sábado, 11 de maio de 2024

A contingência.

 


                                                        Image by Gerd Altmann from Pixabay.


 A contingência.



Então amigos, vamos abordar hoje algo que tem relação direta com Administração. Parece ser uma coisa que ninguém no atual governo conhece, praticou ou ao menos abordou de alguma forma, pois ela fica ali escondida e surge apenas de inesperado e chega geralmente violentando a realidade. O que é contingência? É um fato inesperado, fortuito, uma eventualidade conforme define o dicionário, o pai de todos os asnos como foi conhecido no passado. Se é algo ou alguma coisa que surge repentinamente, ela precisa de tratamento adequado, e para isso precisa de planejamento antecipado de ações para que seus efeitos sejam mitigados, controlados e extintos para que assim se possa voltar a normalidade da rotina de administração da realidade. Antecipação é a palavra-chave, e como se faz isso? Com inteligência e planejamento, deve ser rotina de empresas, e governos, cada um elaborando seu plano de contingência conforme a abrangência da sua atividade. Governos terão de possuir um plano mais complexo, empresas, planos mais setorizados, mas existe escalonamento de abrangência nos dois casos. Claro que a elaboração deste complexo plano fica a cargo da gerência maior e de quem comanda o governo, se não me engano existe um ministério chamado de Ministério de Planejamento. E para isso deveríamos ter profissionais de qualidade nessas áreas para que se construa algo para o enfrentamento da eventualidade, é uma questão de qualidade profissional. O que pode se perceber é que o governo até possui alguns cacoetes administrativos como nomenclatura de procedimento, vejam, organizaram uma sala de comando para vigiar, controlar e perseguir opinião na internet, ora vejam, a sala de comando, ou sala de guerra como se chamava em outros tempos é justamente uma estrutura criada para gerenciar de forma centralizada uma situação. Então, numa situação calamitosa, eles preferem controlar o que se fala do que socorrer vítimas do evento catastrófico em si. Bom, isso deveria ser vergonhoso, mas hoje, sabe como é que é, a surrealidade se intrometeu de forma abrangente na realidade para fazer do todo uma piada. Neste cenário de pintura do Salvador Dalí ou uma obra literária de Kafka prosseguimos então, tentando ser uma lamparina fortuita no contexto esquizofrênico dadaísta que teimosamente procura fornecer um pouco de luz nesse caminho tortuoso, vamos ao planejamento: a própria palavra planejamento já inclui antecipação, Como se inicia o processo? Escolhendo as pessoas que farão parte de uma equipe tipo Staff, - vide minha cônica anterior onde faço essa citação metodológica - no topo a gerência geral, e logo a seguir na escala hierárquica o profissional aglutinador, coordenador do evento, cercado por profissionais especializados nas áreas que serão necessárias no atendimento a ocorrência. Cada um desses profissionais terá comando sobre um segmento da atividade, por exemplo: barcos de apoio sob ordens do especialista. Voos de monitoramento e acompanhamento sob comando de outro especialista em referência a atividade, Resgate e salvamento mais outro coordenador, todos trabalhando em conjunto para um único propósito. E como se chega a excelência de operatividade nessa área? Com treinamento em simulações fictícias, onde se monta cenários aleatórios de catástrofe para avaliar o que seria melhor para cada situação. Mobilizando nessas simulações os recursos antecipadamente previstos e planejados, considerados eficientes para o momento. Nessas simulações se fará o pente fino nos procedimentos, os ajustes onde se elimina aquilo que parecia bom e na prática se revelou dispensável. Um bom plano de contingência deve ser treinado e revisado periodicamente dentro da sua estrutura, para minimizar as surpresas que sempre aparecerão no caminho do evento real, e não preciso dizer que os profissionais envolvidos na faina têm de possuir flexibilidade mental para entender a mudança repentina de necessidade que venha ocorrer em algum ponto da continuidade do atendimento. Engessamentos mentais com procedimentos padrões da atividade normal não são algo que aqui se deva querer, não afetando a segurança de praxe, a versatilidade é a regra. Todo este planejamento fica registrado em um livro que deverá ser consultado de imediato no surgir da necessidade, um guia orientador que dará ao elemento treinado nesses tipos de ocorrência uma base segura de procedimentos, para iniciar o combate à situação contingencial. Uma boa prática de empresas e governo torna a surpresa menos impactante e destrutiva no cenário real de eventos dando um toque profissional onde os escopos em referência serão atendidos com mais eficiência, eficácia e portanto, efetividade de planejamento com profissionalismo que se necessita em ocorrências assim.



A contingência se refere ao inesperado, mas se existir planejamento, antecipação de ações estruturada para o enfrentamento, as consequências de eventos desse tipo podem ser muito minimizadas, infelizmente, nem tudo poderá ser atendido e resolvido, o inesperado muitas vezes é brutal, insano, mas temos que lembrar que, principalmente eventos climáticos podem ser previstos hoje, e assim a antecipação contra o impacto pode sim ser planejada, e algumas atitudes governamentais, se for esse o nível necessário ao atendimento podem ser implementadas de imediato como: a burocracia vigente e praticada por qualquer atividade pública de controle deve ser suspensa. Funcionários públicos de forma geral estão presos em procedimentos, e temem punição se não cumprirem suas obrigações mesmo em situações excepcionais. Assim nesse caso toda regra ou norma deve ser eliminada momentaneamente pelo governo para dar agilidade necessária ao atendimento a ocorrência. Com uma ordem governamental, pedágios, fiscalizações, ficariam inoperantes dentro desse espaço de tempo para não atrapalhar o atendimento às vítimas da catástrofe. Uma única medida que desburocratizaria de imediato qualquer entrave ao fluxo de ajuda, e quem o violasse seria punido, a situação é excepcional e pede agilidade e não o respeito a regras de período normal. Sob supervisão e acompanhamento dessa sala de guerra, seria criada uma supervisão de toda atividade, civil e militar, integradas e discutidas em conjunto para avaliação dos resultados específicos para o resgate e destino dos vitimados pelo evento, apenas verificando se os recursos estão sendo bem empregados e fazendo ajustes se necessários em pontos com conflito, apenas esse grupo teria comando de toda atividade. Não é preciso alertar que as pessoas presentes no comando dessa ação possuem toda autoridade necessária para decidir a respeito de qualquer coisa, e para isso têm de ter preparo intelectual e acadêmico para fazer parte de tal grupo, políticos não devem ser aceitos, aqui é puro profissionalismo e não há lugar para trapaceiros. Ou se corre o risco de ineficácia de todo o processo o inviabilizando totalmente. Como é um caso onde a saúde é um fato importante, um médico deve fazer parte da equipe para os momentos de coordenação de atendimentos das vítimas que se feriram na ocorrência, tudo dentro do Staff de gerenciamento de contingência, como eu citei anteriormente, essas áreas um tanto específicas possuem independência e poder de ação dentro do grupo, onde de forma alguma haja interferência ideológica, a primeira coisa a fazer numa catástrofe é jogar no lixo seu perfil ideológico e mergulhar no combate efetivo do evento que proporciona sofrimento a população envolvida. O governo deve suprir qualquer necessidade desse grupo de ação para o sucesso da atividade ou será negligente quanto aos resultados. Portanto, qualquer hierarquia exterior a atividade fica anulada e não deve interferir na ação principal até que seja concluída, com ou sem êxito. No após ao evento, se deve estudar os motivos de uma região sujeita a este tipo de catástrofe que se vê agora não possuir um sistema de proteção adequada para minimizar os efeitos de uma ocorrência desse tipo, Uma cidade entre rios e lagoas pode eventualmente com uma precipitação pluviométrica anormal ser inundada de forma muito perigosa em alguma ocasião. Onde está este planejamento, e as proteções devidas de estrutura para essa ocasião? Governar não se trata apenas de tirar fotos em eventos sociais e curtir o cargo e o status que lhe cabe, exige profissionalismo, ou ao menos que o governante se cerque de gente capacitada profissionalmente e não dos costumeiros bajuladores e aduladores que não possuem qualidade nenhuma além de ficar lambendo o chefe. Estamos enfrentando uma terrível crise de qualidade, e o resultado se vê de forma incontestável na condução do atendimento ao evento calamitoso que tivemos. A emergência necessita de enfrentamento e somente a qualidade e a antecipação planejada pode fazer isso de forma que o povo sofra o menor impacto possível no desastre causado pelo tempo, pelo clima, mas também por altas doses de incompetência.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Administração e suas particularidades.

 

                                                       Image by Gerd Altmann from Pixabay.




Administração e suas particularidades.




Enfim, chegou o dia que tenho de falar da Ciência administrativa, essa coisa tão afrontada, descartada e dispensada por muita gente. Minha casa por escolha, estava impregnado em mim desde os primórdios a liderança, organizar, conduzir, coordenar, supervisionar, assim, gerenciar atividades e comportamentos em busca da excelência nos resultados. No nosso país existe um desprezo evidente por parte de outras carreiras profissionais ao Administrador profissional. Todos se acham na condição de possuir uma competência nata para administrar negócios, processos e projetos, temos assim empresas administradas por engenheiros, médicos, advogados e até o pipoqueiro em alguns casos. Todo mundo pode comandar, administrar qualquer negócio, prover e cuidar de logística, fazer planejamento de contingência, alocar recursos financeiros e proporcionar controle de custos conforme a estratégia do negócio em pauta, elaborar balanços patrimoniais, demonstração de resultados do exercício, gestão humana de qualificações, projeção econômica plausível dentro do cenário específico para determinada a atividade, usar estatística aplicada na análise das oportunidades possíveis e presentes na estrutura organizacional dos eventos de interesse na corporação. A diversificação necessária para exercer a liderança com qualidade é grande, gerenciamento de qualidade, parafraseando Olavo de Carvalho, não foi feito para homens de geleia. Necessita de formação acadêmica realizada com interesse, e não de maneira indolente, com o teor malemolente da maioria dos jovens universitários de hoje, tem de estudar de verdade, e o estudo não se encerra com o fim do curso, dura a vida inteira. É assim em qualquer profissão, para ser bom no que faz, seja lá no quê, tem de ter compromisso com a pesquisa e com o estudo de forma continuada. Certa vez em uma conversa de internet em grupo um engenheiro de softwares me questionou qual a necessidade de me contratar ou qualquer administrador para a empresa dele, que tem atividade específica e eu não entendo nada do assunto, não sou engenheiro, bom eu tive de mostrar que ele trabalha em bancada, projetando circuitos e processos, eu cuidaria de todo restante da empresa que não fosse especificamente projeto de engenharia. Pessoal, logística de fornecimento, política de desempenho, gestão de recursos financeiros e de estoque de insumos, propaganda e marketing, treinamento de pessoal, política institucional de trafego na malha social, criando importância e representatividade empresarial no cenário de negócios, e a não ser que seja uma empresa de fundo de quintal, para não falir futuramente e criar destaque no cenário econômico, um profissional de Administração é necessário, cada um no seu quadrado, uma empresa saudável não se resume unicamente a uma bancada de protótipos de engenharia, o negócio em si é muito mais complexo, e exige especialização e não improvisação. Mas aqui no Brasil muitos administradores são subempregados, como funcionários de órgãos financeiros, relegados ao ostracismo pois os vaidosos profissionais de outras áreas presumem ter capacidade e abrangência suficiente para abraçar a totalidade empresarial, e neste ponto está a quantidade enorme de falências que se vê. Em relação ao governo federal e ao estadual, também se pode notar a baderna organizacional vigente, onde o ambiente é inóspito para o profissionalismo, acossado por política de péssima qualidade e acordos que não sobreviveriam em ambiente honesto e profissional. Temos também o custo ideológico na atividade, onde, por ideologia se distorce a realidade criando privilégios desnecessários e evitáveis numa planilha de custos séria e honesta. Eu não costumava colocar nessa planilha a posição ideológica da pessoa, mas começo a perceber que, com o recrudescimento da influência ideológica de cunho socialista, bons profissionais perdem rendimento, fazendo uma gestão comprometedora e ineficaz quanto a resultados satisfatórios. A coisa funciona como um freio na qualidade profissional da pessoa assim envolvida em política. Administração de fato e de qualidade requer honestidade, compromisso total com o desempenho positivo e não pode depender da obscuridade política que sempre arrasta o profissionalismo para o pântano das hipóteses heterodoxas dos acordos onde a infâmia é o prato principal.



Podemos até fazer um ensaio aqui de ações comprometedoras a um conjunto empresarial que, mesmo tendo fartura de recursos, não consegue obter sucesso na sua atividade-fim, vejamos futebol. Hoje o futebol saiu do amadorismo ou quase amadorismo para ser uma atividade empresarial de altíssima lucratividade no campo esportivo, como entretenimento de massa, é possível obter um lucro fantástico vendendo produtos e não apenas o jogo em si. Toda lucratividade se reverte em contratações de ótima qualidade, tornando possível montar um elenco fantástico que certamente se traduz em vitórias, em títulos e consequentemente em mais dinheiro, uma cornucópia financeira que vomita recursos sem fim. Qual o melhor exemplo a ser discutido hoje? O Flamengo. Com a maior torcida do país, que consome todos os seus produtos, abastece os cofres do clube a ponto de torná-lo um clube milionário, mas não vence, não convence e troca constantemente de técnico num frenesi intenso por uma qualidade que parece inalcançável. Serão os profissionais escolhidos? Todos eles, que não possuem qualidade? Ou algo internamente não funciona como deveria? Administrar não é para amadores, e muito menos para políticos. O gerente de futebol tem preparo acadêmico para exercer o cargo? Decisões e conflitos internos são resolvidos de forma profissional ou na base do “jeitinho” brasileiro? A coordenação entre todos os departamentos é feita exatamente por quem? Onde está o departamento de psicologia esportiva? A base de sustentação mental de todos que entram em campo. Recursos humanos e relações periféricas são geridos por quem? Boa gestão significa resultado positivo, com um tropeço aqui e ali conforme a rotina da realidade, mas a vitória produto que produzirá títulos sempre chega para quem trabalha certo. E se está acontecendo algo diferente então, algo está muito errado na gestão de futebol. O técnico cuida do treinamento em si do elenco, não é administrador do clube para todo e qualquer assunto que possa surgir, ele pode sim, treinar errado, escalar errado, mas apatia coletiva merece outra abordagem, outra área de especialização específica para entender e equilibrar o ambiente. Isto não é tarefa do técnico, nem do diretor de futebol. E assim temos um clube milionário, com um elenco de fazer inveja a qualquer outro clube, obtendo péssimos resultados em campo. Aplique Administração profissional ou fique pelo caminho, e sendo assim vamos abordar fragmentos de Administração de verdade, para que estimule ao menos a pesquisa nessa área, e assim proporcione qualidade na gestão por parte de profissionais que não são da área mas querem gerenciar. Lembrando que essas coisas são apenas uma insignificância em relação a todo o conjunto. Sugiro que leiam Idalberto Chiavenato, leitura fundamental para Administração. Bom ,vamos a alguns tópicos. A organização funcional é uma das maneiras organizacionais modernas de aplicação em empresas para lidar com o cotidiano e ela define: “A organização funcional é o tipo de estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções. O principio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do Staff”. Ela possui a autoridade funcional ou dividida. Nesse sistema a autoridade se dilui em especialização para se concentrar em qualidade: É uma autoridade de conhecimento. Nada tem de linear, hierárquica ou de comando. Cada subordinado reporta=se a muitos superiores, simultaneamente, porém reporta-se a cada um deles somente nos assuntos da especialidade de cada um. Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados, mas autoridade parcial e relativa, decorrente da sua especialidade”. Este sistema operacional Facilita a circulação da informação no conjunto de decisões estipuladas para a atividade. Trocando em miúdos: “Desenvolve comunicações diretas, sem intermediação , mais rápidas e menos sujeitas a distorções de transmissão. A organização funcional permite contatos diretos entre órgãos ou cargos interessados, sem necessidade de seguir os canais formais e indiretos de comunicação”. Essa metodologia está em aplicação na maioria das grandes empresas que buscam se manter competitivas e com musculatura administrativa para sobreviver na competição de mercado, o mercado não é amigável com os fracos e incompetentes, ele devora o incompetente desatualizado com um apetite voraz na sua eterna filtragem de incautos e preguiçosos. O mercado se autorregula descartando quem não possuí qualidade para estar inserido nele. E sendo assim: “A organização do tipo staff tornou-se o formato estrutural típico das empresas no mundo todo e ainda hoje prevalece na maioria das organizações. Contudo na atualidade, as soluções neoclássicas estão sendo substituídas por um conhecimento mais dinâmico e moderno: as equipes – multifuncionais ou multidisciplinares, autônomas ou semiautônomas - são utilizadas no mundo todo para proporcionar flexibilidade e agilidade às organizações”.



Basicamente a Administração planeja executa e conduz o processo de acomodação confortável da empresa no mercado em acordo com a legislação e com as oportunidades que trafegam no canal de interesse da organização para qual trabalha. O resultado positivo da atividade é a prioridade essencial do bom administrador que tenha o devido preparo para exercer essa liderança específica e inerente a sua formação acadêmica. Temos também a tradicional administração por objetivos. (APO). “A administração por objetivos APO ou administração por resultados constitui o modelo administrativo identificado com o espírito pragmático e democrático da teoria Neoclássica. Surgiu em 1954, quando Peter F. Drucker publicou um livro sobre administração por objetivos, sendo considerado opai da APO”. Prosseguindo com a explanação de Chiavenato: “A APO é um processo em que gerentes e subordinados identificam e negociam objetivos comuns, definem as áreas de responsabilidade de cada um em termos de resultados esperados e utilizam esses objetivos como guias para a atividade. A APO é um método no qual as metas são definidas em conjunto pelo gerente e pelo subordinado, e as responsabilidades são especificadas para cada um em função dos resultados esperados, que passam a constituir os indicadores ou padrões de desempenho sob os quais ambos serão avaliados”. Bom, chega por hoje, para não permitir uma bagunça psicológica na cabecinha de vocês, sempre lembrando que são apenas fragmentos de tópicos a respeito de Administração de fato, essa ciência tão vilipendiada e negligenciada quanto a seu real valor. Recomendo muito que leiam, estudem bem os dois livros incluídos na citação abaixo. Para estudantes de Administração é obrigatório.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.





Citação Idalberto Chiavenato. Teoria geral da Administração. El Servier Editora Campus. E Gestão de Pessoas do mesmo autor e da mesma Editora.




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segunda-feira, 6 de maio de 2024

Detalhes.

 

                                                             Image by L Moonii from Pixabay.


 Detalhes.



Neste oceano cósmico eu sempre procurei e ainda procuro o lado do bem, mesmo que o caminho para ele seja difícil e tortuoso, repleto de nulidades comportamentais para iludir e capturar todo aquele que se permitir ser enganado e encantado por sonhos fúteis e desagregadores. Enquanto tivermos tempo dentro do tempo estipulado para nós, a vida proporciona aprendizado, e o reconhecimento de quem nessa jornada, tem real conteúdo louvável ou é apenas um simulacro de virtude, mas na realidade ama a escuridão que esconde vontades e desejos inconfessáveis e que virariam pó submetidos a luz do sol. E um modo particular de aprendizado é o sofrimento, na estabilidade rotineira de um cotidiano sem eventos que causem uma ruptura momentânea no marasmo modorrento do cenário, deixamos de perceber detalhes extremamente significativos para prosseguir com segurança neste caminho que deram a nós. Subliminarmente quem cuida de nós ou administra este plano de realidade, onde ocupamos frivolamente um espaço espectral de consistência telúrica do núcleo até as bordas de lugar nenhum, resolve dar uma “dica”, avisando que as entranhas da realidade são muito mais tortuosas e em cada reentrância se oculta uma armadilha, abram os olhos! Quase grita, perturbando o silêncio das estrelas. Temos dois eventos, um de entretenimento, com conteúdo satânico e pervertido, onde a mistura profana de religião e sexo são adicionadas como tempero alienante para desavisados e permissivos, e de outro lado uma catástrofe climática de grandes proporções, com muitas vítimas fatais e outras milhares, e caso não sejam socorridas a tempo, também se tornarão mais vítimas fatais. De um lado uma orgia e de outro o sofrimento determinante da agonia, de morrer de imediato ou abandonado e sem socorro na imensidão pluviométrica que aconteceu. Mas aqui temos o diferencial de almas, enquanto umas se esfregam freneticamente em busca de prazer carnal, outras lutam voluntariamente para salvar seus irmãos de existência de um destino cruel, se faz de tudo, até arriscar a própria saúde e a vida para dar segurança e conforto a seu irmão neste momento de dor. Dessa turma toda, quem que você acha que terá seu nome incluído no livro da vida? Fica para reflexão e aprendizado. Eu sei, existem aqueles que simplesmente ignoram e não acreditam em nada no porvir, apenas existe o hoje e nada mais, então, assim se torna possível qualquer coisa, matar, roubar, se entregar a devassidão de qualquer tipo de orgia e prazer, destruir a vida do próximo, seduzir crianças com fins libidinosos, torturar semelhantes, eliminar quem pensa diferente. Todos estes, no mesmo contentor, no mesmo recipiente. Resta a você, que pensa e se diz humano escolher com quem deseja prosseguir viagem, acreditar ou não é uma possibilidade e um direito, dizem que existe livre arbítrio, então use com bom critério, o futuro é construído com decisões no agora, supostamente é assim, então, mergulharemos nessa hipótese consolidada e sejamos fruto de nossas escolhas. Consolidados assim nas artimanhas do destino que supostamente não existe para alívio de quem presa por uma independência completa de fatores subliminares de controle, navegamos nesse mar de possibilidades que tanto pode nos levar ao paraíso ou ao abismo das trevas. Eu prefiro acreditar que não é circunstancial, e de acordo com condições que não controlamos e nem entendemos, estamos neste palco com algum propósito, e se existe gente sem propósito, eles também têm uma finalidade, talvez servir de estorvo existencial para um grupo que realmente pensa. A melhor escola é a severidade do cotidiano entre infames, como a vacina que utiliza fragmentos da doença para atingir a imunidade, talvez todos nós necessitemos de algum contato com a miséria moral para que assim nos tornemos mais fortes. Filosoficamente é correto e transcende a ocasião estipulada e presente como anomalia sistêmica do nosso ser. Schelling tem algo a dizer: “Toda filosofia que parte do finito emaranha-se necessariamente em contradições, pois mesmo que o finito seja seu ponto de partida, ele o é apenas a fim de atingir a parte dele no infinito. Uma ciência que em toda parte excluísse o infinito não seria de maneira alguma filosofia”. Lembrem-se, o infinito é o que existe, a eternidade, constituída de milhões de alternativas, hipóteses e configurações.


 Pensar apenas em um fim simplório e sem sentido que não acumule qualidade existencial no nosso perfil humano é um contrassenso abrangente, delimitador e redutor de alcance espiritual dos que assim pensam. Se esforcem mais na descrença, você são melhores que isso, demonstrem capacidade residual de raciocínio para confrontar a verdade. Neste ponto Schelling tem mais alguma coisa dizer: “Desde a eternidade, portanto, essência e forma estariam juntas na matéria. A forma atua desde a eternidade na essência, e procura expressar-se por meio de imagens particulares de si mesma – identidades entre alma e corpo. A essência, à qual apenas a forma infinita é adequada, procede neste caso meramente recebendo, passivamente, sendo ela o substrato e o fundamento de toda realidade. De algum modo engravidada pela forma absoluta com as formas das coisas a substância começa a dá-las à luz como coisas reais efetivas individuais e efêmeras”. Conselho; nunca se perca no que é figurativo e transitório, apegue-se ao eterno o infinito tem suas regras estabelecidas , sua descrença intrínseca não fará nada em seu benefício, a coisa real é muito mais complexa do que sua arrogância materialista e vulgar, que o prende na escuridão dos espaços oblíquos da mente. Detalhes, ah esses detalhes tão subliminares que se perdem na textura irregular do espaço tempo, onde fronteiras psicológicas se confundem quanto ao que é real e o que é ilusório, Conhece metafísica? Ela é o extremo filosófico que trafega e flui nas margens do impossível apenas para encontrar respostas que irão assim demolir a presunção do conhecimento humano que se arvora conhecer alguma coisa. Eric Voegelin também abordou o tema citado por Schilling: “A desespiritualização e o diletantismo metafísico, ou irracionalismo, estão inter-relacionados, pois o racionalismo do discurso filosófico é dependente de ontologia profunda. Se os domínios do ser não são distinguidos adequadamente, se não são reconhecidos cada um em sua substância e estrutura peculiares, se o espírito é interpretado como um epifenômeno da matéria, ou a matéria do espírito, se as operações do espírito são reduzidas a relações psicológicas ou explicadas como a sublimação dos instintos, ou como os efeitos de uma situação econômica ou social ou de determinantes raciais, o discurso deixa de ser racional, porque, pelo princípio da construção epifenomênica, os vários domínios ônticos são distorcidos em sua própria estrutura bem como em suas relações um com o outro, e porque Consequentemente as coisas não são chamadas por seus nomes, mas sim pelos nomes das coisas de outro domínio”. Assim aqui estamos nesse dilema que não deveria existir, fazer parte do grupo dos bons ou dos degenerados e iludido pelo prazer momentâneo, eu prefiro atravessar o deserto da lógica e sofrer todo seu clima inclemente do que me entregar ao prazer de um momento viciante e deturpado. E no soslaio do olhar do destino, você que pensa que vive, existe apenas por graça de sua vontade ou de uma fatalidade fortuita da aleatoriedade cósmica, ele, o destino tem apenas uma coisa a dizer: aos tolos também é permitido existir.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA -RJ.


Vocabulário:


Ôntico: Aquilo que pertence ao ser.

Epifenômeno: Produto acidental acessório de um processo.


Citações:


Friedrich W. J. von Schelling. Propedêutica da filosofia. Vide Editorial.


Eric Voegelin. History of political ideas. Columbia and London University of Missouri 1999.



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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Animalidade como conceito.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.






Animalidade como conceito.



Assim, representados de forma abstrata nessa sociedade moldada por décadas, cuidadosamente para ser animalizada e isenta de valores morais, trafegamos entre usuras histéricas de um momento com a sensibilidade obliterada nos momentos de apatia e convulsão onde a natureza aparentemente subjugada por artificialidades, se contorce dentro da atitude oblíqua do padrão imposto. Não há necessidade de pensar, apenas a ação, para impor impulso significa a resposta, mesmo que essa venha bruta e sem revestimento de cortesia para que não seja impiedosa ou gentil, portanto inodora e insípida. Mesmo os abjurados equânimes da proposta vazia, com seu incisivo perfil, não são capazes de contrapor a lógica civilizada, apenas por cacoete visível insistem no limiar de uma vida onde as oportunidades para pensar não se aconchegavam na realidade. A rotina cria cicatrizes comportamentais, e se assim estão no limbo do pressentimento, não há margem segura para que se estabeleça uma trilha de vantagens asseguradas na boa prática. Uma vez animalizado, provavelmente a única alternativa seja o adestramento, como se faz com os irracionais. A proposta deve ser essa, submetidos e aniquilados como humanidade, apenas resta o tratamento adequado oferecido aos animais irracionais, manejo, seria o termo mais adequado, com o teor de princípio veterinário para o cuidado necessário para arrebanhados quadrúpedes. Porque ser livre é um conceito reconhecido pela individualidade, onde o propósito seria existir sem ser possuído e sim pertencer a si mesmo, coisa impossível para uma geração preparada para ser conjunto acéfalo e não mais civilização consciente de seus direitos únicos como humanidade civilizada. Ao homem danificado mentalmente não interessa a alta cultura, a filosofia, a metafísica, ele existe materialmente para satisfazer apenas instintos básicos e ter uma interação fútil com seu semelhante, sem que assim haja acréscimo de qualidade através do tempo, um boi é um boi há séculos, milênios, apenas foi replicado em várias espécies e tipos, mas continua essencialmente o mesmo da origem dos Auroks selvagens. E ainda assim possuirão um pedantismo arrogante, como se fossem bois premiados numa exposição que os transformará futuramente em bife ou churrasco, Convencer um asno que ele não é asno é uma tarefa quase impossível, dê essa tarefa ao tempo, ele, o tempo, vai concertá-los ou matá-los, porque os resultados da doutrina que acreditam tem um fim certo, a destruição total, e como estão muitos níveis abaixo da ignorância aceitável, fica extremamente difícil defini-los. Parece exagero mas não é, essa gente se revestiu de autoridade e hoje nos comanda, e isto é muito perigoso. Essa turma possui um sentimentalismo tóxico como definiu Theodore Dalryple em seu livro de título Podres de minados. Ele aborda muito bem o projeto de destruição psicológica da sociedade que formou esse tipo de coletividade que temos agora, em outro livro, A vida na sarjeta ele define um dos principais problemas: “Assim penso saber o que Karl Marx queria dizer quando escreveu que a religião é o suspiro do oprimido, o coração de um mundo sem coração, o ópio do povo. É claro, errou a identidade do opressor”. Afinal, Marx acertou alguma coisa? Porém, sua influência intelectual devastou a civilização, porque a regressão que observamos na civilização se deve a filosofia que criou, algo sem pé nem cabeça, mas envolvente e sedutora, mexe com o trato psicológico criando paladinos de justiça social que na verdade geram crueldades sem fim com seus semelhantes. Milhões morreram e ainda morrem na perseguição a esse sonho com estrutura de pesadelo que consome grande parte da humanidade. Em busca de uma cooperação artificial forçada que não leva em conta sentimentos individuais, destroem a formação natural social constituída de satisfação a toda vontade particular de cada um. Hoje já existem países onde o ser humano não se vê mais como indivíduo e sim como uma peça de um coletivo, onde não existe mais vontades pessoais e sim uma colaboração de grupo, de rebanho, tirando o principal valor pessoal de existir, se dono da própria vida. E sendo assim temos a sociedade definida por Dalryple: “Mesmo nesse comportamento, a nova ortodoxia para todas as classes é a seguinte: já que nada é melhor e nada é pior, o pior é o melhor porque é mais popular”. Não precisa de sofisticação e muita qualidade para quem aceitou se reduzir a uma coletividade acéfala e obediente. Normalmente o que é popular não é bom, em sociedades sadias e livres, a qualidade tem preço significativamente maior, lógico.


E hoje, as pessoas que estão no poder, eles, estão impregnados com estes conceitos completamente desvirtuados de lógica quanto a liberdade pessoal e a felicidade individual, entronizados no enaltecer da perfídia ideológica que nutre os seus pensamentos cultivados desde os tempos de universidade, estão prontos para construir o inferno para o restante da população que apenas quer viver sua vida, uma vida fora desses conceitos abstratos e deselegantes quanto a tradicional e confortável formação familiar que tivemos no mundo até agora. E dentro dos truques psicológicos utilizados, o sentimentalismo exacerbado, cultivado com fins obscuros e trapaceiros vigora na sociedade alimentando uma fragilidade de conceito, onde valores tradicionais são solapados em favor de suscetibilidades produzidas sistematicamente para influir em decisões particulares, para fragilizar uma individualidade natural de procedimento humano. A raiz do conceito aqui é demolir internamente a pessoa como indivíduo para obter um ser fragilizado e incapaz de se defender psicologicamente, flutuando entre agressividade e passividade, essa última desejada como produto final do adestramento subliminar da sociedade. E voltando com o especialista Darlryple: “A apropriação do sofrimento alheio para ampliar a escala e a importância do próprio sofrimento é hoje um lugar comum. É uma referência internacional: a desonestidade emocional não conhece fronteiras”. Então, esse acúmulo de sofrimento desnecessário tem de ser recompensado com muita atividade vulgar e material, porque a dessensibilização tem de ser completa e irreversível, nada de alta cultura ou conhecimento edificante, apenas sexo, músicas com conteúdo de atividade sexual explícita, e violência grupal entre jovens. Vocês já devem ter percebido que para essa juventude atual a vida dos outros não vale nada, a ausência total de valores familiares básicos provoca uma insensibilidade latente e sem limites, que simplesmente animaliza o ser humano no nível desejado, produto pronto para ser manipulado como animal no qual se transformou, ou melhor, foi transformado para o manejo supracitado, inútil como cidadão, porém adequado para o fim a que se destinará. O controle absoluto e até a eliminação, porque hoje existem magnatas com ideias de redução populacional de grandes proporções, e lutar contra um povo já desprovido de inteligência fica muito mais fácil, rebanhos vão para o matadouro de maneira muito mais simples e fácil do que gente que pensa e conhece seus direitos e lugar no mundo. A animalização humana acontece de forma progressiva, com ideologia e métodos ligados a essa filosofia. Mediante a um cenário desenvolvido e não se deve ter muitas expectativas de reversão do que pretendem fazer com todos nós, os inúteis, ou no mínimo inconvenientes, porque ousamos pensar e ter boa formação cultural para apresentar uma significativa resistência. Essa ousadia, pensar, ainda pode nos custar caro, mas, enfim, uma característica de quem pensa está na elucubração de hipóteses e planos para tentar escapar de um planejamento infame e exótico daqueles que nos querem mortos. tentar permanecer racional é o objetivo apesar de toda loucura acadêmica que se consolidou nesses nossos tempos, e para finalizar mais um pouco do Darlryple: “A utopia comunista pode estar morta na Rússia, mas é modelo da BBC – exclusivamente entre as pessoas de classe alta e da classe média, é claro”. E assim temos uma elite que se apropriou da filosofia do proletariado e com ela planeja uma elitização da sociedade eliminando a parcela que no passado foi conhecida como proletariado, nesse meio, iludida e embriagada por qualidade de vida, a classe média vai na onda, apoiando essa filosofia que também vai exterminá-los, o grande erro da tal classe média está em acreditar que são elite, mas não são.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citações:


Theodore Dalryple. Nos livros Podres de mimados e A vida na sarjeta. Da Editora É Realizações.



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