quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Um oceano de incertezas.

 

                                       Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.



 Um oceano de incertezas.



Então, aqui estamos no limiar de um ano novo eivado de certas incertezas, o delineamento do futuro está pronto e não é bonito, nada presente nele indica sucesso ou prosperidade. Com uma equipe de gestão escolhida entre os melhores dos piores, temos o péssimo do péssimo, o próximo governo não proporciona o mínimo vestígio de êxito em alguma área do cenário no qual vai atuar. Mas como chegamos nesse desastre político? Como todo final de ano, se faz necessário uma retrospectiva dos últimos quatro anos. Essa gente que agora volta ao comando do país, foi expulsa do poder de forma retumbante por uma população farta de desmandos, desvios e incompetência, e como se faz este mesmo pessoal outrora desprezado e descartado voltar ao poder? Superando e muito qualquer incompetência anteriormente praticada. Vejam, não falo do campo econômico e de administração interna, mas sim do campo político. Colocaram fé em demasia na premissa que um governo com sucesso na área econômica não precisa se preocupar com mais nada. Será? Existiu realmente um sucesso econômico extraordinário para o povo pobre? Não! Ah, existiu a pandemia e coisa e tal, sim em alguns requisitos administrativos o governo que se encerra foi bem, mas permitir que o povo apanhasse de meganhas assanhados na rua simplesmente por sair para pegar sol deixa ressentimentos. Tenho minhas dúvidas se alguém que apanhou da polícia votou no Bolsonaro, foi no governo dele que essa aberração foi permitida. Este é só um dos tantos detalhes políticos desastrosos.


Em 2018, quando da eleição que o povo realmente mostrou indignação com toda essa gente que agora volta, qual era a opção de algo totalmente diferente que se apresentava com alternativa? O Bolsonaro era o cara parado - na estação - ferroviária quanto o trem passou, nada de especial nele, apenas um lobista obscuro de militares, que vivia as turras com extremistas de esquerda no parlamento. Péssimo de articulação política, um zero a esquerda em critérios de relacionamento. De forma muito improvisada conseguiu vencer, tal era a vontade de mudança política que o povo alimentava, ele era o único em oposição total a tudo o que fazia mal a nação. Venceu, assumiu com um discurso reformador, naquele momento específico ninguém sabia que ele era apenas um tosco boquirroto garganteador, um fanfarrão. Com um capital político imenso, com todo o poder que possuía em início de mandato, o primeiro sinal preocupante foi dado, recuou na nomeação do comandante da polícia federal. Afinal, o valente não era isso tudo, e assessorado por positivistas pusilânimes e apaziguadores foi gradativamente perdendo consistência no mundo político. Tudo indica que não raciocina por si mesmo, mas alugam a cabeça dele. Não tem estruturada uma personalidade forte e altiva, aquele requisito que decide e enfrenta as adversidades. Um cérebro de aluguel onde oportunistas fizeram a festa. Mal aconselhado foi desfazendo a equipe de governo inicial e que foi vitoriosa assim substituindo por gente de procedência duvidosa, até chegar no cúmulo de se alinhar ao Centrão, neste ponto, o delineamento da tragédia já estava consumado. Mas ainda faltava o toque final para o mundo político que não quer vencer, começou a atacar seu próprio eleitorado: “quem não estiver satisfeito que vote no Lula”. “direita burra”.


Para isso, construiu uma tropa de choque virtual para perseguir qualquer um que discordasse da agenda ou ousasse criticar os movimentos políticos inadequados e inconvenientes. Eu particularmente confesso, nunca vi um político atacar seu eleitorado, para mim foi algo inédito e surreal. Todas essas ideias “brilhantes” só podem ter saído da cabeça de alguém que não possua nenhum traquejo político, um caminhão caixa seca no relacionamento humano, e quem mais se enquadra nesse perfil? Um general. Claro, Bolsonaro como militar, - um capitão -, certamente prestava e presta reverência a eles os generais, natural, é inerente ao sistema de castas militar. Tem um enorme peso essa dependência psicológica. Podemos até afirmar que foram os generais que realmente governaram, sem muita margem de erro. Não tenham dúvidas, foi por influência deles, os militares que chegamos nessa situação constrangedora. O que inconscientemente leva a grande parte da população indignada com a volta do grupo que foi expulso do poder a quatro anos de forma incondicional à porta das unidades militares pedindo uma solução. O velho ditado: “quem pariu Matheus que o embale”. Muitos já perceberam que o Bolsonaro não é o que dizia ser, e apenas não querem a volta do sombrio staff socialista. Mas sim, existe ainda e apesar de tudo um alto grau de idolatria. Um líder político, por pior que seja sempre terá seu curral, seu séquito de adoradores específicos. Assim, nesse oceano cheio de incertezas vamos para mais um ano novo, com uma parte da sociedade, aquela parte que comanda, essa quase que totalmente dominada por ideologia e submissa a poderes externos, instituições dominadas por positivismo colaboracionista e o povo no meio disso tudo, o povo ainda por incrível que pareça esperançoso por manutenção da liberdade democrática. A verdadeira democracia, não aquela que habita a boca suja de socialistas, que serve apenas como um rótulo para disfarçar o arbítrio mais brutal. Fizeram assim tudo errado, subestimaram o adversário, não entenderam que para eles, somos inimigos, e existe uma sutil diferença nessa abordagem. O adversário você luta contra ele, o inimigo você destrói. Nessas sutilezas nos perdemos, por falta de competência e por acreditar em ilusões.



Todo equívoco tem um custo e acredito que teremos que pagar. Arcar com o peso desse desassossego que estará presente nesse ano que se inicia. Decisões erradas, respostas erradas, perderemos liberdade, direitos e talvez até a saúde e a vida, o futuro é construído no presente, tenha cuidado com o que faz agora, essa atitude repercutirá em ressonância infinita através do tecido do tempo. Essa trama complexa não admite frivolidade e sim respeito, ou logicamente nos devolverá como fruto o resultado das nossas ações e escolhas. Hoje existem aqueles que querem e sonham moldar o futuro de acordo com suas crenças e convicções, pois bem, a natureza humana e o imponderável não gostam de decisões arbitrárias, no fim o caos se impõe abraçando a todos, frágeis e poderosos, arrogantes e humildes. Feliz ano novo! Feliz 2023! Lembrem-se a incerteza é o alicerce da ciência e da sabedoria. Combatendo-a evoluímos.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

A caricatura do contexto.

 

                                        Imagem de Ri Butov por Pixabay.



A caricatura do contexto.


Não que eu seja um tanto obsessivo mas as circunstâncias exigem registro para a posteridade, caso ela de fato venha a existir. Eu poderia estar embaralhado em estrofes de versos e produzindo bucolicamente poesia, mas lamento, não sou assim, o que acontece nas adjacências da alma me rouba a ternura da ocasião. E por ser assim tenho que perguntar a essa nossa elite socialista que de alguma forma viabilizou a volta de uma equipe de governo com tantas ocorrências policiais e de perfil altamente suspeito, se estão felizes. Estão felizes? Que bom, emprego público ou estatal, excelente remuneração, direitos, adicionais em cascata, escala de trabalho com qualidade. Trabalhem direitinho hein? Os magnatas da NOM não toleram ambiguidades e falta de comprometimento. Afinal, vocês possuem hoje tudo de melhor para obter o resultado esperado, e com a equipe de “profissionais” escolhida para a nova gestão, tudo indica que o errado vai dar certo podem apostar. Não existe a mínima possibilidade de vitória, mas aqui não é isso o que interessa no final, a derrota é o prêmio, como o lutador que foi subornado para cair premeditadamente em algum assalto da luta, o evento desejado pelos cobiçosos magnatas mundiais que aguardam o momento certo para fazer o rescaldo nos nossos escombros ficará mais próximo.


Um detalhe interessante turma! O que gera receita para que o governo honre os compromissos que são as vossas remunerações públicas e muitas vezes estatais é o fluxo de caixa que a arrecadação de impostos proporciona. Talvez vocês não saibam mas a economia tem algumas regras estabelecidas de funcionamento e todos vocês são um custo uma despesa certa mensal nas planilhas de governo. Eu sei que a educação nessa área, vocês que são socialistas nunca foi muito boa, mas se a economia do país for mal, tiver um péssimo desempenho, suas remunerações ficarão comprometidas, alguma coisa terá que ser priorizada pelo governo inclusivo, talvez programas sociais sejam mais relevantes que pagar tanto funcionário público, tudo pela causa companheiro! O povo no poder, punho cerrado para cima! Se por acaso vocês perderem o emprego, será por uma boa causa social. Ah! Existe legislação, ninguém poderá tirar-nos daqui! Companheiro, hoje a lei é customizada de acordo com a ocasião, não se apegue na letra, mas sim na vontade de quem julga e no momento no qual se exige a mudança. Afinal companheiro, tudo pela causa. O que importa é a coletividade.


Aquela velha ideia de imprimir dinheiro sem lastro também não funciona camarada proletário de circunstância. A moeda perde o valor de face conforme mais delas entram em circulação, você não quer ir na padaria com uma sacola de dinheiro para comprar três pães, quer? Então, medidas heterodoxas serão tomadas quando a arrecadação cair por gestão temerária, e como o governo socialista tem pleno poder para fazer o que bem desejar em matéria de governabilidade, sua outrora qualidade de vida, sem preocupações financeiras estará em risco. Eu sei, vocês entenderão; a coletividade se torna preponderante, e as ações governamentais certamente serão bem absorvidas, afinal, se você proletário de boutique, quase um indigente tiver que vender sua caminhonete 4 X 4 por pura incapacidade de continuar sustentando-a, terá sido um sacrifício válido pela causa socialista. Ah, aquele colégio de elite onde seus filhos atualmente estudam podem não ser mais uma opção. Você não se incomodará em colocar seus filhos no colégio publico né? Vai até criar um poderoso elo com a população menos favorecida das comunidades. O socialismo é para isso, eliminar fronteiras sociais. Ah, o rigor da análise fere seus princípios? Os magnatas do mundo e seus muitos sequazes que vão se apropriar do que um dia foi nosso não se importam com isso, apenas desejam submissão.


A empregabilidade governamental amigo, depende da saúde financeira do Estado. Um Estado sadio, com economia de mercado livre, sem entraves de funcionamento, com um povo produzindo, empreendedorismo forte, diversidade de produção proporciona uma enorme carga tributária, e com ela fica possível sustentar com boa remuneração um funcionalismo público e diversas estatais. Se o Estado aplica bem sua arrecadação de impostos, se torna possível cumprir metas sociais, pagar bem a quem trabalha para ele. Agora se verbas monumentais começarem a ser desviadas para fazer política internacional, construir obras em outros países, fica difícil equacionar o orçamento interno, e aí companheiro, a vítima pode ser você que é remunerado pelo Estado. Mas tudo bem, você foi orientado desde a juventude por aquele professor xexelento marxista e assim tem suas convicções consolidadas. Mas saiba que entre a utopia e a realidade existe uma barreira invisível como uma parede de vidro resistente. Antes de arrebentar a cara e sua vida tenha cautela e analise o contexto real. Exemplos evidenciando o fracasso da coletivização socialista existem, basta acompanhar o desempenho, lembre-se sempre, você que trabalha para o Estado, seu pagamento é garantido pela saúde financeira proporcionada pelo governo. E não por uma plantação de dinheiro onde o Estado colhe dinheiro periodicamente. Sim esse recado é especialmente para você desse setor, porque eu sei do nível de doutrinação e engajamento da área. Seu bem-estar depende diretamente de uma boa administração governamental, que gere prosperidade e não obscenidades econômicas rotineiras na estrutura do Estado.




Gerson Ferreira Filho.

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domingo, 25 de dezembro de 2022

O novo utilitarismo.

 

                                         Imagem de Dimitris Vetsikas por Pixabay.


O novo utilitarismo.


Hipóteses bailam em horizonte opaco do entendimento. O que exatamente fazer quando boa parte dos que te acompanham na jornada estão fora da faixa de compreensão da realidade e assim por arrasto nos levam, em grupo para um profundo abismo? Alguém já disse que a ignorância é uma benção, deve ser mesmo, pois permite não vivenciar o estresse de quem realmente pensa e sabe antecipadamente que se não existir correção de rumo o desastre se torna inevitável e se consuma. Eu sinceramente gostaria de falar de esperança, de boas novas, de planejamento e construção, porém as nuvens no limite visível e a mudança de vento não colaboram para a estruturação em mim de algo positivo para o momento. Uma vez livre da manipulação dos grupos de interesse e domínio representados pela mídia e seus canais que produzem a alienação, se torna possível enxergar o que essa gente tanto luta para esconder, e não é bonito. Os serviçais desse interesse maior, muitos também não sabem, não possuem a devida compreensão para exatamente o que estão trabalhando, na sua perfilagem programada se entregam a tarefa sem uma mínima análise de contexto, sem raciocínio a cerca dos resultados possíveis, a crença estruturada que lhes dominou o inconsciente já não permite supor alternativas e correções, no máximo vagam nos corredores do labirinto cognitivo onde foram aprisionados.


Este vórtice ideológico lhes engoliu a análise do cenário, o método do conflito dialético onde se estabelece a síntese da ideia ultrapassou este horizonte de eventos programado e mergulhou no buraco negro, o analiticamente preditivo foi descartado, nada há o que antecipar e se precaver, tudo acontece conforme o plano, a possibilidade morreu dissolvida filosoficamente e fisiologicamente em ácidos estomacais ideológicos. A ponderação saiu da equação, não se trata mais de incapacitação puramente intelectual, ou desconhecimento, porque passou a ser uma questão de fé. E a transcendência que isso dá fornece o abrigo perfeito para qualquer ousadia que venha agredir a textura da realidade. Neste nível o convencimento não é mais possível, apenas uma catarse pessoal ou coletiva provocada pelo desastre em si, talvez consiga proporcionar uma libertação do transe onde habitam a maior parte da sociedade. A dor do contato com o áspero tecido da realidade pode provocar um despertar de consciência, mas certamente à custa da sanidade psicológica. Pois uma vez, e depois de anos habitando um desvio, o rumo certo pode parecer assustador. A sensação de inadimplência com o passado enraizado na alma pode ser devastador para muitos que por acaso consigam escapar. Estas correntes de uma doutrina não são fáceis de quebrar, e por isso mesmo a maioria prefere se manter na zona de conforto da negação da realidade para evitar a náusea do mundo real.


Conheci e conheço muita gente, capacitada, com formação acadêmica, versátil profissionalmente, capaz de se destacar na sua atividade mas que infelizmente habita este limbo construído ideologicamente para aprisionar almas. A realidade deles está situada em um mundo construído para se opor a realidade, e sendo assim criam o conflito interno que extravasa para a sociedade e atinge a todos. Quem não faz parte desse delírio não entende, claro, a lógica do mundo real sente a agressão. Mas na certeza pessoal consolidada no seu universo particular essa gente luta para desconstruir a verdade e instituir assim um desejo hipotético e ainda não comprovado de mundo ideal. Tudo para essa gente tem de ser proposto conforme vontades e o saciar de sonhos. O impacto social, econômico, administrativo e organizacional não possuem mais relevância se for para estipular uma nova regra exótica para atender uma necessidade de conveniência. Até a exatidão da matemática agride essa gente. As regras de livre mercado, empreendedorismo, o sucesso ocasional fruto da competência e do mérito pessoal passam a ser intoleráveis. Um desequilíbrio, segundo eles, profano, alguém ter sucesso na vida porque foi mais dedicado no seu trabalho e na gestão de seus recursos. O mantra da turma é igualdade, para que ninguém se sinta diminuído. Como se todos nós fossemos vasos de barro numa olaria esperando para sermos embalados. A coisificação é a meta, e essa gente acredita de corpo e alma em tudo isso.


Mas claro, nós que pensamos ainda, sabemos que isso é para os medianos e para os pobres. Os poderosos e ousados metacaptalistas têm outros planos. Eles conseguiram colocar os comunistas, pasmem, com toda sua densa formação ideológica de Marx a Lukaks, Jean-Paul Sartre, até a Escola de Frankfurt para trabalhar para eles. Os massificadores de sociedades viraram empregadinhos de hipermilionários com sonhos de construção de um mundo melhor. Bom, nessa tara eles possuem algo em comum. Conforme aquela expressão que se popularizou, que deselegante! Marx teve o trabalho de escrever O Capital em vários volumes para sua turma acabar escrava do capital. Os magnatas colocaram coleiras nos comunistas e os usam para estruturar o mundo conforme a vontade deles. Um destino merecido para os proletários de boutique que adotam o discurso da indigência coletiva, mas onde muitos têm na garagem um baita utilitário 4 X 4 e mais um Sedan top de linha para revezar. Ah, e passam férias na Flórida ou em Paris. A residência desses proletários sofisticados geralmente tem piscina, ou moram em condomínios onde a taxa gira em torno dos dois mil reais. Nada que uma sinecura não garanta, afinal tudo pelo companheirismo inclusivo, punho cerrado para cima pessoal! A maioria nunca pisou numa vala negra de uma comunidade carente, mas os magnatas vão lhes proporcionar isso com certeza, eles só não sabem ainda, São úteis por enquanto. E quando a utilidade do idiota acabar... Bom, os dias de delícias não existirão mais. O objeto tem de ser útil, e se não for será descartado. Com uma ligeira adaptação do Utilitarismo de Stuart Mill para as necessidades da verdadeira elite, certamente teremos o expurgo dos desnecessários. Uma vez que não poderão mais agir, segundo as palavras do próprio Stuart: “agir sempre para produzir a maior quantidade de bem-estar”, se tornam inúteis.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citações:


John Stuart Mill foi um filósofo e economista britânico. É considerado por muitos como o filósofo de língua inglesa mais influente do século XIX. Fonte Wikipédia.



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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O último natal.

 

                                        Imagem de Hartono Subagio por Pixabay.


 O último natal.



Bom, então vamos para o possivelmente último natal com relativa prosperidade, a democracia nunca proporcionou um a distribuição equânime de prosperidade isto é certo, onde existe liberdade de ação, os resultados, tem muito com a competência pessoal de angariar recursos para si através de esforço pessoal, a escolha correta das ações, o sacrifício ao longo do percurso para estruturar uma base sólida e segura para o porvir. E claro, sempre também uma dose de sorte, o toque sutil do destino. Apesar que eu acredito que aquele velho aforismo atribuído ao Alexandre Magno, “A sorte favorece aos destemidos” contém em si o destino de quem trabalhou para obter o melhor resultado para si. O azar, a penúria, a necessidade são consequências de um descaso de quem encara a vida como um parque de diversões. No mínimo, quem se prepara para o dia de amanhã reservando para si conhecimento e recursos tem mais flexibilidade para encarar incertezas e momentos difíceis no futuro. Então, como vamos mergulhar no socialismo mais denso a partir de 2023, algumas certezas já podemos possuir: menos liberdade, mais impostos, pois em governo socialista a carga tributária tem de ser enorme para tentar suprir todos os programas supostamente sociais, controle social rígido com obrigações em cascata suprimindo diversas liberdades, Você não se pertencerá mais, será apenas uma propriedade do Estado.


Claro, que tudo isto com a consolidação do novo regime não passa de uma leve introdução ao oceano de “delícias” exóticas que ainda estarão por vir. Crédito social totalmente sob controle do governo, se você for um cidadão incoerente com a nova política, fica sem seus vencimentos do mês, uma medida socioeducativa, você não se comportou bem. Veremos também vetustos e velhos generais ainda portando sua masculinidade de outrora assistindo seus netos homens vestidos de bailarina e se exibindo assim na escola em eventos de inclusão social. Orientados por possíveis e prováveis bolinadores de crianças, claro, isso passará a ser normal e protegido por lei. No natal de 2023 talvez ainda não, mas no de 2024 provavelmente não será mais natal, mas sim uma comemoração alternativa, politicamente correta sem estes preconceitos intoleráveis que a velha e decadente religião impõe. Um culto a um escolhido entre os novos veneráveis líderes talvez seja mais adequado. Já imaginou você levando oferendas a uma estátua do político de ocasião? Lindo! Se você pensou em se tornar um fora da lei, e assim se beneficiar de toda legislação criada para hoje proteger bandido, esqueça. No novo regime, bandido passará a ser bandido novamente e receberá severas punições por atrapalhar a gestão do Estado com suas ações. O que existia antes era apenas uma conveniência legal para desestruturar um sistema inadequado. Em novo regime, novas receitas, lembre-se a lei flui conforme a vontade, e não mais como estrutura consolidada por um parlamento.


Para falar a verdade, nem sei se em 2024 ainda existirá alguém que possa compreender este texto. Agora já avançam na nossa estrutura linguística, palavras consideradas “inconvenientes” serão suprimidas, algumas situações serão renomeadas para atender a sensibilidade pessoal de minorias que se consideram excluídas do contexto social, até roupas e comportamento terão de seguir uma proposta não agressiva com relação ao sentimento periférico que possa existir no seu perímetro existencial. Se você homem estiver nesse futuro quase certo, vestido com um tubinho preto e de salto alto, essa não será sua maior preocupação, mas sim se o leite de soja foi realmente esterilizado e se o bolo com farinha de gafanhotos passou por uma mínima higienização antes de estar na sua mesa para o café de amanhã. Café não! Algo apenas aromatizado, café de verdade apenas para a elite social. Lembre-se, sempre caminhe sorrindo, uma expressão facial feliz lhe garante pontos de inclusão no programa estatal, e assim você poderá usufruir de uma indicação para passar alguns dias em algum evento governamental específico de doutrinação para uniformização de controle. Não é conveniente não sorrir, lembre-se sempre, redução de crédito social e redução da já diminuta qualidade de vida.


Nunca se esqueça, foi uma aceitação social coletiva que levou a tudo isso. Alguns protestam contra, mas uma parcela de povo está feliz, procurou isso e se sente com o seu maior desejo realizado. Então, sendo assim, espero não ver, se eu sobreviver a estes dias, ninguém que tenha colaborado para isso reclamando. A sociedade está claramente dividida, mas a parcela que desejou e abonou o que vai acontecer proporciona lastro para a consolidação deste cenário. Então, sendo assim, desfrutem desse natal, pode ser o último dentro de parâmetros de moral cristã e que comemora o nascimento do Salvador. Reúnam-se em família se for possível e conveniente, hoje ainda pode, confraternizem, se amem. Sinceramente, não vejo nas ruas uma indignação, sim existem multidões protestando, Deus abençoe este povo, a história registrará que nem todos se renderam e aceitaram bovinamente ao desastre social anunciado. Principalmente para vocês Feliz Natal! O Criador tem em alta conta os que lutam o bom combate. Feliz Natal!



Gerson Ferreira Filho.

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

A sintaxe do tempo.

 

                                        Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.




A sintaxe do tempo.



Concordamos sem concordância que o hoje foi devorado totalmente pela metonímia do momento. Sem um termo específico para definir o desastre que se aproxima catacresiamos as hipóteses ao ponto de até atribuirmos características humanas ao desumano cenário político que a prosopopeia nos oferece. Sim causa desconforto toda essa algazarra de sentimentos vadios que circundam o nosso frágil entendimento, desorganizado como um anacoluto, hipertenso como um hipérbato ousado que de forma maliciosa tenta criar o marasmo e o desânimo até em almas voluntariosas. Sobreviveremos intensificando a gradação? Ou teremos que procurar refúgio na metáfora como um sutil subterfúgio para construir uma tênue evasiva do contexto que nos agride? Sinceramente, meu sentimento é que dificilmente suportaremos do futuro o sacrifício requerido. Assindeticamente omitiremos do conjunto suposições para sobreviver ou estaremos perdidos irreparavelmente no pleonasmo do tempo.


Longe de mim desejar criar um paradoxo cognitivo em nossas sinapses, meu propósito tem a antítese presente no método dialético. Pois dessa luta o novo surge para construção de um hodierno amanhã plausível e sem a interferência dos sofomaníacos de plantão, que hoje infestam a realidade. Na verdade mesmo, chegamos na época do absurdo, cultivado por décadas. O que cultivaram? Socialistas. Pensem neles como cebolas, possuem camadas como um bulbo de pura incompreensão. Pensam dominar toda a razão mas na verdade são apenas um animal político que se encontra sob jugo psicológico, e assim sendo, sempre buscam uma canga real para colocarem no pescoço, e assim subjugá-los sob parelha para utilidade de um grande senhor. Eu sei, hoje o texto está pesado, então, sintam toda densidade da língua portuguesa que provoca esse desassossego existencial. Essa maravilha está a ponto de ser vilipendiada por insanidade reformista ideológica.


Não se enganem, parvo é o momento sem propósito, mas como estar vivo nos garante algum objetivo devemos levar a vida atropelando a monotonia com o escopo assim definido. Vamos semear o vazio deles com palavras supostamente ao vento, talvez, algum dia esse deserto se torne fértil e produtivo. Não viemos aqui com certezas, mas apenas com inseguranças para abrir caminho nessa selva de ignorância, precisamos de perseverança nesse contexto agressivo, a determinação dos que se encontram perdidos é ousada. Nada está garantido, mas o exemplo ainda arrasta e seduz, utilizemos isto então. Não pense que será fácil o recurso “ad hominem” dos despreparados e dos desesperados será utilizado em larga escala. Porque na falta de argumento ataca-se a pessoa e não a proposição. Sublimarão precocemente como mecanismo de defesa psicológica pois a angustia propõe sempre uma rota de fuga. Cabe aos poucos de nós que ainda existem, proporcionar o resgate de toda essa gente.


A ironia do tempo em toda essa sintaxe acaba personificando nosso método, atribuímos características humanas a quem quase já perdeu esse detalhe sutil. Usemos então a aliteração, aliteraremos nosso discurso, como um mantra doce e embriagante. Ou repetindo o mesmo som vocálico e criando assonância para que assim ressoe na profundidade supostamente inatingível do ser. Não subestime o poder da palavra e sua capacidade de produzir respostas. O discurso sempre deixa suas marcas e resultados, caso não fosse nem saberíamos quem foi Platão, ele com suas palavras e com seus registros de Sócrates não teriam influenciado tanto nossa realidade. E nunca esqueçam: “No princípio era o verbo…. Já ouviram falar no Evangelho de João?



Gerson Ferreira Filho.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Paralaxe.

 


                                        Imagem de Nicky ❤️🌿🐞🌿❤️ por Pixabay 




Paralaxe.



Um devaneio efervescente fustiga minha razão. Repentinamente tudo passou a ser pesadelo neste nível de realidade, toda civilidade e preocupação com a vida humana subitamente deixou de existir e todos nós viramos objetos, coisas que necessitam de manipulação e controle. E ainda assim um grande contingente se enxerga bem nessa paisagem distorcida, vive e se comporta como se nada tivesse mudado ou estivesse em mudança. Arrebanhados psicologicamente se guardam em nichos específicos de interesse e aguardam o berrante do seu dono convocar para próxima atitude. A incapacitação para entender o risco paira suavemente nessa atmosfera dócil do curral, não há percepção alguma a respeito do que vai acontecer, e mesmo aqueles que deveriam ter a capacidade de resposta, se comportam aparentemente sem objetivo. Aqueles velhos valores, de ir e vir, de poder ter a própria opinião, a individualidade resguardada por lei, a segurança garantida pelo Estado, que deveria ser assim guardião da estabilidade social utilizando um conjunto de leis elaboradas por representantes populares eleitos para esse fim se perdeu. Assim como dicionários e legislações, até os conhecidos livros sagrados utilizados por séculos como parâmetro comportamental passam por edição arbitrária por elementos que nem conseguem se definir quanto a sua sexualidade e alcançar um termo final nessa questão. Os que não se resolvem, resolveram resolver o que consideram no imaginário deles distorções comportamentais.


Neste final de 2022, um ano peculiar, onde supostamente a população escolheu para liderar seu país uma turma que em matéria de antecedentes causaria rubor na face de presidiários, se oculta e subjaz um deslize de comportamento fatal, a passividade. Aqueles que podem, não querem, aqueles que querem não podem e assim, prisioneiros da indecisão todos nós caminhamos para dias extremamente difíceis para todos. Para os que enxergam e para os que não enxergam. Hoje vi um questionamento nas redes sociais: como pode uma população resolver destruir o seu próprio pais? Simples, a aplicação de dois entendimentos. O primeiro está em acreditar que está tudo bem, e no final a coisa se ajeita como sempre se ajeitou, em segundo estão os que se vendem e propositalmente trabalham contra a própria terra onde nasceram ao se subordinar a interesses externos. Essa segunda camada sabe o que está fazendo e provavelmente lucra com isso. São pessoas que se subordinaram a uma nova governança que certamente por ser global não enxerga o interesse e a necessidade do bairro, da cidade e do país. Toda compartimentação por interesse local foi eliminada, o objetivo é o todo, e sendo assim as minúcias particulares de uma infinidade de comunidades e seus cidadãos não possuem relevância no novo contexto. Eu gosto muito de comparar o que acontece a uma linha de produção industrial, e realmente é o que se tenta implementar, de humanos a produtos controlados, padronizados e armazenados conforme interesses específicos de utilização e consumo.


O curioso e até pueril é que muitos dos que hoje trabalham por esse sistema, que se entregam de corpo e alma para mudar o mundo, tornar o mundo “melhor”, farão parte do estoque de produtos no armazém humano que se projeta. Como crianças eles manipulam a própria desgraça e sorriem como se estivesse tudo bem, sem riscos e o futuro garantido em algum nirvana imaginário. Iremos então, entrar o ano de 2023 com uma equipe não de construção e manutenção, mas com uma equipe de demolição de país. Basta analisar friamente o currículo e as referências de todos eles, os escolhidos para a missão. Além da completa ausência de responsabilidade ainda existe a completa intoxicação ideológica de esquerda. Não existe a mínima possibilidade de dar certo. E não pode ser acidental, o propósito é este mesmo, dar errado. Quanto mais errado, para eles, melhor. No fim teremos um país fragilizado, pronto para ser entregue aos interessados, os poderosos do mundo hoje, um país com a economia arruinada, com um povo quebrantado ao extremo, incapaz de oferecer qualquer resistência e aceitando qualquer migalha que eventualmente caia da mesa da elite. É bom deixar isso registrado, pois isto de alguma forma pode sobreviver no futuro em algum lugar para consulta. O desastre foi desejado, não foi uma ocasião fortuita. Parafraseando Ortega y Gasset como foi feito em um filme famoso na boca de um pirata: “é preciso se perder para encontrar o que não se acha”. Não nos encontramos porque ainda não nos consideramos perdidos, se algum dia assim nos considerarmos talvez tenhamos uma chance de escapar dessa tragédia política que se delineia como futura catástrofe. A posse de si mesmo é o advento da liberdade. Nada há na vida de curral que se avizinha, nem a vida assim tem valor, e quem pode ainda resistir que resista, na ação, na comunicação, na descrição do evento, no registro do tempo, que tudo abriga no seu espaçoso abraço fazendo de todos nós filhos da ocasião. De alguma forma devemos, necessitamos deixar o registro do momento, de todos estes eventos que construirão o futuro, e se houve alguma luta para impedir o pior. Até porque aos derrotados em luta resta a honra de ter feito tudo o que foi possível. Intelectualmente ainda é possível lutar, preserve valores, utilize as melhores regras da civilização, não se entregue passivamente a reforma cultural descabida e alienante. Seja um diferencial no deserto. E assim talvez exista alguma possibilidade da verdadeira civilização sobreviver. Porque apesar de tudo, e até por esse desvio cognitivo infame que se semeia oficialmente o colapso dessa estrutura é garantido. A natureza necessita de diversidade, e nós, todos nós, eles inclusive, pertencemos a ela.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992. CRA – RJ.



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domingo, 18 de dezembro de 2022

A hora do absurdo.

 

                                               Imagem de Jean-Louis SERVAIS por Pixabay.


 A hora do absurdo.


Então, estamos naquele momento onde os descendentes daquela geração de Woodstock chegaram ao poder. Aquela canábis toda somada ao ácido lisérgico não produziu boa coisa evidentemente, os sinais de desequilíbrio completo evidenciam com um cenário nonsense, que o absurdo virou a regra e que toda vontade deve ser priorizada em detrimento do desejo dos outros, o que acaba sendo um contrassenso pois obriga alguém a aceitar um comportamento que agride suas escolhas. A regra “seu direito acaba quando começar o direito do outro” foi extinta. Entenda, você hoje é obrigado a engolir o chilique do outro sem reclamar, ou assim estará você sendo intolerante. Em um manicômio nunca diga ao Napoleão que ele não é Napoleão de fato. Chegamos no momento histórico onde o caroço é mais importante que o angu, a verruga é a parte preponderante da pele, onde se come a casca e joga-se a banana fora. Parece piada? Mas não é, é a realidade que estão construindo para um colapso civilizacional sem precedentes.


Alguma coisa deu muito errado na criação de toda uma geração humana nesse período sem grandes conflitos mundiais. Hoje temos adultos, muitos até já chegando na terceira idade com uma nítida infantilização comportamental que trafega cognitivamente na margem limite da sanidade. Hoje profissionais que ocupam posições de decisão nutrem um ressentimento que não lhes pertence, por não terem vivido o que gerou o sentimento, pois se situa numa ancestralidade perdida no tempo. Resgata-se uma culpa que não pertence ao presente, para assim justificar desejos imaturos. Funciona como penalizar judeus hoje por escolherem no passado Barrabás. Deve ser uma deturpação do conceito bíblico do: “pecado dos pais”. Curioso, porque essa gente também quer editar a bíblia, retirando aquilo que eles consideram inconveniente. E assim teremos uma divindade revisada e seguindo aos parâmetros estabelecidos pela criação. A criatura estabelece o que Deus deve pregar, seria isso realmente Deus? Entendam, essa geração não admite que nem mesmo Deus discorde de suas convicções. A arrogância é uma das suas principais características.


Com essa fragmentação psicológica abrangente e profunda tudo indica que o processo lógico de construção da personalidade foi seriamente danificado no percurso. O Dr Murray Stein cita Jung a respeito desse processo: “Para Jung, o desenvolvimento psicológico acompanha a trajetória do desenvolvimento físico até certo ponto. pode ser dividido em duas partes: a primeira metade da vida e a segunda. Num curto mas fecundo artigo intitulado “Die Lebenswende” (as etapas da vida humana), ele descreve essa trajetória do desenvolvimento usando a imagem do sol nascendo pela manhã, atingindo o ápice ao meio-dia, declinando ao longo da tarde e mergulhando, finalmente no seu ocaso ao cair da noite”. Pois é, o sol dessa gente estacionou no amanhecer. Psicologicamente não cumpriram todo o ciclo natural de amadurecimento como pessoa completa e pronta para possuir uma existência equilibrada e coerente. Estamos naquele momento que Theodore Dalryple citou: “para entender as pessoas, não será mais necessário perdoar tudo, pois não haverá nada a ser perdoado, todos se comportarão de maneira razoável”.


Ele também enfatiza: “o homem não transmitirá mais a miséria ao homem, com no poema de Larkin; ele passará o conhecimento, conhecimento e sabedoria que, a essa altura, serão contíguos. O conhecimento secretará sabedoria como o fígado secreta a bile”. Não precisa dizer que nesse mundo entediante utópico e sem infelicidade o colapso seria uma questão de tempo. Theodore Dalryple também cita: “pois o homem não é um animal que resolve problemas, mas sim um animal que os cria”. O ser humano, precisa do desafio, da rejeição da derrota, da tristeza, para se estruturar internamente, se consolidar ou até se perder definitivamente se não estiver preparado para gerir toda informação necessária para sua construção como indivíduo. A utopia se dilui e escorre pelo ralo da realidade por não ter consistência para ser aplicada em seres complexos e imperfeitos, que em nenhuma hipótese conseguem se enquadrar perfeitamente na artificialidade de padrões ideológicos produzidos por devaneios de controle. O ser humano não é um produto de linha de montagem, onde todos os seus elementos seguem a uma rigorosa padronização.

O desejo de customizar o ser humano sempre vai habitar peremptoriamente os escaninhos psicológicos de uma parte da sociedade, geralmente a mais bem-sucedida, rica e que desenvolve seus cacoetes de controle. O excesso de bens causa distorções de personalidade produzindo uma “aura” divina e de poder que envenena o íntimo de quem não tem estrutura para suportar a carga do sucesso. A falta ou o excesso não são bons conselheiros, acredito que alguém já disse isso por aí, e com uma sociedade frágil psicologicamente vamos caminhando para o precipício onde a civilização como conhecemos vai se encerrar ao se atirar nele sem ao menos perceber. O que virá depois? Não sei se será do agrado daqueles que ainda pensam, a não ser que você esteja incluído no grupo dos privilegiados. Estamos na hora do absurdo. O cidadão comum que sobrar será padronizado e etiquetado para algum determinado fim específico definido pela elite.



Gerson Ferreira Filho.

ADM: 20 – 91992 CRA – RJ.



Citações: Jung o mapa da alma de Murray Stein Tradução Álvaro Cabral revisão técnica Márcia Tabone quinta edição São Paulo 2006.


Evasivas admiráveis. Como a psicologia subverte a moralidade. Theodore Dalryple Tradução Julia C. Barros Editora São Paulo É realizações 2017.



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domingo, 11 de dezembro de 2022

A minúcia abrangente.

 

                                              Imagem de Ri Butov por Pixabay.



 A minúcia abrangente.


Abrir fronteiras, transformar um entardecer em arrebol matutino em si e para seu próprio deleite nessa profundidade oceânica da alma, onde se oculta profundamente toda temporalidade existencial dos meus dias e de tudo que sou, o eu construtivamente adaptado a essa realidade cruel de ser, entre desvios e ilusões, entre subterfúgios e essa evasiva tenaz da razão, que tenta se render hoje a todo delírio artificialmente construído para corromper o real entendimento. A pressão do enigma sob o peso das incertezas ainda assim manipula a sensatez da ocasião. Este perfil comportamental montado por detalhes, talvez não tenha obliterado as sutilezas de uma criança que na véspera de natal de um ano entre as brumas do tempo recebeu de seu avô paterno, um alfaiate, uma mesa repleta de nozes, avelãs e outras coisas em relação a data em questão. Eu naquele momento só queria saber por que ele tinha uma mesa tão grande e também tinha um monte de bonecos vestidos de terno no seu ateliê. Estranho estar mais preocupado e curioso com o ambiente do que com o presente apetitoso, mas eu sempre fui assim. O velho alfaiate Antônio me fez um afago e prosseguiu com sua fita medindo modelos certamente sem ter a mínima ideia que aquela cena sobreviveria em mim muito além de qualquer hipótese por ele imaginada.


Terá sido aquele mergulho inesperado que culminou numa cicatriz que trago nos lábios até hoje, quando nos meus dois anos de existência minha mãe me colocou em cima da mesa para me vestir e eu simplesmente num desvio ocasional dela ao virar as costas mergulhei de cabeça no chão? Meu desejo infantil de voar não deu muito certo. E assim de sensações e emoções foram construídos meus dias, minha realidade, e hoje quando meu neto de cinco anos chega do colégio e diz que está apaixonado por uma coleguinha, e diz inesperadamente ao dono do estacionamento a placa do carro do pai dele, meu filho, e assim eu me encontro com o passado. Digo ao meu filho, não se espante você ainda terá muitas surpresas. Não fui um filho fácil de ser criado e entendido. Mas nunca tive essa rebeldia boçal da juventude, meu problema era e são até hoje a textura da realidade, dos dogmas, das premissas estipuladas, meu problema sempre foi o padrão. Se tudo teve origem no caos, para mim, a conclusão nunca pode ser a finalização, o último termo, principalmente onde tudo é infinita incerteza. Um ponto final deixa sempre de fora um universo de possibilidades, simplesmente porque não se pode especular e depois determinar a respeito do que simplesmente não se sabe que existe.


Sim, fui e sou o chato que não aceita bem conclusões, definições padronizadas sempre me incomodaram, na nossa eternidade não, para mim, as coisas apenas se acomodam no possível naquele momento, mas minha esperança sempre residiu no impossível, e espero que existam muitos por ai com essa minha característica peculiar. Esmiuçar um tema até que se consiga ir além de seus limites deveria ser o objetivo da civilização, e não a acomodação em retrocessos. A aceitação temporária do fato enquanto a enxaqueca óptica não permite o vislumbre correto do cenário, a ousadia intelectual sempre foi característica do ser humano, embora hoje, muitos trabalhem para incapacitar essa característica com ideologia em conserva. Uma produção em compotas, preservada da podridão através do tempo por zelosos e fiéis discípulos do absurdo. Aqui, eu uso um tom muito particular, mas considere isso abrangente, não tenho nada de exclusivo. Apenas cito com a intenção de despertar muitos que estão por aí e assistem ao espetáculo grotesco de ignorância que se desenrola. Um final de civilização ultrajante para todos nós, aqueles que ainda pensam apesar de tudo que é produzido para não pensar. Estamos construindo a era dos direitos e vontades, e nenhuma obrigação, qualquer devaneio se consolida como verdade embora não possua consistência real, o disparate virou regra.


A estrutura comportamental da humanidade está se deteriorando rapidamente. Conseguiram prender muitos na infantilidade psicológica do eu quero, eu posso. Hoje eliminam-se palavras porque supostamente são agressivas, tudo é ofensivo, tudo é racismo, tudo, de alguma forma é uma afronta e machuca psicologicamente. Um segredinho para os alienados de hoje. O EGO é construído por toda experiência, boa ou ruim, essa minúcia abrangente é a estrutura da personalidade humana e constrói ramificações que assim sistematicamente vão definir a pessoa como ela será a partir da dor e do amor utilizando o inconsciente como repositório de toda uma vida, mas principalmente e primordialmente da infância e juventude. Que tipo de humanidade desejamos para o futuro quase presente? Precisamos com urgência de mais Carl Jung do que Carl Marx.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992. CRA - RJ.  


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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

O que poderia ter sido.

 

                                                     Imagem de Edyta Stawiarska por Pixabay.



O que poderia ter sido.



Nessa dança do nada com coisa nenhuma, do meu íntimo, desejo deixar esse registro para a posteridade, se ela conseguir existir. Saibam de algo, o amalgama da destruição está na pusilanimidade, essa aglomeração de medos, este hesitar irresoluto de agir com receio das respostas nos levarão – e para quem ler isso posteriormente – nos levaram a completa destruição de um modelo de vida. Aproveitando-se de uma construção social programada por décadas a fio, uma parcela dessa sociedade, os que tiveram maior sucesso econômico e cultural resolveram reestruturar a existência conforme conhecemos até aqui. Ainda não se sabe exatamente onde isso vai parar mas analisando o perfil do cronograma, poucos de nós, hoje em plena existência restarão para dar testemunho do que foi feito, ou até nenhum de nós. Digo isso devido principalmente a minha saúde frágil, minha idade, e por não pertencer a nenhum grupo considerado preponderante por estes “escolhidos” arbitrariamente na sociedade por características específicas. Sou apenas um ninguém com razoável padrão cultural.


O agora está confuso, ideias com escopo imbecilizante prosperam e são aplicadas sem grande resistência, tudo gira em controle centralizado, no fim da pulverização do poder criado pelo instrumento chamado democracia, que distribuiu o comando dos destinos da humanidade até aqui. A previsão do filósofo Platão na antiga Grécia parece que irá se consumar “Nascerá a tirania da democracia do mesmo modo que esta nasceu da oligarquia”. Tudo bem, ele não era um amante desse sistema distributivo de poder, ele era um aristocrata, e seu mestre Sócrates morreu principalmente por combater a democracia. Ele acreditava em governo dos melhores, deve ser isso que os que se arvoram “melhores” hoje querem implementar como diretriz mundial. Retirando alguns séculos de evolução, e até milênios, estamos nós aqui novamente filosofando se podemos existir, ou não. Ele, Platão também disse: “um Estado nasce da necessidade dos homens”. Creio então, que de nós homens, surgiu o que irá nos destruir.


E assim prosseguimos nessas entranhas metafísicas, expostas para o escrutínio de supostos sobreviventes dessa insanidade no futuro, que existiu sim, raciocínio lógico fora da camada social opressora e reformadora que tomou conta do poder e do discurso no início do século XXI. Embora a maior parte da sociedade apenas se preocupe em existir e viver sua vida sem maiores problemas, trabalhando, se reproduzindo e construindo seu dia a dia, sem se importar com o que acontece a sua volta, uma boa parcela dos candidatos a eliminação pensam mais profundamente e desenvolvem cultura e enxergam o que algo terrível está em curso. A propositura infame e seu odor maligno não escapa do olfato dessa camada social, que embora tenha sido incluída para descarte também, não se permite absorver a trapaça inconcebível estruturada por poucos para eliminar muitos. E assim temos de volta Platão: “a humanidade inteira repete em coro que a temperança e a justiça são boas, mas penosas e difíceis de praticar”. Se os poucos líderes que nos restaram, dando representatividade à liberdade se preocuparem muito com situações penosas e difíceis, realmente estamos condenados.


A situação histórica exige sacrifício, determinação, enfrentamento. Se lideranças se acovardarem, e se os que podem ainda ressaltar isso, essa temeridade não mais latente mas exposta para quem tem vontade de enxergar, vamos sim para o precipício. Onde uns se jogarão com prazer, porque enxergarão uma passagem para um mundo melhor, mas uma parcela realmente informada saberá que se trata apenas de uma eliminação de discordâncias, usando bastante eufemismo para colocar a questão. E assim teremos o mundo planejado pelos novos aristocratas, livre da plebe ignara, dos estultos inconvenientes e de desvios de opinião. E então, chegamos ao que poderia ter sido, e agora não existe mais. Eliminada a diversidade, só posso deixar aqui uma velha saudação de gladiadores romanos: “nós os que vamos morrer o saúdam”. Foi bom ter existido nesse intervalo de espaço e de tempo com vocês. Até a próxima vez.

Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992. CRA – RJ.


Citação: Platão, A filosofia de Platão, coleção os grandes filósofos por Will Durant. Ediouro ano 1980.



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