sábado, 30 de março de 2024

Tangenciando o perigo.

 

                                                       Image by Eva Schmidseder from Pixabay. 




Tangenciando o perigo.



Enfim, a modernidade nos alcançou em sua plenitude, temos uma sociedade supostamente mais inclusiva, mais tolerante, onde toda e qualquer atitude está regrada no politicamente correto, homens e mulheres possuem seu espaço reorganizado de forma a que tenham exatamente a mesma atividade e função. E assim, com uma prosperidade gerada nessa maioria colaborativa e produtiva quanto ao progresso e ao enriquecimento, uma vez que todos produzem democraticamente e acumulam o fruto do seu trabalho, o conjunto prospera e a marca da eficiência se torna evidente no cenário de riqueza e prosperidade, onde a partir desse ponto o hedonismo passa a ter espaço e frequência garantida, afinal, o conforto e o bem estar propiciam o desejo a conseguir espaço para ser extrapolado onde não há limite de recursos disponíveis para o prazer. Com o avanço científico cada vez mais, a vida nesse mudo se torna mais prazerosa e menos estafante quanto a trabalho e a geração de entretenimento diversificado para grande parte da população que está incluída nesse segmento social de privilégios. Claro, sempre existirá aquela parcela de excluídos, por diversos fatores: debilidade mental, pré disposição para a preguiça natural em sua personalidade e falta de preparo intelectual para acesso a uma profissão que lhes proporcione vida sustentável e justa. E claro! Também as tradicionais vítimas da demagogia política que promete e não garante acesso a recursos fundamentais para evolução positiva no contexto social. Essa questão, a política predatória, que só pensa em si e nos seus tem efeito devastador nessa camada social mais frágil, o político que se diz comprometido com os mais frágeis mas ao se eleger só faz enriquecer à custa dos seus eleitores. Porque sendo o espelho do povo, o político profissional apenas pensa em acumular prestígio, poder e dinheiro, que se dane o coitado que votou nele, quando puder, e se vier uma lembrança oportunista ele joga uma esmola para o povo. O tempo de visitar a comunidade e de carregar criança no colo já passou. Então, o ocidente não é um mundo perfeito, tem sua periferia com todos os problemas possíveis, gerados por uma elite pedante e desinteressada, mas ainda assim é o auge da civilização até aqui. Não podemos desconsiderar todo o avanço científico, em medicina, em inteligência artificial e todo o restante tecnológico que temos hoje. Portanto, deveria ser seguro quanto ao futuro existencial dessa sociedade, mas esqueceram da outra metade do mundo, onde os costumes e o modo de vida continuam a ser os de mil anos atrás. O mundo onde mulheres se dedicam ainda exclusivamente a parir no mínimo seis filhos, onde um marido pode ter várias esposas, todas colocando no mundo diversos filhos, onde toda a vida e regulamentada em religião e a fé é primordial para se viver em sociedade. O que vemos então? Vemos este mundo transbordar e com isso invadir o asséptico mundo ocidental com seus filhos incontáveis, que certamente irão colonizar o espaço rejeitado pelo cidadão ocidental, entediado com sua existência onde nem sua própria identidade sexual consegue entender mais. Entendam, é uma questão natural, o fértil substitui o infértil, o incapaz de se reproduzir; incapaz por politicas castrantes de comportamento, de emasculação sistemática dos seus homens. Na sociedade ocidental hoje, se prioriza o sexo entre iguais que não reproduzem descendência, na mulher independente e livre das tradicionais tradições maternas, e os que se reproduzem têm no máximo um filho por casal. Qual a chance de uma sociedade assim sobreviver? Quase zero. Temos apenas que contar o tempo no qual a substituição social vai se completar, é óbvio que o lado que se reproduz vai se tornar preponderante a ponto de substituir totalmente a sociedade ocidental como conhecemos hoje. Como o velho lugar comum, não é questão de se e sim de quando. Um ocidente que não procria, que não se reproduz deixará de existir para dar lugar a uma sociedade regrada na fé e nos tradicionalismo de seus costumes, por mais exóticos que possam parecer aos olhos de um cidadão comum ocidental hoje. Não se trata de ambiguidade semântica mas da pura realidade que se apresenta no contexto atual.


Estamos numa época onde mudanças apoiadas nos erros estratégicos de condução social irão assim cobrar seu preço, não estamos mais no campo das hipóteses e sim no recado da mudança de rumo dos costumes de vida e de religião do mundo. Nossos líderes sociais só pensam em poder e em enriquecer pessoalmente com seus cargos, entumecidos de arrogância, não percebem o risco que correm na substituição social que aparece no horizonte. A cultura woke, tão apreciada e expandida aos borbotões pela sociedade ocidental, onde uma juventude frágil e desidratada de valores realmente relevantes quanto a vida em sociedade produziu um ocidente indefeso quanto a uma cultura tradicional e disciplinada quanto aos seus costumes de vida. Hoje, garotos de classe média não têm certeza mais se são masculinos ou femininos, e garotas se esfregam em busca de prazer experimental, na sociedade que se avizinha, isto é crime punido com morte. Poder-se-ia até usar uma tergiversação acadêmica para interpretar isso como um ajuste natural da sociedade, onde se tem algo colapsando e a chegada do processo de correção, seria isso mesmo? A natureza, na qual estamos inseridos possui seus truques brutais de ajuste de conduta. A tecnologia que produzimos e nos envolve também nos fragilizou, nos tornamos dependentes de pequenos grupos de influência, que ditam suas normas esquizofrênicas para toda a sociedade, e assim o tradicional se apresenta para engolir a anomalia social que não se reproduz e se mostra frágil quanto ao prosseguimento da espécie, as vezes as coisas são mais simples do que parecem. Naturalmente, se você não quer se reproduzir, você se apresenta para a extinção natural de sua espécie e do seu modo de vida. Com a religião cristã vilipendiada e desprestigiada, ela que foi a base de sustentação da sociedade ocidental, não vejo meios de sobrevivência para esse grupo hedonista no qual se transformou o ocidente. Toda filosofia do cristianismo foi relegada a um nível de rejeição sistemática por não se adequar mais ao mundo de prazeres e tolerância atual. Considerada desatualizada pelos “gênios” da nova era, não perceberam que estavam desmanchando o principal alicerce de sustentação social de seu mundo. Trocaram a tradição por ideologia, algo mais confortável, porém sem lastro intelectual e tradicional de penetração no inconsciente do grupo social que possui predominância na nossa sociedade. Enquanto o outro lado em questão preserva e até intensifica seus laços com a fé, o que lhes garante unidade de conduta no cotidiano planejado por seu profeta, não será difícil que alcancem a vitória neste cenário perverso de abandono cultural do ocidente. Uma sociedade sem masculinidade não sobrevive. É a natureza colegas, não adianta insistir nesse mundo bucólico de devaneios idílicos onde todos são mansos e biodegradáveis. A realidade bruta da natureza irá se impor para mostrar que os planos dela costumam ter performance brutal no contexto planejado por ela, e não por vocês, que vomitam arrogância holística nesse contexto danificado que criaram em momentos sem juízo. Michel de Montaigne certa vez disse: “Diariamente o comportamento tolo de alguém adverte-me e me previne: o que irrita atinge e desperta melhor do que agrada”. Chacoalhem suas vidas e despertem, essa paz e segurança vai acabar, essa coisa confortável e inclusiva de nossa sociedade agrada mas não conduz a um futuro promissor, é pura tolice, e essa tolice deve despertar os que pensam, pois estes se irritarão com o processo de decadência social que se aprofunda, tem método, faz parte da política destrutiva dos nossos tempos, é insidioso, perverso e visa nossa destruição. O ardil dos infames mora no discurso inclusivo do inaceitável, e assim sendo aceito enfraquece o tecido social, o preparando para a conquista inevitável do adversário. Nas cercanias da aurora o galo canta anunciando a chegada da luz, porque de instinto o fizeram para perceber o óbvio, a luz vem queiram ou não, mas o homem não consegue entender onde está inserido e tenta sempre desafiar a ordem como se lhe fosse permitido manipular a natureza. O desastre o espera no fim desse ciclo.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: Os ensaios livro III, Michel de Montaigne, Martins Fontes Editora.



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terça-feira, 26 de março de 2024

O subterfúgio do tempo.

 

                                                              Image by 51581 from Pixabay.



 O subterfúgio do tempo.



E assim aqui estamos, não se sabe bem o motivo e qual a finalidade, mas este caminho, a vida, essa realidade proporciona um banho de sensações, umas terríveis, outras dolorosas, algumas com o sabor do passado e outras tantas com o teor do amanhã. Os momentos reconfortantes e os de desespero também, e a pitada de divino para arrematar a experiência. No fim, vamos embora com todas essas lembranças como carimbos em um passaporte extremamente usado, porque disso tudo se constitui a jornada. Realidades vão se sobrepondo no cotidiano, os abraços das ocasiões são intensos e sempre contam com o inesperado da circunstância onde as ações cobram o resultado de sua mobilidade requerida. No tempo tão profundo em sentidos onde se guarda tanto passado e não se tem ideia de quanto futuro nos resta, nos equilibramos neste presente furtivo onde se cumpre a ilusão de ser no exato momento onde não somos parte proporcional do contexto, mas algo que flutua na densidade ocasional dos desejos. De vontade somos feitos, e para competir por espaço nos conflitamos continuamente para permanecer em evidência nessa estrutura particular de conteúdo e sensações onde nem todas serão plausíveis ou possíveis justamente porque os passos do tempo não sossegam e furtivamente se deslocam continuamente rumo a inexatidão de composições ainda sem maturação necessária para que se apresentem de fato como presente. Estamos assim no controle e fora dele, um estado quântico de ser para tortura do cotidiano, onde podemos construir o futuro ou destruí-lo a depender de ações aleatórias na tecitura temporal dessas tantas ocasiões onde nos imiscuímos metafisicamente para delírio da razão. Para que haja a possibilidade de deslocamento precisamos possuir algo fundamental neste agora; propósito. A determinação por encontrá-lo definirá a dualidade em apenas unidade e estabilizará o momento profícuo do objetivo. A bússola da nossa alma para garantir o deslocamento certo neste oceano de circunstâncias sedutoras que vão nos assediar para absorver-nos em perdição e inutilidade na tempestade de prazeres inúteis que pode ser proporcionado nessa estreita margem de jornada evolutiva. E conviveremos para sempre com a sensação do que poderia ser mas por algum motivo inesperado perdemos o momento, a oportunidade de fazer aquele agora que passou um evento mais crítico e decisivo nessa estrada que percorremos. Ah esse tempo que se desenrola furtivamente sem emitir aviso e nos consome nacos de vida onde se depositam às possibilidades. Então, cada circunstância que se aloja dentro desse perímetro criando a ocasião deve ser valorizado, o sorriso, um olhar de ternura e confiança, aquele abraço gentil e confiante e até um simples aperto de mão, onde se estabelece os laços de uma proporção de confiança na vida. Crie no seu estoque de ações um inventário que lhe traga conforto e saudade, um lugar para onde você possa viajar frequentemente sem experimentar constrangimento e medo, nada lá será hipótese e sim fato consumado, imutável e perene, cuide de seus bens intangíveis, o que tem estrutura material se perde para sempre no pó das eras que se desenrolam. Nada nos parametriza nesse agora e a diversidade desse mundo permite um tráfego aleatório de oportunidades e armadilhas justamente para que o aprendizado se complete. Você vai amar, vai sofrer e vai ser enganado, rejeitado, mas na recomposição está o progresso almejado. Eu adiro a verdade universal onde o pleonasmo é apenas uma redundância normal no trato poético das estrelas, que parecem próximas apenas na ilusão das distâncias inconcebíveis do tecido que ocupam. Lembre-se, se você pode percebê-las, isto significa que você faz parte de algo maravilhoso, então, faça por onde agradecer este presente evoluindo no cenário. Jamais seja desperdício ou hipótese, seja a promessa sublime que a esperança depositou em você.


Nessa confluência turbulenta de energias te deram a oportunidade de sentir, de se reconhecer e assistir ao espetáculo primoroso dessa sinfonia astral que ecoa na profundidade sem fim, não jogue fora o valor precioso de uma vida apenas para satisfazer seu egoísmo, e suas perversidades ocultas na intimidade do vazio que mora nos seus momentos frívolos. Sendo assim, a vida é essa coisa onde nos encontramos, aturdidos, confusos com tanto movimento e contradição que nos leva nos braços do tempo que nos abraça filosoficamente em todos os sentidos para que sejamos o decorrer e não a estática estética de uma estagnação existencial inútil. Para que percebamos a verdade, tudo não passa de momento, de uma ocasionalidade para que exerçamos a delícia de existir e que haja expansão da percepção pessoal do contexto como um todo. Notar-se a si mesmo não é uma tarefa fácil, a maioria não consegue se visualizar entre as metáforas do destino. Não percebe que um sucesso pode ser um fracasso retumbante se não for para somar qualidade espiritual. Transcender qualquer especulação se faz necessário para encontrar o caminho, e a diferenciação específica se fará notar naqueles que realmente entenderam a mensagem, não se trata de tempo corrido e sim do tempo passado, das obras, do resultado que você deixou no percurso como sua marca naquele instante que se foi. O ser humano se constrói no caminho, como uma obra itinerante onde ele utiliza todas suas incertezas como argamassa para se estabelecer de forma sustentável nessa realidade. Abrir a alma para o desafio é o propósito, acumular conhecimento, vencer obstáculos e possuir o sono dos sonhos na profunda noite que sustenta com seus abraços a delícia de ser neste inquestionável agora. E então, revigorado, rejuvenescido nas circunstâncias do amanhã levantar lúcido para uma futura jornada neste espaço. Não é a magia do infinito que lhe impede de progredir e sim o peso das suas indecisões e sua limitação ainda presente como um resquício da aurora que lhe expeliu neste cenário. Rústico de origem, valioso por ascendência, a vida e o tempo irão lhe proporcionar polimento até que sua luz dance no seu reflexo numa inusitada e emocional alegria agitada por toda esperança entregue aos seus cuidados. Da matéria-prima a joia preciosa, temos um caminho para cumprir, voltar a origem, e lá a energia radiante da verdade se acumula infinitamente, aguardando o retorno dos seus filhos obtidos na jazida bruta da matéria. Então, se encontre, se qualifique nesse caminho, o objetivo maior está dentro de você, que foge da verdade. Não se preocupe com a maldade desse mundo que terá fim assim como tudo termina, nada neste plano é eterno e nem a infâmia. Os que se refestelam na desonra, na trapaça, na injustiça com os seus pares de existência, terão seu fim também. Miserável será o destino daquele que propaga a dor e o sofrimento por pura arrogância, o tempo dissolverá tudo até o déspota, não há fuga plausível para sua ação. Uma das mais cruéis armadilhas é a ilusão de permanência, de eternidade neste plano. Aqui, tudo é breve, qualquer coisa desaparece e passa a não ter mais espaço na contagem das horas. Portanto, não se comprometa com os devaneios, a quimera holística; a luz não se interliga com as trevas. Estão em eterna oposição numa dança existencial infinita para composição da totalidade cosmológica e metafísica da estrutura conhecida como espaço-tempo. Não brigue com o óbvio, ninguém escapa deste controle e das consequências de não entender sua estrutura. A esvoaçante massa da qual você é constituído não lhe permite saltar parâmetros além do que está a seu alcance. E assim, resta o banho oceânico de circunstâncias, aproveite bem essa oportunidade, não está a seu alcance conhecer seu destino e os motivos para estar aqui, então, aproveite o hoje para ser feliz, para crescer mentalmente, para amar sem limite, porque o oculto e impenetrável talvez tenha uma história para você após a jornada bem estabelecida.





Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


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quarta-feira, 20 de março de 2024

O artifício útil.

 

                                             Image by HANSUAN FABREGAS from Pixabay. 



 O artifício útil.



Olá! Então, estou um pouco fora do circuito, problemas de saúde, já sou naturalmente frágil devido ao câncer que me mastigou e quando arrumo um somatório de problemas que exigem uso de antibióticos potentes para recuperação a coisa complica. Assim, estou meio sem energia para escrever, mas vamos lá, o cenário no país exige, apesar de existir um ar de mesmice e repetição no ar, um de já vu impertinente que carrega de atributos uma realidade estrábica com teores de farsa. Afinal, o momento horroroso no qual vivemos em questão de política não pode ficar sem registro, onde tudo é falso e dissimulado deve-se preservar a informação para a posteridade, se existir posteridade, porque o futuro é extraordinariamente incerto quando o presente é gerenciado por infames e idiotas. Temos quase um ano e meio de governo, que supostamente se elegeu por maioria, mas até hoje não apresentou nenhum resultado positivo, construiu apenas um número enorme de ministérios para abrigar apaniguados, drenando recursos preciosos para a administração do país em beneficio da patota. Florestas queimam, índios morrem, presidiários fogem, a criminalidade aumenta exponencialmente e a economia naufraga em decisões imbecis, afinal, quando você entrega essa área a gente que nunca leu Mises, Thomas Sowell, Milton Friedman e Hayek ao menos, a tragédia econômica passa a ser um resultado certo. Presos em conceitos amplamente refutados os nossos débeis governantes nos levam ao abismo da penúria econômica estimulada na boçalidade regimental de valores ultrapassados e errôneos. Essa gente tem um compromisso inevitável com o fracasso absoluto. E como não conseguem gerenciar o país arrumaram um espantalho, um artifício para desviar o foco de todos os problemas que atormentam o povo, o ex presidente. Esmiúçam todos os detalhes do governo anterior, fazem um espetáculo circense enorme através de uma mídia comprada, mas nada encontram de real irregularidade para encerrar o processo. Quem me acompanha sabe que votei no ex presidente até o final, mas já o criticando devido as suas alianças infames e procedimentos errôneos, e assim sendo não presto mais meu apoio a quem não teve competência de governar bem e acabou nos entregando a isto ai que nos governa hoje, sim, ele é o principal culpado dessa situação. Não tenho político de estimação mas sei diferenciar o nível do burro para o venal. Os protagonistas de hoje na política não me atendem mais. Quem desejar e sentir prazer em ser usado politicamente fiquem à vontade, mas eu não estou à disposição para ser objeto de poder de nenhuma frente política atual. E assim utilizam o ex presidente como o artifício conveniente, o jogando na imprensa com perseguições hoje já requentadas e improdutivas para formar uma cortina de fumaça e enganar a população que se entretêm com o espetáculo circense produzido pelo governo, se tem provas que prendam, se não tem, a vida prossegue e parem com essa masturbação ideológica absurda que provocam até a retirada do túmulo de assuntos já resolvidos e de autoria comprovada. Entendam, Bolsonaro não deu golpe porque nem para governar e fazer as alianças certas teve competência, portanto, não há motivo para ter medo dele, ele sozinho tropeça nas suas próprias pernas. E agora temos essa situação onde o colaboracionismo com o sistema pode indicar uma permuta por liberdade pois afinal de contas o sistema que nos governa é bem versátil para produzir engodos sofisticados para consumo ocasional em situações controversas e que possam sair do controle. Afinal, o espantalho assim mantêm a lavoura segura e livre dos oportunistas, essa gente que insiste em acreditar em democracia.


Eu gosto de citar sempre algum autor conservador para ilustrar o problema em discussão, e assim o farei mais uma vez, proporciona lastreamento para a argumentação, assim vou deixar para vocês raciocinarem algo de Hans-Hermann Hoppe, Outro intelectual que a esquerda certamente não conhece, pois se conhecesse não seriam de esquerda. Então, vamos a ele: “Em primeiro lugar, sob o socialismo, a propriedade dos bens de produção é atribuída a um grupo de indivíduos independentemente das ações ou inações anteriores dos membros desse grupo em relação a esses bens”. E prossegue mais a frente. “Em segundo lugar, uma vez que, sob o socialismo, os meios de produção não podem ser vendidos, não existem preços de mercado para os fatores de produção. Sem tais preços a contabilidade de custos é impossível. As receitas não podem ser comparadas com as despesas; e é impossível verificar o uso de um fator de produção para uma finalidade específica é economicamente viável ou conduz a um desperdício de recursos escassos em projetos com pouca ou nenhuma importância para os consumidores”. E assim continuando: “Em terceiro lugar, mesmo pressuposta alguma locação inicial, uma vez que os insumos (input) e os recursos produzidos (output) são prioridade coletiva, o incentivo de todos os produtores para aumentar a quantidade e/ou a qualidade da sua produção individual é sistematicamente diminuído; e o seu incentivo para utilizar o capital de maneira a evitar sua utilização excessiva ou a sua subutilização é reduzido”. E ainda tem mais: “Em quarto lugar, sob o regime da propriedade privada, a pessoa que possui um recurso pode determinar, de forma independente dos outros, o que fazer com ele”. E para finalizar: “Assim, caso se deseje subir a escada do regime socialista, é preciso recorrer a talentos políticos. Não é a capacidade de empreender, de trabalhar e de satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores que garante o sucesso”. Qual o motivo de todo este papo de economia inserido no corpo desse texto? Porque provavelmente todos nós estamos sendo manipulados para que, brigando por políticos e por facções partidárias tudo permaneça exatamente como está. É do interesse dos nossos oligarcas que nada mude, tem de dar errado para a maioria, para uma minoria se refestelar com tudo de bom que o país pode produzir em termos de riqueza e conforto. A pauta, a agenda do governo anterior, se não perceberam, era de esquerda, nunca , mesmo em governos de esquerda, a agenda woke progressista progrediu tanto, como se fosse um favor prestado a esquerda para não serem eliminados. Não adiantou nada. A esquerda tradicional é vingativa, e queria o poder para suprir seus apaniguados com recursos, basta ver o mundo artístico, estão todos calados, com as contas cheias com nosso dinheiro, sem constrangimentos, o que importa é o saldo na conta corrente, democracia fica para depois.


Mas como já referenciei acima, a esquerda não possui o mínimo traquejo para gerenciar economicamente um país, e os resultados já se apresentam, o desastre econômico. Assim, em algum momento o dinheiro vai ter de parar de fluir para os privilegiados, o descontentamento aparecerá de forma brutal, porque o empobrecimento generalizado impulsiona a revolta, e neste ponto o sistema, o atual governo usará suas ferramentas para reprimir o povo. Com predominância ideológica no judiciário e com o controle completo dos órgãos de segurança será fácil dominar qualquer descontentamento na base de prisões e amansamento por cassetete de meganhas sempre prontos para cumprir suas ordens. Como chegamos nessa situação terrível? Com um governo anterior fanfarrão e boquirroto, sem habilidade para conduzir essa mescla necessária de política e economia. Não basta controlar apenas a economia, tem de ter capacidade de condução política num terreno extremamente hostil, e um favor ou concessão política aqui e ali, de perfil financeiro, até porque a esquerda adora dinheiro, proporciona estabilidade, porque ninguém quer perder sua boquinha. E assim agindo politicamente o governo anterior poderia construir seu segundo mandato. Mas o valentão preferiu bater de frente com o trem em alta velocidade, foi atropelado e todos nós agora estamos entre os escombros do acidente. Hoje sobrevive como espantalho para desviar atenção de desastres políticos e econômicos, e ainda quer voltar, voltar exatamente para quê? Transformar o Brasil no exemplo woke inclusivo socialista do mundo? Haja perfume para esconder esse cheiro de fracasso!



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação:


Democracia, o Deus que falhou. Hans-Herman Hoppe. Editora Mises Brasil.  


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segunda-feira, 11 de março de 2024

Desordem e destino.

 

                                                       Image by Sefan Keller from Pixabay.



 Desordem e destino.



E assim estamos, analisando e discutindo a fronteira da decadência e nos aproximando perigosamente do limiar dos conceitos mais caros para a civilização, entre espasmos aleatórios dos atributos reais que geram a concordância simétrica que permite a organização social plausível e sadia. Estamos num país onde o povo, não sei se por tradições indígenas ou por degeneração moral mesmo, tem uma preocupação absurda com o outro. Uma espécie de controle da vida alheia que está amarrada a sua, não sei bem por qual motivo, mas é assim. Lá no final dos anos sessenta, quando eu era bem novinho, já percebia isso até em casa, éramos muito pobres, não tínhamos praticamente nada em matéria de conforto, era um teto alugado, um fogão uma cama e olhe lá. Mas minha mãe me colocava uma figa, contra mau-olhado, e usava o crucifixo dela. Toda casa tinha um vaso de comigo-ninguém-pode, ou espada de são Jorge, a arruda também era muito usada para tirar olho grande. Minha mãe era católica de ir a missa todos os domingos, me batizou, fiz primeira comunhão e estudei o ginásio em escola católica. Mas ela, assim como todo mundo estava amarrada nessas tradições de defesa contra todo mundo em volta, porque qualquer futilidade era motivo de inveja e possível desgraça causada por inveja. Era uma época diferente, pobre, e comprar uma geladeira usada à prestação já evidenciava que sua família estava se destacando no meio daqueles muquifos. Quando alcancei mais idade perguntei a minha mãe qual o motivo de tudo aquilo, uma vez que todos éramos pobres, não havia motivo para ressentimentos na pobreza evidente de todos ali. Ela disse: “Para quem não tem nada até a felicidade alheia é motivo de inveja e de maus votos”. E assim tive conhecimento em tenra idade que uma bobagem poderia desencadear ódio entre as pessoas. Não era nada sofisticado como luta de classes, Marxismo, ou alguma outra filosofia de botequim, pois naquela época a luta pela sobrevivência não abria espaço para conversas elaboradas. Era algo natural, presente no tecido social, que coletivamente estimulava o controle da vida dos outros, e se por acaso, fosse notado alguma diferenciação na miséria, alguém conseguiu uma situação mais confortável, o grupo agia para eliminar aquela terrível anomalia. Naquela época terreiros e feiticeiros eram muito comuns na sociedade, todo bairro tinha um, e lá iam os miseráveis para pedir o mal para seu vizinho que teve uma semana agradável com sua família, sem brigas e sem confrontos. Hoje toda essa turma se converteu, estão todos na Universal. Então, nesse clima era necessário usar todo tipo de amuleto protetor, já que o imaginário popular garantia que sem eles não seria possível viver. Recentemente abordei esse tema em conversas na Internet, onde esbarrei com muitos que acham que isso é apenas esquerdismo, lamento informar, não é não. Essa coisa está no perfil psicológico do povo, o que com a chagada forte da ideologia apenas amplificou, pois o socialismo não passa do culto da inveja e do ressentimento. No nosso quintal essa doença pertence ao nosso perfil pessoal, em maioria e claro, sempre existirão as exceções. Ontem vi e repassei um trecho de uma gravação de Olavo de Carvalho, onde ele cita o famoso “caranguejo no balde”. É exatamente isso, o brasileiro puxa o outro para baixo, é ofensivo ter sucesso, e com a minha idade e tempo de trabalho em grandes corporações sei o que passei e vi outros passarem por causa desse espírito maligno de achar ofensivo o sucesso alheio. Quer ter sucesso no Brasil, se puder saia dele, se não puder seja discreto com seus resultados pessoais, e conte com a trapaça para lhe prejudicar sempre. Ser destaque como profissional, demonstrar uma inteligência mais capaz de resolver problemas, aqui, pode ser o problema. Eu progredi na carreira profissional indo para lugares onde ninguém queria ir, exigia sacrifício, e em determinado período a oportunidade que me ofereceram era aquela que todo os demais recusaram, por considerar uma furada sem tamanho. Ou seja, no desejo de me punir, me promoveram, porque como sempre fui muito bom em resolver problemas, fiz meu nome onde eles tinham medo de entrar por incapacidade pessoal. E claro, uma vez consagrado, gerei uma ciumeira danada.


Você que lê isso e tem uma capacidade diferenciada de inteligência, esteja preparado para adquirir inimigos, e a maioria desses inimigos será dissimulada, traiçoeira, venal. Seu coeficiente de inteligência superior é inaceitável para o populacho padronizado no famoso QI 83. Eu nasci muito pobre, mas fui bem alimentado e tratado com higiene na primeira idade, tive poucas doenças infantis, sarampo pelo que me lembre, mas já tinha dez anos de idade. Nunca fiz um teste de QI, mas aprendi a ler muito cedo, e a resolver alguns problemas impossíveis para a idade que eu tinha. Uma curiosidade para vocês: quando eu tinha cinco anos, ganhei um frango de estimação, comecei a alimentá-lo no bico e o bicho engordou demais, não conseguia mais ficar em pé. Abriu as patas, cada uma para um lado. Minha mãe pensou em sacrificá-lo pois não andava. Eu pensei e resolvi o problema. Amarrei um barbante entre as patas dele para estabilizá-lo e assim ele conseguiu andar novamente. Resolvi o problema que fez meus pais pensarem que eu era maluco. E o frango mais tarde foi doado para minha tia Arlete que disse que ele só tinha gordura. Mararam meu frango. Quando minha mãe conseguiu com as economias que fazia do dinheiro que meu pai trazia comprar uma televisão, pedi para comprar um bloco de anotações e comecei a escrever novelinhas criadas a partir dos filmes que via na televisão. Bom, o irmão dela mais velho me deu de presente uma máquina de escrever portátil. Então, entre topadas e tropeços através do tempo estou aqui escrevendo para vocês. O sucesso neste nosso país ofende ao padrão médio de inteligência, e não se deixe iludir por cursos superiores, doutorados, mestrados, ou qualquer especialização. Conheci asnos doutores, perfeitos idiotas graduados nas melhores faculdades. Uma inteligência mediana garante ao sujeito, se tiver nascido em família com recursos, a se especializar e conseguir títulos, mas tudo isso não o fará diferenciado em inteligência. Inteligência real faz você ver o mundo de uma forma completamente diferente. O desvelamento do enigma é proporcionado por aquele que tem a real capacidade de encontrar soluções, ou fazer com que, quem tenha essa capacidade seja capaz de mostrar o resultado positivo onde jamais se esperaria. Até a bem pouco tempo se achava que foguetes não davam ré. Pois é, a inteligência superior, quando ela mesmo não resolve, ela cria condições para que o desafio seja suplantado. E assim dentro dessa imensa hostilidade tupiniquim com a inteligência, o melhor que se deve fazer é se preservar da ira dos incapazes, da inveja e das certas retaliações que virão como resposta ao da sua diferenciação intelectual. Não preciso recomendar que por favor, não se exiba, não seja um pavão. Se fizer, vai fazer da sua vida um inferno, embora em algumas situações muito específicas seja necessário ou até inevitável. Eu tive algumas situações onde me chamaram de bruxo porque previ o que aconteceria com o procedimento que foi adotado. Mas era só raciocínio lógico, e o único que não era formado em engenharia na situação era eu. Como eu avisei, três dias depois tivemos de subir mil e quinhentos metros de Riser rígido e uma bomba de vinte e dois estágios, porque um detalhe não foi cumprido como deveria. Como eu disse, tem coisas que são inevitáveis. Mas evitem ao máximo este tipo de situação, gera ódio extremo, todos a sua volta vão detestá-lo. Se você percebe que está em relação aos outros acima da média, comporte-se com comedimento, eu sei, é difícil, mas evite atiçar a matilha, e saiba, poucos vão lhe dar o valor devido a sua capacidade. No Brasil, estamos no balde com os outros caranguejos, como você acha que um político populista semianalfabeto vira ídolo da população? Identificação. A maioria se identifica na personalidade do nosso Macunaíma. Espertalhão, traiçoeiro como os demais, preguiçoso, oportunista como os vermes. Você acha mesmo que uma população que tivesse em maioria um QI de 110 ao menos, escolheria alguém assim para liderar? Nossa desordem está escrita no nosso destino, uma coisa puxa a outra, como uma maldição ancestral, que se perde na poeira do tempo. A desonestidade é um recurso da incapacidade cognitiva de populações inteiras, e neste terreno fértil para o desvio de conduta entra a ideologia. Para dar um acabamento mais sofisticado ao demérito. De inveja e burrice se tem uma capa de preocupação coletiva inclusiva, onde o incapaz se abriga da exposição ao que verdadeiramente ele é, um incompetente. Os resultados de governança mais uma vez estão aí para evidenciar que de incapacidade eles estão repletos até o gargalo.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



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quarta-feira, 6 de março de 2024

Da estrutura social.

 

                                             Image by Katarzyna Kolm-Jany from Pixabay. 



 Da estrutura social.


Então, neste drama da vida onde sentimentos, sensações e instintos se entrelaçam para definir o perfil da civilização, anomalias constantemente acontecem. Já tem muito tempo Charles-Louis de Secondat, também conhecido como Barão de Montesquieu definiu uma forma civilizada de governança, livre do todo poderoso suserano que detinha o poder total e assim tinha em mãos a vida e o destino de todos. Uma organização equilibrada em três categorias, com delimitações estipuladas constitucionalmente, onde poderes equivalentes praticariam entre si uma fiscalização constante, sem invadir e subjugar outra área de poder. O que Montesquieu sugeriu foi um antídoto contra a tirania, contra aventureiros que de alguma forma tenham em si o desejo de poder absoluto, o que é uma coisa muito presente na civilização. Ele era absolutamente contrário ao absolutismo e criou a tripartição do poder, onde um poder é complementar ao outro e nenhum deles pode se sobrepor aos demais poderes. Não precisa ser muito letrado e versado nesse conhecimento para notar que estamos longe de tal prática hoje. O desejo atroz por controle e por ocupar uma posição faraônica de poder, onde um rei deus detém todo o poder imaginável, flutua na textura da imaginação de muita gente ainda hoje. A vaidade pessoal ao alcançar determinado nível de poder, suplanta a realidade legal e se transforma em algo danoso ao ambiente no qual se aloja tal personalidade. Tribunais que deveriam ser vetustos, habitados por profissionais de ampla e indiscutível sabedoria jurídica, hoje são compostos em maioria por bacharéis sem conteúdo e com a proximidade intelectual de um rábula. Onde se pavoneiam usando uma toga injusta como participantes de um carnaval de Veneza de terceiro mundo. E uma vez testado os limites, e consolidado o avanço sobre os demais poderes, Não há muito o que Fazer, consegue-se assim a morte do real regime democrático, que viverá apenas embalado na palavra democracia, agora corrompida de seu real significado e da sua abrangência penetrante na sociedade. De um regime plural, passamos para a singularidade infame de um pequeno grupo ou talvez, de um só. Vejam, são apenas convenções, método, mas que uma vez colocados em prática e se assim foram aceitos no passado, criaram raízes e se fortaleceram a ponto de não existir hoje mais possibilidade de contestação. A estrutura social adquiriu nova forma, dentro de um desenho diferente de organização, onde setores de apoio ao que acontece passam a obedecer fielmente a nova estrutura que na realidade, não possui legitimidade para existir, não há mais parâmetro legal para estabelecer uma volta ao que nunca deveria ter sido desconsiderado e desrespeitado. Queiram ou não, o texto constitucional definidor de situações políticas ainda existe, mas não parece mais ter importância para ser seguido. A constituição foi lentamente dessacralizada para que se permitisse todo e qualquer evento danoso a sociedade. Que fique definido, homens covardes permitiram isso: por medo, por interesses devassos ou por ignorância. E uma geração de pusilânimes e interesseiros não prospera, não conduz seus pares para um futuro promissor. Neste fim de ciclo civilizatório, estamos no mesmo ponto do desmoronamento do império romano, tomado por bárbaros, perdendo qualidade e poder para uma turba de ignorantes, que prefere o poder de comando ao conhecimento adquirido pelo antigo império. O estrago com a queda do império romano foi tão grande que nem o básico, que é o tratamento e disposição segura de esgoto tinham mais. Algo fundamental para a saúde de cidades e comunidades. O que sobrou depois por muitos anos foi encher o penico e esvaziá-lo pela janela da casa onde moravam. E assim teremos a vota do déspota, a mais simples forma de governo que já existiu. Onde um tirano controla tudo e todos. Como Montesquieu define: “Nos Estados despóticos, a natureza do governo exige uma obediência extrema; e a vontade do príncipe, uma vez conhecida, deve produzir seu efeito tão infalivelmente, quanto uma bola lançada contra outra. Não há moderações, modificações, compromissos, termos, equivalentes, negociações, admoestações; nada de igual ou melhor a propor. O homem é uma criatura que obedece a uma criatura que manda”. Acharam que seria novidade o que se construiu em termos jurídicos no país? O que temos de construção governamental hoje é tão antigo como caminhar sobre duas pernas. Não se trata de evolução, mas sim de um brutal retrocesso.


O importante aqui é entender o que levou a essa decadência social a ponto de instituições sólidas resolverem através de seus membros violar sistematicamente a organização vigente para deformar a realidade política. Através de décadas foi incentivado a perda dos valores tradicionais, o ensino básico, médio e superior foi aviltado e degradado, e claro, os valores do espírito, ou seja, a religião de forma geral foi empobrecida lentamente para dar lugar a um materialismo fútil e sem conteúdo moral. Neste ambiente depauperado de cultura verdadeira, florescem coisas estranhas e desejos ilimitados de controle passam a ter lugar nos sonhos particulares de quem alcança de alguma forma um poder para o qual não se está preparado. O ser humano esvaziado de verdadeira cultura e valores tende a se tornar intolerante e sem abrangência cognitiva para entender que o mundo não gira em torno de si, mas a pluralidade de opinião e pensamento é o que preserva e amplia a qualidade da convivência social. Afinal, civilização é isso, viver em equilíbrio com seus pares de realidade sem oprimi-los ou escravizá-los por caprichos individuais e complexos divinos introjetados, interiorizados em almas em completo desequilíbrio social. Este perfil comportamental costuma se aproveitar de almas que se estruturam na temeridade e na imprudência para criar um universo de comando rude e desproporcional ao que poderia se esperar de um agente governamental numa democracia verdadeira. O empobrecimento mental gera o tirano. E a associação entre estas incapacidades de entendimento da realidade proporcionam um terreno perfeito para qualquer tipo de aberração estruturada na ignorância. Santo Tomás de Aquino já citava: “Além do mais, as virtudes morais são necessárias para que as capacidades inferiores estejam sujeitas à razão”. Viver em sociedade exige aprimoramento e refino comportamental, Através dos milênios e séculos fomos moldando a melhor maneira de conviver e trocar interesses com o próximo, mas o empobrecimento cognitivo e sobretudo moral está direcionando o conjunto social para mais um dos tantos desastres que a história registra. E assim sendo, essa marcha para ao abismo se consolida e inexoravelmente, onde “intelectuais” desnatados se apresentam como solução, dentro de sua incapacidade certificada por títulos e diplomas adquiridos em cursos de especialização empobrecidos propositalmente para gerar justamente isso, a incapacidade pedante, a sensação de superioridade sem lastro, sustentada na vaidade sem tamanho dos absurdos elaborados entre delírios de grandeza. Não há moderação onde o bem não existe. Temos a citação mais uma vez de Santo Tomás de Aquino: “Por isso vulgarmente se diz, que justas são aquelas coisas que são adaptadas de um modo devido. No entanto, sobretudo a moderação, ou o freio, é louvado e tem razão de bem, onde, principalmente impele a paixão, a qual deve refrear a razão, para que se situe no meio termo da virtude”. Sem virtudes morais, sem freio, sem equilíbrio e portanto, temos apenas o caótico ambiente da incompreensão e do abuso que leva a todo arbítrio estipulado por despreparados mentalmente para viver em sociedade de fato. Se vamos mais uma vez colidir contra a obviedade da tragédia anunciada que historicamente se desenvolve na presença de todos não sei, mas há sinais óbvios que este ciclo terminou. Quando desqualificados pelo mundo inteiro assumem o comando de vidas e destinos nunca espere pelo melhor, apenas virá o ajuste necessário que a natureza sempre oferece ao ser vivo, e ela, a natureza é implacável nas suas intervenções de aprimoramento da vida.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citações:


Do espírito das leis. Montesquieu Editora Martin Claret.


As virtudes morais. Santo Tomás de Aquino. Editora Ecclesiae.



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