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Destino: distopia.
Então turma! Aqui estamos nesse palco, vestidos de palhaço e aguardando a próxima estupidez nesse ambiente composto por trabalho em grupo, onde Franz Kafka e George Orwell escreveram o roteiro e Salvador Dalí criou a ilustração. Não há nenhuma coerência ou correlação sustentável nas ações epistêmicas da estrutura, entenda o que bem quiser. A razão aqui não reflete a lógica nem sequer a simula de forma consequente e profícua. Não há laços longitudinais ou perpendiculares com a estrutura da boa conduta, a coisa vai acontecendo e se instalando conforme a flatulência impertinente do dia. Talvez paire no ar algum odor desagradável, mas nada que impeça a improbidade do momento, afinal na decomposição social atual regredimos a pura selvageria das brigas tribais e essas são encaradas como apenas fatos circunstanciais de uma época rebelde e assim não recebem o tratamento indicado para por um fim ao perfil selvagem moderno, aquele que empala semelhantes sem a menor cerimônia. Onde estão as autoridades da lei? Ora! Ocupadas supostamente criando um mundo melhor, recivilizando o vocabulário e administrando o país. Invadir competências nesse mundo se tornou trivial, algo sustentado na mais pura filosofia de uma noite no lupanar entre moçoilas e rapazotes disponíveis para agrado peculiar dos nossos sábios ungidos. Apenas uma certeza existe na nossa realidade hoje: amanhã será pior do que o agora e do que foi ontem. A instrumentalização de toda e qualquer instituição de controle garante o plano e sua integral aplicação, pensem; o absurdo apenas se impõe porque não há mais parâmetro comparativo de costumes, E sem base de sustentação a ignominia domina completamente a estrutura desse plano existencial que nos envolve. Dentro desse contexto estamos prototipados para parecermos como o original, porém nossa humanidade já ficou largada pelo caminho como algo indesejável ou chutado do caminhão de mudanças como um cachorro indesejável no novo endereço. Se ao menos você considerou alguma vez que o progressismo é algo viável, então, você já foi copiado e recebeu a programação inerente a um perfil de submissão e vassalagem ideal para os novos tempos. Aqui e agora o “conservador” luta apenas pela manutenção de seus privilégios e os da sua família, Funciona como uma esquete onde enganar é o mote principal e a escada é o povo. Afinal, no jogo teatral de ilusões não sobrou nada para confiar e aquele que se acreditava ser o receptáculo das esperanças cuida apenas de si. Na caça aos demiurgos modernos apenas se consegue encontrar a trapaça, não há mais, se é que houve algum dia sinceridade no mundo político. E assim, se você deseja ser um otário oficial e certificado, se alie profissionalmente a um político, você será útil até quando ele precisar entregar o seu rabo para o sacrifício. Tudo pela causa companheiro! Para alcançar o mundo melhor o altar de sacrifícios exige sangue. Entre juízes que administram o país e opositores que dormem com a situação acredito que estamos nas cercanias do inferno. E não serão os prolegômenos estereotipados dessa circunstância maligna com odor progressista de virilhas gordurosas da semântica de aluguel onde guardam o impropério que me convencerão ser normal o que hoje acontece. Nasci para ser desconfortável, fui retirado a fórceps para estar nesse mundo, então, me suportem mais um pouco vim parar aqui justamente para flutuar na aba da percepção baldia, ser aquela enxaqueca ótica onde se encontra o espelho fragmentado da realidade apenas para mostrar que algo no cenário está absolutamente errado e se você não perceber a tempo vai te engolir. Queiram me perdoar a saliência textual, mas me oculto na parcimônia do tempo entre suas reentrâncias cósmicas para ser o parafuso que jogam na máquina para provocar o travamento operacional do ciclo. Eu aprecio lubrificar a ocasião com redundâncias e anacolutos perturbando metonimicamente a sintaxe. Este perfil desconfortável e desafiador sempre caminhou comigo, lamento expô-los a minha sádica performance original de ser, mas nesse contexto louco é o que sobra como arma para o enfrentamento de tanta estultice pedante e submissa ao teor arrogante da ignorância. Prefiro ser evasivo em certas ocasiões, mas o teor de infâmia está se superando a cada dia e há necessidade de dose extra de sarcasmo hostil na textura desse tempo. Calma gente, antes que vocês tenham uma displasia cognitiva entendam, o jogo se tornou bruto e não devo e não posso ser disponível para atual insanidade, já me excedi muito nesse quesito agora em prefiro provocar a loucura nos figurantes dessa peça bufa de conteúdo pornográfico que nos ofereceram. Porque temos um governo que vai cobrar imposto de vendedor ambulante de picolé, quer algo mais louco, imbecil e imoral que isso? Opinião própria vai ser proibido, apenas a versão oficial produzida por mascates governamentais vai circular. Criminosos não poderão mais ser chamados de criminosos, e assédio sexual a crianças será suavizado para um distúrbio comportamental quase inofensivo. E vocês consideram que o louco sou eu?
No prosseguimento desse rápido exórdio das circunstâncias eu me sinto como um Gregor Samsa de Kafka perturbado com as exigências de uma sociedade onde é preciso ser uma barata para sobreviver. Apenas assim para gerar aceitação de tudo que acontece hoje. Eu particularmente me recuso a isso, mas há quem goste e se prontifique a ser um inseto. Ou um Leitão Bola de neve que facilitou o evento na Revolução dos bichos foi traído e levou a culpa de tudo de errado, o idiota útil de Orwell. Sempre tem muitos Bola de neve em revoluções populares e populistas. Ansiosos por protagonismo e cegos para a realidade. Estamos todos nós flutuando nesse caldeirão totalitário que foi colocado no fogo, E neste livro, A revolução dos bichos de George Orwell que aborda como ditaduras se comportam e se instalam existe um posfácio com uma observação interessante: “Essas pessoas não veem que, quando se endossam métodos totalitários, pode chegar o momento em que deixarão de ser usados a favor para se voltarem contra o indivíduo”. Hoje no nosso país se vê muita gente prestando apoio descompromissado ou não para um regime totalitário que se instala, Da mídia, da intelectualidade, da cultura e do empresariado. Sem nenhum interesse em resolver a anomalia, talvez quando ela, essa anomalia quiser engoli-los também, acordem para o problema. Regimes assim são insaciáveis nunca param de ter fome e em algum momento os aliados de primeira hora ou apenas indiferentes que colaboraram serão devorados também. Está na natureza do poder absoluto, se impor pela força e ignorar qualquer sentimento de gratidão para ações do passado. Não tem nada melhor do que a democracia moderna, equilíbrio entre poderes, onde cada um cuida dos seus afazeres e obrigações não invadindo competências alheias. Valorizando o justo processo legal, com a defesa ampla e irrestrita das garantias dentro das instância possíveis até seu esgotamento de praxe. Sem firulas, sem acordos sem trapaças. Bom amigos, apenas nos resta curtir essa distopia que se materializou na nossa realidade, e ter conhecimento que isso não vai acabar bem, em algum momento um colapso lógico vai acontecer e tudo desmoronará levando sonhos e projetos pessoais. Neste circo, eu procuro trabalhar com desmascaramento, tento mostrar o cálice de equívocos que nos servem, mas é preciso boa vontade pessoal para entender.
Gerson Ferreira Filho.
Citação:
A revolução dos bichos. George Orwell Companhia das Letras.
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