domingo, 14 de março de 2010

Contraponto.





Na monotonia dos descalabros,
Sorrio entre sonhos que sucumbiram.
Minhas hipóteses de futuro
Morreram antes da esquina.

Vivo um tempo sem sentido.
Coisas absurdas caminham no cotidiano,
Mas ninguém vê, ou faz de conta que não.
Assina-se hoje o pé da página em branco.

Sem tamanho é a indiferença.
Nada mais parece chocar,
O inominável dorme em várias casas.
A morte de inocentes é o trivial.

Lutar por um ideal virou crime,
E a multidão concorda com o acinte
Que mora nos porões elásticos
Da falta de moral.

Propina trambique e tubaína,
São servidos a francesa nos jornais.
E o povo o que faz?
Rebola ao rit do momento.

Colunas subornadas
Pontuam com adereços o noticiário.
Contornam o escrúpulo com retórica,
Sabem mas não dizem.

E se contam tergiversam,
Evadindo-se da verdade da opinião.
O que sobrará para o amanhã?
A carcaça de uma nação!

Gerson F. Filho.

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