sábado, 12 de março de 2011

Contemporâneos 11.




O sol do meio dia

Vaza por entre nuvens espessas.

Umedecida de suor

A ocasião pressente o caos

De mais uma tarde urbana.

Reflexos gritantes

Ferem a paisagem aguda das edificações,

Onde corpos assimétricos trafegam

Ignorando o seu reflexo tosco

Que sombreia um encardido chão.

Uma alma por um argumento!

Uma vida desperdiçada.

A troca diária de sensações por valores.

E o contraditório aplicado nas sombras

Onde fingem e se enganam por acreditar

Na própria armadilha.

O som aziago do transito,

Motores que assim como os ruminantes

Engrossam o ar com seus alívios.

Uma acácia, por favor!

Onde foi parar minha sibipiruna

Que me protegia de tanto cinza?

Meu sangue não é gasolina!

Preciso de natureza,

Para ter certeza

Que essa brisa que me afaga,

Não é a descarga de um caminhão.

Será que ainda estou vivo?



Gerson F. Filho.


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