segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Crônica do dia seguinte.

 

                      Imagem de Rosy - The World is worth thousands of pictures por Pixabay.





Crônica do dia seguinte.



Poderíamos estar falando de outra coisa mas o amanhã finalmente chegou, não foi o que muitos pretendiam, mas os mais atenciosos com os detalhes já intuíam que não seria exatamente o que se desejava. Aqui, neste espaço quase pleno de abandono pela atenção do público, eu alertava para os poucos amigos que me honram com a leitura desses textos, que se não fosse dada a devida atenção ao Brasil profundo, ao Brasil de baixa renda, do interior e de reduzida escolaridade algo não sairia conforme os planos do atual governo. Junte-se neste bolo, a parcela de funcionários públicos e de estatais doutrinados e até viciados em benefícios de um governo que apesar de tudo com que se envolveu, fez muito por eles, e com isso criou fidelidade, na verdade fidelizou essa parcela da sociedade, não é só ideologia, também é, mas o problema é mais profundo. Envolve valores, e crenças que eram estabelecidas como padrão de qualidade e honra e hoje não existem mais. E a evidência que não existem está em mais um pouco da metade do país preferir ser governada por uma pessoa com um passado comprovadamente complicado.


Porém, apesar de todas essas evidências, temos que concordar que o amadorismo foi um dos quesitos importantes na derrocada de um político obscuro, que aproveitando a colossal incompetência do perfil político que hoje retorna ao poder, nos braços de mal intencionados e desavisados, conseguiu se eleger com uma plataforma, uma agenda reformadora e moralizadora. O que exatamente se espera de um reformador e moralizador? Que reforme e moralize, é claro! Que execute mudanças, que dialogue com toda a sociedade e não apenas com parte dela. Que faça política e não somente obras. Que o resultado econômico saia das planilhas para o mundo real e se estabeleça à vista de todos e não somente em propaganda governamental. Que seja leal e verdadeiro com sua equipe e com seus colaboradores, mesmo em momentos de críticas, porque são esses, os críticos que observam falhas no gerenciamento e proporcionam correções. Que mostre altivez e compromisso real com a verdade, que lute pelos seus sem discriminar abusivamente uma parcela apenas porque a discordância cause desconforto.


Assim tivemos um período governamental supostamente livre de esquerdismo bocó até determinado ponto, onde, incompreensivelmente, e de forma súbita o atual e moribundo governo capitulou aos encantos de um grupo político extremamente controverso, e de métodos incompatíveis com a boa prática política. Uma vez de posse dessas novas amizades, incompreensíveis para com o discurso original, se sentiu seguro, e nessa segurança, uma arrogância primordial e incontida emergiu de forma contundente, chegando ao ponto de atacar sua própria base de eleitores, com adjetivação pejorativa como “direita burra”, ou: se não está satisfeito que vote no adversário. Eu particularmente do alto da minha idade, nunca vi político atacar e ofender sua base eleitoral, e ainda mais, criar uma milícia virtual para perseguir e espezinhar parte da própria base de votos. Confesso, considerei uma bizarrice colossal. Os mais atentos, desde o início, já suspeitavam de um despreparo do velho deputado do baixo clero, abandonado por seus parceiros de casa, uma certa inaptidão pelo comando político, mas essas características foram postas de lado naquele momento que gritava por uma mudança radical.


Sendo assim, aquele deputado que se materializou como a esperança no caos do desgoverno que se encerrava como um ciclo doentio de administração fracassada, surfou na onda reformista e protagonizou o momento, de onde surgiu como um paladino da construção de dias melhores. Até realizou algumas alterações no contexto administrativo do país, mas só o futuro dirá o que levou a entregar os pontos e mudar de direção moral subitamente quase no meio do mandato, se tornando uma pessoa voltada a apenas mitadas e controversas polêmicas com grupos específicos, o real público-alvo, foi esquecido. Dirão alguns; mas levou água de fato para o Nordeste, nem só de água vive o homem, mas também de todo cultivo politico e de toda conscientização na verdade, parafraseando um texto bíblico. O povo recebe água, mas a informação a respeito de quem forneceu realmente a água chega nos rincões desamparados? Você fornece aumento de benefício alimentar, mas quem recebe, sabe realmente que foi você que forneceu o benefício, ou está sendo informado que foi o opositor que deu. Entenderam a sutileza desprezada? O detalhe fatal, o descuido com a base? Não adianta agora ficar formulando quimeras, alimentar devaneios, pode ter sido trapaceado? Pode, mas se tivesse uma real solidez na base, e não se apegado aos sutis caprichos de uma elite privilegiada, em motociatas, carreatas, chegadas em aeroportos, veria este Brasil profundo que trouxe de volta o velho político que lá no passado criou uma ligação psicológica forte nesse segmento populacional. Agora, o amanhã está construído e não será com performances exóticas que poderá ser restaurado, o refinador da situação será o tempo e o sofrimento, o político estranho que discursava para o vento na Câmara de Deputados acabará sozinho novamente, sobrou a decepção e a dor, mas o brasileiro é especialista nesse quesito. Então, boa jornada aos que se propuseram a mergulhar na tempestade, Lembrem-se na agonia do pior momento, foi sua opção e o SAC não aceita reclamações.


Gerson Ferreira Filho

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