segunda-feira, 9 de maio de 2011

Avenida.







Quando eu não tenho o que escrever

Escrevo com o que não tenho.

Mantenho-me mórbido para não sorrir.

Circunspecto para não fugir

Dessa vida que tanto desdenho.


Não me culpo pela desdita.

Apenas a utilizo como cor de um amor,

Sim! Engano a dor com palavra suada,

Transpirada em papel e tinta.


Pareço incógnita, porém me resolvo

Sempre inadequadamente com o verso.

Torno-me o estorvo na forma escrita,

Sou ácido com a norma e básico com a rima

De qualquer forma corrosivo, um estigma.



Gerson F. Filho.




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