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Nosso labirinto pessoal.
Caminhos, opções e escolhas de tudo isso se faz a realidade aproveite bem a oportunidade e não fracasse, não há certeza de nova chance. Lembre-se: do excesso ou da falta surge o colapso, uma refeição boa não pode estar insossa e muito menos salgada. O que atribui qualidade é o equilíbrio e este critério vale para tudo. Dentro de nós construirmos nosso agora, entre silhuetas românticas e banhadas de imaginação profunda para agir como o sortilégio que nos seduz na sua performance acurada com o poder que demos a ele. Sim, somos de certa forma o criador da nossa realidade interna. Nós construímos o cenário que nos abriga, não reclame se ele for claustrofóbico e não oferecer espaço para o contraditório. Carl Jung se referiu a isso no seu Livro Vermelho: “Profundeza e superfície devem misturar-se para que surja nova vida, mas a nova vida não nasce fora de nós, e sim dentro de nós”. Entenda de vez o equilíbrio existencial, apenas ele lhe trará o conforto de ser pleno e de entender esse agora onde você está. Se maldições e azares lhe cercam, não transfira responsabilidades , a resposta está em você. Nosso mundo interno é infinito, tão grande que todas as galáxias conhecidas caberiam nele e um pouco mais. Não subestime a profundidade da alma humana, não a substitua por invencionices passageiras e sem sustentabilidade lógica na realidade, essas coisas não passam de subterfúgios criados para desencaminhar a criação. O erro tenta se multiplicar e se estabelecer na dúvida e na falta de conhecimento. Ele é ardiloso e sagaz, e se você der espaço, se verá no universo errado da compreensão. E o maior obstáculo dele é a disciplina, o apego ao real valor, o poder de análise e questionamento, o desempenho da avaliação do contexto que se oferece para seguir. Mas para tudo isso você terá que se construir internamente forte, adquirir lastro intelectual para afrontar a ilusão e a desmanchar em seus falsos argumentos apresentados. Em algum outro texto meu eu coloquei essa citação do Jung mas ela é pertinente para o momento: “ Assim como tendes parte na natureza multiforme do mundo através do vosso corpo, assim tendes parte na natureza multiforme do mundo interior através de vossa alma. Este mundo interior é realmente infinito e em nada mais pobre do que o exterior. O ser humano vive em dois mundos. Um demente vive aqui ou lá, mas nunca aqui e lá”. O que nos leva a crer que hoje estamos cercados e sendo comandados por dementes, pois eles vivem apenas aqui, não há reconhecimento por parte dessa gente pedante de algo que ultrapasse aquilo que podem ver. E se assim são, assim estão limitados ao perecível mundo material que nos cerca que inevitavelmente virará pó. Sem tráfego através desses dois mundos, sem abrangência intelectual para existir de forma sadia e determinante para a evolução social. O imponderável delimita o real alcance cognitivo da matéria. Mesmo sem peso específico sua latência se cumpre em sibilância entre os estreitos caminhos da razão. São as sutilezas que constroem a realidade e não adianta ignorá-las, elas sempre encontram um jeito de dominar o ambiente. Na teoria junguiana o metabolismo da alma está numa mandala onde ocorre a luta pela unidade do ser. Este nosso labirinto infinito de particularidades excêntricas nos fornece as opções detalhadas em emanação exotérmica para moldar a realidade que desejamos possuir. Então, escolha com cuidado os ingredientes para o caldeirão de subjetividades que você possui, o que parece ser não é exatamente o que é. Seja livre, e se ainda não possuir lastro intelectual para decidir, primeiro o adquira, e assim depois comece a cozinhar os ingredientes que escolheu para sua refeição de momentos plausíveis na estrutura da realidade. Tenha sempre como propósito básico o aprimoramento, e para isso você não pode estar preso em fantasias e despautérios materialistas, estenda de uma vez por todas, a vida não se constitui apenas de matéria palpável. Na volátil e intangível estrutura desse sentimento a matéria não passa de acessório para execução de tarefas onde se precisa de consistência para agregar conteúdo no que realmente possui importância, o equilíbrio da alma. Jamais pense que esse mundo no qual seu tato e demais sentidos se materializam para você a percepção da real presença corresponde realmente a realidade. Você está apenas num ensaio, numa seleção criteriosa de atores onde o espetáculo principal ainda está longe de começar, não seja arrogante, entenda, nenhum subterfúgio passará sem avaliação, o pretexto não funciona aqui nesse nível, mas se você quiser se enganar ainda assim pode, afinal quem colherá o resultado da trapaça será você.
Escolhas e consequências, afinal, dizem que existe livre arbítrio, então mergulhe de cabeça nessa ilusão confortável, e acredite ser dono do seu destino. Aquelas coisas como: a vida é curta, devemos aproveitar, fazer acontecer todos os sentidos e sensações, viver como se não houvesse um amanhã. Transforme o universo em seu parque de diversão pessoal, nada mais importa além de ser feliz. Faça da materialidade tangível seu abrigo, e quando ela enfim, perecer, despareça com ela realmente, pois seus sonhos vão virar pó. Não perceber que há algo além de estar vivo pode ser até considerado irracional, porque estes, não têm capacidade de raciocínio para expandir a análise da sua própria existência, Nesse complexo caminho cheio de opções, certas e erradas, o homem se dispõe a ser infinito, superando trapaças, cumprido evasivas, tergiversando o argumento para não ser e mesmo assim sendo o protagonista de si mesmo. Jung citou: “Deves ser o guarda diante da prisão de tua alma. Tu és o eunuco de tua alma, que a protege dos deuses e dos homens, ou que protege os deuses e os homens dela. Ao homem fraco é dado o poder, um veneno que paralisa até mesmo os deuses, assim como à pequena abelha, muito inferior a ti em força, é dado um ferrão venenoso e doloroso”. Detalhe subliminar: abelhas quando picam, morrem. Este é o destino do homem que abusa do seu poder deixando de ser o guardião da própria alma para se entregar ao prazer descontrolado do comando e da vaidade. Se envenena com um recurso que possui. No fim, nós somos o labirinto, tudo é pessoal, do início ao fim todo objeto ou proposta está em nós, cabe escolher com prudência e sabedoria. Tenham um ótimo natal com paz amor e prosperidade!
Gerson Ferreira Filho.
Citação:
O livro vermelho, Liber Novus. Carl G. Jung. Editora Vozes.
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