quarta-feira, 15 de junho de 2011

Paradoxos.





Vivo de contingências.

Eventualmente posso sorrir,

Ou quem sabe,

Abandonar o raciocínio por aí.

Sendo sincero;

Nos dias de hoje é muito melhor.

Acho que cansei de ser coerente.

Minha vida um conjunto de ausências,

Aspas letárgicas me envolvem.

Gostaria de partir, mas

Um ponto acidental

Sempre me interrompe.

Entre tantas dúvidas eu sei:

Desesperadamente é claro!

Apenas me suporto

Pois sei que não sou eu

Que está aqui.



Gerson F. Filho.



Périplo.




.

Não sou o que da opinião se forma,

Mas apenas a tendência sofrível.

Existir sem ser vão em penumbra;

Época da subjetividade terrível!


Goste ou não em consciência estou.

Embora a morte ainda suprimida,

Não guardo o caminho que restou.

No embornal quiçá um tico de vida.


Sou o espectador da decadência.

Pratico necropsia nessa verdade,

Que jaz fria sob a maledicência.


Viver deveria ser somente isso?

A corruptela mortal da palavra?

Aziago destino para um amor.



Gerson F. Filho.




quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pertinaz.





Nesta vida

Tem à hora do riso

Tem a hora do choro.

Aquele momento que desperta,

A ocasião que parece mau agouro.

Eu masco as duas sentenças

Vivendo de esperança.

Gosto da incerteza

De ser alegria

A tristeza,

Que faz da minha vida

Esta lambança.

Sofro rindo

Só para ver o azar perder.


Gerson F. Filho.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Anúncio.







Alugo meu coração.

Peço comedimento antes,

Ousadia durante,

Um ar despretensioso depois.

Use-o e o embale em sonho,

Quando terminar me devolva

Sem ressentimentos.

A única coisa inadmissível

Seria inquilinato sem paixão.

Pensando em comprar?

Este território não está à venda,

Só se rende por conquista.


Gerson F. Filho.