sexta-feira, 3 de maio de 2024

Animalidade como conceito.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.






Animalidade como conceito.



Assim, representados de forma abstrata nessa sociedade moldada por décadas, cuidadosamente para ser animalizada e isenta de valores morais, trafegamos entre usuras histéricas de um momento com a sensibilidade obliterada nos momentos de apatia e convulsão onde a natureza aparentemente subjugada por artificialidades, se contorce dentro da atitude oblíqua do padrão imposto. Não há necessidade de pensar, apenas a ação, para impor impulso significa a resposta, mesmo que essa venha bruta e sem revestimento de cortesia para que não seja impiedosa ou gentil, portanto inodora e insípida. Mesmo os abjurados equânimes da proposta vazia, com seu incisivo perfil, não são capazes de contrapor a lógica civilizada, apenas por cacoete visível insistem no limiar de uma vida onde as oportunidades para pensar não se aconchegavam na realidade. A rotina cria cicatrizes comportamentais, e se assim estão no limbo do pressentimento, não há margem segura para que se estabeleça uma trilha de vantagens asseguradas na boa prática. Uma vez animalizado, provavelmente a única alternativa seja o adestramento, como se faz com os irracionais. A proposta deve ser essa, submetidos e aniquilados como humanidade, apenas resta o tratamento adequado oferecido aos animais irracionais, manejo, seria o termo mais adequado, com o teor de princípio veterinário para o cuidado necessário para arrebanhados quadrúpedes. Porque ser livre é um conceito reconhecido pela individualidade, onde o propósito seria existir sem ser possuído e sim pertencer a si mesmo, coisa impossível para uma geração preparada para ser conjunto acéfalo e não mais civilização consciente de seus direitos únicos como humanidade civilizada. Ao homem danificado mentalmente não interessa a alta cultura, a filosofia, a metafísica, ele existe materialmente para satisfazer apenas instintos básicos e ter uma interação fútil com seu semelhante, sem que assim haja acréscimo de qualidade através do tempo, um boi é um boi há séculos, milênios, apenas foi replicado em várias espécies e tipos, mas continua essencialmente o mesmo da origem dos Auroks selvagens. E ainda assim possuirão um pedantismo arrogante, como se fossem bois premiados numa exposição que os transformará futuramente em bife ou churrasco, Convencer um asno que ele não é asno é uma tarefa quase impossível, dê essa tarefa ao tempo, ele, o tempo, vai concertá-los ou matá-los, porque os resultados da doutrina que acreditam tem um fim certo, a destruição total, e como estão muitos níveis abaixo da ignorância aceitável, fica extremamente difícil defini-los. Parece exagero mas não é, essa gente se revestiu de autoridade e hoje nos comanda, e isto é muito perigoso. Essa turma possui um sentimentalismo tóxico como definiu Theodore Dalryple em seu livro de título Podres de minados. Ele aborda muito bem o projeto de destruição psicológica da sociedade que formou esse tipo de coletividade que temos agora, em outro livro, A vida na sarjeta ele define um dos principais problemas: “Assim penso saber o que Karl Marx queria dizer quando escreveu que a religião é o suspiro do oprimido, o coração de um mundo sem coração, o ópio do povo. É claro, errou a identidade do opressor”. Afinal, Marx acertou alguma coisa? Porém, sua influência intelectual devastou a civilização, porque a regressão que observamos na civilização se deve a filosofia que criou, algo sem pé nem cabeça, mas envolvente e sedutora, mexe com o trato psicológico criando paladinos de justiça social que na verdade geram crueldades sem fim com seus semelhantes. Milhões morreram e ainda morrem na perseguição a esse sonho com estrutura de pesadelo que consome grande parte da humanidade. Em busca de uma cooperação artificial forçada que não leva em conta sentimentos individuais, destroem a formação natural social constituída de satisfação a toda vontade particular de cada um. Hoje já existem países onde o ser humano não se vê mais como indivíduo e sim como uma peça de um coletivo, onde não existe mais vontades pessoais e sim uma colaboração de grupo, de rebanho, tirando o principal valor pessoal de existir, se dono da própria vida. E sendo assim temos a sociedade definida por Dalryple: “Mesmo nesse comportamento, a nova ortodoxia para todas as classes é a seguinte: já que nada é melhor e nada é pior, o pior é o melhor porque é mais popular”. Não precisa de sofisticação e muita qualidade para quem aceitou se reduzir a uma coletividade acéfala e obediente. Normalmente o que é popular não é bom, em sociedades sadias e livres, a qualidade tem preço significativamente maior, lógico.


E hoje, as pessoas que estão no poder, eles, estão impregnados com estes conceitos completamente desvirtuados de lógica quanto a liberdade pessoal e a felicidade individual, entronizados no enaltecer da perfídia ideológica que nutre os seus pensamentos cultivados desde os tempos de universidade, estão prontos para construir o inferno para o restante da população que apenas quer viver sua vida, uma vida fora desses conceitos abstratos e deselegantes quanto a tradicional e confortável formação familiar que tivemos no mundo até agora. E dentro dos truques psicológicos utilizados, o sentimentalismo exacerbado, cultivado com fins obscuros e trapaceiros vigora na sociedade alimentando uma fragilidade de conceito, onde valores tradicionais são solapados em favor de suscetibilidades produzidas sistematicamente para influir em decisões particulares, para fragilizar uma individualidade natural de procedimento humano. A raiz do conceito aqui é demolir internamente a pessoa como indivíduo para obter um ser fragilizado e incapaz de se defender psicologicamente, flutuando entre agressividade e passividade, essa última desejada como produto final do adestramento subliminar da sociedade. E voltando com o especialista Darlryple: “A apropriação do sofrimento alheio para ampliar a escala e a importância do próprio sofrimento é hoje um lugar comum. É uma referência internacional: a desonestidade emocional não conhece fronteiras”. Então, esse acúmulo de sofrimento desnecessário tem de ser recompensado com muita atividade vulgar e material, porque a dessensibilização tem de ser completa e irreversível, nada de alta cultura ou conhecimento edificante, apenas sexo, músicas com conteúdo de atividade sexual explícita, e violência grupal entre jovens. Vocês já devem ter percebido que para essa juventude atual a vida dos outros não vale nada, a ausência total de valores familiares básicos provoca uma insensibilidade latente e sem limites, que simplesmente animaliza o ser humano no nível desejado, produto pronto para ser manipulado como animal no qual se transformou, ou melhor, foi transformado para o manejo supracitado, inútil como cidadão, porém adequado para o fim a que se destinará. O controle absoluto e até a eliminação, porque hoje existem magnatas com ideias de redução populacional de grandes proporções, e lutar contra um povo já desprovido de inteligência fica muito mais fácil, rebanhos vão para o matadouro de maneira muito mais simples e fácil do que gente que pensa e conhece seus direitos e lugar no mundo. A animalização humana acontece de forma progressiva, com ideologia e métodos ligados a essa filosofia. Mediante a um cenário desenvolvido e não se deve ter muitas expectativas de reversão do que pretendem fazer com todos nós, os inúteis, ou no mínimo inconvenientes, porque ousamos pensar e ter boa formação cultural para apresentar uma significativa resistência. Essa ousadia, pensar, ainda pode nos custar caro, mas, enfim, uma característica de quem pensa está na elucubração de hipóteses e planos para tentar escapar de um planejamento infame e exótico daqueles que nos querem mortos. tentar permanecer racional é o objetivo apesar de toda loucura acadêmica que se consolidou nesses nossos tempos, e para finalizar mais um pouco do Darlryple: “A utopia comunista pode estar morta na Rússia, mas é modelo da BBC – exclusivamente entre as pessoas de classe alta e da classe média, é claro”. E assim temos uma elite que se apropriou da filosofia do proletariado e com ela planeja uma elitização da sociedade eliminando a parcela que no passado foi conhecida como proletariado, nesse meio, iludida e embriagada por qualidade de vida, a classe média vai na onda, apoiando essa filosofia que também vai exterminá-los, o grande erro da tal classe média está em acreditar que são elite, mas não são.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citações:


Theodore Dalryple. Nos livros Podres de mimados e A vida na sarjeta. Da Editora É Realizações.



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