segunda-feira, 15 de julho de 2019

Alquimia.





Por onde eu ia iria um pouco de mim,

Se minha morada fosse ainda assim

Um resquício de folhetim.

Uma brincadeira com o absurdo,

Um jeito mal ajeitado, incomodado,

O desajeitado mal estar de ser assim.

Um ousado ato que não se encaixa,

Uma questão que se desdobra

E não aceita a textura do dogma,

Que insiste em ser razão.

Comigo não!

Desconfio de certezas,

Questiono a natureza dos puros,

Dos injustos sinto o odor áspero

Das infâmias abjetas dos seus atos,

Destes já visualizo o destino vil

Sob o som que brota da ranhura do vinil.

Apenas um toque antigo no artigo,

Não sou de urgências não faço diagnóstico

Das aparências, apenas avalio o abraço

Que a natureza dá em cada um segundo

O papel atribuído na narrativa.

Não se preocupe: seu fim chegará.

Será uma surpresa, um presente.

Um peso a menos no contexto.


Gerson F. Filho.

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Livro Nacos de Mormaço.


Uma novela do início dos anos 70 no centro do Rio de janeiro.


Estórias do centro do Rio de Janeiro nos anos 70 e no interior do estado.

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