domingo, 6 de novembro de 2022

Engenharia de devaneios.

 

                                             Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.




Engenharia de devaneios.



Bom, com alguns ingredientes metafísicos se constrói uma utopia, ou seja, por meios puramente especulativos e de hipóteses se dá vida a algo que não existe, ou não deveria existir devido a sua presença irrealizável no contexto real. Explorar a tessitura filosófica, esgarçando-a até o limite de qualquer reflexão plausível vai produzir algo, porém este produto estará bem longe do plano real de hipóteses que tenham no seu corpo alguma verossimilhança guardada no seu âmago. Pois a verdade sempre é plena de presença real, embora tantas vezes seja desconfortável no intervalo lógico na qual se aplica. O devaneio como produto de linha de montagem psicológica não possui essa característica, ele é sempre aveludado, confortável, gostoso ao envolver toda fragilidade conceitual do alvo. E quem seria o alvo? Ora, toda sociedade. Fragilizar o arcabouço humano é o objetivo, essa estrutura que possui a consistência firme adquirida no passar de eras evolucionárias, em todos os tantos perigos enfrentados, nas adaptações aleatórias acumuladas para formar um perfil multitarefas que consiga se adaptar a praticamente tudo, este é o alvo principal da política de devaneios industrializados.


E como produzir tal coisa? Como estruturar essa armadilha sutil e que possa ser propagada paulatinamente de forma que apenas poucos percebam, e os que perceberem possam ser desacreditados por todos, os demais, estes já perfilados e padronizados na ilusão? Com aquela coisa que a maioria não dá a mínima importância, a filosofia. Trocando em miúdos e até sendo vulgar, a palavra, ela mexe com sua cabeça, ela reorganiza suas sinapses, reorganiza seus pensamentos em estruturas complexas e de difícil compreensão. Não esqueçam tudo inicia no verbo, conhecem? “E o verbo se fez carne…”. O ser humano é primordialmente o que pensa, e se for possível trabalhar para reorganizar essa área, teremos algo diferente, talvez humano, talvez algo específico e útil para um reduzido grupo que busca hegemonia e controle. Eu, aqui, neste momento, estou mexendo nos seus neurônios, estimulando suas definições com desafios cognitivos de questionamento, semeando um detalhe neste contexto produzido na sua cabeça por profissionais competentes em engenharia social. Eles extraíram da cabeça da maioria um instrumento fundamental de análise, a dúvida.


Este conjunto de operários zelosos com a programação humana interferiram no seu destino, na sua programação natural e beneficiaram com muito trabalho toda característica de passividade conceitual, onde a aceitação do viver dentro de padrões estabelecidos eliminou a rebeldia e a contestação dos parâmetros servidos para escolha. Você acha que escolhe, apenas isso. Mas na verdade, você apenas cumpre a programação que lhe deram e aceita como uma verdade inquestionável presente na realidade construída. Você não é mais livre e não se dá conta disso. Você vive no devaneio produzido criteriosamente para este fim, anular suas preferências, o que você quer, não é exatamente seu desejo, mas um condicionante artificial de escolhas que não são suas. Sua humanidade se perdeu. Por que temos uma geração toda que contesta valores? Que se apelida de progressista? Um termo curioso para alimentadores de retrocesso humano, não? Porque essa engenharia de devaneios não é novidade, ela é bem velha, já possui até bolor na sua superfície. Foi cumprida e executada com sucesso onde operários metódicos inseriram a utopia no lugar da razão.


A excentricidade exótica que hoje se vê na sociedade, onde qualquer limite de razoabilidade se dilui em conceitos que desafiam as regras básicas da civilização realmente organizada, que sim, sempre teve seus tantos defeitos específicos, mas que aleatoriamente se corrigia e prosseguia se construindo no melhor e mais viável procedimento natural evolutivo, foi substituído por artificialidade construída. Se não quiser ser parte disso, recupere o direito de duvidar, de se questionar, ao menos internamente, isto ainda é possível. E assim edite sua programação em novo formato, recupere sua humanidade, seu direito ao menos internamente gerar controvérsia. Toda evolução humana, social e tecnológica tem origem na dúvida, no questionamento e na busca individual por respostas, discuta consigo mesmo se o que vê e ouve te sentido realmente para você. Isto não é loucura, é o seu resgate psicológico, um início do retorno ao que realmente é normal, e não produto de mentes sequazes de um método. A organização mental traz benefício para sobreviver nesse arenoso e estéril deserto de criatividade e com conceitos industrializados. O processo natural elimina e corrige os desvios, os conceitos se adaptam com o tempo, mas faça questão de realmente ter a possibilidade de contribuir com tudo isso, e não apenas pertencer a um rebanho programado para aceitação formal de tudo o que vier. Onde foi parar aquela velha rebeldia humana que desafia o infinito?



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20-91992.


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