domingo, 29 de dezembro de 2024

Viver para ter sentido.

 

                                               Image by Mia-Maria Wikstrom from Pixabay.



 Viver para ter sentido.



Essa coisa tão valiosa que nos maltrata, que significa existir mesmo na precariedade plausível do momento onde nos reunimos para dar cabo do tempo que nos abriga, vive fugindo, escapando do controle para adicionar um pouco mais de carga na ocasião já inusitada de submissão ao destino. Vida, o que fazes de nós? Qual seu propósito? Dar-nos o processo abrasivo e desgastante de tantos momentos que nos consomem ou realizar o polimento que irá assim agregar valor a nossa alma? Há o tormento da incerteza que conflita com o bom propósito nessa equação. Pendurados que estamos na eternidade apenas desejamos conhecer o amanhã. Não será muito que a nós seja oferecido uma cota de esperança para que atravessemos os dias sombrios onde nos submeteremos ao maligno para complemento da evolução. Atravessar o oceano de demônios será difícil. Mas então, basta um incentivo para que a determinação suplante o medo e haja prazer na agonia do caminho. Aquela circunstância que dará aos bardos os versos necessários para uma inesquecível saga poética que guardará o nosso sacrifício por um mundo melhor. O tempo transformará o hoje em poeira, mas os bravos viverão nas histórias e estórias e também no imaginário dos que virão. Adentraremos com bravura a escuridão, pois esse propósito foi dado a nós como missão, não há alternativa. Cada um pegue seu remo e enfie no flanco abusado do que nos envolve com impertinência, reme! Lute pelo destino que a vós foi oferecido. Sua cota de esforço lhe trará dignidade e honra ao atingir o limiar da exaustão. O ranger das tábuas do convés me incentiva, elas dizem que lá fora, no fim do mundo o mar é bruto, mas minha vontade e determinação não flexionam e não se intimidam com o lamento dessa circunstância. O futuro pertence a Deus e eu estou com ele a serviço dos seus desígnios. Não mais importa o tempo e a ocasião, mas apenas o objetivo, transportar a esperança para os que a perderam e sem ela sucumbem no desespero. Reme! Até a exaustão porque a diáspora dos sentidos se fará presente nessa água toda que nos circunda. Ela é valente como a natureza, cruel no seu contato físico com a determinação sutil de sua forma, mas ali no seu intimo também se abriga a vontade do Criador. Não será uma emoção de través que irá nos causar desconforto, abrigados em capuchanas prosseguimos com o vigor do comprometimento com a missão. Não se enganem com o revestimento literário que aplico ao tema, o próximo ano tem tudo para ser o maior desastre social que esse país já viu. Mas como de costume, as praias estão cheias, e parece que tudo vai bem. Famílias queimando reservas que farão falta no futuro. O governo finge que está tudo certo, que reservas financeiras não estão escoando pelo ralo, que empresas estatais não estão com gigantesco prejuízo e que um país que tem quarenta milhões de usuários de um magro bolsa família está bem socialmente. Com malucos desse nível no poder o desastre esmagador nos aguarda em breve para abraçar a todos carinhosamente. Este avassalador desmoronamento social é o que poeticamente uso na minha literatura como oceano a ser cruzado. Aquilo que vai tentar engolir a todos nós, preparados ou não, pois a certeza é a única coisa que paira no ar, o desastre virá. Não se trata de pessimismo ou desesperança, mas de realismo, de pragmatismo com todos os índices e sinais a disposição não podemos ignorar a aproximação do pior cenário. E com o corte de benefícios para os doentes e vulneráveis a tragédia será enorme com certeza. Não há piedade nessa gente, apena gula, ganância por recursos para alimentar seus privilégios. Você que é de esquerda, esqueça toda doutrinação proletária, de benefícios ao trabalhador e ao pobre. Sempre foi para criar e servir a uma seleta elite de políticos que dizem no discurso defender os mais pobres. A perversidade social sobrenada na alma dessa gente, se é que podemos classificá-los assim, como humanos. Misericórdia não existe para essa turma pedante e que julga possuir superioridade intelectual mesmo sendo um desastre nessa área. A maior tragédia cognitiva está em acreditar possuir superioridade intelectual sem ter na verdade nada nesse sentido, com o ignorante se pode argumentar, mas com o imbecil nunca. O Imbecil é completamente preenchido de certeza nos seus devaneios como a literatura da psicologia explica. Basta ver o desempenho da nossa justiça hoje, protege o criminoso e pune o cidadão de bem o expondo a violência criminosa do infrator da lei. Eu nas redes sociais até escrevi algo a respeito que traduz perfeitamente esse comportamento: “Se você solta tubarões eles seguirão sua natureza e seus instintos. O resultado disso é óbvio. Mas este tipo de raciocínio é sofisticado demais para nossa justiça entender”. Traduzindo: os prisioneiros soltos, por natureza são violentos, são os tubarões, os nossos juízes acham que não, e o que acontece? O óbvio, se você solta gente violenta e sem princípios morais e éticos na sociedade, você está expondo a risco grave o cidadão de bem o inocente. E assim sobram ocorrências brutais evidenciando que a ação de conceder liberdade a quem não merece estar livre é um erro grotesco. A lógica mais elementar diz que se estão presos então, são propagadores de violência, e nada no cárcere os purificou, ao contrário, alimentou nessa gente o espírito de vingança da sociedade. É uma evidência tão cristalina que esmaga qualquer argumentação em sentido contrário, os resultados estão aí para comprovar a realidade. Mas como eu citei, não existe sofisticação intelectual nessa turma para entender o óbvio, possuem apenas doutrinação ideológica.



E nós sabemos que a doutrinação ideológica leva ao abismo. Levará décadas de desastres sociais para que fique entendido que essas posições politicas apenas geram sofrimento, desespero e desesperança. Viver em paz e segurança, com a possibilidade de evoluir economicamente é o objetivo da civilização, mas o que vemos é uma sanha desmedida por um retrocesso da forma de viver. Dizem que a história não se repete, mas o odor de França em 1789 começa a ser sentido de forma sutil no ar. É bom lembrar que no fim todo morreram, quem teve a ideia e quem a implementou. Espero que esse cenário macabro não se repita, e quando a fome se apresentar para a população não nos mandem comer brioches. Então, fiquem de prontidão para o pior. Mas ainda assim que todos vivam e mantenham a esperança. Quando colocaram essa turma no poder novamente era previsível obter o resultado que temos hoje. Portanto, Reme! E sinta o gemido das tábuas do convés que te sustenta, lá fora a imensidão está querendo te engolir para que você seja apenas mais uma estatística de fracasso nesse agora aviltante que nos circunda com ferocidade. Como em Romanos 8:31: “Se Deus é por nós, quem será contra nós”. Feliz ano de 2025!




Gerson Ferreira Filho.



A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.

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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

O momento que nos sustenta.

 

                                                          Image by Genty from Pixabay. 



O momento que nos sustenta.




E assim aqui estamos, nesse mínimo espaço no qual o tempo se divide e onde está nossa morada, o agora, ou de acordo com a engenharia de estabilidade o momento de uma força é o produto da força pela distância entre o polo e o ponto de aplicação da força, a intensidade do momento é proporcional à intensidade da força à distância perpendicular. Calma turma, não desenvolverei essa área para tormento de vocês, mas todo momento se constitui de força e intensidade para fluir e ele é criado exatamente de acordo com um ângulo reto de 90 graus na sua origem. Nessa intercessão de vontades supostamente na aleatoriedade do ser. Estamos no momento da incerteza, da ocorrência de coisas que entram em conflito direto como o que percebemos e que guardamos como correto no nosso baú particular de valores. Afinal, ser contemporâneo da insanidade requer um absoluto desprendimento e versatilidade para trafegar por vias corrompidas e ainda assim manter lucidez suficiente para não fazer parte desse todo abjeto. Eu nesse momento procuro não aderir a modismos, ao apelo do recrutamento político por tendências e ao descalabro moral de uma época. Pertencer somente a mim tem um preço, e aceito essa cobrança, não faço parte de grupos de interesse, se tiver de criticar pesadamente qualquer um deles porque notei hipocrisia e falsidade assim será. Não há negociação, por enquanto consigo me sustentar sem auxílio político, talvez um dia possa mudar, mas por enquanto prossigo na independência absoluta de pensamento. Não tenho bola de cristal para prever o amanhã. Por que coloco essa abordagem? Porque noto uma entrega pessoal por gente capacitada intelectualmente ao misticismo idólatra a políticos de ambas vertentes. Existe uma malícia imperceptível no ar, ela age como acobertamento de responsabilidades, e a falta aparente de opções leva a pessoa a se amarrar no tronco podre para manter flutuação. Na verdade acaba sendo um recurso de sobrevivência intelectual se abrigar no engano, mas com isso, quem se preserva na verdade é o trapaceiro. Depois que me aposentei, me separei, mergulhei na leitura nos estudos e vi que seria possível dividir esse conhecimento com mais gente. Passei a escrever e produzir livros. Não fazem sucesso e nem chamam a atenção de gente importante para possuir uma abrangência e circulação maior. Afinal, é cultura, e pouquíssima gente se importa realmente com isso no Brasil. Claro, um seleto grupo de pessoas, todas qualificadas e inteligentes me acompanham nas redes sociais, distribuem minhas mensagens e colaboram com a divulgação, tenho imenso orgulho desses amigos que não conheço pessoalmente mas já construí um nível de afinidade extraordinário. São gente do bem, pessoas interessadas em assuntos realmente relevantes, em cultura e estão em um nível superior de entendimento. Meu muito obrigado! Este fenômeno de comunicação chamado rede social, que atormenta governantes inescrupulosos é um paraíso da comunicação verdadeira, sem papas na língua e muitas vezes inconveniente, pois isto varia muito de acordo com a educação pessoal do emissor da mensagem, ela, a rede social está cheia de “especialistas” em coisa nenhuma, com um disfarce fugaz para criar polêmica e não para agregar valor. Serve também para avaliar a quantidade de gente com sérios problemas mentais, cognitivos e ideológicos no país. O que mostra o motivo de estarmos nesse nível de degradação social. Neste circo exótico de criaturas bizarras chutar o pau da barraca passa a ser até uma opção saudável. Então, nesse oceano de possibilidades já bloqueei e fui bloqueado por muita gente. Normalmente eu apenas bloqueio alguém por falta de educação básica ou ofensas, convivo muito bem com posições políticas que considero equivocadas mas que se apresentem de maneira respeitosa. E isso não inclui fanáticos. O fanático não aceita crítica pois sua crença já migrou para a religiosidade plena, completa. Possui um ídolo que jamais pode ser criticado ou sequer que se aponte seus erros evidentes. Gente assim, age por comando específico, o chamado popularmente hoje de apito de cachorro. O dono manda eles atacam, a tendência dessa turma de ambos os espectros políticos é o isolamento, se excluem da diversidade de pensamento pois consideram a diferença agressiva e desconfortável. Lembro mais uma vez, não é caso unicamente da esquerda, hoje há um Dom Corleone na suposta direita construindo seu nicho de colaboradores, essa gente também em alguns casos se torna intolerante. Excluem quem pensa diferente e que procura alertar do erro onde se colocam.


Eu prossigo crítico a todo erro, a toda tentativa de ludibriar o povo, não tenho alcance praticamente nenhum, pois devo ser perigoso até para quem supostamente é conservador. O que já me leva a desenvolver o raciocino de que essa gente possa não ser realmente conservadora, pois se há espaço na mídia para eles e não são perseguidos com ferocidade, há algum subliminar comprometimento nas sombras. Estamos numa realidade muito particular nesse momento, o que parece muitas vezes não é. Vale lembrar que estamos operacionalmente numa ditadura. O arcabouço jurídico e constitucional não se faz valer em sua letra base. Inúmeros são os desvios convenientes de acordo com a situação abordada, jurisprudências são estupradas a todo momento, fantasias aleatórias são consideradas verdade e motivo de prisão dos “escolhidos” para o sacrifício. Sustentados por um iluminismo de botequim, prosseguem aviltando o momento que nos pertence e nos sustenta. E assim vou deixar para vocês que me acompanham um fragmento de Jung a respeito de iluminismo: “A natureza da psique mergulha em obscuridades, para além dos limites de nossas categorias intelectuais. A alma encerra tantos mistérios quanto o mundo com seus sistemas de galáxias diante de cujas majestosas configurações só um espírito desprovido de imaginação é capaz de negar suas próprias insuficiências. Esta extrema incerteza da compreensão humana nos mostra que o estardalhaço iluminista é não somente ridículo, como também lamentavelmente estúpido”. Bom amigos que me acompanham, um ótimo natal cheio de saúde paz e prosperidade e um ano novo que mesmo com péssimos prognósticos políticos de todos os lados possa se constituir numa estrada para algo melhor e com bons resultados. Eu continuarei aqui com meus textos inconvenientes e ignorados pela maioria, aos que me bloquearam tenham sucesso também, vocês apenas ainda não se deram conta de que estão sendo usados, mas eu entendo, tem gente que sente prazer com isso. Abraços e até breve se Deus quiser.



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Espiritualidade e transcendência. C.G Jung Seleção e edição de Brigitte Dorst. Editora Vozes.


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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Quando o ontem não sustenta o amanhã.

 

                                                 Image by Ivana TomásKová from Pixabay.





Quando o ontem não sustenta o amanhã.



E assim estamos na proximidade de mais um natal de mais um ano novo, mais um salto no ciclo e em torno do sol mais um prego no caixão ou mais um punhado de passos na estrutura do tempo com papel definido. Eu sobrevivi o suficiente para ver um mundo que não faz sentido nenhum em várias áreas. Toda cultura relevante se perde, toda sanidade mental escorre pelo ralo dessa circunstância exótica que remete a uma lembrança até gratificante das músicas de um compositor que tive o prazer de assistir ao vivo, Belchior, quando eu ainda possuía um coração selvagem sem tempo para viver. Ele nos seus versos rústicos dizia muito da alma de um momento que deveria ter produzido algo melhor no futuro, mas não, hoje temos apenas lixo cognitivo e delírios que se contorcem em espasmos na superfície desse agora, desse hoje doente e febril. Fica a pergunta que se reproduz em ecos inconvenientes: onde erramos tanto? Como uma sociedade se permitiu dominar tão facilmente por conceitos que possuem uma estrutura fragilizada na sua origem? Mas aqui, e claro, em alguns cantos de mundo prosperou. Basta acompanhar a miséria e a fome que esses conceitos tão alimentados aqui também estarão presentes na estrutura cultural desse lugar. Não deveríamos ter intimidade com o obscuro, com as trevas, mas mesmo assim elas se instalaram. E agora temos um mundo exótico, onde qualquer aberração lógica de procedimento tem lugar garantido na estrutura da realidade. Meu coração conspurcado com tanta ignominia não se dá muito bem nesse ofertório de platitudes e inconveniências semânticas dessa época de tolos. Porque aqui a ignorância não se dá conta que vive numa garrafa e dentro dos seus claros limites ainda possui arrogância sem saber da sua miserável condição. Bom, tem de ser assim, quem construiu o caminho onde coloco meus passos não tem satisfações para me dar. Cumprir a jornada e aprender tudo o que for apresentado, a única coisa a se levar daqui é o que se acumula de conhecimento. Em algum lugar e em algum momento tudo isso deverá ser útil, Pois como ensina o Caibalion: “Em algum momento a causa e o efeito em seu momento da lei da atração reunirá lábios e ouvidos”. Sendo ouvidos em algum intervalo de tempo e em alguma parte do universo serei os lábios, espero estar pronto para o trabalho. Afinal, alguém tem de separar a ilusão da realidade somos diferentes dos irracionais, possuímos a capacidade de transformação e portanto, nosso destino se abriga em propósito superior. Schelling tem uma observação a respeito do tema: “Esta transformação em luz do centro mais profundo não acontece em nenhuma das criaturas que conhecemos, senão o homem. Encontra-se no homem todo o poder do princípio mais obscuro e também, ao mesmo tempo, toda a força da luz. Nele encontra-se o abismo mais profundo e o céu mais elevado, ou seja, ambos os centros. A vontade do homem é o gérmen escondido na nostalgia eterna do Deus que ainda está somente presente no fundo; o raio de vida divina fechado nas profundezas, que Deus contemplou quando concebeu a vontade que quer a natureza”. A possibilidade de desorientação nesse nosso labirinto particular é imensa, há de se ter cuidado com facilidades e convites inadequados. Faz parte da avaliação, do procedimento de purificação, onde se perde a ingenuidade primordial para fluir corretamente em sentidos na estrutura  existencial desse agora, porque se o ontem não tiver sustentação nada há no horizonte que garanta um amanhã. Nessa situação de desequilíbrio mental toda sociedade e seus controles de qualidade ficam comprometidos, não há uma única previsão de acerto na estrutura, sempre a opção errada é escolhida porque a afinidade com o erro puxa sempre para si a falha de interpretação, populações geralmente dependem de comércio para enriquecer, é a atividade básica de qualquer sociedade, gera riqueza, incentiva a indústria para gerar mais bens de consumo e venda, enfim, veio do escambo de mercadorias e com a criação da moeda foi impulsionada para o evidente lucro e saudável acúmulo de bens produto da atividade. Tudo isso está muito bem esclarecido pela escola Austríaca de economia e pelo conservadorismo com toques do liberalismo original, e não esse que hoje temos. Afinal, o objetivo de todo mundo, exceto os socialistas é o bem estar, o enriquecimento social que oferece conforto, saúde e paz. Contudo, o socialista acredita em Estado forte, rico, dominante e que forneça tudo para sua população, causando um enorme desarranjo na ordem natural da atividade econômica, e como eles fazem isso? Impondo uma carga tributária desumana e que tira o incentivo para a produção e o trabalho, porque, afinal, o lucro tão maltratado e escorraçado por socialistas é o que incentiva e azeita as relações comercias.



Efeito imediato, praticamente se elimina o lucro de ontem e sendo assim não se tem riqueza para produzir um amanhã de qualidade, todos os recursos estão centralizados com uma minoria que mal entende as tradicionais condições de mercado. E ainda por cima gasta muito com os próprios desejos da minoria que comanda, se concedendo benefícios injustos com a coletividade, criando assim algo que contraria o discurso original de um governo para o povo, pois na verdade produzem uma oligarquia estatal onde privilégios são a normalidade governamental. No fundo é uma trapaça politica ideológica para que uma minoria viva muito bem à custa de todos. Frédéric Bastiat aborda o tema lá nos primórdios da atividade econômica comercial: “Quando se trata de impostos, senhores, procurem provar que são necessários e úteis com razões substanciais e não com o a seguinte afirmação, tão descabida: “As despesas públicas fazem a classe operária viver”. Tal afirmação é equivoca, pois dissimula um fato essencial, a saber, que as despesas públicas são sempre substituídas por despesas privadas. E que, por conseguinte, elas fazem um operário viver em vez do outro, mas não acrescentam nada à classe operária, considerada em sua totalidade”. Vejam estamos falando bem antes de tantos estudos econômicos entrarem na pauta internacional, Bastiat viveu entre1801 e 1850. Aqui ele fala de carga tributária, essa coisa tão amada pela esquerda. Onde a arrecadação em certo momento começa a ser desviada por membros do governo para assuntos privados dos governantes, causando a necessidade de contínuo aumento de arrecadação para suprir as imensas necessidades, agora não só do Estado mas também dos privilegiados. E claro, uma fatia diminuta de operariado mais próxima dos governares viverá e o restante não. E assim temos o sistema injusto dos que teoricamente se preocupam com o proletariado. O truque é bem velho, não há novidade nenhuma no que acontece hoje em pleno século XXI, essa gente não muda, não aprende nunca. Essa gente não possui algo dito por Schelling: “O vínculo que unifica a nossa personalidade é o amor e se somente a ligação produtiva de ambos os princípios pode ser criadora e produtora, então, é o entusiasmo no sentido próprio do termo que é o princípio ativo daquela arte ou ciência que cria e produz”. O princípio ativo, o entusiasmo é o lucro individual que estimula a ação, o trabalho, que dá força para o indivíduo criar e ultrapassar metas na individualidade e assim atingir um patrimônio próprio que lhe dê bem-estar a ele e sua família. Sem esse pequenino detalhe odiado pelos coletivistas não teremos o ontem e muito menos o amanhã.




Gerson Ferreira Filho.


Citação:

O Caibalion Hermes Trismegisto. Editora Camelot.


Investigações filosóficas. F.W.J Schelling. Edições 70.


Oque se vê e o que não se vê. Frédéric Bastiat, Instituto Mises Brasil.


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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Nosso labirinto pessoal.

 

                                                Image by OpenClipart-Vectors from Pixabay.




 Nosso labirinto pessoal.



Caminhos, opções e escolhas de tudo isso se faz a realidade aproveite bem a oportunidade e não fracasse, não há certeza de nova chance. Lembre-se: do excesso ou da falta surge o colapso, uma refeição boa não pode estar insossa e muito menos salgada. O que atribui qualidade é o equilíbrio e este critério vale para tudo. Dentro de nós construirmos nosso agora, entre silhuetas românticas e banhadas de imaginação profunda para agir como o sortilégio que nos seduz na sua performance acurada com o poder que demos a ele. Sim, somos de certa forma o criador da nossa realidade interna. Nós construímos o cenário que nos abriga, não reclame se ele for claustrofóbico e não oferecer espaço para o contraditório. Carl Jung se referiu a isso no seu Livro Vermelho: “Profundeza e superfície devem misturar-se para que surja nova vida, mas a nova vida não nasce fora de nós, e sim dentro de nós”. Entenda de vez o equilíbrio existencial, apenas ele lhe trará o conforto de ser pleno e de entender esse agora onde você está. Se maldições e azares lhe cercam, não transfira responsabilidades , a resposta está em você. Nosso mundo interno é infinito, tão grande que todas as galáxias conhecidas caberiam nele e um pouco mais. Não subestime a profundidade da alma humana, não a substitua por invencionices passageiras e sem sustentabilidade lógica na realidade, essas coisas não passam de subterfúgios criados para desencaminhar a criação. O erro tenta se multiplicar e se estabelecer na dúvida e na falta de conhecimento. Ele é ardiloso e sagaz, e se você der espaço, se verá no universo errado da compreensão. E o maior obstáculo dele é a disciplina, o apego ao real valor, o poder de análise e questionamento, o desempenho da avaliação do contexto que se oferece para seguir. Mas para tudo isso você terá que se construir internamente forte, adquirir lastro intelectual para afrontar a ilusão e a desmanchar em seus falsos argumentos apresentados. Em algum outro texto meu eu coloquei essa citação do Jung mas ela é pertinente para o momento: “ Assim como tendes parte na natureza multiforme do mundo através do vosso corpo, assim tendes parte na natureza multiforme do mundo interior através de vossa alma. Este mundo interior é realmente infinito e em nada mais pobre do que o exterior. O ser humano vive em dois mundos. Um demente vive aqui ou lá, mas nunca aqui e lá”. O que nos leva a crer que hoje estamos cercados e sendo comandados por dementes, pois eles vivem apenas aqui, não há reconhecimento por parte dessa gente pedante de algo que ultrapasse aquilo que podem ver. E se assim são, assim estão limitados ao perecível mundo material que nos cerca que inevitavelmente virará pó. Sem tráfego através desses dois mundos, sem abrangência intelectual para existir de forma sadia e determinante para a evolução social. O imponderável delimita o real alcance cognitivo da matéria. Mesmo sem peso específico sua latência se cumpre em sibilância entre os estreitos caminhos da razão. São as sutilezas que constroem a realidade e não adianta ignorá-las, elas sempre encontram um jeito de dominar o ambiente. Na teoria junguiana o metabolismo da alma está numa mandala onde ocorre a luta pela unidade do ser. Este nosso labirinto infinito de particularidades excêntricas nos fornece as opções detalhadas em emanação exotérmica para moldar a realidade que desejamos possuir. Então, escolha com cuidado os ingredientes para o caldeirão de subjetividades que você possui, o que parece ser não é exatamente o que é. Seja livre, e se ainda não possuir lastro intelectual para decidir, primeiro o adquira, e assim depois comece a cozinhar os ingredientes que escolheu para sua refeição de momentos plausíveis na estrutura da realidade. Tenha sempre como propósito básico o aprimoramento, e para isso você não pode estar preso em fantasias e despautérios materialistas, estenda de uma vez por todas, a vida não se constitui apenas de matéria palpável. Na volátil e intangível estrutura desse sentimento a matéria não passa de acessório para execução de tarefas onde se precisa de consistência para agregar conteúdo no que realmente possui importância, o equilíbrio da alma. Jamais pense que esse mundo no qual seu tato e demais sentidos se materializam para você a percepção da real presença corresponde realmente a realidade. Você está apenas num ensaio, numa seleção criteriosa de atores onde o espetáculo principal ainda está longe de começar, não seja arrogante, entenda, nenhum subterfúgio passará sem avaliação, o pretexto não funciona aqui nesse nível, mas se você quiser se enganar ainda assim pode, afinal quem colherá o resultado da trapaça será você.


Escolhas e consequências, afinal, dizem que existe livre arbítrio, então mergulhe de cabeça nessa ilusão confortável, e acredite ser dono do seu destino. Aquelas coisas como: a vida é curta, devemos aproveitar, fazer acontecer todos os sentidos e sensações, viver como se não houvesse um amanhã. Transforme o universo em seu parque de diversão pessoal, nada mais importa além de ser feliz. Faça da materialidade tangível seu abrigo, e quando ela enfim, perecer, despareça com ela realmente, pois seus sonhos vão virar pó. Não perceber que há algo além de estar vivo pode ser até considerado irracional, porque estes, não têm capacidade de raciocínio para expandir a análise da sua própria existência, Nesse complexo caminho cheio de opções, certas e erradas, o homem se dispõe a ser infinito, superando trapaças, cumprido evasivas, tergiversando o argumento para não ser e mesmo assim sendo o protagonista de si mesmo. Jung citou: “Deves ser o guarda diante da prisão de tua alma. Tu és o eunuco de tua alma, que a protege dos deuses e dos homens, ou que protege os deuses e os homens dela. Ao homem fraco é dado o poder, um veneno que paralisa até mesmo os deuses, assim como à pequena abelha, muito inferior a ti em força, é dado um ferrão venenoso e doloroso”. Detalhe subliminar: abelhas quando picam, morrem. Este é o destino do homem que abusa do seu poder deixando de ser o guardião da própria alma para se entregar ao prazer descontrolado do comando e da vaidade. Se envenena com um recurso que possui. No fim, nós somos o labirinto, tudo é pessoal, do início ao fim todo objeto ou proposta está em nós, cabe escolher com prudência e sabedoria. Tenham um ótimo natal com paz amor e prosperidade!



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


O livro vermelho, Liber Novus. Carl G. Jung. Editora Vozes.  


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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Sobrevivencialismo.

 

                                                  Image by WONKANDAPIX from Pixabay.




Sobrevivencialismo.




Então, ainda aqui e por um momento sentindo a chegada de mais iniquidades governamentais há necessidade de que todos nós iniciemos o preparo para a catástrofe anunciada. Está claro, que o amanhã será muito pior do que esse hoje já com traços da dificuldade produzida por acentuada irresponsabilidade. Se nós temos algo com isso? Sim, temos e não temos. Temos porque boa parte da população adora populismo e dá poder a gente sem escrúpulos, e  não, pois alguma parte da sociedade enxerga esse problema e vai para o sacrifício por qual não procurou mas o barco é o mesmo, o totalizador de pessoas a bordo não diferencia quem é burro e quem não é. Se entre todos existirem aqueles que estão dispostos a tirar a bueira de fundo, o barco afunda, e acreditem, existem muitos com esse propósito, embora afundem com a embarcação. Apenas essa gente não possui inteligência suficiente para entender que ao tirar a bueira de fundo vai entrar água, mesmo sendo óbvio isto não está claro para eles. Estamos dentro de algo como um recinto cheio de suicidas, todos querem morrer e não sabem disso, e assim lutam sempre pela própria destruição. Um ambiente esteticamente no sentido psicológico, doente, cheio de fraturas no entendimento sadio da existência e ainda assim manipulado por gente pervertida e amoral. Tem tudo para dar errado e vai dar, uma inteligência sem vigor necessário leva ao esfacelamento social, em algum momento ele irá assim prontamente acontecer. A perspectiva não se apresenta com resultados esperançosos. Não se preocupem com a massa ignorante, eles vão sucumbir com suas convicções com plenitude e de forma completamente total, assim mesmo, de forma enfática, não há chance de reprogramação de última hora, estão condicionados para o abismo, e para lá caminharão na certeza total que estão indo para o lugar certo. Temos que levar em conta que a falta de inteligência não dispõe de recursos para entender as ocorrências do perímetro, simplesmente não notam o risco. E neste oceano bravio de incertezas flutuamos, a deriva, com apenas contradições e incertezas para servir de aconchego lamurioso de ocasiões que testam nossa tenacidade em existir, pois nesse caldo bravio, moldamos nossa alma, nosso espírito, para quem sabe, um futuro melhor, mesmo que nada indique uma tendência boa ou viés de bons escrúpulos, uma mão tardia que venha nos resgatar desse contexto possesso que nos envolve e condiciona ao sofrimento nesse tempo de ciência. Como Aristóteles certa vez disse: “A ciência é a presunção mais convincente”. Afetados por suposições na verdade nadamos em arrogância onde as conjecturas constroem o objetivo falso. Aqui a subjetividade se torna muito mais do que ação incorpórea ela apenas tem presença intangível no telúrico odor da terra de onde surgiu. Uma isca para um equívoco bem pronunciado. E sendo assim em toda essa organização caleidoscópica temos a certeza que o confronto será colossal, o abismo não se satisfaz com gorjetas, ele quer a alma de todo ser vivente. Os que verdadeiramente pensam já se diferenciaram dos rebanhos ignaros presos que estão na sua incultura profunda, portanto, cabe apenas a nós construir uma saída, uma rota de fuga dessa calamidade que se avizinha. Eu sei, existe sempre aquele sentimento triste de deixar alguém para trás, mas lembrem-se, não há resgate possível para todos. E a colheita se dará em função das escolhas pessoais, a falta de interesse em conhecer a verdade, a entrega aos prazeres fáceis da carne, o desinteresse em aprimorar a cultura, o claro e profundo descaso e a falta de seriedade com as coisas da alma. Ser humano é procurar sempre o equilíbrio e nunca se entregar aos excessos. Este procedimento é o que nos difere dos irracionais. A capacidade de avaliação da realidade, de obter escolhas dentro do armazém de sortilégios que a vida nos oferece. Temos que criar o inusitado, o novo termo dentro da equação da vida para equilibrá-la a nosso favor. Como citou Ortega y Gasset: “O homem tem a experiência de que a vida não consiste somente no que há, mas também que cria, que tira de si mesmo novas realidades, que a vida, portanto, não se define exclusivamente por suas necessidades, senão que, ainda mais que essas, e transbordando-as, consiste em abundantes possibilidades”. Apenas os irracionais vivem para satisfazer suas necessidades: comer, defecar, urinar, beber água se reproduzir e morrer, o ser humano está muito além disso, e não faz o mínimo sentido viver como um irracional, jogar fora essa qualidade oferecida para ser algo além de estar apenas vivo.


A proposição existencial é clara, seja um diferencial de qualidade no tempo e no espaço que lhe foi oferecido, e portanto, hoje, nas atuais condições o Sobrevivencialismo deve ser acionado. E se apresenta para nós uma infâmia, gestada por gente muito ruim que deseja transformar seus semelhantes em apenas um rebanho de submissos as suas convicções distorcidas por intenso trato ideológico onde a humanidade não representa nada. Voltando a Ortega y Gasset: “As etapas decisivas duma civilização se determinam e se discernem evidentemente, como modificações da relação fundamental entre os dois grandes componentes da vida que são, de um lado, as necessidades do homem, e, de outro, suas possibilidades”. Então, as referidas possibilidades, elas sempre existem, podem estar ocultas nos pormenores da textura da ocasião, mas estão lá cabe a nós encontrá-las. Deixem um pouco de lado as certas necessidades, sacrificando-as por um planejamento de contingência. Porque é nessa fase que vamos entrar em breve. A fome por recursos dos que nos governam junto com a incapacidade deles de fazer algo certo vai provocar um colapso, resta saber exatamente quando, e não se, pois a certeza já é uma realidade. Misture incompetência com mau propósito e maldade intrínseca e o feitiço está pronto. Em nome do futuro devemos sobreviver, ou que nossa ideia sobreviva para que seja semeada em nova oportunidade bem depois que a tempestade passar e seus efeitos tenham desaparecido como a maioria das anomalias fazem, nascem crescem destroem tudo e enfim, morrem. Afinal, estamos aqui por desafios, e quanto maiores forem, maior crédito a receber, portanto, sejam bem criativos com a fatia de realidade que foi oferecida para vocês cuidarem. Entenda Ortega y Gasset: “Para bem compreender um homem há que representar-se, com alguma precisão a topografia cronológica de seu horizonte”.




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Origem e epílogo da filosofia. José Ortega y Gasset. Vide Editorial.


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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Economia básica para néscios.

 

                                                       Image by Areck Socha from Pixabay. 



 Economia básica para néscios.



Primeiro mandamento que escutei dos meus avós e pais: “mais ou menos é o caminho do inferno” . Desse ponto em diante como a cadência melancólica de um bom blues pode se produzir algo que preste e que traga retorno positivo em termos de reserva de pecúnia. Tem de ficar bem claro que carga tributária elevada e comportamento perdulário desenfreado possuem a gula de um elefante ou camelo. Não há saciedade possível sem comedimento e controle. Entendam definitivamente, sem recato com o dinheiro ele vai se vingar de você, seja no nível doméstico da administração financeira das famílias ou de governos, a relação é exatamente a mesma. Sem guardar, mesmo que seja o mínimo, sem lastro financeiro considere-se sem vestuário adequado para participar da festa. Mais um aviso: a arte do possível é um truque maligno para que você seja tentado a superar limites inaceitáveis, no fim, você sempre perde, financeiramente ou politicamente. O insidioso aprecia ocupar espaços na realidade e assim, aos poucos consegue o que ele quer, tua alma. Poupar é um habito que se adquire com o tempo e proporciona vitórias no nível que o poupador se encontra. Minha primeira professora de economia foi minha mãe, muito antes de conhecer e estudar Mises, Friedman, Sowell etc. Nasci pobre, muito pobre, e minha mãe fazia suas economias do dinheiro o que meu pai trazida diariamente, Interessante, ela guardava numa meia, quando juntava uma quantia maior, íamos na Caixa Econômica onde ela abriu uma caderneta de poupança e colocava lá o valor conseguido no período. Lá no Largo da Carioca, próximo de uma estação de bondes chamada Tabuleiro da Baiana. A caderneta era de papelão onde o funcionário do banco do atendimento citado anotava o valor recebido e carimbava confirmando o depósito, eu deveria ter um cinco anos de idade, mas observava e aprendia tudo, minha característica até hoje. Não importava se em algum mês não existiu a possibilidade de poupar, mas sempre que ela surgia, a sobra orçamentária o procedimento era repetido, acumular um valor específico com finalidades variadas. Segurança para imprevistos, e um saldo para se possível adquirir um bem para aumentar o conforto na penúria que vivíamos. Meu pai era garçom, ganhava por dia de trabalho e para complemento trabalhava em serviço extra, em festas e eventos sociais onde conseguia um qualquer a mais. Então, nesse processo conseguimos comprar nossa primeira geladeira, uma Climax usada, de segunda mão, porque pobre não pode se dar ao luxo de comprar algo novo na loja, não tem nem renda para comprovar um possível crédito. Crediário é coisa de classe média, que tem emprego em carteira assinada e salário definido. E assim, com essa política de austeridade dentro de limites claustrofóbicos com relação as finanças domésticas que também conseguimos comprar uma televisão usada da marca Emerson. Essa marca não existe mais. Mais tarde um ventilador, um fogão também de segunda mão e assim com austeridade se vai evoluindo. Se governos agissem assim, com essa responsabilidade doméstica não conseguiria apenas uma geladeira nova, mas um país com a economia muito mais forte e dinâmica, não estamos falando aqui de economizar migalhas, mas da economia de milhões. E estes milhões seriam revertidos em benefícios e bem estar da população, é simples não há mistério. Se minha mãe com baixa escolaridade conseguia, o que se dirá de economistas supostamente qualificados e representantes governamentais dessa área do governo. Mas a gente sabe que além de qualidade intelectual duvidosa, falta vergonha na cara. A minha mãe apenas sabia ler fazer as quatro operações básicas da matemática e escrever um pouco, nem me ensinar os deveres de casa do colégio quando eu precisava ela conseguia, mas conseguia gerenciar com extraordinária eficácia a economia doméstica e não há muita diferenciação filosófica entre essa singular economia e a de Estado, tudo se baseia em austeridade e compromisso. Muita gente, pequenos comerciantes enriqueceram e construíram impérios comerciais assim. Com responsabilidade, cautela e aproveitando a oportunidade quando ela aparece. Trabalho duro, honestidade, e nenhum compromisso com o desperdício. É o tipo de aprendizado que falta para nossas crianças hoje, economia básica, dar valor ao que se tem, mesmo sendo pouco e fazer com isso algo representativo na realidade. Sem entender esse simples mecanismo que custodia o orçamento familiar e de países não há chance de vitória nesse ramo. Hoje, por perfil ideológico, dinheiro público não tem dono, não oferecem respeito a ele e sendo assim, maltratado ele se vinga, oferecendo o que ele tem, a ausência nos cofres para honrar compromissos. Até que apareça um idiota para resolver imprimir mais dinheiro, esquecendo-se que ao multiplicar sua representatividade no mercado o dinheiro reduz seu valor de face. Se você tem um número limitado de alguma coisa, ela vale muito, se você multiplica essa coisa, ela perde valor, pode ser encontrada com facilidade vulgarizando seu preço.



Tem de ficar entendido que no mundo real, fora das platitudes extremas da ideologia como citou Mises: “No mundo real, o agente homem defronta-se com o fato de que seu semelhante age por conta própria”. E também: “No curso da vida humana não há estabilidade e, consequentemente, não há segurança”. A ideologia predominante hoje pertence ao conceito do Mises de desutilidade, algo que apenas produz coisas indesejáveis. Aborrecimentos, desconforto, irritação dor e sofrimento. Quem quiser se aprofundar no tema recomendo que leia o livro Ação Humana de Ludwig von Mises. Não se preocupem, são apenas mil páginas de puro conhecimento. O mundo real não é pasteurizado e homogeneizado, onde a consistência de um elemento é exatamente igual à de outro, o ser humano não é assim, e se sente imensamente desconfortável nessa posição de padronização imposta por conceitos errôneos de burgueses afetados por falsa misericórdia com o povo. Dê ao homem o básico de ensino em economia e largue-o no mundo que ele se vira muito bem, uns vão fracassar, outros não, é da vida. Não só Mises tem seus estudos e conclusões, Milton Friedman cita: “Entre toda a defasagem entre ricos e pobres, em nenhum lugar os ricos são mais ricos e os pobres mais pobres do que naquelas sociedades que não permitem o funcionamento da economia de mercado”. Economia não é um parque de diversões para idiotas, e onde existe mais intervenção estatal nela, poucos enriquecem muito e a maioria vai para a miséria. O intervencionismo socialista leva a um resultado óbvio, a pobreza do seu povo. Economia de mercado livre é a receita da prosperidade, o governo apenas acompanha com poucas intervenções, até a China entendeu isso, mas o socialismo ocidental patina ainda nas conclusões originais de seus criadores. Basta tirar as patas da economia e qualificar profissionalmente seu povo, e olhem, muitas vezes nem de qualificação precisa, pois o ser humano é adaptável e versátil. Em se tratando de comércio ele sempre arruma um jeito de empreender e prosperar. Um picolé vendido artesanalmente vira uma fábrica de sorvete, um açougue vira um frigorífico, uma pessoa fazendo fretes com uma caminhonete vira uma transportadora, mas para isso acontecer e se multiplicar o governo tem de deixar o povo em paz. Com pouca tributação e sem excessos de regulamentações absurdas que dificultam o empreendedorismo. Ao querer abraçar tudo o governo fica sem nada. Quando será que sairemos do domínio dos néscios?





Gerson Ferreira Filho.


Citações:



Ação humana. Ludwig von Mises. Instituto Mises Brasil Editora.


Livre para escolher. Milton Friedman. Record Editora.



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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

O Estado das coisas.

 

                                                   Image by Robson Machado from Pixabay. 





O Estado das coisas.



Então, vamos conversar hoje a respeito dessa entidade que nos oprime, nos controla e exerce poder em quase todos aspectos da nossa vida. Essa coisa predominante e abrangente onde o poder se situa para interferir e regulamentar nossos caminhos, umas vezes de forma mais suave outras vezes com brutalidade, mas desde os primórdios, quando a vida passou a ser mais complexa e em agrupamentos de convivência, assim como a economia que surge naturalmente do escambo, da criação da moeda e do comércio, ele surge da necessidade de organização. Existe grande divergência entre diversos intelectuais muitos deles explicam a seu modo a estrutura que entendem como o que deve ou deveria ser, de Platão a Rousseau até as Marx possuem sua própria visão desse corpo de poder. Franz Oppenheimer, o filósofo e não o físico também possui sua versão sociológica da estrutura. Eu na minha insignificância fico com a seleção natural agindo mais uma vez na organização dos seres vivos, e nós estamos entre eles, sujeitos as mesmas forças de seleção que a natureza impõe a qualquer ser vivo. Lembram-se do conceito: o mais apto sobrevive? Assim se diferencia a sociedade também, os mais capacitados de inteligência e força se sobressaem na estrutura e de alguma forma acabam criando liderança grupal, por predomínio dessas duas condições criam em torno de si o embrião do que se chamará Estado, claro, tudo isso se tronará mais complexo, com a agregação de outros atores indispensáveis ao funcionamento do que se torna cada vez mais diversificado. E assim temos as camadas assessórias da estrutura, como uma religiosidade agregada ao corpo principal que se chama Estado, com sacerdotes que controlam os impulsos naturais do grupo, funcionários públicos que cuidam do necessário procedimento burocrático que dá organização a qualquer atividade e os militares, o braço de força desse complexo de poder, porque ele sempre será necessário em períodos de risco e instabilidade. Sabem aquela estrutura colossal construída a quase cinco mil anos atrás chamada de pirâmide, ali o verdadeiro Estado se estabeleceu como conhecemos hoje. Para construir aquilo foi necessário estrutura burocrática e logística em escala industrial, controle e registro de mão de obra, produção e suprimento de alimentação de uma força de trabalho gigantesca, atendimento médico, corte e suprimento de uma quantidade absurda de pedras e o deslocamento delas, e até hoje nas famílias reais europeias o conceito de direito divino de governar existe, não preciso mencionar de onde isso veio, né? Na fervura dos sentidos, homens se destacam se tornam líderes, criam estruturas de liderança e com isso como passar do tempo a seleção natural conduz os mais aptos ao comando e ao controle de todo esse restante, claro a expertise desse grupo determinará o sucesso ou o fracasso do grupo, pois outros grupos sociais existem e tentarão subjugar uns aos outros, está na nossa natureza, procurar mais terras ou mais um povo para torná-los vassalos e para serem colocados a serviço do seu povo, o vencedor se torna predominante. Até hoje em pleno século vinte e um é assim, impérios procuram vítimas para exercer seu controle e enriquecer seu próprio povo. A estrutura como entendo é essa, mas claro que exporei outras interpretações do tema, porque se faz necessário para o trato intelectual apresentar todas as hipóteses possíveis do cenário. Com numa citação de um romance insinuante de José Lins do Rego, Água-mãe: “Com as coisas do diabo não se devia mexer, Deixassem para um canto, pois o diabo sabia com quem mexia”. Porém, nós na nossa natureza inquisitiva e irresponsável gostamos de enfrentar feitiços e maldições para ver o que está atrás das cortinas do destino, embora o capiroto espreite por detrás da fina cortina de seda do amanhã. Não seriamos humanos sem ousadia. E assim temos Hans-Hermann Hope no seu livro, Democracia o Deus que falhou: “Em última instância, o curso da história é determinado pelas ideias, sejam elas verdadeiras ou falsas. Assim como reis não podiam exercer o seu domínio a menos que a maioria da opinião pública aceitasse domínio como legítimo, os governantes democráticos não podem manter-se no poder sem o apoio ideológico da opinião pública”. Apenas aqui temos diversas camadas para invadir e expor seu conteúdo. O poder do rei ou do governante depende para se manter e ter sucesso da opinião pública, do povo, e para manter esse poder se faz necessário doutrinar a população, se uma grande maioria se tornar submissa ideologicamente, o poder está garantido. E assim se exerce o controle social do grupo, do país de uma nação. Domestica-se o povo com uma cartilha ideológica onde os padrões induzem a submissão intelectual e não proporcione margem para raciocínios periféricos divergentes, e assim se tem uma estrutura base sólida que permita qualquer descalabro, ou sobrevivência em tempo de dificuldades. Valores pecuniários, favores e distribuição de prestigiados cargos fazem o resto. Alguma semelhança como que temos hoje? Pois é, o tempo passa mas a metodologia permanece. O Estado possui uma diversificação grande de métodos de controle, lembrem-se; seleção natural. Lá estão supostamente os mais aptos da espécie, por inteligência, força ou falta de caráter, e não, honestidade, correção, compaixão e amor nesse campo humano são fraquezas, deixam o indivíduo vulnerável e exposto a trapaças organizadas para fazê-lo sempre perder. Lembrem-se: “com as coisas do diabo não se deve mexer”. A abordagem do bem deve ser sempre furtiva, indeterminada e sem rasteio possível. Oppenheimer, o filósofo e não o físico citou: “Rousseau deriva o Estado de um contrato social, enquanto Carey (1793-1879) atribui sua origem a um bando de ladrões. Platão e os seguidores de Karl Marx dotam o Estado de onipotência, tornando-o senhor absoluto do cidadão. Em todas as questões política e econômicas; Platão vai ainda mais longe, chegando ao ponto de desejar que o Estado regule inclusive as relações sexuais”.



Nesse universo de hipóteses e análises diferenciadas Oppenheimer tem a sua versão do tema, A ideia sociológica do Estado. Como ele mesmo emprega temos de ter uma alavanca verbal nova para o tema; ou seja, uma cidadania de homens livres. Eu considerei uma nova abordagem da mesma coisa, no fim se chaga a mesma conclusão, mas coloco para conhecimento de vocês, quem quiser mais conteúdo recomendo que leia o livro dele. Aqui vai: “A ideia sociológica do Estado. A ideia originária, puramente sociológica, do Estado, eu acrescentei a fase econômica e a formulei do seguinte modo: o que é, então, o Estado como conceito sociológico? O Estado inteiramente na sua gênese, na sua essência, e quase completamente nas primeiras fases de sua existência, é uma instituição social, imposta por um grupo de homens vitoriosos sobre um grupo derrotado, com a única finalidade de regular o domínio do grupo vitorioso sobre os vencidos e proteger-se contras revoltas internas e de ataque externos. Teleologicamente, esse domínio não tinha outra finalidade senão a exploração econômica dos vencidos pelos vencedores”. Bom, nada diferente da velha seleção natural onde o mais apto se sobrepõe sobre o menos apto, criando o convívio social regulado pelos mais fortes e supostamente inteligentes não há novidade nesse ajuste natural da organização, submetidos que estamos apesar de que ousemos não perceber, aos ditames da natureza, ainda assim, mesmo com outras palavras somos escravos da metodologia natural que impõe suas regras, A força na natureza é algo predominante e decisivo, a debilidade e a baixa capacidade cognitiva leva populações a vassalagem para quem tem determinação de conquistar seu espaço específico no território da vida. Assim, impérios surgiram e ruíram, sempre que apareceu uma civilização com alguma vantagem tecnológica para o emprego da inteligência e da força. Não há como escapar desse círculo existencial onde estamos inseridos. Ao ser vivente cabe apenas cumprir sua rotina cotidiana e se esforçar sempre para estar como predominante apto para enfrentar os desafios do contexto, se não for assim desaparecerá e será substituído no cenário. Lembrem-se a natureza sempre se reinventa, mesmo através de nós. Não estamos no controle.



Gerson Ferreira Filho.


Citações:

Água-mãe, José Lins do Rego, Global Editora.


Democracia, o Deus que falhou. Hans-Hermann Hope. Mises Brasil Editora.


O Estado. Sua história e desenvolvimento. Franz Oppenheimer. Ludovico Editora.



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