sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Nosso labirinto pessoal.

 

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 Nosso labirinto pessoal.



Caminhos, opções e escolhas de tudo isso se faz a realidade aproveite bem a oportunidade e não fracasse, não há certeza de nova chance. Lembre-se: do excesso ou da falta surge o colapso, uma refeição boa não pode estar insossa e muito menos salgada. O que atribui qualidade é o equilíbrio e este critério vale para tudo. Dentro de nós construirmos nosso agora, entre silhuetas românticas e banhadas de imaginação profunda para agir como o sortilégio que nos seduz na sua performance acurada com o poder que demos a ele. Sim, somos de certa forma o criador da nossa realidade interna. Nós construímos o cenário que nos abriga, não reclame se ele for claustrofóbico e não oferecer espaço para o contraditório. Carl Jung se referiu a isso no seu Livro Vermelho: “Profundeza e superfície devem misturar-se para que surja nova vida, mas a nova vida não nasce fora de nós, e sim dentro de nós”. Entenda de vez o equilíbrio existencial, apenas ele lhe trará o conforto de ser pleno e de entender esse agora onde você está. Se maldições e azares lhe cercam, não transfira responsabilidades , a resposta está em você. Nosso mundo interno é infinito, tão grande que todas as galáxias conhecidas caberiam nele e um pouco mais. Não subestime a profundidade da alma humana, não a substitua por invencionices passageiras e sem sustentabilidade lógica na realidade, essas coisas não passam de subterfúgios criados para desencaminhar a criação. O erro tenta se multiplicar e se estabelecer na dúvida e na falta de conhecimento. Ele é ardiloso e sagaz, e se você der espaço, se verá no universo errado da compreensão. E o maior obstáculo dele é a disciplina, o apego ao real valor, o poder de análise e questionamento, o desempenho da avaliação do contexto que se oferece para seguir. Mas para tudo isso você terá que se construir internamente forte, adquirir lastro intelectual para afrontar a ilusão e a desmanchar em seus falsos argumentos apresentados. Em algum outro texto meu eu coloquei essa citação do Jung mas ela é pertinente para o momento: “ Assim como tendes parte na natureza multiforme do mundo através do vosso corpo, assim tendes parte na natureza multiforme do mundo interior através de vossa alma. Este mundo interior é realmente infinito e em nada mais pobre do que o exterior. O ser humano vive em dois mundos. Um demente vive aqui ou lá, mas nunca aqui e lá”. O que nos leva a crer que hoje estamos cercados e sendo comandados por dementes, pois eles vivem apenas aqui, não há reconhecimento por parte dessa gente pedante de algo que ultrapasse aquilo que podem ver. E se assim são, assim estão limitados ao perecível mundo material que nos cerca que inevitavelmente virará pó. Sem tráfego através desses dois mundos, sem abrangência intelectual para existir de forma sadia e determinante para a evolução social. O imponderável delimita o real alcance cognitivo da matéria. Mesmo sem peso específico sua latência se cumpre em sibilância entre os estreitos caminhos da razão. São as sutilezas que constroem a realidade e não adianta ignorá-las, elas sempre encontram um jeito de dominar o ambiente. Na teoria junguiana o metabolismo da alma está numa mandala onde ocorre a luta pela unidade do ser. Este nosso labirinto infinito de particularidades excêntricas nos fornece as opções detalhadas em emanação exotérmica para moldar a realidade que desejamos possuir. Então, escolha com cuidado os ingredientes para o caldeirão de subjetividades que você possui, o que parece ser não é exatamente o que é. Seja livre, e se ainda não possuir lastro intelectual para decidir, primeiro o adquira, e assim depois comece a cozinhar os ingredientes que escolheu para sua refeição de momentos plausíveis na estrutura da realidade. Tenha sempre como propósito básico o aprimoramento, e para isso você não pode estar preso em fantasias e despautérios materialistas, estenda de uma vez por todas, a vida não se constitui apenas de matéria palpável. Na volátil e intangível estrutura desse sentimento a matéria não passa de acessório para execução de tarefas onde se precisa de consistência para agregar conteúdo no que realmente possui importância, o equilíbrio da alma. Jamais pense que esse mundo no qual seu tato e demais sentidos se materializam para você a percepção da real presença corresponde realmente a realidade. Você está apenas num ensaio, numa seleção criteriosa de atores onde o espetáculo principal ainda está longe de começar, não seja arrogante, entenda, nenhum subterfúgio passará sem avaliação, o pretexto não funciona aqui nesse nível, mas se você quiser se enganar ainda assim pode, afinal quem colherá o resultado da trapaça será você.


Escolhas e consequências, afinal, dizem que existe livre arbítrio, então mergulhe de cabeça nessa ilusão confortável, e acredite ser dono do seu destino. Aquelas coisas como: a vida é curta, devemos aproveitar, fazer acontecer todos os sentidos e sensações, viver como se não houvesse um amanhã. Transforme o universo em seu parque de diversão pessoal, nada mais importa além de ser feliz. Faça da materialidade tangível seu abrigo, e quando ela enfim, perecer, despareça com ela realmente, pois seus sonhos vão virar pó. Não perceber que há algo além de estar vivo pode ser até considerado irracional, porque estes, não têm capacidade de raciocínio para expandir a análise da sua própria existência, Nesse complexo caminho cheio de opções, certas e erradas, o homem se dispõe a ser infinito, superando trapaças, cumprido evasivas, tergiversando o argumento para não ser e mesmo assim sendo o protagonista de si mesmo. Jung citou: “Deves ser o guarda diante da prisão de tua alma. Tu és o eunuco de tua alma, que a protege dos deuses e dos homens, ou que protege os deuses e os homens dela. Ao homem fraco é dado o poder, um veneno que paralisa até mesmo os deuses, assim como à pequena abelha, muito inferior a ti em força, é dado um ferrão venenoso e doloroso”. Detalhe subliminar: abelhas quando picam, morrem. Este é o destino do homem que abusa do seu poder deixando de ser o guardião da própria alma para se entregar ao prazer descontrolado do comando e da vaidade. Se envenena com um recurso que possui. No fim, nós somos o labirinto, tudo é pessoal, do início ao fim todo objeto ou proposta está em nós, cabe escolher com prudência e sabedoria. Tenham um ótimo natal com paz amor e prosperidade!



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


O livro vermelho, Liber Novus. Carl G. Jung. Editora Vozes.  


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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Sobrevivencialismo.

 

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Sobrevivencialismo.




Então, ainda aqui e por um momento sentindo a chegada de mais iniquidades governamentais há necessidade de que todos nós iniciemos o preparo para a catástrofe anunciada. Está claro, que o amanhã será muito pior do que esse hoje já com traços da dificuldade produzida por acentuada irresponsabilidade. Se nós temos algo com isso? Sim, temos e não temos. Temos porque boa parte da população adora populismo e dá poder a gente sem escrúpulos, e  não, pois alguma parte da sociedade enxerga esse problema e vai para o sacrifício por qual não procurou mas o barco é o mesmo, o totalizador de pessoas a bordo não diferencia quem é burro e quem não é. Se entre todos existirem aqueles que estão dispostos a tirar a bueira de fundo, o barco afunda, e acreditem, existem muitos com esse propósito, embora afundem com a embarcação. Apenas essa gente não possui inteligência suficiente para entender que ao tirar a bueira de fundo vai entrar água, mesmo sendo óbvio isto não está claro para eles. Estamos dentro de algo como um recinto cheio de suicidas, todos querem morrer e não sabem disso, e assim lutam sempre pela própria destruição. Um ambiente esteticamente no sentido psicológico, doente, cheio de fraturas no entendimento sadio da existência e ainda assim manipulado por gente pervertida e amoral. Tem tudo para dar errado e vai dar, uma inteligência sem vigor necessário leva ao esfacelamento social, em algum momento ele irá assim prontamente acontecer. A perspectiva não se apresenta com resultados esperançosos. Não se preocupem com a massa ignorante, eles vão sucumbir com suas convicções com plenitude e de forma completamente total, assim mesmo, de forma enfática, não há chance de reprogramação de última hora, estão condicionados para o abismo, e para lá caminharão na certeza total que estão indo para o lugar certo. Temos que levar em conta que a falta de inteligência não dispõe de recursos para entender as ocorrências do perímetro, simplesmente não notam o risco. E neste oceano bravio de incertezas flutuamos, a deriva, com apenas contradições e incertezas para servir de aconchego lamurioso de ocasiões que testam nossa tenacidade em existir, pois nesse caldo bravio, moldamos nossa alma, nosso espírito, para quem sabe, um futuro melhor, mesmo que nada indique uma tendência boa ou viés de bons escrúpulos, uma mão tardia que venha nos resgatar desse contexto possesso que nos envolve e condiciona ao sofrimento nesse tempo de ciência. Como Aristóteles certa vez disse: “A ciência é a presunção mais convincente”. Afetados por suposições na verdade nadamos em arrogância onde as conjecturas constroem o objetivo falso. Aqui a subjetividade se torna muito mais do que ação incorpórea ela apenas tem presença intangível no telúrico odor da terra de onde surgiu. Uma isca para um equívoco bem pronunciado. E sendo assim em toda essa organização caleidoscópica temos a certeza que o confronto será colossal, o abismo não se satisfaz com gorjetas, ele quer a alma de todo ser vivente. Os que verdadeiramente pensam já se diferenciaram dos rebanhos ignaros presos que estão na sua incultura profunda, portanto, cabe apenas a nós construir uma saída, uma rota de fuga dessa calamidade que se avizinha. Eu sei, existe sempre aquele sentimento triste de deixar alguém para trás, mas lembrem-se, não há resgate possível para todos. E a colheita se dará em função das escolhas pessoais, a falta de interesse em conhecer a verdade, a entrega aos prazeres fáceis da carne, o desinteresse em aprimorar a cultura, o claro e profundo descaso e a falta de seriedade com as coisas da alma. Ser humano é procurar sempre o equilíbrio e nunca se entregar aos excessos. Este procedimento é o que nos difere dos irracionais. A capacidade de avaliação da realidade, de obter escolhas dentro do armazém de sortilégios que a vida nos oferece. Temos que criar o inusitado, o novo termo dentro da equação da vida para equilibrá-la a nosso favor. Como citou Ortega y Gasset: “O homem tem a experiência de que a vida não consiste somente no que há, mas também que cria, que tira de si mesmo novas realidades, que a vida, portanto, não se define exclusivamente por suas necessidades, senão que, ainda mais que essas, e transbordando-as, consiste em abundantes possibilidades”. Apenas os irracionais vivem para satisfazer suas necessidades: comer, defecar, urinar, beber água se reproduzir e morrer, o ser humano está muito além disso, e não faz o mínimo sentido viver como um irracional, jogar fora essa qualidade oferecida para ser algo além de estar apenas vivo.


A proposição existencial é clara, seja um diferencial de qualidade no tempo e no espaço que lhe foi oferecido, e portanto, hoje, nas atuais condições o Sobrevivencialismo deve ser acionado. E se apresenta para nós uma infâmia, gestada por gente muito ruim que deseja transformar seus semelhantes em apenas um rebanho de submissos as suas convicções distorcidas por intenso trato ideológico onde a humanidade não representa nada. Voltando a Ortega y Gasset: “As etapas decisivas duma civilização se determinam e se discernem evidentemente, como modificações da relação fundamental entre os dois grandes componentes da vida que são, de um lado, as necessidades do homem, e, de outro, suas possibilidades”. Então, as referidas possibilidades, elas sempre existem, podem estar ocultas nos pormenores da textura da ocasião, mas estão lá cabe a nós encontrá-las. Deixem um pouco de lado as certas necessidades, sacrificando-as por um planejamento de contingência. Porque é nessa fase que vamos entrar em breve. A fome por recursos dos que nos governam junto com a incapacidade deles de fazer algo certo vai provocar um colapso, resta saber exatamente quando, e não se, pois a certeza já é uma realidade. Misture incompetência com mau propósito e maldade intrínseca e o feitiço está pronto. Em nome do futuro devemos sobreviver, ou que nossa ideia sobreviva para que seja semeada em nova oportunidade bem depois que a tempestade passar e seus efeitos tenham desaparecido como a maioria das anomalias fazem, nascem crescem destroem tudo e enfim, morrem. Afinal, estamos aqui por desafios, e quanto maiores forem, maior crédito a receber, portanto, sejam bem criativos com a fatia de realidade que foi oferecida para vocês cuidarem. Entenda Ortega y Gasset: “Para bem compreender um homem há que representar-se, com alguma precisão a topografia cronológica de seu horizonte”.




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Origem e epílogo da filosofia. José Ortega y Gasset. Vide Editorial.


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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Economia básica para néscios.

 

                                                       Image by Areck Socha from Pixabay. 



 Economia básica para néscios.



Primeiro mandamento que escutei dos meus avós e pais: “mais ou menos é o caminho do inferno” . Desse ponto em diante como a cadência melancólica de um bom blues pode se produzir algo que preste e que traga retorno positivo em termos de reserva de pecúnia. Tem de ficar bem claro que carga tributária elevada e comportamento perdulário desenfreado possuem a gula de um elefante ou camelo. Não há saciedade possível sem comedimento e controle. Entendam definitivamente, sem recato com o dinheiro ele vai se vingar de você, seja no nível doméstico da administração financeira das famílias ou de governos, a relação é exatamente a mesma. Sem guardar, mesmo que seja o mínimo, sem lastro financeiro considere-se sem vestuário adequado para participar da festa. Mais um aviso: a arte do possível é um truque maligno para que você seja tentado a superar limites inaceitáveis, no fim, você sempre perde, financeiramente ou politicamente. O insidioso aprecia ocupar espaços na realidade e assim, aos poucos consegue o que ele quer, tua alma. Poupar é um habito que se adquire com o tempo e proporciona vitórias no nível que o poupador se encontra. Minha primeira professora de economia foi minha mãe, muito antes de conhecer e estudar Mises, Friedman, Sowell etc. Nasci pobre, muito pobre, e minha mãe fazia suas economias do dinheiro o que meu pai trazida diariamente, Interessante, ela guardava numa meia, quando juntava uma quantia maior, íamos na Caixa Econômica onde ela abriu uma caderneta de poupança e colocava lá o valor conseguido no período. Lá no Largo da Carioca, próximo de uma estação de bondes chamada Tabuleiro da Baiana. A caderneta era de papelão onde o funcionário do banco do atendimento citado anotava o valor recebido e carimbava confirmando o depósito, eu deveria ter um cinco anos de idade, mas observava e aprendia tudo, minha característica até hoje. Não importava se em algum mês não existiu a possibilidade de poupar, mas sempre que ela surgia, a sobra orçamentária o procedimento era repetido, acumular um valor específico com finalidades variadas. Segurança para imprevistos, e um saldo para se possível adquirir um bem para aumentar o conforto na penúria que vivíamos. Meu pai era garçom, ganhava por dia de trabalho e para complemento trabalhava em serviço extra, em festas e eventos sociais onde conseguia um qualquer a mais. Então, nesse processo conseguimos comprar nossa primeira geladeira, uma Climax usada, de segunda mão, porque pobre não pode se dar ao luxo de comprar algo novo na loja, não tem nem renda para comprovar um possível crédito. Crediário é coisa de classe média, que tem emprego em carteira assinada e salário definido. E assim, com essa política de austeridade dentro de limites claustrofóbicos com relação as finanças domésticas que também conseguimos comprar uma televisão usada da marca Emerson. Essa marca não existe mais. Mais tarde um ventilador, um fogão também de segunda mão e assim com austeridade se vai evoluindo. Se governos agissem assim, com essa responsabilidade doméstica não conseguiria apenas uma geladeira nova, mas um país com a economia muito mais forte e dinâmica, não estamos falando aqui de economizar migalhas, mas da economia de milhões. E estes milhões seriam revertidos em benefícios e bem estar da população, é simples não há mistério. Se minha mãe com baixa escolaridade conseguia, o que se dirá de economistas supostamente qualificados e representantes governamentais dessa área do governo. Mas a gente sabe que além de qualidade intelectual duvidosa, falta vergonha na cara. A minha mãe apenas sabia ler fazer as quatro operações básicas da matemática e escrever um pouco, nem me ensinar os deveres de casa do colégio quando eu precisava ela conseguia, mas conseguia gerenciar com extraordinária eficácia a economia doméstica e não há muita diferenciação filosófica entre essa singular economia e a de Estado, tudo se baseia em austeridade e compromisso. Muita gente, pequenos comerciantes enriqueceram e construíram impérios comerciais assim. Com responsabilidade, cautela e aproveitando a oportunidade quando ela aparece. Trabalho duro, honestidade, e nenhum compromisso com o desperdício. É o tipo de aprendizado que falta para nossas crianças hoje, economia básica, dar valor ao que se tem, mesmo sendo pouco e fazer com isso algo representativo na realidade. Sem entender esse simples mecanismo que custodia o orçamento familiar e de países não há chance de vitória nesse ramo. Hoje, por perfil ideológico, dinheiro público não tem dono, não oferecem respeito a ele e sendo assim, maltratado ele se vinga, oferecendo o que ele tem, a ausência nos cofres para honrar compromissos. Até que apareça um idiota para resolver imprimir mais dinheiro, esquecendo-se que ao multiplicar sua representatividade no mercado o dinheiro reduz seu valor de face. Se você tem um número limitado de alguma coisa, ela vale muito, se você multiplica essa coisa, ela perde valor, pode ser encontrada com facilidade vulgarizando seu preço.



Tem de ficar entendido que no mundo real, fora das platitudes extremas da ideologia como citou Mises: “No mundo real, o agente homem defronta-se com o fato de que seu semelhante age por conta própria”. E também: “No curso da vida humana não há estabilidade e, consequentemente, não há segurança”. A ideologia predominante hoje pertence ao conceito do Mises de desutilidade, algo que apenas produz coisas indesejáveis. Aborrecimentos, desconforto, irritação dor e sofrimento. Quem quiser se aprofundar no tema recomendo que leia o livro Ação Humana de Ludwig von Mises. Não se preocupem, são apenas mil páginas de puro conhecimento. O mundo real não é pasteurizado e homogeneizado, onde a consistência de um elemento é exatamente igual à de outro, o ser humano não é assim, e se sente imensamente desconfortável nessa posição de padronização imposta por conceitos errôneos de burgueses afetados por falsa misericórdia com o povo. Dê ao homem o básico de ensino em economia e largue-o no mundo que ele se vira muito bem, uns vão fracassar, outros não, é da vida. Não só Mises tem seus estudos e conclusões, Milton Friedman cita: “Entre toda a defasagem entre ricos e pobres, em nenhum lugar os ricos são mais ricos e os pobres mais pobres do que naquelas sociedades que não permitem o funcionamento da economia de mercado”. Economia não é um parque de diversões para idiotas, e onde existe mais intervenção estatal nela, poucos enriquecem muito e a maioria vai para a miséria. O intervencionismo socialista leva a um resultado óbvio, a pobreza do seu povo. Economia de mercado livre é a receita da prosperidade, o governo apenas acompanha com poucas intervenções, até a China entendeu isso, mas o socialismo ocidental patina ainda nas conclusões originais de seus criadores. Basta tirar as patas da economia e qualificar profissionalmente seu povo, e olhem, muitas vezes nem de qualificação precisa, pois o ser humano é adaptável e versátil. Em se tratando de comércio ele sempre arruma um jeito de empreender e prosperar. Um picolé vendido artesanalmente vira uma fábrica de sorvete, um açougue vira um frigorífico, uma pessoa fazendo fretes com uma caminhonete vira uma transportadora, mas para isso acontecer e se multiplicar o governo tem de deixar o povo em paz. Com pouca tributação e sem excessos de regulamentações absurdas que dificultam o empreendedorismo. Ao querer abraçar tudo o governo fica sem nada. Quando será que sairemos do domínio dos néscios?





Gerson Ferreira Filho.


Citações:



Ação humana. Ludwig von Mises. Instituto Mises Brasil Editora.


Livre para escolher. Milton Friedman. Record Editora.



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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

O Estado das coisas.

 

                                                   Image by Robson Machado from Pixabay. 





O Estado das coisas.



Então, vamos conversar hoje a respeito dessa entidade que nos oprime, nos controla e exerce poder em quase todos aspectos da nossa vida. Essa coisa predominante e abrangente onde o poder se situa para interferir e regulamentar nossos caminhos, umas vezes de forma mais suave outras vezes com brutalidade, mas desde os primórdios, quando a vida passou a ser mais complexa e em agrupamentos de convivência, assim como a economia que surge naturalmente do escambo, da criação da moeda e do comércio, ele surge da necessidade de organização. Existe grande divergência entre diversos intelectuais muitos deles explicam a seu modo a estrutura que entendem como o que deve ou deveria ser, de Platão a Rousseau até as Marx possuem sua própria visão desse corpo de poder. Franz Oppenheimer, o filósofo e não o físico também possui sua versão sociológica da estrutura. Eu na minha insignificância fico com a seleção natural agindo mais uma vez na organização dos seres vivos, e nós estamos entre eles, sujeitos as mesmas forças de seleção que a natureza impõe a qualquer ser vivo. Lembram-se do conceito: o mais apto sobrevive? Assim se diferencia a sociedade também, os mais capacitados de inteligência e força se sobressaem na estrutura e de alguma forma acabam criando liderança grupal, por predomínio dessas duas condições criam em torno de si o embrião do que se chamará Estado, claro, tudo isso se tronará mais complexo, com a agregação de outros atores indispensáveis ao funcionamento do que se torna cada vez mais diversificado. E assim temos as camadas assessórias da estrutura, como uma religiosidade agregada ao corpo principal que se chama Estado, com sacerdotes que controlam os impulsos naturais do grupo, funcionários públicos que cuidam do necessário procedimento burocrático que dá organização a qualquer atividade e os militares, o braço de força desse complexo de poder, porque ele sempre será necessário em períodos de risco e instabilidade. Sabem aquela estrutura colossal construída a quase cinco mil anos atrás chamada de pirâmide, ali o verdadeiro Estado se estabeleceu como conhecemos hoje. Para construir aquilo foi necessário estrutura burocrática e logística em escala industrial, controle e registro de mão de obra, produção e suprimento de alimentação de uma força de trabalho gigantesca, atendimento médico, corte e suprimento de uma quantidade absurda de pedras e o deslocamento delas, e até hoje nas famílias reais europeias o conceito de direito divino de governar existe, não preciso mencionar de onde isso veio, né? Na fervura dos sentidos, homens se destacam se tornam líderes, criam estruturas de liderança e com isso como passar do tempo a seleção natural conduz os mais aptos ao comando e ao controle de todo esse restante, claro a expertise desse grupo determinará o sucesso ou o fracasso do grupo, pois outros grupos sociais existem e tentarão subjugar uns aos outros, está na nossa natureza, procurar mais terras ou mais um povo para torná-los vassalos e para serem colocados a serviço do seu povo, o vencedor se torna predominante. Até hoje em pleno século vinte e um é assim, impérios procuram vítimas para exercer seu controle e enriquecer seu próprio povo. A estrutura como entendo é essa, mas claro que exporei outras interpretações do tema, porque se faz necessário para o trato intelectual apresentar todas as hipóteses possíveis do cenário. Com numa citação de um romance insinuante de José Lins do Rego, Água-mãe: “Com as coisas do diabo não se devia mexer, Deixassem para um canto, pois o diabo sabia com quem mexia”. Porém, nós na nossa natureza inquisitiva e irresponsável gostamos de enfrentar feitiços e maldições para ver o que está atrás das cortinas do destino, embora o capiroto espreite por detrás da fina cortina de seda do amanhã. Não seriamos humanos sem ousadia. E assim temos Hans-Hermann Hope no seu livro, Democracia o Deus que falhou: “Em última instância, o curso da história é determinado pelas ideias, sejam elas verdadeiras ou falsas. Assim como reis não podiam exercer o seu domínio a menos que a maioria da opinião pública aceitasse domínio como legítimo, os governantes democráticos não podem manter-se no poder sem o apoio ideológico da opinião pública”. Apenas aqui temos diversas camadas para invadir e expor seu conteúdo. O poder do rei ou do governante depende para se manter e ter sucesso da opinião pública, do povo, e para manter esse poder se faz necessário doutrinar a população, se uma grande maioria se tornar submissa ideologicamente, o poder está garantido. E assim se exerce o controle social do grupo, do país de uma nação. Domestica-se o povo com uma cartilha ideológica onde os padrões induzem a submissão intelectual e não proporcione margem para raciocínios periféricos divergentes, e assim se tem uma estrutura base sólida que permita qualquer descalabro, ou sobrevivência em tempo de dificuldades. Valores pecuniários, favores e distribuição de prestigiados cargos fazem o resto. Alguma semelhança como que temos hoje? Pois é, o tempo passa mas a metodologia permanece. O Estado possui uma diversificação grande de métodos de controle, lembrem-se; seleção natural. Lá estão supostamente os mais aptos da espécie, por inteligência, força ou falta de caráter, e não, honestidade, correção, compaixão e amor nesse campo humano são fraquezas, deixam o indivíduo vulnerável e exposto a trapaças organizadas para fazê-lo sempre perder. Lembrem-se: “com as coisas do diabo não se deve mexer”. A abordagem do bem deve ser sempre furtiva, indeterminada e sem rasteio possível. Oppenheimer, o filósofo e não o físico citou: “Rousseau deriva o Estado de um contrato social, enquanto Carey (1793-1879) atribui sua origem a um bando de ladrões. Platão e os seguidores de Karl Marx dotam o Estado de onipotência, tornando-o senhor absoluto do cidadão. Em todas as questões política e econômicas; Platão vai ainda mais longe, chegando ao ponto de desejar que o Estado regule inclusive as relações sexuais”.



Nesse universo de hipóteses e análises diferenciadas Oppenheimer tem a sua versão do tema, A ideia sociológica do Estado. Como ele mesmo emprega temos de ter uma alavanca verbal nova para o tema; ou seja, uma cidadania de homens livres. Eu considerei uma nova abordagem da mesma coisa, no fim se chaga a mesma conclusão, mas coloco para conhecimento de vocês, quem quiser mais conteúdo recomendo que leia o livro dele. Aqui vai: “A ideia sociológica do Estado. A ideia originária, puramente sociológica, do Estado, eu acrescentei a fase econômica e a formulei do seguinte modo: o que é, então, o Estado como conceito sociológico? O Estado inteiramente na sua gênese, na sua essência, e quase completamente nas primeiras fases de sua existência, é uma instituição social, imposta por um grupo de homens vitoriosos sobre um grupo derrotado, com a única finalidade de regular o domínio do grupo vitorioso sobre os vencidos e proteger-se contras revoltas internas e de ataque externos. Teleologicamente, esse domínio não tinha outra finalidade senão a exploração econômica dos vencidos pelos vencedores”. Bom, nada diferente da velha seleção natural onde o mais apto se sobrepõe sobre o menos apto, criando o convívio social regulado pelos mais fortes e supostamente inteligentes não há novidade nesse ajuste natural da organização, submetidos que estamos apesar de que ousemos não perceber, aos ditames da natureza, ainda assim, mesmo com outras palavras somos escravos da metodologia natural que impõe suas regras, A força na natureza é algo predominante e decisivo, a debilidade e a baixa capacidade cognitiva leva populações a vassalagem para quem tem determinação de conquistar seu espaço específico no território da vida. Assim, impérios surgiram e ruíram, sempre que apareceu uma civilização com alguma vantagem tecnológica para o emprego da inteligência e da força. Não há como escapar desse círculo existencial onde estamos inseridos. Ao ser vivente cabe apenas cumprir sua rotina cotidiana e se esforçar sempre para estar como predominante apto para enfrentar os desafios do contexto, se não for assim desaparecerá e será substituído no cenário. Lembrem-se a natureza sempre se reinventa, mesmo através de nós. Não estamos no controle.



Gerson Ferreira Filho.


Citações:

Água-mãe, José Lins do Rego, Global Editora.


Democracia, o Deus que falhou. Hans-Hermann Hope. Mises Brasil Editora.


O Estado. Sua história e desenvolvimento. Franz Oppenheimer. Ludovico Editora.



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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Hipótese catatônica.

 

                                                   Image by Jacqueline Macou from Pixabay.




 Hipótese catatônica.




Em algum lugar da nossa superfície real se abriga um país interessante, onde coisas fora da curva são consideradas normais, um algo de surrealidade, um detalhe agridoce no cheiro peculiar de ser e de pensar de seu povo. Este lugar, de população formada por uma mistura entre antropófagos e a escória europeia surgiu com grande abrangência uma forma de ser que dança entre a insanidade e a completa ignorância. Um valhacouto de espertalhões com abundância de idiotas de toda espécie. Uma gente altaneira que se orgulha de ser o que exatamente é, nada. Pindorama, estamos aqui! E nesse aqui seu passado comprometedor pode ser lavado e enxaguado na frente do povo que ninguém percebe o que se passou, uma penumbra escolástica de conteúdo escatológico de profunda abrangência se impõe e domina todo o cenário que se especifica como um campanário insinuante para ser notado sem ser visto, uma aberração lógica apenas possível por essas bandas. Aqui, até a fome causa riso, o que seria uma aberração em todos os sentidos se considera viável de aplicação na estrutura da realidade. Vejam bem, vou procurar narrar para a posteridade um evento insólito proporcionado por unidades militares de elite, bom, se é possível chamar de elite algo que elabora uma coisa dessa magnitude na boçalidade profunda dos seus termos, mas acreditem, tem gente que leva fé. Temos que levar em conta que esse planejamento que será descrito nos seus detalhes supostamente partiu da estrutura mais preparada profissionalmente do exercito desse país utópico. Um núcleo de excelência no que se considera inteligência de ação e de resolução de problemas relativos a atividade de estratégia militar, não foi de alguma unidade qualquer. Supõe-se que uma unidade assim se constitui de profissionais de altíssimo nível de informação, espionagem, e de neutralização de alvos de interesse. A ponta da lança, aquela unidade que não dá oportunidade ao adversário, ou ao menos deveria ser assim. Mas Pindorama tem suas particularidades exotéricas, o que deveria ser costuma não condizer com a realidade. As hipóteses aqui são tão lúcidas com um jovem do final dos anos 60 início dos anos 70, psicodelismo puro, paz e amor bicho. Reitero, o que supostamente aconteceu partiu de uma unidade de elite, entendam, se faz necessário reforçar isso. Em algum momento histórico houve um descontentamento com personagem do governo nesse grupo, e sendo assim eles elaboraram um planejamento inusitado de resolução do problema que os incomodava. Entendam, sou formado em Administração, tenho experiência na construção de cronogramas normais, e portanto, entendo da estrutura que se deve criar para qualquer tarefa a se realizar. Mesmo as reconhecidamente ilegais. E se é ilegal e representa risco para os envolvidos, qualquer um que tenha o mínimo de inteligência aplicará sigilo absoluto no escalonamento das ações. Mas segundo veio ao conhecimento público, essa unidade de elite usou um aplicativo de conversação social muito utilizado e de possível rastreio. Não é brincadeira! É a versão que circula. Fizeram reuniões em endereço conhecido e possivelmente monitorado com autoridades do governo anterior, produziram minuta com ações diversas e alvos específicos, só faltou reconhecerem firma das assinaturas dos participantes no cartório. Eu procuro crer que seja piada tudo isso, Dedé. Didi, Muçum, Zacarias e o Sargento Pincel não produziriam tal trapalhada, vocês se lembram deles no programa de humor né? A coisa está mais ou menos nesse nível, e se for real temos a maior desmoralização de uma organização militar no mundo. Sendo verdade, essa turma não serve para nada! Mas Pindorama tolera qualquer coisa, qualquer injúria à logica pode ser assimilada de bom grado aqui. E não fica apenas nisso não, após uma reunião preliminar na casa de um general um dos conspiradores foi com um míssil portátil nas costas ou também conhecido popularmente como “bazooka” buscou pegar um táxi, mas como não conseguiu o golpe foi abortado. Olhem, eu prefiro sinceramente que tudo isso não passe de um devaneio de um drogado. Uma esquete de humor não seria tão surreal. Mas para escritores e produtores cinematográficos pode gerar uma comédia e tanto. Mas o que complementa a comédia é que as demais autoridades e mídia do país acreditam e botam fé nessa narrativa, procuram dar-lhe sustentação verossímil para que o povo acredite nisso, não sei se consideram o povo extremamente burro, ou são eles que possuem algum sério problema de interpretação da realidade. Afinal, Pindorama tem suas dificuldades na área da educação, mas a ponto de uma pantomima dessas passar como crível já é pedir demais.



Sabemos que o povo dessa terra possui um sério embotamento cognitivo, e isto também está nas autoridades mas mesmo dentro de toda essa dissonância há um limite aceitável para o que é ridículo em relação a suposta normalidade onde vivem. A discrepância atuarial das expectativas aqui ultrapassou a textura de qualquer comédia. Afinal, até para o ridículo se deve ter algum limite, e Pindorama vai acabar assim com seu prestígio de um lugar onde um sorriso brejeiro explica qualquer coisa com uma malícia oportunista porém quase sincera para se fazer crer dentro da mais sofisticada trapaça. Isto comprometeria a tradição da velha e cultuada malandragem local. A engenhosidade malandra do povo dessa terra não pode ser comprometida desse jeito, seria uma ofensa aos princípios tortos desse lugar que Deus esqueceu. Um bando de patetas, que se dizem tropa de elite proporcionaram a maior comédia dos últimos tempos e tentam tonar crível a patuscada institucional para fins políticos e para uma possível assepsia de discordantes do cenário. Porque em regimes de força tudo é possível, mas deveriam procurar um produtor de realidades alternativas mais competente, para criar um cenário verossímil e aceitável para vender ao povo, sejam mais criativos, a criação de narrativas exige competência e versatilidade, e olhem o adversário de vocês é um idiota, imagine se não fosse. Mas afinal, o que seria de Pindorama sem uma controvérsia para mastigar no fim de semana. O bom de morar no hospício é o certo reconhecimento da loucura assim que se vê. Então, abra uma cerveja gelada e aprecie o circo, o momento é importante porque a certeza de outra loucura semana que vem é total. E lembre-se: essa gente condescendente com o absurdo supostamente cuida dos nossos interesses e segurança.




Gerson Ferreira Filho.  



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domingo, 10 de novembro de 2024

Economia e suas circunstâncias.

 

                                                       Image by WikiImages from Pixabay.




Economia e suas circunstâncias.



Alguém disse por aí que a economia não aceita desaforos, uns dizem que é o dinheiro, mas são exatamente a mesma coisa. E trabalho está diretamente relacionado com ela, a economia, porque é dele que se constitui o mercado, os negócios e a movimentação de tudo o que tem valor para ser trocado e comercializado. Pequenas alterações arbitrárias realizadas nesse contexto por governos e legisladores, embora possam parecer a princípio um benefício, podem se transformar repentinamente numa tragédia se faltar análise de efeitos no cenário. Estão querendo reduzir a escala de trabalho de sete por um, que é um sacrifício para quem se encontra nela, mas essa escala já é antiga no mercado de trabalho e a redução dela vai impactar na economia. Essa escala é majoritariamente usada por quem tem baixa qualificação e portanto são os que possuem menor remuneração. Em um mundo perfeito, seria o trabalho de início de atividade, de novatos, de estudantes por remunerar mal e exigir muito. Pessoas com profissionalização definida, como eletricistas, mecânicos, serralheiros, etc. Normalmente não trabalham nesse período, tem suas próprias escalas de trabalho definidas em outras condições, algumas vezes até mais pesadas, porém com melhor remuneração devido a especialização. E mais uma vez temos que alertar que o mercado nem sempre procede assim, muita gente especializada se sujeita a trabalhar por um salário-mínimo mesmo tendo qualificação. Aqui no Brasil é comum, inclusive o acúmulo de funções, o empregador brasileiro não é amigável. O que pode ser utilizado como atenuante, o empregador paga pelo funcionário o dobro ou quase isso do que o empregado realmente recebe. E aqui estamos no gargalo, para que se reduza a carga horária para algo mais humano, o empresário terá menos mão de obra e dias para faturar e gerar recursos para pagar seu staff de trabalho, o que acontecerá? Vai demitir, pois reduz-se esses dias de geração de lucro e a folha de pagamento permanece. Entradas e saídas. Alguns cretinos acham que alguém que ganha salário-mínimo aproveitará mais a folga prolongada. Atenção! Quem ganha salário-mínimo miserável como o nosso nunca aproveita a vida. Acordem! O que se paga aqui como o mínimo serve para sobreviver e não viver. E por que não pagam mais? Porque a carga tributária é enorme, o governo impede com sua ganância a existência possível de um salário melhor. A aplicação de uma carga horária menor e um salário maior passa pela desoneração tributária, renúncia fiscal do governo. Uma coisa leva a outra e a economia não se sente ultrajada, com salário melhor e carga horária menor se pode até obter crescimento econômico, mais dinheiro permanecerá em circulação, bens de consumo serão adquiridos, até com entretenimento se pode faturar onde o trabalhador recebe mais e tem mais tempo e liberdade para gastar a suposta sobra orçamentária que tiver. Quer melhorar a condição do trabalhador brasileiro? Reduza o custo da mão de obra, sim, teremos os espertalhões de sempre, que irão manter o salário baixo e lucrar mais. Mas essa é a real função do governo, achar esses pilantras e dar um jeito neles, o ser humano é complicado, e no país dos espertos onde todo mundo que levar vantagem, mais complicado ainda. De tão espertos que somos, foi necessário implementar a CLT consolidação das leis do trabalho, um texto fascista de inspiração em Mussolini para haver equilíbrio na relação. Uma vez, lá no passado profundo, me lembro de perguntar ao meu pai o motivo de termos essas regras: ele me disse que antes era pura exploração, não havia limite de horário de jornada de trabalho era do amanhecer ao anoitecer, e por um salário miserável, pior do que o salário mínimo. Se você não entende o motivo de um ditador como Getúlio Vargas ser tão amado pelo povo, aí está. Ele regulamentou e acabou com a exploração. Querem acabar com a CLT? Eu acho que ela hoje é um entrave para a atividade, mas alguma regulamentação trabalhista terá de existir, ou vamos virar uma China comunista, onde funcionários até dormem e se alimentam no trabalho por melhor produtividade e lucro do Estado e de suas empresas fantoches. A sociedade brasileira ainda possui um resíduo de Casa grande senzala, volte uns 50 anos no tempo e teremos apartamento com quartos minúsculos e desumanos para empregadas domésticas, elevador de serviço, pois a criadagem não pode usar o elevador dos supostos “nobres”. Aqui, alguém atinge a classe média e já se sente especial, diferenciado, o criado doméstico uniformizado até hoje provavelmente trabalha em residências um pouco mais abastadas. Tem de existir alguma diferenciação da nobreza de terceiro mundo, ou a sofisticação blasé ficaria prejudicada.



E assim a economia deve ser gerenciada por quem entende dela, ou teremos um desastre certo. Não é algo com que se deve brincar ou fazer experiências heterodoxas, ela é vingativa, vai cobrar um alto preço por qualquer ousadia. As tomadas de decisões nessa área devem ser livres o máximo que puderem Não se preocupem ela, a economia se organiza não há caos se apenas deixar acontecer. Como explica Thomas Sowell no seu livro Economia Básica: “Cada consumidor, produtor, varejista, senhorio ou trabalhador realiza suas transações individuais em termos mutuamente acordados. Os preços são representativos desses termos, não somente para os indivíduos particularmente envolvidos, mas por todo o sistema econômico – e, com certeza, pelo mundo. Caso alguém mais, em qualquer outro lugar, tenha um produto melhor, ou um preço menor para o mesmo produto ou serviço, o fato é transmitido e repercute nos preços, sem que políticos eleitos ou uma comissão de planejamento determine o procedimento de consumidores ou produtores”. Entenderam? O mercado se regula sem a participação de políticos ou profissionais de economia do governo. E mão de obra também é uma mercadoria comercializada, existe negociação e barganha por ela, se o governo não estrangular a atividade com impostos e regulamentações, quem vai cuidar disso são os envolvidos nessa troca de interesses, o que o governo deve acompanhar é apenas se existe algum abuso nessa atividade comercial. Receita de bolo para ajustar o mercado: reduza a carga tributária, desonere o empresário contratante de mão de obra, e acompanhe se não vai existir má fé nas novas contratações, e que nesse caso após redução de impostos deve oferecer mais folga e melhores salários ao contratado. E assim aumentar a arrecadação reduzindo impostos em apenas um setor, pois o aumento de renda do trabalhador propicia mais consumo, e como os produtos estão com sua carga tributária especificadas, haverá aumento de arrecadação em setores periféricos dependentes de consumo, a economia, como já citei em crônica anterior, é uma moça seria, recatada e independente, se você passar a mão na bunda dela como os socialistas gostam, vai levar um soco na cara e perder alguns dentes, óbvio. Então, deixe-a em paz, seguir seu rumo, apenas acompanhe de longe o desempenho e lucre com uma boa relação. Uma economia livre enriquece nações, excesso de controle e tributos matam países e seus povos. Portanto, as dicas estão colocadas na mesa, aproveitem a oportunidade.




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Economia Básica. Um guia de economia voltado ao senso comum. Thomas Sowell. Alta Books Editora.  


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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Inflexão da textura.

 

                                                             Image by Alexa from Pixabay. 





Inflexão da textura.



E assim amigos, aconteceu a eleição americana ontem. Queiram ou não ainda é o país mais poderoso e influente do mundo, a Roma dos nossos dias, o império. Até ontem estava dominada por gente muito estranha, que vive na maior democracia do mundo mas tenta transformá-la em algo irreconhecível e sem a tradicional liberdade que sempre teve. Claro, com seus problemas internos, perfeição não existe. Mas essa turma que foi expelida do poder ontem por vontade popular majoritária, possuía costumes estranhos como: gostar de matar crianças no útero de mães, castrar meninos para que se transformem em meninas, participar de orgias e bacanais onde vale tudo, inclusive pedofilia, consumir drogas sem limites e freios, se fracionar em tribos de influência com comportamento excludente de outras etnias, gerando racismo, vitimização e cobrança de coisas que estão no passado e sem responsáveis hoje, como se culpa migrasse entre gerações. Um contexto distópico capaz de destruir qualquer civilização. Onde o ódio e o ressentimento constante alimenta uma turba de celerados com um cérebro de galinha. Fica evidente que isso tudo contamina outras nações, mas sabemos que isso faz parte de um projeto de destruição social, forçado na estrutura de nações com fim de domínio total por empobrecimento cultural. Tem gente que investe fortunas incalculáveis para moldar o mundo não em algo melhor, mas em alguma coisa insuportável para a maioria da população. Muitos deles dessa população, nem sabem em qual caldo cultural estão mergulhados, vivem por viver, sem regras e diretrizes que venham a levar a um bom resultado. Os agentes da disseminação dessa praga estão de prontidão na mídia e nas escolas e universidades, nos sindicatos, e associações de classe, eles estão em todo lugar. E com muitos anos de doutrinação hoje temos uma imprensa, principalmente ela, quase e assim completamente infame na sua arrogância de uma superioridade artificial com relação à sociedade onde está inserida, acham realmente que são superiores, mas não passam de mamulengos, operando sob cordas de seus mestres, seus financiadores, e os bonecos, depois de tantos anos operando por controle, hoje já adquiriram o cacoete da performance, do desempenho torto e assim prosseguem dissimulando pretextos contra a sociedade com se fossem senhores da razão. E então, de repente, a sociedade americana parece ter entendido que seu país estava caminhando para a destruição, e assim resolveram eliminar essa gente da governança do seu país. Muito bom para eles, e péssimo para essa turma de alienados políticos que vivem na maior democracia do mundo e não a valorizam. Entendam, o voto de forma massiva que derrotou essa gente estranha veio da diversidade cultural, pois ninguém normal quer esse tipo de sociedade deformada. Negros, brancos, latinos, árabes, indígenas, a maior parte da sociedade deu um basta nessa gente louca, que não tem religiosidade, não respeita a família tradicional e os bons costumes, porque no fundo o que todos querem é paz, oportunidades de trabalho e progresso e viver bem no seu núcleo familiar, e não viver acossado por perversões particulares de um determinado grupo que alcançou poder dissimulando uma qualidade que nunca tiveram. Em nome da diversidade e de uma suposta evolução positiva social se apoderaram do contexto, impondo seus valores deturpados e imorais como regra a ser seguida e parece que finalmente a sociedade lá de forma geral percebeu isso. O que todos desejam é uma estrutura familiar: esposa, marido, filhos, trabalho, liberdade religiosa, e um tempo para a recreação merecida em algum lugar seguro, onde criminosos não sejam tratados com privilégios inaceitáveis. Parece simples e realmente é, mas os engenheiros sociais comandados por milionários sem nenhuma ética resolveram brincar de deus, e não faltam aqueles disponíveis para cumprir as determinações do idiotas útil. Não se esqueçam, houve um desestímulo ao trato cultural mais refinado, ao verdadeiro conhecimento, e assim fica mais fácil a manipulação, eu tenho abordado nos meus livros e crônicas esse procedimento sistematicamente, com o objetivo de alertar de alguma forma a uma parte da sociedade do risco que corremos hoje de manipulação dos sentidos. Mas a perda do hábito da leitura se tornou um grande obstáculo nesse processo, ninguém ou quase ninguém gosta de ler, acha desconfortável e isso já é um efeito desse programa de empobrecimento social forçado. Mas observem, esse movimento da população nos Estados Unidos traz esperança pois significa que grande parte da sociedade parece ter entendido a situação e não aceita mais este estilo depravado de vida que querem impor de maneira arbitrária, sem a real aprovação do povo.



Claro, isso vai acontecer de maneira diferente em cada país, lá na América, existe ainda um nível de liberdade onde é possível um resultado correto, que mostre a real vontade popular, em outros lugares já não é mais assim. Até lá existem fraudes como a história mostra recentemente mas se houver acompanhamento e vontade popular a coisa fica mais difícil. E assim tivemos um espetacular resultado de mudança de rumo político, uma verdadeira inflexão da textura da realidade daquela sociedade, e essa inflexão pode trazer resultados positivos em todo o mundo, como já citei, a influência deles, os americanos, no mundo é enorme. Nem só de calça jeans e Coca-Cola vive o mundo, mas de toda ideia implementada por lá. Agora, resta aos eleitos trabalharem correto, cumprirem as promessas feitas, reorganizarem a economia, criarem mais empregos, reduzirem a violência, e o principal e indispensável: não fazer acordos com gente suja de jeito nenhum! Um velho ditado popular diz: “quem se mistura com porcos farelo come”. Aqui em Pindorama nossa esperança repentinamente resolveu se casar politicamente com gente suja, e hoje vive na dependência da caridade deles para não ser preso. Que isso sirva de lição para nossos irmãos Americanos, a politica conhecida como “a arte do possível” é o caminho do inferno, não se abre oportunidade para gente suja e para oportunistas. O lugar dessa gente é na cadeia, ou eles vão nos colocar lá. O resultado das eleições lá nos Estados Unidos foi espetacular para os conservadores, como se diz popularmente; foi barba, cabelo e bigode. O representante eleito venceu no voto popular e no número de delegados, e ainda fez maioria no Senado e Na Câmara dos Deputados. Ou seja, todo o sistema político está na mão, agora basta fazer a coisa certa. Desinfetar a máquina pública, reorganizar o país e mais uma vez servir de exemplo para o mundo. Que fique para registro, a liberdade ainda respira.




Gerson Ferreira Filho.


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