domingo, 26 de setembro de 2010

Saneamento básico.




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Vala negra e promessas.
Ainda não bastou uma década?
Solicitam mais sob o sol.

Será potável o que todos têm?
Ou só propaganda que convém?
Brigam as bactérias cínicas!

Clínicas transbordam gente.

Perene, a pobreza do povo.


Gerson F. Filho.

Época venenosa.



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Desonestos são meus instintos.
Que insistem que eu seja correto!
Embora eu só veja corrupção.

Soa a flauta triste em seu silvo,
Mas eu não ouvi bem aquilo.
Terá sido o riso do escorpião?

Tempos dissimulados estes.

Termos mentirosos aqueles.

Gerson F. Filho.

domingo, 19 de setembro de 2010

Além do limite.





Atiça-me com teus desejos.
Faça desse olhar o convite.
Abriga-me entre teus joelhos,
Creia que nada mais existe.

Não será o tempo um limite.
Das estrelas virão lampejos,
Atiça-me com teus desejos.
Faça desse olhar o convite.

Ousadia não será um palpite,
Entre tantos tensos beijos
Nosso clamor não desiste.
Amemo-nos como eleitos,
Atiça-me com teus desejos.


Gerson F. Filho.

domingo, 12 de setembro de 2010

Dessas coisas.





Amar demais me consumiu.
Dediquei-me a inquietude,
Desnudei o que me vestiu.
No limite tornei-me atitude.

Amei intenso e desarvorado.
Vivi o momento inteiro,
Sonhei vertigem ao regalo.
O devaneio veio primeiro.

Onde estará este beijo?
Que pusestes na minha boca.
Perdeu-se em hora pouca?

Ainda assim continuo amando.
Aguardo-te no caminho,
Meu coração não é leviano.

Gerson F. Filho.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cenário 2010.





Então foi assim:
Violaram o recinto.
Entre teclas e monitores
Encontrava-se o helminto rubro,
Quase em estase;
Esfregando-se
Na minha declaração.
Quanto destas tuas entranhas
Expeli através das minhas artimanhas.
Teria eu ao acaso
Sonegado o teu fortuito desejo?
Exulte com teus nódulos!
Beije a nódoa e deite com a ignomínia.
A infâmia se tornou teu leito.
Claquete!
Fim de cena.


Gerson F. Filho.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Frisson.





Diante de um inexorável destino
Você me notou na passagem,
Vida! Onde sou um clandestino.
Apesar do peso da bagagem.

Bobagem de um momento.
Déjàvu entre defeitos e efeitos,
Oxidação no sentimento,
Instintos ainda que satisfeitos.

Venha me dizer alguma coisa!
Traga-me teus lábios não a escusa.
Minha alma não tergiversa.

Dê tua boca para um encontro.
Aguardo-te no frisson do antro,
Embora tenha amor no coração.


Gerson F. Filho.