sexta-feira, 26 de abril de 2024

A época da cupidez.

 

                                                       Image by Artie Navarre from Pixabay.





A época da cupidez.



Não é algo atual, eu diria que a preocupação com a vida do outro deve ser algo preso no nosso código genético, não de todos, mas de uma maioria substancial de elementos da raça humana. Algo relativo a competitividade, necessidade por sobrevivência, coisa animalizada no procedimento comportamental da nossa espécie. Algo que se assemelha ao cão que come a ração na travessa, toda a comida não permitindo a seu parceiro comer também. Porque comida é sobrevivência, e o instinto comanda nessa área. Poderíamos considerar então, instintivo e pouco racional essa peculiaridade humana que tem muita afinidade com os irracionais. O interessante é que algumas pessoas não possuem essa programação natural, eu por exemplo, nunca a pratiquei e conheço algumas pessoas também, poucas, que se recusariam a prejudicar propositalmente alguém a troco de alguma vantagem não merecida. Essa característica predatória não é exclusiva de determinada classe social, ela está presente da base ao topo da estrutura social, como um adereço de competitividade onde a deslealdade serve como ferramenta de ascensão profissional ou de obtenção de qualquer vantagem pessoal no cotidiano dessa gente. Nem o amansamento ideológico que cultiva coletividade atenuou esse detalhe, ou não teríamos disputas mortais dentro da esquerda por protagonismo e poder. O ambiente sindical, tipicamente de esquerda, tem eventos brutais de disputa por cargos de comando e liderança, na verdade, é uma atividade repleta de soluções heterodoxas no campo do relacionamento humano. A política de porta de fábrica, como poderíamos chamar essa área é a mais socialista possível dentro do que se conhece como fundamento doutrinário de esquerda. A tradicional intelectualidade de esquerda, sofisticada e bem-nascida, com títulos de mestrado e doutorado não possui força para sobreviver nessa área. Ali o que vale é a força grupal, quase tribal da organização praticamente familiar de quem passa o dia a dia trabalhando junto e não tem muito tempo para teorias de ideólogos de botequim. Existe apenas instinto de grupo e força bruta, não há tempo para firulas exóticas e retórica refinada de conceitos embalados em papel celofane. Hoje eles estão no poder, e existe uma atmosfera de conquista final, de vitória completa dentro da nossa realidade. Pois já quase não existe oposição na sociedade, os poucos focos de resistência a essa forma de pensar e governar estão espalhados aleatoriamente e com pouco poder de penetração nessas almas doutrinadas nos disparates do socialismo. A única esperança, ainda que terrível é que essa gente obtenha o que sempre conseguem, o desastre econômico total. Totalmente analfabetos em economia, nunca leram um livro de um grande autor da área, eles vão dando cabeçadas nessa área vital para qualquer país até espalharem os miolos no chão. Depois apenas cumprem o ritual de jogar a culpa em algum fator externo a seu controle, o desastre é sempre dos outros, filho feio não tem pai, diz o ditado popular. Voltando ao assunto principal, mesmo dentro dessa estrutura existe o instinto predatório, apesar de todo esse “companheirismo” visível na organização de base, personagens se devoram e se eliminam na disputa por protagonismo, no fim, não passa do tradicional clima de selva, onde as oportunidades criam os líderes, e estes não são necessariamente os melhores, mas apenas não possuíam escrúpulos e algum valor ético para equilibrar o comportamento, o que lhes permitiu alcançar o destaque dentro da estrutura, qualquer estrutura. E assim, sobrevivendo dentro dessa depravação retórica que oculta sempre a intenção maligna, de prontidão para nos apunhalar pelas costas vamos a um grande autor que definiu bem o nosso principal problema no seu livro Em busca da justiça cósmica, Thomas Sowell: “A inveja foi considerada um dos sete pecados capitais, antes de se tornar uma das virtudes mais admiradas sob seu novo nome, justiça social”. Essa gambiarra sociológica chamada justiça social, procura eliminar a competitividade natural dentro de uma sociedade para oferecer vantagem à incompetência natural sempre presente em qualquer grupo ou país. Não há mais preocupação com a qualidade que conduz ao progresso continuado e sim com aqueles que ficaram pelo caminho por diversas causas, a maioria por limitação pessoal. O motivo nobre oculta um brutal freio de qualidade na evolução como sociedade que se conquistou até aqui, um atributo da seleção natural de espécies, onde o mais apto sobrevive em benefício de seu nicho existencial. Essa coisa parece até cristã, mas não é. É um produto de engenharia social coletivista e que elimina a qualidade em favor da padronização por baixo. O real conforto daqueles que não alcançam sucesso está no enriquecimento social como um todo baseado nas qualidades diferenciadas da maioria dos seus membros e não da massificação estimulada para fins políticos de baixo desempenho.


E assim sendo Thomas Sowell esclarece: “Em busca por justiça para um segmento da sociedade como um todo, o que é chamado de justiça social pode ser mais precisamente chamado de justiça antissocial, uma vez que é constantemente ignorado ou descartado são precisamente os custos para a sociedade”. Nessa política, qualquer coisa pode ser considerada uma desvantagem social, e sendo assim, acaba beneficiando na origem quem não deveria, desestruturando a sociedade como um todo, basta ver o tratamento oferecido para criminosos, em desfavor das vítimas. Este custo social não é considerado, pois o que interessa é realizar a tal da “justiça social” com o criminoso e assim procedendo se vilipendia a vítima. Este custo terrível estamos vivenciando agora. Essas circunstâncias exóticas criadas por engenharia social provocam um desnivelamento de parâmetros de julgamento o que proporciona um perigoso procedimento que acaba afetando a parcela produtiva da sociedade que fica a mercê da ação de criminosos sem punição devida, agraciados por uma interpretação equivocada, produto de estrutura ideológica que fragiliza a aplicação punitiva de infratores da lei, que vão na carona da “justiça social”, procedimento amado por socialistas. E essa estrutura ideológica possibilita o ataque a outras coisas muito importantes para a sociedade e sua estrutura de sustentação, a propriedade privada. De acordo com a aplicação desse conceito, você que possui sua casa, sítio, fazenda, apartamento é um insensível pois há os que não possuem casa para morar. De acordo com essa “justiça social” ficaria de bom tom se você que se arrebentou de trabalhar para ter seu próprio espaço, cedesse uma vaga para um desconhecido no seu lar, afinal, coitado, ele não conseguiu. Se possuir mais de um imóvel, já sabe, terá que ceder um deles para a causa dos que fracassaram ou não quiseram ter o seu esforço para possuir um bem. Essa “justiça social” é uma ferramenta multiuso do socialismo, ela serve para diversos fins e propósitos. Se trata de algo forjado em pura inveja e transborda cupidez como um líquido que fermenta em puro ódio ao sucesso. Porque hoje o socialista rude comanda o país e o sofisticado aproveita a vida que seu discurso lhe proporciona, à custa do pobre. Pois para a elite socialista o pobre é o barro que eles amassam e cozinham para fazer os tijolos dos palácios onde eles vão morar, nada mais do que isso, ou você pensou que existiria algo humano nessa gente? Já reparou como o mundo artístico se refestela com dinheiro público enquanto os preços no varejo para o consumo aumentam? Ah, teremos fome, problema de vocês, o meu está garantido pelo governo, dirão eles. Para fazer um encerramento em alto nível vamos a mais um pouco de Thomas Sowell: “Os direitos de propriedade garantidos a poucos são essenciais para o bem-estar econômico de muitos, assim como a liberdade de imprensa não é apenas um benefício de interesse especial para jornalistas”. Então, o direito de propriedade é o alicerce principal de uma sociedade livre, sem ele não há democracia nem liberdade, seguido pela imprensa livre, onde o cidadão pode obter informações confiáveis do desempenho do seu governo e de seus representantes no parlamento, a imprensa é a organização que em países livres proporciona a fiscalização das atitudes governamentais, informando ao público aquilo que acontece de certo ou errado no mundo da política. Certa vez já foi apelidada de quarto poder, justamente por ser perigosa para trapaceiros políticos e oportunistas com seus planos nocivos para a sociedade, como também se mal gerida tem o poder de distorcer a realidade que se possui a respeito de determinados fatos. Aqui, no nosso país muitos dessa profissão trabalham sob sistema de aluguel, recebem para prestar apoio a determinadas causas. Trocam a honra e a ética por dinheiro. Mais um detalhe da natureza humana agregado ao tema da crônica, a cupidez.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citação:

A busca da justiça cósmica, como a esquerda usa a justiça social para assolar a sociedade. Thomas Sowell, LVM Editora.



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