quarta-feira, 13 de setembro de 2023

O tecido e o tempo.

 


                                                    Image by Gordon Johnson from Pixabay.



O tecido e o tempo.


As tranças do destino não se submetem a mim, este acaso impertinente que ousa pensar e existir com um pendor de análise em textos exóticos. E o meio ambiente dessa época me instiga, provoca, e todo dia cria o pretexto para que eu me imiscua entre sua trama mal costurada e parcialmente puída por atrito com a lógica fatal da realidade. Condenado a viver meus últimos dias entre alucinações coletivas e alienação estrábica, untada com atributos banais e vaidosos que subjugam a realidade para anestesiar a coletividade antes do desastre total. Não se espante, meu texto é assim mesmo, um tanto escatológico, um pouco de insanidade performática aspergida em palavras contextualizadas com a deformidade semântica dos loucos. Para escrever a respeito desse tempo se faz necessário possuir a versatilidade de um tecido que escorregue entre as frestas do tempo, e isso, caros amigos, parece ser meu propósito. Onde fortuitamente e de forma aleatória vou coletando fragmentos desocupados que caíram do transporte da história, para com eles criar uma sopa sincrônica de enunciados plausíveis nesse contexto assimétrico. Desigualdade, essa é a regra de ouro, o que vai contra ela perece se esgotar entre tentativas inúteis de recomposição impossível, neste arcabouço temático que é a vida. Eu gosto de margear o impossível, testar a segurança da fronteira, perceber fragilidades no conceito, e a partir desse ponto atacar com audácia o último reduto da ignorância. Não bastará a ela ser tenaz, um obstinado como eu não se deixa esmorecer por resistência, ela me instiga a ser mais corrosivo. Meu propósito é a dúvida, e munido com tantos desses conceitos trafego entre as artimanhas do desastre para tentar proporcionar um amanhã possível nas impossibilidades cotidianas dessa nossa realidade cruel. Um hoje cheio de estultices políticas, repleto de vadiagens a granel, abundantemente servida aos néscios desavisados, produto de uma incultura cultivada nas melhores bancas estudantis. E assim sendo prosseguimos na liturgia infame das ocasionalidades burocráticas onde a trapaça se deleita com os sorrisos gelados de um povo submisso ao prazer da afronta diária. Amar o infortúnio parece ser destino, algo programado para compor esse cenário surreal que a todos envolve. E sendo assim, vou observando através da virtualidade de comunicação dos nossos tempos o perfil comportamental, e colocando uma inserção aqui e ali de questionamento. Uns bem recebidos, outro provocam desaforos, mas de antemão sabemos que o Ad hominem abraça todo aquele que não possui argumentos para sustentar um diálogo de qualidade. O ataque ao emissor da ideia denuncia a incapacidade intelectual. E estamos em tempos de “verdades” fabricadas para atender a interesses exclusivos de uma elite que se alça a dona do mundo. E seus lacaios povoam qualquer meio de comunicação para manter a narrativa. Porque quem vive por uma farsa intelectual tem de silenciar todo aquele que mostra o defeito estrutural básico do raciocínio comum propagado pela esquerda, e tem e ser assim, ou eles seriam completamente destruídos pela verdade. Na essência sou um administrador e a boa administração, essa ciência tão vilipendiada por profissionais de outras áreas, requer qualidade profissional e nunca se mistura com política. Porque a política corrompe tudo, e interfere na eficiência, na eficácia comprometendo irremediavelmente a efetividade requerida. Mas é assim, fazer o quê? Perdoem-me por essa fração de pessoalidade, mas o contexto pediu.


Então, nessa loucura que nos envolve, somos cercados de simulacros humanos, de coisas, de objetos ideológicos prontamente fabricados e customizados para bom uso dessa época infame. E para essa gente, para todo aquele que não possui transcendência, tudo se resume a apenas no agora. Essa gente vive no imediatismo brutal da descrença, na ausência de rito e qualquer sentimento. O hoje passa a ser tudo, e além disso só resta a eles um vazio eterno, isento de especulações. É preciso ter alma como conteúdo para um pós existir. E neste vácuo existencial não se importam com o sacrifício de inocentes e nem com o tratamento respeitoso com cadáveres. Enxergam um falecido como um bem do Estado, Um produto que pode ser imediatamente desmontado após a morte para atender necessidades de gente com recursos o bastante para comprar uma nova vida. Pois para essa gente apenas existe essa vida, e se for preciso retalhar um outro corpo humano, que há apenas alguns minutos atrás era vida, para obter mais tempo, que mal há? Aproveitem que ainda está quentinho, talvez o resto aparentemente imprestável, eles encaminhem para o frigorífico e que lá se produzam linguiças. Portanto, estamos assim em tempos horríveis, envolvidos em comportamentos desumanos e sem que apresentem uma mínima inflexão que demonstre culpa ou remorso. Não podemos esperar muito de coisas, de algo que se diz humano mas não existe metafisicamente na estrutura do tecido espiritual do tempo que nos abriga. Não se podem legitimar como humanos todo aquele que não possui estrutura ética comportamental para assim ser. Uma vez desumanizados, insensibilizados e com o perfil estéril, procuram implementar rotinas perversas e perigosas para a existência de todos nós. E assim todo respeito ao indivíduo vai sendo solapado e desvirtuado para atender as necessidades de um mundo imediato. O qual vão tentar eternizar, pois apenas eles existem. Assim eles pensam, presos na doutrina materialista que os envolve e assim os absorve plenamente nesse labirinto infame de argumentos do inferno. Neste cenário bizarro, temos também aqueles que não estão nem ai para qualquer coisa, só pensam em sexo, cerveja, futebol e praias, sol, mar, sexo e bebida, portanto assim a vida está resolvida. Como abriram mão do amanhã são perfeitos para o projeto dos que se interessaram por política e filosofia, Quem não se interessa por política, principalmente, será conduzido pelos que se interessam, já diz um aforismo popular antigo. E para infelicidade em grande número, os perversos e antiéticos gostam de política. Estes os desinteressados, acordarão na pior hora. O culto profano dos imediatistas vai de vento em popa, de vela insuflada e sem obstáculos. Pois indecoroso se torna o futuro dos irresponsáveis. Não há atenuação de culpa para o descaso, principalmente quando a malemolência envolve a própria vida e a de seus descendentes.


E assim, nesse ritmo adoçado com as usuras do tempo, que guarda tudo o que vê, estamos todos em expectativa para que este tecido esfarrapado que nos abriga, suporte tanta tensão e peso na flexão desse momento obscuro. No cenário internacional, guerras e alianças indevidas, na nossa cozinha algo infame está no fogo, em fogo brando espalhando seu odor característico de alguma indignidade que se volatiliza entregando sua origem e textura. Não apetece estar aqui, e lá fora a perspectiva também não é boa, muitas vezes seria até melhor pertencer ao grupo que apenas reconhecerá a tragédia quando ela desabar sobre todas as cabeças, um pouco de entorpecimento alienante faz até bem. Vejam só, a coisa está tão grave que até não saber se torna mais confortável para a existência, esse desconforto ainda conta com algum alívio ocasional aqui e ali nas palavras dos poucos sensatos que ainda perseveram na boa conduta, são poucos, muito poucos, e a tendência será a eliminação de todos os que insistem na ética e na boa tradição. Afinal, se aqui estamos, deve ser por algum motivo, e se o propósito for esse, assistir a esse show de bestialidades e que sirva de aprendizado, de como não se deve fazer qualquer coisa adotando uma doutrina condenada ao fracasso na sua origem. Vivamos em metáfora para atenuar os sentidos até que em lassidão toda infâmia perca sua força sobre nós.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Este é o segundo texto fora do meu mais recente projeto. Vestígios do cotidiano, que brevemente estará disponível para aquisição. Conterá 61 crônicas, desta vez maiores e mais encorpadas do que as do Fragmentos do momento, portanto o livro terá mais páginas. Este fica para o próximo livro se Deus quiser. 


Fragmentos do momento






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E agora também em formato E- Book.👇


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Outros Livros em formato E-Book👇





Atualidades e análise de politicas de controle de massas.


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Novela ambientada no centro do Rio de Janeiro nos anos 70 estruturada de forma bem simples para dar representatividade a uma região, uma comunidade e seus moradores. Incluso contos Contextos da usura do Norte Fluminense.


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