sábado, 30 de julho de 2022

Fragmentos. Primeira parte.

 

                                              Imagem de Josep Monter Martinez por Pixabay.



Projeto que pode se transformar em livro se a saúde assim permitir. Início dos trabalhos.😀



Fragmentos.


Neste intervalo cósmico surgiu consciência, que nesse turbilhão de propostas ouso a chamar de minha. Embora não consiga definir princípio e fim, intervalo e limite nas cercanias do caos nessa fina e quase abstrata forma que possuo agora, e luta para se adaptar a essa condição peculiar de possuir matéria, de sentir peso intrínseco, de perceber temperatura e o odor e a dor pelo contato com aquilo que me cerca, se assim, entendo que me envolve nessa ocasionalidade surreal e fortuita de base ainda frágil chamada de plano de ação. Estranho chegar aqui, este lugar exótico e impiedoso, uma aberração onde a existência é biológica e portanto de estrutura por mais complexa que seja, um arremedo de eficiência e alto custo na questão de consumo de energia, um desastre anunciado, um capricho inconsequente e exótico, porém belo que deve servir para aliviar o tédio ao criar sistematicamente problemas que precisarão permanentemente de ajuda e investimento para fugir do colapso que sempre irá se avizinhar como se fosse premissa básica deste nível de viver.


Então, todavia cheguei, e nos primeiros registros que pude perceber algo morno e macio me fornecia alimento, com cheiro característico que acompanha minha memória até hoje tantos anos depois, uma essência de conforto e proteção, um algo que faz parte de mim. Mas ainda assim, e apesar de ser inusitado está de forma externa ao meu ser. Uma extensão existencial com o propósito de ser e de sentir como o abrigo inviolável do seu fruto apesar de qualquer circunstância e risco. Entendi assim que eu seria esse fruto, o produto do ciclo, a continuidade de alguém. Este algo constituído de amor. De forma subliminar e furtiva vou percorrendo esse meu armazém de lembranças, um empório de recordações que ainda consigo ver de soslaio através do tempo, desse tempo que me consome implacavelmente, agora que estou contido nessa parte palpável do existir.


Estar nesse contexto que cria um determinado momento se trada apenas de afeto e satisfação de necessidades. Onde o acervo de novidades se expande de forma geométrica para suprir essa fome também colossal de conhecimento, de saber mais, de entender o mais rápido possível todo este cenário ainda a se revelar passa a ser a primordial, tarefa após o básico realizado. Superar tarefas como andar pela primeira vez, que coisa difícil parece ser, mas se todos fazem devo fazer também. Um dia perguntarei o que exatamente é aquele barulho cadenciado que rotineiramente escuto e de alguma forma transmite vibração em tudo que nos cerca. Bem mais tarde fiquei sabendo que era o trem que passava nos fundos da casa, na época morávamos numa rua sem saída e assim o ruído dos vagões era uma constante cadenciada no cotidiano. Mais tarde um pouco fiquei sabendo também que aquilo que caminhava pela casa nas quatro patas que possui e era preto e branco, se tratava de um cachorro, e se chamava Dick.


Sair do ambiente protetor básico que chamamos de casa pela primeira vez foi algo inebriante. Uma tempestade de sensações loucas, sorvi tudo aquilo com a volúpia dos insanos, a gula insaciável por percepção me levou a um esgotamento, e naquela noite dormi na profundidade abissal dos meus sentidos. Para digerir o peso de tudo isso que se apresenta foi necessário um oceano de hipóteses, costuradas carinhosamente nos meus limites cognitivos. Acordei energizado para mais um dia de aventuras.


Prossegue.


Gerson Ferreira Filho.

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quarta-feira, 27 de julho de 2022

A impermeabilidade do ser.

 

                                                        Imagem de Alexa por Pixabay.




A impermeabilidade do ser.



Não é possível que se faça ver quem se recusa a enxergar. Este aforismo popular consiste em estilo de vida, defesa psicológica programada, um tipo de sublimação estilizada para evitar o desconforto com um cenário desfavorável porém real e controverso. As pessoas se plastificam em certezas ocasionais evitando assim o contato com a aspereza da realidade. O atrito desgastante com o axioma evidente causa dor e sendo assim não existe diálogo possível ou argumento plausível que as retire do transe confortável que o invólucro asséptico lhes proporciona.


Reagem agressivamente a qualquer tentativa de mostrar que aquele mundo não seja real, mas apenas um raciocínio manipulado e compartimentado em sua atmosfera específica, não possuindo consistência fora do recipiente. Mas sim, apenas um simulacro como um bote de resgate na tormenta. Dá segurança momentânea em relação a urgência mas pode não significar a salvação dependendo do que está por vir. Essa dissimulação estimulada e envolvente vicia, tornando seu usuário impermeável à argumentação.


Talvez e somente talvez uma desintoxicação psicológica tardia, se essa existir através de profissionais do ramo possibilite uma transcendência para que passem a ter uma percepção adequada daquilo que lhes foi apresentado. Será um trabalho de parto com complicações e com sofrimento pois o envoltório possui resistência e é complacente, aceita bem o esforço aplicado para que exista o rompimento. A ilusão se abraça a seu portador e se aconchega nas minúcias mais íntimas.


E assim cria um grau de dependência muito similar ao da dependência química ao definir as emoções que devem ser apresentadas ao exterior da capa protetora. Ao impermeável se deve à atenção necessária, mas apenas não se deve esperar um retorno plausível e por isso e ainda assim que não caia na negatividade de urgências e necessidades inexistentes. Lembre-se, o mundo deles é particular. E Não há como convencer ou alcançar um entendimento e um objetivo possível com alguém que vive em eufemismos no clássico conforto mental ou na fragrância da sinestesia estrutural como objetivo de vida.


Florear a existência pode ser muito confortável e pode ser utilizado com um último recurso de sobrevivência psicológica, mas estes caminhos são perigosos pois margeiam a loucura. Tenha um propósito, seja determinado nunca perca o foco, lute pelo que é real. E no caminho, equívocos acontecerão, o revés pode até virar momentaneamente rotina, mas a perseverança e a compaixão são ferramentas básicas do amor ao próximo.



Gerson Ferreira Filho.

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terça-feira, 26 de julho de 2022

Poeira cósmica.

 

                                                   Imagem de Peace with love por Pixabay.




Poeira cósmica.



Não me impeça de pensar, seria um insulto a qualquer e tênue conceito de liberdade. E se no caos não existe padrão, eu um filho dessa aleatoriedade não me encaixo e trafego bem nesse cenário randomizado que ocasionalmente me trouxe aqui. E com essa disposição intrínseca bebi sentenças amargas na premissa evidente. Porque na primeira esquina todos os votos, todas as promessas foram descartadas da realidade. Natural nessa indefinição e até compatível com a desarmonia de um vazio inerente ao absurdo buscar então, o propósito. Este detalhe sutil que age como argamassa da realidade e cria sentido para existir.


Sim, o propósito, aprender um pouco mais, adquirir conteúdo intangível, abrigar novos conceitos lutar contra o impossível e se possível vencer inesperadamente na margem oculta dessa página insana que se constitui a vida. Fugir nunca deve ser a opção, mergulhar no desafio e revirar suas tripas deve ser o objetivo. Nunca dar folga par os problemas, eles adoram a displicência e a preguiça. Não o deixe dormir, fustigue-o até a exaustão, que o limiar da noite tranquila nunca chegue para aquilo que é inconveniente. Seja o pesadelo e não o sonho para aquilo que não convém.


O infame descaso e sua sarcástica traição não devem possuir conforto neste cenário, ou dominará perversamente o irresoluto. E ainda que nada fisicamente possa ser materialmente transformado crie a ondulação no destino deixando o rastro provando que existiu luta até ó último segundo. E que as artimanhas supostamente planejadas possam até conduzir mas não domar a alma humana, este fragmento de universo que existe em cada um de nós. Porque se o infinito mora em mim não existirá limites para o amor que em mim habita mesmo fustigado pela ingratidão.


Lidar com o absurdo de hipóteses sistemáticas neste contexto amorfo me ensinou a ser furtivo e sagaz. Viver enfim, lutar desde a primeira fração de momento e ter prazer com isso me faz sorrir no pior momento pois se nada constitui meu espírito rebelde eu nem sequer deveria estar aqui criando esse arcabouço de momento montando palavras exóticas e desafiando a lógica, porque o nada tem conteúdo e para lá um dia eu vou com um sorriso sujo de poeira cósmica nos lábios.


Gerson Ferreira Filho.

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sexta-feira, 22 de julho de 2022

Limiar.

 

                                                Imagem de Alexas fotos por Pixabay.




Limiar.



O que exatamente poderia nos dias exóticos da atualidade ser consentido chamar de insanidade? Um unicórnio rosa sobrevoando a cidade ou um grupo entediado com tanto dinheiro que resolveu brincar com o mundo, eliminando peças do tabuleiro como se fossem coisas e não vidas humanas? A imponderável flutuabilidade de uma razão quimérica se perdeu nas brumas da loucura explicita encorpada por doutrinação de massa que ao se alojar no subconsciente coletivo corroeu o atributo do equilíbrio civilizacional.


Trafegamos agora em vias oblíquas e com a configuração de um labirinto, sem saber exatamente qual serão as regras existenciais permitidas após a próxima curva, ou se ainda estaremos aqui com uma permissão padronizada de existência concedida, um favor, uma esmola permitida pelos “deuses” dos novos tempos. O questionamento válido no momento é: vale a pena existir sem desejos próprios? Sem autonomia? Sem liberdade? Possuindo uma “vida” regrada por diretrizes estabelecidas por terceiros, estes que nem sequer sabem dos seus anseios?


Nisso o mundo se transformará em breve. Por que? Porque a maioria está fornecendo espaço para que insanos associados a interesseiros e desonestos consigam manobrar e aumentar a amplitude de seus planos pessoais, onde não há lugar para a maioria. A sociedade só chegou até aqui por causa da intensa diversidade humana e com essa ferramenta poderosa de múltiplas faces construiu o conhecimento e a prosperidade, ainda que mal distribuída. O mundo pasteurizado e seleto que está por vir não possuirá a variação intelectual que possibilita o progresso dentro da multiplicidade de escolhas e oportunidades. Suicídio coletivo de uma espécie?


Na superfície parda dos meus devaneios reside a certeza que o amor prevalecerá, mesmo contra essa sólida loucura contemporânea que me fustiga no limiar da vida. O último capítulo não pode se resumir a uma tragédia patrocinada por insanos produzidos em escala industrial, encharcados com sua débil moral padronizada, o lugar-comum da demência coletiva que abraça nosso cotidiano. Em algum lugar um pouco de vergonha na cara deve ter restado em quem possui o poder de reverter estes termos sombrios. Porque acreditar que mesmo em posição relativamente privilegiada estarão a salvo do que está por vir, hoje, equivale a fazer um testamento para ninguém, pois os seus irão contigo para o esquecimento. Os vencedores escrevem a história, e se não existir história que nos escombros fique a marca da luta.



Gerson Ferreira Filho.

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terça-feira, 19 de julho de 2022

A exata inflexibilidade.

 

                                              Imagem de Frauke Riether por Pixabay.



A exata inflexibilidade.



A política e os números costumam não ser muito harmoniosos, mas há de se ter cuidado com esses últimos. Eles, os números não flexionam por mágica ou vontade, eles mostram de maneira implacável o resultado da displicência e da falta de cuidado geralmente presente na política. Até para nós, na economia doméstica aquela coisa simples do cotidiano, onde gerenciamos nossas contas, nossos gastos, despesas e quando possível, se for possível uma poupança qualquer. Rolamos dívidas, trabalhamos com cartões de crédito com data de vencimento o mais distantes entre elas para aproveitar a lacuna de maior prazo, reduzimos o consumo interno, abrindo mão de alguns prazeres para acumular recursos visando o equilíbrio das contas. Todas essas margens, embora referenciadas em valores diferentes, são iguais para a família e o governo.


Não precisamos fazer um balanço patrimonial, um demonstrativo de resultados ou relatório de fluxo de caixa, ou controlar o ativo circulante conhecido como capital de giro, mas o governo precisa, alguém tem de fazer e tem de ser muito bom nisso. O capital de giro que explicando de forma bem simples significa subtrair o ativo circulante do passivo circulante é um ponto crucial na operacionalidade do conjunto. Aqui entenda conjunto como governo, ativo e passivo aqui meus amigos não tem nada relacionado ao desejo sexual mas sim com equilíbrio de contas. O passivo se relaciona com dívidas como: aluguel, contas a pagar, pagamento devido aos tantos fornecedores, folha de pagamento de funcionários. E o ativo: contas a receber, aplicações financeiras, valores positivos em contas bancárias


Bom amigos, o governo está momentaneamente fazendo coisas que espero esteja levando esse singelo controle exposto de forma muito simplificada aqui a sério, porque está eliminando receita, diminuindo impostos – não que não tenhamos margem para redução – nossa carga tributária é imoral. Mas quando se reduz significativamente a arrecadação e logo a seguir abre-se a torneira dos benefícios pagos pelo governo devemos nos preocupar com seriedade. O Brasil tem uma arrecadação de impostos gigantesca, mas também tem uma folha de pagamento enorme. Políticos, juízes, funcionários públicos de forma geral, e ainda tem de ter dinheiro para aposentadorias, sistema de saúde, obras de infraestrutura, e nada disso sai barato. É sempre bom lembrar para os que ainda não entenderam: o governo não tem dinheiro, o dinheiro do governo vem do seu salário cidadão. Do produto que você compra no supermercado, do carro que você compra, do combustível que você usa.


E até da água que você bebe. É até difícil encontrar algo que não receba tributação. Este é o dinheiro do governo, todos pagam do mais pobre ao mais rico. Uns escapam repassando esse valor para produtos mas o consumidor final morre com ele no bolso. O dinheiro do governo é o nosso dinheiro arrecadado das mais diversas formas. O salário do político e dos juízes é pago por todos nós, eles não se importam em possuir remunerações estratosféricas, não são eles que pagam. Na verdade recebem valores que amortizam o efeito da carga tributaria que claro, incide em cima deles também. A questão aqui primordial gira em torno da irresponsabilidade com os números hoje, a matemática financeira não se comove com política, ela tem a exata inflexibilidade dos números. A benesse de hoje com o dinheiro público será motivo de desespero amanhã. A não ser que nesse mundo muito louco criaram uma matemática de gênero onde os desejos particulares de alguns flexionem os resultados criando recursos do vento ou que ondulem conforme o oceano. Me lembro de algo que minha mãe dizia: “dia de muito, véspera do nada”.



Gerson Ferreira Filho.

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domingo, 10 de julho de 2022

Tendência inevitável.

 

                                                    Imagem de Kranich17 por Pixbay.



Tendência inevitável.



O pedreiro usa o prumo o prumo apruma a parede e assim elimina o desvio, aquela inclinação furtiva que pode comprometer o conjunto. E o assunto agora é justamente esse, o desvio, o erro quase imperceptível que pode comprometer tudo a partir dali. Ou poderíamos dizer também aquela fração de milímetro que vai travar a engrenagem e destruir o motor. No fim, tudo não passa de sutileza matemática e para algo, seja o que for, dar certo tem de ter a devida medida, não seria diferente no plano comportamental de uma época. Temos hoje toda essa deformação nos termos do existir graças ao descuido e a negligência do passado. Parece coisa programada, porque toda grande civilização entra em declínio justamente por dormir, e com esse sono confortável sobre o colchão macio de conquistas esquece do dia de amanhã.


Preservar e manter tradições, procedimentos, comportamento e conhecimento passa a ser fundamental para o futuro e para a perpetuação de um estilo e de um modo de vida. Mas o sucesso embriaga, e regras fundamentais vão caindo no esquecimento, e o pior gradativamente passam a ser substituídas por coisas duvidosas e corrosivas quanto a formação dos novos elementos sociais que irão inevitavelmente conduzir o futuro. E o desastre programado de nossa época foi criado e alimentado a partir da produção muito elaborada e intelectualmente impecável de uma fraude intelectual, o socialismo. Para seduzir, ela precisava ser muito bem-feita, ter consistência dramática e envolvente como uma sinfonia clássica com o dom de envolver a alma mesmo depois de finalizada, e que assim criasse derivações mais palatáveis e harmoniosas através do tempo como de fato surgiram novas versões modernosas criadas por uma escola chamada de Frankfurt.


Esta tendência que suaviza essa barbárie veio primeiro com Georg Lukács, um dos nomes proeminentes dessa “doutrina” ao perceber bem antes que o comportamento troglodita e selvagem do socialismo não iria muito longe sem um refino necessário. Ele cita as “ciladas dialéticas” ao afirmar: “mostram que é preciso justamente separar a dialética e o método do materialismo histórico, se quiser fundar uma teoria consequente do oportunismo da “evolução” sem revolução da “passagem natural” e sem luta para o socialismo”. A coisa já estava fazendo água lá atrás, foi preciso uma reforma que outros “intelectuais” fizeram tempos depois na já citada escola de Frankfurt principalmente e com o trabalho de outros pervertidos. E assim foi feito para efetivar a ilusão das massas. Este veneno foi aplicado criteriosamente nas escolas e universidades.


Assim sendo o ocidente maravilhado com o fim da segunda grande guerra e feliz pela derrota de um regime opressor e coletivista esqueceu que outro sistema igualmente maligno tinha planos cheios de cobiça para o mundo. A estratégia de domínio foi “adoçada” e entregue em forma cultural para todos, poucos escaparam da doutrinação. E como nada que começa errado, lembrando do prumo supracitado, acaba bem, hoje temos todos esses conflitos de desvirtuação da lógica civilizada de como viver e deixar viver. O desvio se acentua com o prosseguimento da construção e hoje temos derivativos como o progressismo, política de gênero, e outras excentricidades com uma origem bem definida para quem observa e estuda o tema. Ninguém viu, ou não quis ver, não percebeu com o frisson da prosperidade e da expansão econômica dos novos tempos que a continuidade social estava sendo sabotada. Deformada para produzir o cenário exótico e surreal no qual vivemos.


Assim desmoronam a sociedade e civilizações, com o descuido e a displicência com o amanhã. Ao permitir sutilezas perigosas e comportamentos inadequados. Hoje, infelizmente parece já ser tarde para os poucos que sobreviveram a toda essa doutrinação. A força do conjunto insanidade parece ser intransponível, a verdade se tornou inacessível e passamos a viver numa construção social que levará a perda da liberdade conhecida. Quase não existe mais um foco de resistência, tudo ou quase tudo foi dominado. Dos legisladores aos aplicadores da lei, lei essa que agora tem viés, tem flexibilidade e se ajusta conforme a necessidade desse novo sistema que se tornará predominante. Esqueçam tudo que passou, os novos “iluminados” irão certamente apagar até da história os vestígios dos bons tempos de prosperidade de liberdade que um dia existiu.


Gerson Ferreira Filho.


ADM 20-91992.



Citação: Georg Lukács no Livro História e consciência de classe. Estudos sobre a dialética marxista. Martim Fontes Editora.




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quinta-feira, 7 de julho de 2022

Ensaio conceitual de um tempo.

 

                                                          Imagem de ELG21 por Pixabay.



Ensaio conceitual de um tempo.



Entender esta nostalgia encharcada de esperança poderia entorpecer e faria do destino um abismo quando na verdade tudo que o desejo ordenava era reviver uma recordação de forma material. Se assim fosse a profundidade da escuridão submissa a algum devaneio que pudesse lhe entregar uma opção para não se apegar tanto ao teor sublime que possa apresentar o tecido da realidade escondida se o pressuposto se ocultar no plissado da intenção quando o sarcasmo da hora tomar a dianteira da narrativa. Não! Não tenha a certeza do possuir o controle e a consistência desejada e reconfortante, ao contrário pode dissimuladamente por acaso ter a característica pegajosa de uma teia. Onde os desesperados se atiram e não podem mais sair. Os conselhos apressados do pior momento não representam um compromisso com a exatidão. O ressentimento não ajuda mesmo que tenha por base algo muito real, a ingratidão, essa coisa que acontece e permanece, como um corrosivo da alma.


Há necessidade de progresso, de fluir para o futuro, abandonar todo resíduo inconveniente de relações, que não se submete mais aos caprichos do tempo porque vivem hoje no museu das lembranças. As artimanhas da estrutura semântica dessa construção intelectual que lhe envolve não pode ser apenas um fim mas apenas um ensaio de um principiante que procura estruturar e compreender a jornada. Entenda a impessoalidade da realidade, ela se impõe e atropela sonhos e desejos, seja gentil com ela, seja adaptável e se ajuste conforme o fluxo inevitável da vida e encontre seu espaço coerente com as regras. Até porque estamos em tempos de gente que apesar de ocupar posições relevantes, de possuir supostamente preparo intelectual e acadêmico para decidir o futuro, teve sua formação comprometida nos bancos escolares por perfídia utópica e insanidades ideológicas que contrariam toda e qualquer regra de vida de uma sociedade civilizada.


Essa saudade impertinente de tempos sem insanidade e amarrados na lógica comportamental da civilização que hoje vemos em processo de destruição foi perdida por descuido, por estarmos embriagados em sucesso, liberdade e prosperidade. Hoje, infelizmente estamos no período onde o iluminismo de botequim substituiu a racionalidade crítica dos tempos onde era realmente vanguarda e não bazófia de um sofomaníaco no exercício de um poder roto e desfigurado. Vivemos no mundo controlado agora por uma geração que foi nutrida e amamentada por mais de quarenta e tantos anos com o “leite” de Karl Marx, nos colégios e universidades, e este povo não reconhece respeito a opinião alheia e acredita que a lei pode ser flexibilizada conforme o desejo de momento. Alguns ficaram extremamente ricos e resolveram dominar o mundo passando por cima até de governos com complacência das autoridades que rezam pela mesma cartilha progressista, essa infâmia comportamental.


Uma vez de posse de tanto dinheiro e com o sucesso consolidado, estes “iluminados” transformaram o mundo em um tabuleiro, onde se joga o destino de todos de forma irresponsável e como crianças mimadas jogando um prosaico jogo de estratégia modificam o destino de todos. Simplesmente porque eles podem. E quem poderia com a força da lei impedir, hoje faz parte da “brincadeira” e assim está neutralizado em demência ideológica aguda. Somos governados por líderes sem transcendência sem metafísica que idolatram a si mesmos e tendem a se transformar em um moedor de carne. O estar além do mundo material é o que nos difere das bestas. Os irracionais não filosofam e muito menos raciocinam. Vivem apenas por supostos prazeres do cotidiano ao saciar seus instintos e necessidades vitais.


Então, como recurso psicanalítico apenas sublimamos como último recurso de defesa para amenizar aquela nostalgia já citada que causa dor quando em confronto com a realidade. Pois ao sobrenadar a insanidade não devemos nos permitir perder a guia do entretanto porque o todavia pode engolir você na margem do absurdo. Porque ao sobrenadar rotineiramente a loucura este princípio se consolidará de tal forma na sua realidade que será impossível distinguir-se de tudo. Sua individualidade, aquilo que realmente você é, terá desaparecido irremediavelmente no delírio coletivo e você será apenas objeto, um conteúdo de um todo vil e degradante, um objeto sem humanidade limitado por suas circunstâncias ocasionais e preferências programadas pelo coletivo. Temos o nosso tempo, portanto, mantenha seu olhar firme, mesmo contra essas artimanhas desse conflito de interesses, mantenha uma altivez mordaz ao alimentar o recato numa convicção absoluta do quem verdadeiramente você é, mesmo naquele momento onde não exista mais distinção de quem ou o quê. E lembre-se sempre: o socialismo é uma fraude intelectual de muito sucesso e o politicamente correto cria dessa bestialidade não passa de censura comportamental para poupar a sensibilidade de gente mal resolvida em luta com seus próprios fantasmas.



Gerson Ferreira Filho.

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segunda-feira, 4 de julho de 2022

Ao irresoluto à consequência.


                                              Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.


Ao irresoluto à consequência.


Flutuar em brumas afrodisíacas de certezas consistentes como um devaneio pode levar a um desastre com contornos trágicos mais à frente. A ilusão cumpre seu papel embrulhando com sua perfídia o comportamento de parte da sociedade. A rede social, ou as redes sociais criaram um reduto adequado para a troca de ideias e sentimentos, mas aprisionou dentro de seus limites grande parte da sociedade, principalmente a parcela da sociedade que possui recursos para ter um Smatphone, pagar uma conta telefônica que permita navegar com frequência na rede, e principalmente, tenha tempo livre para isso. Este público não é aquele que sai de casa pela manhã procurando um trabalho eventual que possa lhe fornecer recursos para comprar o almoço e a janta do dia, um bico, um biscate, como se diz em algumas regiões.


Não, ele é aquele que tomou um café ralo com pão dormido nessa manhã de luta e desesperança que se apodera dos nossos dias. Um cenário produzido por inconsequentes que comem iscas de filé mignon no café da manhã e gerenciam o mundo de seus gabinetes forrados com madeira nobre da Amazônia. E nisso diversos governos do mundo foram levados a se submeter a um controle insano e irresponsável economicamente de gerenciamento de crise, a contingência foi transformada em veneno e ninguém percebeu, ou não quis perceber, por interesses diversos, muitos impublicáveis. A coisa foi levada a ferro e fogo como um efeito manada algo típico de ruminantes irracionais. O berrante tocou e todos, ou quase todos seguiram o comando. O preço está sendo bem amargo, mas está tudo dentro das regras, ações e consequências.


Hoje temos uma eleição para ser conduzida. Os resultados econômicos reais não são animadores, embora muito melhores quando em comparação a outros países. E no caminho tem uma enormidade de população que qualquer resultado de retração na atividade econômica lhe tira a comida da mesa. Foi opção do nosso governo atual se render completamente ao comando externo. Não existiu análise de impactos possíveis, se deveríamos utilizar a mesma abordagem, uma vez que o mundo possui cenários diferentes e com complexidade própria. A particularidade da região afeta o resultado, métodos coletivistas devem ser sempre vistos com cautela, normalmente não resultam em boa coisa onde a diversidade constitui a regra. Mas esperar o que de onde se raciocina coletivamente, como uma colmeia, e não possui as alternativas que só a liberdade oferece. Então, temos uma área de fragilidade exposta ao assédio do populismo de esquerda que acena com dias melhores que um dia lá no passado pôde ser oferecido por peculiaridades momentâneas de cenário e não apenas por gentileza.


Pior que todo engajamento dos “intelectuais” de esquerda, mídia, judiciário com a causa socialista será esquecer essa parcela desassistida pelo caminho. O governo tardiamente vem adotando medidas de contenção desses problemas, politicamente vem agora atuando para minimizar algo que ficou no esquecimento, que a redução da capacidade de produzir riqueza da sociedade provocaria. Não existiu administração profissional abrangente da situação, e nem a percepção que algo muito errado surgiria depois. Agora temos doidivanas da classe média festejando uma vitória no primeiro turno de seu candidato e uma esquerda salivando para se apoderar do palácio e seu cofre novamente, pois sabe do lastro de possíveis eleitores na parcela realmente pobre a sociedade.

A falta de critério cria o problema, espero que no final apesar das cabeçadas administrativas e a pusilanimidade no comando acabem encontrando o acaso da vitória, ou nos veremos em péssimos dias e a agonia será a refeição principal.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20-91992.


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