconsciente para me dizer de forma adocicada: no final o bem sempre vence.

Gerson Ferreira Filho.

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Encontre-se.

 

                                                      Imagem de Lars Nissen por Pixbay.

Encontre-se.

Por que de toda excentricidade pode surgir a beleza e de toda casualidade vem o teor sublime de uma paixão? Não será o evento fortuito à produzi-las, ou da amarga rotina do cotidiano brotar o inesperado, a vida? Como se assim fosse o tédio o húmus dessa terra sem controle e sem direção definida, onde as incertezas brincam? Arregace as portas de sua percepção e note, que existe algo mais que está além do seu controle, e mesmo assim te veste todo dia de esperança, para mais um dia de devaneios e contradições. Não pretenda entender tudo, apenas siga a estrada pavimentada para que você possa existir. Tua participação na totalidade não é desprezível, o que se assemelha ao insignificante pode ter importância vital na construção desse tecido que a todos envolve.

O indefinido nos define e este labirinto existencial que nos absorve ultrapassa qualquer conceito premeditado na aba filosófica do tempo, que não tem tamanho e por ser tempo não tem tempo para essas artimanhas do espaço. Eu posso ter dito isto na última fração lúcida de mim mesmo e ainda assim me restar todo átrio de um universo de possibilidades. Estar aqui não me redime e nem me condena, apenas diz que eu participo de uma narrativa e de alguma forma tenho um encontro em todo o contexto. Portanto, apenas viva, deixe viver e cumpra sua jornada. Deleite-se com o melhor, aprenda com o pior, não tente fugir de si mesmo com subterfúgios artificiais. Não existe para onde ir nesse nível, assim como um personagem não salta de um livro, você não irá, de forma alguma escapar dessa história, ela é o seu pedaço de ser, aquilo que você é.

Gerson Ferreira Filho.

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Introdução ao trabalho em área industrial.

                                                  Imagem de Fraauke Feind por Pixbay.

Introdução ao trabalho em área industrial. Reconhecimento de riscos, procedimentos e comportamento adequado ao trabalho.

Uma contribuição pessoal para os jovens entusiastas do trabalho na indústria.

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Um eclipse antes do sim.

 

                                                         Imagem de csillagvirág por Pixbay

Um eclipse antes do sim.

O acaso pode ser um caso dentro de um roteiro delineado mesmo sem propósito, e as oportunidades vadias podem dançar de forma sublime nos espaços da razão. Porque o delírio se alimenta do desejo reprimido e as sensações desfilam suas qualidades na sombra de um entardecer. Portanto, não me atormente com essa impessoalidade astuta enquanto na sua margem do desejo flutua uma natureza que clama por atenção. Sim! O seu tempo de alguma forma inusitada deseja que eu ocupe algum espaço neste agora, nessa realidade esfomeada, como uma alvorada que não se constrange ao exibir seu esplendor diante da hesitação furtiva das trevas.

Mantenha seu olhar no meu, se apegue na determinação dos irresolutos, porque da indecisão pode surgir a ousadia mesmo contra as artimanhas desse conflito que uma altivez mordaz insiste em se alimentar de recato. Entenda, almas não se entregam, elas simplesmente se absorvem na plenitude de um sincronismo exato, onde a paixão se resume a um reflexo tardio, um vácuo na realidade, o tudo contido no nada. Até o momento onde não exista mais distinção de quem ou do quê.

Gerson Ferreira Filho.

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Presepada existencial.

 

Presepada existencial.

Bom, nesta manhã onde o prognóstico abraça uma previsão de intenso frio nos próximos dias só me resta raciocinar com os neurônios que ainda me restam a respeito de metas, objetivos e projeções. Eu sei que hoje o óbvio está cada vez mais difícil de ser interpretado, mesmo sendo obvio, que planejamento e a relação custo-benefício de ações não flutua mais entre a avaliação de desempenho e o escopo. Os limites se reduziram, a tempestade de ideias agora está alocada em espaço exíguo e desconfortável, uma vez que a amplitude intelectual sofreu em demasia nos últimos anos. Este é o preço a pagar quando se elimina o gargalo necessário para acelerar o fluxo do saber e em contrapartida a sociedade entrega algo pasteurizado, homogeneizado e palatável no contexto. Todos saboreiam a superfície adocicada, mas ficam muito longe da real consistência do que se precisa saber, e muito poucos se interessam em caminhar mais a frente e enfrentar a aspereza da verdade bruta.

O desconhecido apavora mas a ousadia impele instiga e provoca com muita curiosidade, nosso ser a invadir o estranho e de lá construir algo novo, transformar possibilidades em algo concreto, simplesmente criar do vazio, um ambiente propício para enfim deitar nele o que era projeção e passou a ser real. Nessa algazarra caótica uma coisa tem de ficar muito bem entendida, existir de verdade exige profundidade. A superfície pertence ao lugar-comum ao trivial, Se quiser destaque, aprofunde-se, mergulhe sem medo seja ousado e enfrente com bravura o tédio que oprime em peso e densidade sua alma. Com toda essa pressão, você se compactará, se tornará algo pronto para os desafios, a abrangência da análise se fortalecerá, e suas escolhas serão mais qualificadas, a sua participação terá mais impacto na realidade, e o imponderável não será tão preponderante no seu destino.

Tudo isso, estará relacionado com suas escolhas. Você pode vencer ou sair vitorioso. Estranho não? Paradoxo? Porque para alguém realmente preparado, não importa o resultado, você psicologicamente já possui uma estrutura vitoriosa e a derrota ocasional não o impede de procurar outros caminhos. E o protegerá de abraçar projetos que estão além de sua capacidade, sim, por mais bem preparado que você esteja sempre existirá um alvo além de seu alcance. Só um despreparado abraça uma causa que está fora do seu controle, promete o que não pode entregar, ilude com uma perspectiva irreal e no fim acaba prisioneiro de suas escolhas. A intelectualidade com lastro previne a adoção da presepada existencial, uma sócia previsível do desastre futuro. A oportunidade nunca será uma armadilha para quem se preparou para ela.

Gerson Ferreira Filho.

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O fim antecipado do que poderia ter sido mas não foi.

 

O fim antecipado do que poderia ter sido mas não foi.

Na curva do subterfúgio mora o quase, que se materializa em esperança de alguma coisa que seria, mas não possuiu sustentação necessária para existir. Um tal de sabor intuitivo que chega à boca e se evade no abrupto despertar de um devaneio. A verdade é a seguinte: roubaram seu pirulito e você ainda não percebeu Padawan. Neste vácuo profundo e de fim indeterminado que agora habita sua boca e se soma ao espaço restante que lhe cabe em herança genética, mora uma certeza, você foi mais uma vez enganado. Não fique decepcionado, mais uma vez, no cenário que tínhamos, qualquer pau podre que passasse na curva do rio seria a salvação. O abraçamos como madeira de lei, e elogiamos sua flutuabilidade. Esse sim, vai nos conduzir a salvação.

Mas cá entre nós, não era bem assim né? O tempo passou no fluxo das águas caudalosas, e uma infiltração aqui, outra ali foi mostrando que a segurança oferecida era apenas ilusão, a madeira encharcou com mares vadios e comprovou não ser nogueira de lei, mas sim apenas uma tábua de taipá. Não reclame, existia outra opção? Então, agora sem tábua e com previsão de ser arrastado para o esgoto muitos insistem em prosseguir com o taipá, outros, a parte alucinada anseia por beber do esgoto, sentem até saudade. Poderia ter sido uma saída mas se mostrou armadilha, e nós? Ora, procure flutuar em toda essa insanidade, porque quem deveria e tem obrigações de ajudar não vai fazer nada.

Não existe nada mais viciante e impactante para o espírito do que um longo período de paz e estabilidade. Ele amansa as almas, e torna a ação um atrativo delicioso e de baixo risco para os bárbaros. Claro, eles, os bárbaros também fazem essa análise. Se o perímetro não tem segurança, a invasão é segura e o número de baixas se houver será insignificante. Se conquista o trono sem luta pois não existe mais defesa. Se o dono da casa não cuida da sua segurança, encontrará quem cuide. Não existe vácuo de poder, alguém já disse isso por aí. O fim foi antecipado porque tudo aquilo que poderia ter sido, só é possível com determinação, foco e coragem. A história sempre será escrita pelos fortes, e lógico os fortes e determinados serão os vencedores. Aos pusilânimes e fracos, sempre restará ser o coadjuvante delineado e descrito por quem os subjugou.

E eu com isso? Assisto e tento sobreviver.

Gerson Ferreira Filho.

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Atualidades e métodos de padronização humana visando o controle total de indivíduos por processo ideológico de domínio. Entenda e tente escapar do padrão.

Nacos e Mormaço.👇

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Novela criada a partir de memórias e acontecimentos romantizados e adaptados para uma narrativa dos anos 70 no centro do Rio de Janeiro e Norte Fluminense. O objetivo aqui foi criar uma representatividade simples a um local e uma época do Rio de Janeiro.

Escolhas e consequências.

 

Escolhas e consequências.

Agir, ou não agir, permitir que o fluxo das ocorrências sejam ditadas pelos coadjuvantes ou assumir o protagonismo? Nessa lacuna de tempo presente foram construídos o passado e será construído o futuro. Sempre o presente determina a narrativa e seu conteúdo. O adversário já se projetou e tem planos estabelecidos para o porvir. Não será misericordioso, em muito menos compassivo, não está na natureza do seu design pessoal, lembre-se a luta sempre será contra a ausência de escrúpulos, o vazio existencial que não permite presença filosófica porque o que se estrutura no nada não possui conteúdo metafísico para conclusões humanas.

Eu adoro a estatística, mas ela se torna fabulosa quando associada a análise comportamental, não só de pessoas como de ambientes construídos e em construção, quando através da velha observação científica se consegue transcender do escopo e absorver detalhes também da periferia, do perímetro das ocorrências e a partir desse ponto antecipar com uma precisão razoável o desfecho da narrativa. Parece até feitiço, na idade média essa antecipação de fatos daria em morte na fogueira. Não seja tolo o suficiente para subestimar a determinação do seu adversário, e pensar que você está no controle, não está! Tudo acontece agora, inevitável, é a única coisa que acontece no tempo presente é o agora, e este agora determinará todos os dias futuros que supostamente ainda não existem, mas poderão ser um passado que venha a trazer orgulho por fazer o necessário ou vergonha por não ter visto ou previsto os movimentos que eram possíveis fazer.

Sempre procuro lembrar aos desavisados que não fazer nada, e deixar rolar, também é ação. Uma ação passiva e como tudo neste mundo, nessa nossa fração temporal de existência produz consequências. Inevitável, se eu e você, se nós existimos e no caso, eu estou produzindo este texto um pouco confuso, era porque assim o deveria fazer e não existiria neste caso, alguma alternativa plausível e possível nesse universo. Então amigos e autoridades atuais desse contexto confuso, acordem e observem melhor o cenário a sua volta, Já prepararam a armadilha e todos nós seremos arrastados para lá, a não ser que da passividade a atitude seja o movimento, e esse movimento provoque uma cena futura desejável enquanto essa peça teatral não termina e o principal espectador não desista e resolva ir embora porque nada disso vale apena e mereça ser simplesmente apagado.

Conversa fiada é o que a cobra faz com sua presa antes de a engolir, não sejamos inocentes, e nem levianos. Basta não se comportar como presa, como o coitado, a diferença está na determinação que a alma contém para se expandir e ocupar os lugares que não seriam previstos por quem quer nos destruir. Se o mal é ladino que tenhamos cautela e antecipação nas perversas circunstâncias que se desenvolvem. Ah, o tempo? Ele está acabando e a janela de oportunidade vai se fechar.

Gerson Ferreira Filho.

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A curva do meio fio.

 

 A curva do meio-fio.

Gostaria de escrever uma cônica aleatória, algo sem rumo que se definisse apenas na ocasião distópica do atual mundo real. Entre relacionamentos e depoimentos, alguma coisa conforme o atual mundo virtual, onde entre redes sociais e no interior delas, travamos e observamos as paixões de uma forma contumaz se encontrarem para um diário desafio de convivência. Muitos ainda não perceberam mas já passamos, ainda de forma sutil, a integrar o curral eletrônico. Agora já existe um conflito tribal, um pouco de intolerância abrangente que no seu acumulo de energia gravitacional não vai escapar da compactação e aglomeração desejável pelo sistema.

Recentemente a vida quase me escapou, ou eu quase escapei da vida. Não sei se na hora H faltou-me decisão ou sobrou ainda um pouco de propósito para me assegurar ainda um lugar na lida, sei que ainda estou nessa trilha e sem ser protagonista vou metendo meu bedelho ainda que na surdina, nos momentos insanos que habitam o contexto mesmo e ainda assim que só me reste ser espectador desse espetáculo, de opiniões customizadas de acordo com a capacidade de cada nicho de entendimento. No meio desse caldo flutuam a honra, o critério, a lealdade aviltada, e o amor político com taxímetro. Ah, nesse quesito, uma enormidade de almas se entregam despretensiosamente aos encantos de gente de baixa reputação, mas que mal há? Irão dizer os sacerdotes da acomodação, como se vergonha na cara fosse algo descartável e por isso sem necessidade de apego determinante e insubstituível.

Cada um com sua régua, cada juiz com seu veredito e a consciência, como descreveu muito bem Dostoiévski em Crime e castigo, pode cobrar um preço razoável por decisões momentâneas que pareciam justas e confortáveis. Cada júri pessoal que se contorça em alternativas plausíveis e entregue a decisão escolhida. No resto sobra apenas a diversão antropológica de acompanhar todos esses debates inomináveis e de natureza peculiar a respeito dos mais variados assuntos, alguns curiosos e reveladores dessas verdadeiras colônias culturais cheias de cacoetes linguísticos próprios de bolhas particulares de convivência. Afinal, alguma diversão tem de ter, não só de atrito político vive o homem, e muito menos da sacanagem proveniente de políticos sínicos e pedantes.

Prosseguimos assim na companhia de poucos, os que valorizam a honra e o comprometimento com o que é correto, e que nos seja concedida a benção de sobreviver as investidas do baixo clero de onde se torna possível o oceano de iniquidade, e que a improvável vitória da virtude nos seja algum dia concedida. Porque como cita o poeta Horácio: “Não pode um homem ter melhor morte que: lutando contra o desconhecido pelas cinzas de seus pais e pelos templos dos seus deuses!”.

Gerson Silva Filho.

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