domingo, 15 de julho de 2018

Vida.




Vida.

Minhas distâncias são infinitas. Não tenho fronteiras e tudo mais que sou, sou por não existir limite óbvio para o cálculo deste horizonte. E o que seria limite se o nada depende do ser? Um abraço intenso nesta dualidade, um beijo do zero no um, um afago do Yin no Yang, a carga do negativo e do positivo.

O macho e a fêmea que dançam para a o acasalamento esperando o grande final com anseio e prazer. O outro oculto me define, e se definido estou, moro na sentença estabelecida de alguém ou alguma coisa que foi espaço e ainda será tempo apesar de dogmas e de regras que acorrentam e limitam o conceito estabelecido.

Uma coisa infinita está ao nosso alcance, e nada pode restringi-la, a imaginação. Dentro dela mora o sonho, este que rompe limites, trafegando no passado distante ou no futuro que se supõe não esteja pronto. A dispersão e a retração do imponderável mora aqui. Onde a realidade não é tátil, mas a sensação tem densidade absoluta.

Ou você nunca teve um sonho tão intenso que ao acordar sobrou aquele resíduo de ter realmente estado lá? Existem aqueles que estão presos no momento, e aqueles que estão soltos entre as estrelas.

Lembre-se a explosão primordial aconteceu, e dela tudo surgiu, mas ela aconteceu em algum lugar, dentro de alguma coisa, e assim voltamos ao conceito de ser e do nada. Um depende do outro, nesta relação cósmica que ao se acumular em clímax, explodiu num orgasmo de luzes e descargas energéticas que tudo criou.

Gerson F. Filho.


Livro Nacos de Mormaço.

Estórias do centro do Rio de Janeiro nos anos 70 e no interior do estado.

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