domingo, 28 de agosto de 2011

Imprevisível azul.




Na flor d’água é que o mar é imenso.

Na sua franja onde se escondem segredos,

Vêm do sussurro profundo os medos,

Que me dizem o quanto o todo é intenso.


Perdi nas águas minha alma faz tempo.

Meus desejos se envolvem em maresia,

Minhas vontades se vestem em utopia,

Sou a presença que se sente no vento.


Sim! Na flor d’água pele em reflexo.

Onde um contexto me deixa sem nexo,

Sou brio incerto e o texto frio da ilusão.


Mesmo me conhecendo não confie.

Ainda que eu te chame não se fie.

Sou ladino perverso afogo o coração.



Gerson F. Filho.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cesura tátil.





Lânguida volúpia

Que me abraça em lisonja,

Não me diga que o futuro

Já passou.

O então desejo

Morreu no rumor.

Dia já não há!

Noite?

Nem como conforto.

Referências?

Não existem na minha razão.

Faltou um pouco de indecisão

Para que eu pudesse amar

Com mais certeza.

Lógica não combina

Com paixão.

Enquanto isso teus lábios

Guardaram-me.

Por tudo isso

Perdi-me em você.

E o amanhã

Não se fez.

Não há mais

O que dizer...


Gerson F. Filho.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Esboço.





Meu coração

Cheio de mágoas desagua

Em águas,

Neste poço,

Fosso repleto de desilusão.


Preciso ao menos

Da intenção do seu sorriso,

E se for preciso

Uma mentira

Então diga uma,

Que não tenha rótulo.

Aquela que engane

Minha emoção.


Não ouse com a compaixão,

Meu momento é frágil.

Minha alma é ágil

Ela sempre escapa,

Só precisa de um álibi.


Que assim se faça:

Oculta da minha face

Teu rancor,

Que eu disputo espaço

Com meu fracasso

E minha dor.


Gerson F. Filho.