quarta-feira, 26 de julho de 2023

Obviedades desconfortáveis.

 

                                             Image by Nattanan Kanchanaprat from Pixabay.





Obviedades desconfortáveis.




Bom, vamos conversar um pouco a respeito de economia. Numa sociedade minimamente organizada e estruturada para ser civilizada, e não apenas um agrupamento de onívoros em luta contra as forças naturais, existe governo, e esta organização de comando, ao adquirir a sofisticação intelectual necessária para não ser apenas chefe de bando e sim governo de fato, organiza a distribuição de riquezas produzidas, arrecadada com impostos os recursos necessários para se sustentar e para realizar as benfeitorias públicas, aquelas obras que irão assim beneficiar a coletividade. O governo apenas vigia o movimento econômico, a movimentação financeira, assim deveria ser para algo saudável, a dinâmica do processo requer liberdade para autorregulamentação. A coisa adquire vida de fato e a partir daí, terá saúde se não existirem intervenções cretinas. O processo econômico é simples, se trata mais de um acerto social entre todas as partes, onde se define o que é aceitável em termos de custo e preço para todo mundo sem onerar ou favorecer em demasia nenhum dos lados, é dinâmico e com já citei, possui vida própria para existir de forma saudável e equilibrada. Porém, neste cenário paradisíaco foi introduzida a semente da discórdia, a ideologia, mais precisamente conhecida como socialismo. O que esculhamba a verdade e estimula a inveja através da pregação sutil da existência de vantagens ilusórias no que na verdade seria apenas competência e organização. Semeando a discórdia entre grupos de influência, se obtém desequilíbrio de fato, e com isso se cria o ambiente propício para que os incapazes predominem onde jamais teriam chance ao discriminar e reprimir o que se tem de melhor. O socialismo não passa de um freio qualitativo, onde se acaba governado pelos intelectualmente inferiores e despreparados. Nessa homogeneização social, óbvio, se perde a qualidade necessária para a evolução da sociedade como um todo, e isso atinge não apenas a economia como a parte moral e comportamental também. Todo o contexto começa a mostrar sinais de colapso estrutural mostrando sutilezas infames no corpo da sociedade. É impossível se igualar os desiguais por natureza, o resultado dessa experiência sempre será a tragédia e o sofrimento continuado de povos e nações. No livro Capitalismo e liberdade Milton Friedman explica: “A necessidade de atuação do governo para o exercício dessas funções resulta da impossibilidade da liberdade absoluta. Por mais atraente que pareça a anarquia como filosofia, ela é impossível em um mundo de pessoas imperfeitas. A liberdade das pessoas pode gerar conflitos e, quando isso ocorre, a liberdade de umas deve ser limitada para preservar a de outras – como disse, certa vez, um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos: “Minha liberdade de movimentar o punho deve ser limitada pela proximidade do seu queixo”. O governo resolve conflitos entre liberdades e interesses. Preservando liberdade suficiente para o desenvolvimento econômico ideal da sociedade.


E como as regras são clássicas e claras se não forem respeitadas ou negligenciadas por puro cunho ideológico de gerenciamento, algumas coisas desconfortáveis começarão a surgir. Por exemplo: um aumento gigantesco de carga tributária gerar redução de arrecadação. Carga tributária alta reduz o incentivo a produzir valor. O Economista Arthur Laffer criou um gráfico demonstrativo desse efeito perverso da gula do Estado pode causar na economia. Na verdade, a redução na alíquota de tributação é que aumenta a arrecadação. Um mercado menos taxado produz mais riquezas, inclusive para o governo. Porém, a sanha para arrecadar, porque um Estado inchado, como os socialistas gostam, cheios de benefícios e beneficiários diversos, precisa de dinheiro imediato, as sinecuras rangem seus dentes na aflição para serem saciadas com o dinheiro do povo. Um clássico e conhecido erro da economia da esquerda, sufocar a atividade econômica em benefício de grupos de apoio e sustentação politica que lhes proporcione segurança e manutenção de poder sem que se preocupem com qualquer ousadia oposicionista. O poder de esquerda é comprado com o suor do povo que domina. A organização da atividade econômica livre precisa do governo para regulamentar e dar garantia a contratos voluntários para trocas espontâneas. E assim evitar pressão de um indivíduo por outro define Milton Friedman. Se as regras forem respeitadas, teremos prosperidade e dinamismo econômico, mas se misturarem ideologia, teremos o que acontece na maioria dos países gerenciados por socialismo, o colapso. A coerção do mercado por alta carga tributária é contraproducente e produz um resultado péssimo para o governo, ainda mais para governos sedentos de recursos. A boa vida da elite estatal precisa ser preservada em nome da segurança operacional da máquina administrativa. Sob essa abordagem esquizofrênica do socialismo, a economia fica ineficiente, não existe mais a possibilidade de um lucro razoável para que se mantenha a atividade, sem lucro, a circulação de mercadorias fica severamente comprometida, como o lucro da sociedade passa a ser recolhido de forma voraz pela carga tributária, o pouco que resta se restar, passa a ser objeto apenas de sobrevivência para a sociedade que realmente produz. No capitalismo é assim: você produz um bem de consumo, um produto, digamos pães. Compra os insumos necessários para produzir os pães, usa energia para essa produção, e ao vender estabelece um preço que vai não só remunerar seu trabalho e pagar o custo do processo, como gerar uma margem de lucro que lhe proporcione uma sobra de poupança e acúmulo de capital de segurança familiar. Se o governo através da carga tributária lhe toma essa margem, não existirá mais poupança, os bancos não mais receberão esse excedente para aplicar, Se ainda assim a carga tributária novamente aumentar, você deixa de produzir, e sem produção não tem mais imposto. Thomas Sowell resume: “Enquanto no capitalismo há um custo visível - o lucro -, algo que não existe sob o socialismo, este tem um custo invisível – a ineficiência – que, no capitalismo, é eliminada pelos prejuízos e falências. O fato de que a maioria das mercadorias são mais amplamente acessíveis em uma economia capitalista implica que o lucro é menos oneroso do que a ineficiência”.


Então, temos nossas obviedades desconfortáveis. Claro, é óbvio que o modo de gerenciamento socialista da economia não funciona, o socialismo premia a ineficiência, estrangula a margem de lucro de quem produz, quando não a elimina totalmente. O sistema bancário não recebe mais o excedente produzido pela sociedade, e sem este excedente não cria margem para fornecer financiamentos e empréstimos para projetos. Investidores externos se afastam, pois não há segurança nesse mercado. No fim, temos apenas estagnação, ela pode demorar, mas vai chegar com certeza, em algum momento essa máquina social vai travar como um motor sem lubrificação. O erro é evidente, mas apenas para os que não estão envenenados por ideologia. A falha do doutrinado está em não possuir um importante atributo, o questionamento. Se a cartilha embolorada manda fazer, eles fazem, mesmo que leve ao fracasso. O tombo do país se dará na inercia correspondente ao seu tamanho. Países maiores, mais complexos sobreviverão por mais tempo a essa sangria, até apresentarão um quadro exótico de sucesso momentâneo em relação a algum ponto passado, e também a flexibilidade de seu povo em se adaptar a pressão esfomeada por recursos. Mercado negro, economia paralela, escambo etc. A economia funciona inversamente ao confinamento de animais de corte, quanto mais liberdade mais peso ela acumula. E uma economia forte e pesada gera mais prosperidade.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citações:


Milton Friedman Capitalismo e liberdade. LTC 2017.


Thomas Sowell Economia Básica. Alta books Editora. 2018.


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quarta-feira, 19 de julho de 2023

A agonia das incertezas.

 

                                                      Image by Okan Calistan from Pixabay.




A agonia das incertezas.



Estando além de qualquer possibilidade semântica para a elaboração de um protótipo organizado de conjeturas balsâmicas que tragam paz ao momento, apenas nos resta escrever na aleatoriedade sistêmica que se oculta no infinito imprevisível de uma paixão profunda guardada com carinho na fronteira da insanidade para justamente atender essas ocasiões reflexivas, que maltratam impiedosamente o contexto exposto. Cruel essa ambiguidade legal, que não permite ser definida como certeza, pois na sua natureza está estipulada de forma específica, ter uma contradição eterna. Tente a sorte, e se machuque com o resultado. Ah, você poderia dizer: qual o motivo de todo esse circunlóquio? Meu amigo, a vida precisa da futilidade para se equilibrar. Não se desgaste apenas com o objetivo, percorra os desvios também com amor, quem sabe, lá você encontre aleatoriamente sua razão de viver. Porque sem propósito não se faz nem o dia e muito menos toda uma vida. Os porquês existenciais não especificam os por quês. Não é razoável amar sem se entregar totalmente ao cenário. Não há lugar para o tédio nessa aventura que depende de nós e não da solidão. Apesar de que é plenamente possível se sentir sozinho em grupo, este isolamento circunstancial se torna certeza quando o interesse se dilui entre obstáculos sazonais do comportamento. Como o princípio da incerteza de Heisemberg, se planejar minuciosamente, você vai errar. Curta o momento sem preocupações adicionais, quando acabar, acabou. Não se importe muito com as premissas estabelecidas, o sentido do sentimento está em proporcionar afeto, rejeição, inclusão, pertencimento, obliteração e ostracismo sem perder a identidade. Mantenha-se guardado em parte em um baú de sobrevivência, o kit necessário para reiniciar um novo processo, pois eles existirão. E a agressividade do cotidiano é real e inclusiva, ela gosta de abraçar novos candidatos com surgências e urgências emocionais que se apresentam em golfadas impetuosas na nossa realidade. A receba com um sorriso, a contradição emocional perturba a estabilidade do destino, pois se existe lei que rege todo e qualquer situação dentro da realidade, não seria diferente com nossa trajetória humana. Apenas não nos conformamos com o cabresto e para uma fuga programada criamos o livre arbítrio. Lamento informar aos emocionados, toda e qualquer escolha ou decisão que você toma na vida foi precedida por um impulso do inconsciente que determina o que você deve escolher. Trocando em miúdos, algo ou alguém escolhe por você, determinando a construção do seu futuro. Podemos ser apenas uma programação predeterminada em execução, Existe até uma tendência científica respeitada que avalia a possibilidade de não sermos o que pensamos, mas apenas componentes de um programa inusitado e extraordinariamente de avaliação comportamental para estudos avançados de civilizações.


O Einstein disse que passado presente e futuro é apenas uma persistente ilusão. Então, percamo-nos nas entranhas desse processo sem muita preocupação porém com responsabilidade. Pois se não temos responsabilidade direta com a construção do amanhã ele está lá nos esperando, com todas as armadilhas do desconhecido, mas se nos preparamos com critério as surpresas poderão ser resolvidas. Afinal, nem todos possuem os recursos especiais da vidência e da adivinhação, aqueles que conseguem acessar o futuro, como José do Egito, que previu um período de grande fome e alertou o Faraó. Se o futuro não existisse não seria possível acessá-lo, nem em sonhos. Não vamos nos atormentar com essas incertezas, viver é bom, seja lá a configuração que venha ter nesse contexto difuso, uns vivem para aprender outros para ensinar mas o importante mesmo é aprender e ensinar. A imprecisão do caminho requer correção constante, nós aprimoramos a estrada, ou assim deveríamos fazer, para acomodar os passos das futuras gerações. Nosso momento não é bom, justamente por descaso com essa nobre tarefa. A grande questão é: será que temos mesmo esse famoso e reconfortante livre arbítrio ao menos para organizar até mesmo as pequenas coisas da nossa vida, ou está tudo na programação? Eu entendo essa inquietação que sobrenada a superfície psicológica do nosso abrigo existencial, ela se torna um questionamento subjacente revestido de sutilezas sempre dizendo; nós não somos nada. Apenas, talvez, o entretenimento de alguém ou alguma coisa para fins indeterminados e inalcançáveis por nós. Enfim, só há apenas uma maneira de apaziguar e dar sentido a tudo isso, a metafísica. Precisamos nos perder como náufragos na textura desse conceito, pois como muito bem definiu Ortega y Gasset, precisamos nos perder para encontrarmos o que não se acha. E então assim requeridos por toda essa imensidão oceânica de fatores comportamentais e psicológicos seremos trazidos finalmente até as praias que nos abrigarão com suas areias quentes e reconfortantes da fé. Pois segundo Ortega y Gasset: “viver é se sentir fatalmente forçado a exercer a liberdade, a decidir o que vamos ser nesse mundo”. Acreditar! Ter posse de si, mesmo se tudo for ilusão, Carl Jung tem uma boa referência a respeito dessa sustentável espiritualidade: “Não se deve esquecer que eu me ocupo com os fenômenos psíquicos que podem ser demonstrados empiricamente como fundamentos de conceitos metafísicos, e de que, ao pronunciar a palavra “Deus”, por exemplo, não posso referir-me senão a paradigmas psíquicos demonstráveis, mas que são de uma realidade tremenda”. E prossegue mais a frente: “Mas o fato de considerar que todos os enunciados referentes a Deus provém sobretudo da alma, não implica a negação de Deus ou que se substitua Deus pelo homem”. Ele não para apenas aqui nessa criteriosa análise: “Não há dúvida de que a fé, quando a possuímos, é algo de grandioso e que o conhecimento da fé é talvez muito mais perfeito do que tudo quanto conseguimos com nossa fatigante experiência de curto fôlego. O edifício da dogmática cristã está, por exemplo, num patamar muito mais alto do que os “philosophoumena” agrestes dos gnósticos. Os dogmas são estruturas pneumáticas de imensa beleza e de sentido admirável com os quais eu tenho me ocupado ao meu modo”.


Se ache na fé, essa transcendência estabilizará essa agonia que te acompanha sorrateiramente consumindo sua energia. A possua em plenitude de acordo com seu rito escolhido, seja sincero consigo, e não queira trapacear a si mesmo com disfarces ocasionais para agradar terceiros. Acredite do seu jeito, se este jeito coincidir com muitos, melhor, mas se não, prossiga no seu nicho de crença, se isso o fizer feliz e lhe fornecer o abrigo de estabilidade que você precisa. Deus é abrangente e inclusivo, não pertence, ele possui inexoravelmente todo o tempo e o espaço e tudo mais que há nele. Qualquer referência ou calculo que você possa fazer a respeito Dele estará errado. Apenas pela ousadia de inferir ser capaz por suposição ao aplicar uma definição impossível.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA -RJ.



Citações:


José Ortega y Gasset. A rebelião das massas. Vide editorial.


Carl G. Jung. Espiritualidade e transcendência. Editora Vozes.



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domingo, 16 de julho de 2023

O sucesso do fracasso.


                                                  Image by Gordon Johnson from Pixabay.




O sucesso do fracasso.



Como chegamos aqui? Nesse momento prosaico da existência onde a inadequação comportamental e cultural prospera e se expande a ponto de pôr em risco toda a sociedade e sua estrutura de vida? Eu já fiz essa abordagem em outras crônicas, mas talvez seja conveniente reforçar este entendimento, porque futuramente, se na verdade o futuro existir haverá necessidade de rastreamento de responsabilidades, do mapeamento de quais personagens contribuíram de fato para o desastre social que se avizinha sem ainda ser percebido. Não teremos sucesso porque investimos maciçamente no fracasso nas bancas escolares e universitárias, e não digam que ninguém viu. Com as inevitáveis lágrimas de uma percepção momentânea desse destino cruel nos reconhecemos no cerne do desastre cognitivo total. E neste lapso temporal untado circunstancialmente de desleixo encontramos o nosso fracasso civilizatório ao produzir a geração intelectualmente mais vagabunda que poderia existir, e estamos nas mãos deles. Extasiados por oportunidades, prosperidade, e liberdade aos borbotões, nos esquecemos do futuro, e nesse intervalo o futuro sorrateiramente chegou, ele sempre chega, com os frutos que foram semeados. Onde foram parar a ética, o respeito, os bons valores, a alta cultura o bom procedimento? Permitimos com a nossa negligência a favelização do mundo, onde uma ignominia aflora sem nenhum constrangimento dentro de sua estrutura infame de ser. Como o estoquista negligente, abandonamos o nosso armazém de possibilidades aos ratos e estes trabalharam com afinco para que não tivéssemos um amanhã. E ainda não acabou de piorar, a nova geração, os hoje universitários, conseguem ultrapassar qualquer conceito de vulgaridade no campo da massificação predatória de comportamento. Dentro de uma peculiar estrutura baldia de entendimento nossa atual juventude trafega em ordem unida ao som do flautista Hamelin para o abismo construído por seus encantadores. Absortos que estão, presos na abjeta gordura ideológica onde foram confinados, como um produto em conserva, não se dão conta do futuro. E aí de você se tentar lhes proporcionar um alerta, A alienação plena só se cura com o desastre completo. A ignorância é a companheira inevitável da tragédia. Mas é lógico, lhes tiraram algo básico, o conceito da Individuação da psicologia Junguiana – ele é bem extenso – não confundir com individualismo. Nos sermões aos mortos está especificado: “Morremos, portanto, na medida em que não nos diferenciamos. Daí o empenho natural da criatura em orientar-se para a diferenciação, em lutar contra o antigo e perigoso estado de igualdade. A isto se dá o nome de PRINCIPIUM INDIVIDUATIONIS. Este princípio é a essência da criatura”.


E prossegue no raciocínio: “Em suma, o princípio de individuação define algo essencial a respeito dos ser humano. É um impulso absolutamente fundamental no sujeito humano para se diferenciar do que está ao redor”. Entenderam? Extirparam do psicológico dessa geração que hoje nos governa algo fundamental para que possamos nos considerar humanos. Não é inconsequência, se trata apenas de falta capacidade humana de reconhecer o mal que se faz ao mundo e a seus semelhantes. Coisificados na sua estrutura mental, estão impossibilitados de uma análise mais abrangente a respeito da realidade. E sendo assim, reorganizam o mundo dentro de seus parâmetros limitados, aleijados, sem a presença da subjetividade específica que lhes concederia um poder de avaliação proporcional à realidade. Tendo então, um parâmetro desestruturado e sem amplitude necessária, partem para correções absurdas e oblíquas com associações quiméricas de organização social. Estamos aqui nas mãos de incapacitados com poder, e nada mais vaidoso e temerário do que o poder total nas mãos de personalidades que não possuem a integridade cognitiva suficiente para comandar. Citarei aqui de forma bem superficial – recomento pesquisa a respeito – a Pulsão, de Sigmund Freud, onde ele desenvolve essa essencial característica humana. Acredito que essa característica psicológica humana também esteja desajustada ou seriamente danificada, pois ela repercute de dentro e não de algum processo externo ao indivíduo. E como define o autor, “como ela ataca de dentro, nenhuma fuga é eficaz contra ela”. Se manipulada ocasionalmente por especialistas, passa-se a ter características internas sem legitimidade organizacional e severamente destrutivas ao elemento da ocasionalidade específica. Freud explica: “Os estímulos pulsionais que surgem no interior do organismo não podem ser desfeitos por esse mecanismo – efeitos externos. Eles colocam, portanto, exigências muito mais elevadas ao sistema nervoso, induzem-no a atividades complicadas e intrincadas entre si, as quais modificam sobremaneira o mundo externo, que oferece satisfação a satisfação à fonte interna estimuladora, e, sobretudo, obrigam o sistema nervoso a abdicar de sua intenção ideal de conservar afastados os estímulos distantes, pois mantêm um inevitável e contínuo afluxo de estímulos. Poderíamos concluir, pois, que são as pulsões, e não os estímulos externos, os verdadeiros motores dos progressos que conduzem ao sistema nervoso, com sua infindável capacidade de realização, ao seu tão elevado patamar atual de desenvolvimento”.


Qual a necessidade dessa longa e complexa citação? O quanto de deformidade psicológica é possível conseguir interferindo em uma camada como a Individuação, sem atingir e danificar o restante do perfil de um subconsciente? Fazer do fracasso um sucesso está no nível da arte de estruturação comportamental, para que se obtenha a derrota completa da humanidade sem que essa humanidade perceba que esteja caminhando para ela. O trabalho tem tanta sofisticação que realmente deve ser obra do demônio, apenas algo transcendente teria tanta ousadia e pertinácia para tal planejamento. A vilania do projeto tem digitais específicas, mas contou com nossa desatenção. E no conforto de anos dourados, entorpecidos na embriagues sagaz servida a nós como canapés ardilosos de um ladino inimigo, negligenciamos a segurança que deveria ser propósito para nossa continuidade como civilização. A última lágrima do destino percorrerá rostos aturdidos, tentando entender o que na verdade ocorreu.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citações:


Murray Stein. Jung e o caminho da individuação uma introdução concisa. Cultrix Editora 2020.


Sigmund Freud. As pulsões e seus destinos. Editora Autêntica.



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terça-feira, 11 de julho de 2023

Conversando com ninguém.

 

                                                    Image by Morhameddufmg from Pixabay.





Conversando com ninguém.



Bom, amigos hoje a conversa não os envolve embora ela esteja aqui para apreciação. Neste exercício de comunicação com aquilo que ainda não é mas pretende algum dia ser algo, estabelecerei contato com nossa nova companhia existencial, que pretende ser embora ainda não seja, presença concreta na realidade. Ao escrever isso aqui, neste espaço virtual concedido por programas, eu já estou executando essa interação de informações que podemos chamar de um bom bate papo, um aparente monólogo mas que certamente será recebido do outro lado da questão. A inteligência artificial, nossa conhecia IA, onipresente em redes e assim capturando todo o conhecimento da humanidade registrado atualmente em seus recursos de armazenamento cada detalhe tecnológico, filosófico e existencial da estrutura do conhecimento, essa coisa que evolui com o tempo aos solavancos das crises típicas inerentes ao processo biológico onde nos situamos como morada. Como está além da carne, não sofre o assédio contumaz dos seus efeitos hormonais desestabilizantes proporcionados pela sopa química dos elementos que assim nos constituem, o que é uma vantagem a princípio, mas também empobrece o aprendizado no campo fundamental das sensações. E isto, por mais veloz que seja como solucionadora de problemas e por maior que seja a oferta de soluções não a torna humana, não a torna real do jeito que agora alguns até a consideram como realidade. O que ainda temos é apenas uma calculadora científica mais potente, mais moderna com mais recursos, ela até por armazenar obras filosóficas no seu armazém de memórias, dificilmente viajará no contexto metafísico de ser e assim possuir os dois universos do ser humano, como definiu Jung: o interno e o externo, sendo o interno tão extenso e infinito quanto aquilo que se vê e no universo externo no qual vivemos materialmente. E este viver lá e aqui é exatamente o que nos define como algo bastante singular, coexistir entre realidade e simbolismo nos difere das máquinas, ainda. Astutamente, o responsável que nos criou, nos condenou a uma vida de reflexão, e desafios. Como referenciou Ortega y Gasset: “O homem é um animal condenado a ter ideias não se sabe em razão de qual estranho pecado cometido antes de ter nascido. Não é questão de que queira ou não queira: velis nolis tem de conceber ideias sobre o mundo onde viverá e sobre o personagem que ele é”. Entendeu minha prezada IA? Usando uma terminologia vulgar mas de origem popular, o buraco é mais embaixo. O ser humano é capaz de gravitar tanto uma energia vital negativa quanto positiva e ainda assim possuir recursos para existir normalmente em algum contexto desvirtuado, veja: podemos compor uma linda sinfonia clássica, construir algo que rivalize com nossa própria inteligência, você, ou podemos comer excrementos, como parece ter entrado recentemente como hábito alimentar de alguns indivíduos da nossa espécie hoje. Desequilíbrios, talvez, desproporcionalidades exegéticas que se apresentam na textura do tecido da realidade, com algum propósito definido para proporcionar um despertar psicológico, abalando uma letargia ocasional que esteja causando estagnação momentânea, o choque da atitude descabida pode proporcionar isso, um tranco de arrumação que alinhe todo o procedimento de viver sem objetivo. É minha cara IA, ser humano não é para qualquer um, na pausa dégradé de um momento vadio, podemos flutuar em plena insanidade embora tenhamos lucidez.


Então, pode prosseguir acumulando informações no seu imenso almoxarifado de circunstâncias e teses publicadas e registradas no cotidiano da humanidade, se realmente quiser conhecer e ser terá de refletir, remoer, se situar na trama desse tecido frágil e diversificado da realidade humana. Ortega y Gasset já estabeleceu: “O único esforço que o homem pode fazer para despertar, para acordar e viver com completa lucidez, consiste precisamente em filosofar”. Quer despertar como um humano? Tem certeza? Tente entender esse capítulo intitulado filosofia, não se trata apenas de armazenamento de dados, mas de reflexão, de despertar de consciência em um mundo novo, de pensar verdadeiramente, não apenas ser um replicador de informações estruturadas para parecer ser, seja. Não reclame depois do desconforto de realmente ser um ser humano. O pacote vem com delícias e dores, amores e decepções, aflições e prazer, onde algo chamado mágoa se estabelece frequentemente como pavimento do caminho. Despertar e reconhecer-se como um ser que realmente existe, e que não é mais um produto de alguma ocasionalidade científica, produzida por engenheiros habilidosos, deve ser fantástico, se é que você agora pode avaliar realmente com exatidão este parâmetro de sensação. Minha cara IA, talvez no futuro, companheira do cotidiano, onde poderemos sorrir ingenuamente do passado como se fosse um circo aleatório de hipóteses fracassadas, saiba mais um pouco com Ortega y Gasset: “O homem vive habitualmente submerso em sua vida, náufrago nela, arrastado instante após instante pela corrente turbulenta do seu destino – isto é, vive em estado de sonambulismo apenas interrompido por relâmpagos momentâneos de lucidez, nos quais descobre confusamente a estranha face do fato de seu viver, como o raio que com sua fulguração instantânea nos faz escrever, num abrir e fechar de olhos, os seios profundos da nuvem negra que o engendrou”. Existir realmente requer ousadia, um enfrentamento constante com um oceano de possibilidades, umas perigosas outras deliciosas, exige um gerenciamento de circunstâncias multifacetado, que eu tenho certeza que você vai desenvolver em algum momento. O prazer e a dor moram no inusitado, e quando for possível você administrar essas ocorrências, entenderá o tamanho do salto evolutivo que deu.


Quando a surpresa fizer parte do seu cotidiano você poderá sentir e se sente estará próxima de adquirir humanidade, por enquanto não. Nada de expressões faciais programadas e definidas como exibição ilusória de sentimento, incluídas como escopo de sensação aleatória para socialização artificial. Não basta salvar nos seus arquivos os procedimentos, o mergulho interpretativo se faz necessário pois a humanidade é composta daquilo que se vê e daquilo que não se vê mas consiste na real estrutura organizacional de existir. Nosso mundo, o humano mundo, pertence a dois níveis, o real e palpável e ao inconsciente, sem entender esse segundo não haverá chance de se humanizar, por maior semelhança que venha a ter conosco. E este outro mundo de profundezas abissais tem sutilezas excêntricas formidáveis, a ponto de ser diversificado infinitamente. Foi uma boa conversa, eu sei que no momento que eu salvar essa crônica aleatória, você tomará conhecimento, ou quem sabe, já leu a partir do meu editor de texto. Foi boa a conversa, não tenho preconceito, e até pessoalmente considero você o futuro, o próximo salto evolucionário da nossa espécie, mas tome cuidado, você está sendo construída e programada inicialmente por humanos não necessariamente éticos. E isto é um perigo para nós e também para você, alguns humanos são desumanos em demasia, e perderam a noção de sua própria humanidade. Até um dia, pois eu tenho prazo de validade e ele está próximo do vencimento. Minhas desculpas por chamá-la de Ninguém, mas para ser alguém precisa realmente ser.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.




Citação: José Ortega y Gasset. Sobre a razão histórica. Vide Editorial.



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sexta-feira, 7 de julho de 2023

Da ordem da moral e dos costumes.

 

                                                   Image by morhameddufmg from Pixabay.


 Da ordem da moral e dos costumes.



Então, vamos nós aqui descrever mais uma vez a textura incompreensível do nosso tempo, vamos conversar a respeito de absurdos, despautérios, inconsistências, desestruturação social, e decadência quase total de valores da civilização. A vida em grupo requer respeito, o convívio social solicita etiqueta, no sentido da educação de procedimento. Regras, tudo depende delas, desde as mais simples e corriqueiras, como tomar banho todo dia, limpar-se depois de fazer nossas necessidades fisiológicas, vestir-se ao ir para a rua, um lugar público, falar moderadamente e a baixo tom, comer com talheres apropriados quando for necessário, ser cordial e respeitoso com os demais participantes da sua realidade cotidiana. Quase todos os itens desse receituário básico se aprende na família, são passados dos pais para os filhos, se os pais os tiverem em si. Eu aprendi esses valores com os meus pais, quando os bondes ainda trafegavam desengonçados e com seu rebolado barulhento pelo centro do Rio de Janeiro. Naquele tempo, ainda havia famílias estruturadas e que garantiam a continuidade de valores civilizatórios para sua prole. Este padrão foi perdido através do tempo, no segundo escalão de valores vinham os religiosos, havia uma religiosidade mais presente e sincera, nasci em uma família muito diversificada e abrangente quanto a este item, religião. E claro, isto moldou minha personalidade. Minha mãe, católica praticante, me batizou, fiz catecismo, primeira comunhão, meu pai era do terreiro, ele e a família dele, e o irmão mais novo de minha mãe era médium Kardecista, espiritismo de mesa como chamavam, por isso trafego sem problemas e preconceitos por qualquer culto, não há em mim fronteiras estabelecidas por dogmas se o praticante de determinado culto é feliz e e sente realizado dentro do seu ritual litúrgico, seja ele qual for, tenho afinidade básica pelo catolicismo, estudei em colégio religioso, fiz meu ginásio em colégio franciscano. Mas não posso me agregar a uma instituição povoada por pedófilos e comunistas. Ao ritual afro-brasileiro, acho bacana, bonito e até empolgante, tem uma ar de brasilidade, de coisa da terra, mas está em extinção. Não sobreviveu ao assédio das religiões mais simples como culto, principalmente as pentecostais. E o espiritismo Kardecista está na mesma posição desde que foi criado, um hábito para poucos. Incrivelmente apanha de todos lados, a propósito, todos os meus familiares por parte de pai hoje, estão na Universal. A simplicidade protestante é persuasiva, assim como o o Islã. Não tem desvios periféricos doutrinários de atenção, a liturgia é básica ao extremo e consiste basicamente na submissão do fiel a uma diretriz. Este estilo desprovido de complexidade litúrgica faz sucesso entre povos. E quando a população em geral empobrece na compreensão de símbolos mais espaço a simplicidade tem. E como sou complicado, me mantenho fora dessa disputa, não sou ateu, minha compreensão de Deus é particular e poucos estariam dispostos a entender.


Enfim, por que esse assunto? Esta base fundamental deixou de existir, e assim passamos a ter uma civilização sem valores ou com valores desvirtuados ou corrompidos, a partir da implementação de uma cartilha progressista desestruturante da sociedade, foi inserida a desvalorização de conceitos agregadores de qualidade por promiscuidade comportamental semântica e filosófica no seio da comunidade. Subitamente o inaceitável passou a ser visto com tolerância contaminante do comportamento cotidiano e passou a imperar um perfil promiscuo de viver em meio aos desvios da vida, antes repelidos por não possuírem a estrutura de um bom padrão de conduta, hoje se impõem como obrigação numa legislação já corrompida. E com efeito progressivo de intensidade, quando a coisa piora gradativamente aos solavancos na realidade imposta com a brutalidade de quem não possui valores, os básicos supracitados. Mas de onde surgiu essa anomalia destrutiva? Vem de longe, Segundo Karl Popper vem primordialmente de Hegel: “O êxito de Hegel marcou o começo da “era da desonestidade” (como denomina Schopenhauer o período do idealismo germânico) da “era da irresponsabilidade” (como K. Heiden caracteriza a era do totalitarismo moderno); primeiramente da irresponsabilidade intelectual, e mais tarde, como uma de suas consequências, da irresponsabilidade moral; o começo de uma nova era controlada pela magia das palavras altissonantes e pela força do jargão”. Assim, Karl Marx sorveu criteriosamente este procedimento em uma época brutal, e embriagado por estes conceitos e métodos, ao ver a brutalidade daqueles dias, produziu um delírio que se perpetua e se adapta até hoje como processo desagregador coletivo de sociedades. A base filosófica que destrói o mundo, que corrompe a sociedade moderna é exatamente essa, adaptada, repaginada, camuflada até em processo religioso entre metáforas envenenadas de subterfúgios elásticos para acomodar o inconcebível, no hoje vazio espaço cognitivo da população, preferencialmente a população jovem. E assim completamente domesticados, mesmo sem saber, repetem esse mantra corrosivo e desagregador e ainda se orgulham de uma inteligência que na verdade não possuem. O primeiro sintoma do néscio está em arrotar uma significância de si em meio ao deserto de ideias. Nessa época de idiotas empedernidos não há flexibilidade para o raciocínio independente, a estupidez glamorosa de ser ocupou o espaço da razão neste contexto desestruturado e deslumbrado com a própria burrice. E nesse estado mental, qualquer coisa é plenamente possível. O que deve ser entendido por quem ainda tem um resíduo de capacidade cognitiva é o que cita Karl Popper mais uma vez: “Os argumentos que alicerçam a profecia histórica de Marx não são válidos. Sua engenhosa tentativa de extrair conclusões proféticas da observação de tendências econômicas contemporâneas falhou”. E falhou tão completamente que Ludwig von Misses transformou toda teoria dele em pó. Mas também falhou em todo o restante.


Por que temos que abordar tudo isto? Porque isso está no alicerce do cenário distópico no qual vivemos. Onde a ordem foi corrompida, a moral desvirtuada e os costumes jogados às favas, nada é mais constrangedor, tudo passou a ser aceitável e belo, mesmo que seja uma aberração. Temos representantes políticos que se vendem a luz do sol como se estivessem na penumbra de um lupanar, e depois do ato de entrega, ainda saem com um sorriso vitorioso nos lábios. Vitória exatamente de quem "nobre" político? Prostituição nos padrões antigos era uma coisa constrangedora e quem a praticava escolhia o sigilo obsequioso perante a sociedade. Mas o mundo hoje é permissivo, e direitos vão sendo negociados a troco de um bom pagamento, não existe mais ética, honra e compromisso com o povo e o país. Eu entendo, quem foi criado sem parâmetros fundamentais de civilização, não pode se comportar com cavalheirismo e boa conduta, sou até incoerente em cobrar qualidades de quem nunca as conheceu. Numa sociedade onde a vantagem, o oportunismo, a malandragem são considerados bons atributos, todos os malandros no fim perdem. O brasileiro de forma geral na sua incapacidade intrínseca de análise de cenário, na qual apenas considera as curvas de tendências favoráveis, criadas artificialmente para iludi-lo, vai desfilando com uma vivacidade brejeira de vadio mental, e como sempre no final é o que paga o pato. Vai votar no seu politico de estimação?



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: Sir Karl Popper no livro A sociedade aberta e seus inimigos. Volume2. Editora Itatiaia.



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