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O momento que nos sustenta.
E assim aqui estamos, nesse mínimo espaço no qual o tempo se divide e onde está nossa morada, o agora, ou de acordo com a engenharia de estabilidade o momento de uma força é o produto da força pela distância entre o polo e o ponto de aplicação da força, a intensidade do momento é proporcional à intensidade da força à distância perpendicular. Calma turma, não desenvolverei essa área para tormento de vocês, mas todo momento se constitui de força e intensidade para fluir e ele é criado exatamente de acordo com um ângulo reto de 90 graus na sua origem. Nessa intercessão de vontades supostamente na aleatoriedade do ser. Estamos no momento da incerteza, da ocorrência de coisas que entram em conflito direto como o que percebemos e que guardamos como correto no nosso baú particular de valores. Afinal, ser contemporâneo da insanidade requer um absoluto desprendimento e versatilidade para trafegar por vias corrompidas e ainda assim manter lucidez suficiente para não fazer parte desse todo abjeto. Eu nesse momento procuro não aderir a modismos, ao apelo do recrutamento político por tendências e ao descalabro moral de uma época. Pertencer somente a mim tem um preço, e aceito essa cobrança, não faço parte de grupos de interesse, se tiver de criticar pesadamente qualquer um deles porque notei hipocrisia e falsidade assim será. Não há negociação, por enquanto consigo me sustentar sem auxílio político, talvez um dia possa mudar, mas por enquanto prossigo na independência absoluta de pensamento. Não tenho bola de cristal para prever o amanhã. Por que coloco essa abordagem? Porque noto uma entrega pessoal por gente capacitada intelectualmente ao misticismo idólatra a políticos de ambas vertentes. Existe uma malícia imperceptível no ar, ela age como acobertamento de responsabilidades, e a falta aparente de opções leva a pessoa a se amarrar no tronco podre para manter flutuação. Na verdade acaba sendo um recurso de sobrevivência intelectual se abrigar no engano, mas com isso, quem se preserva na verdade é o trapaceiro. Depois que me aposentei, me separei, mergulhei na leitura nos estudos e vi que seria possível dividir esse conhecimento com mais gente. Passei a escrever e produzir livros. Não fazem sucesso e nem chamam a atenção de gente importante para possuir uma abrangência e circulação maior. Afinal, é cultura, e pouquíssima gente se importa realmente com isso no Brasil. Claro, um seleto grupo de pessoas, todas qualificadas e inteligentes me acompanham nas redes sociais, distribuem minhas mensagens e colaboram com a divulgação, tenho imenso orgulho desses amigos que não conheço pessoalmente mas já construí um nível de afinidade extraordinário. São gente do bem, pessoas interessadas em assuntos realmente relevantes, em cultura e estão em um nível superior de entendimento. Meu muito obrigado! Este fenômeno de comunicação chamado rede social, que atormenta governantes inescrupulosos é um paraíso da comunicação verdadeira, sem papas na língua e muitas vezes inconveniente, pois isto varia muito de acordo com a educação pessoal do emissor da mensagem, ela, a rede social está cheia de “especialistas” em coisa nenhuma, com um disfarce fugaz para criar polêmica e não para agregar valor. Serve também para avaliar a quantidade de gente com sérios problemas mentais, cognitivos e ideológicos no país. O que mostra o motivo de estarmos nesse nível de degradação social. Neste circo exótico de criaturas bizarras chutar o pau da barraca passa a ser até uma opção saudável. Então, nesse oceano de possibilidades já bloqueei e fui bloqueado por muita gente. Normalmente eu apenas bloqueio alguém por falta de educação básica ou ofensas, convivo muito bem com posições políticas que considero equivocadas mas que se apresentem de maneira respeitosa. E isso não inclui fanáticos. O fanático não aceita crítica pois sua crença já migrou para a religiosidade plena, completa. Possui um ídolo que jamais pode ser criticado ou sequer que se aponte seus erros evidentes. Gente assim, age por comando específico, o chamado popularmente hoje de apito de cachorro. O dono manda eles atacam, a tendência dessa turma de ambos os espectros políticos é o isolamento, se excluem da diversidade de pensamento pois consideram a diferença agressiva e desconfortável. Lembro mais uma vez, não é caso unicamente da esquerda, hoje há um Dom Corleone na suposta direita construindo seu nicho de colaboradores, essa gente também em alguns casos se torna intolerante. Excluem quem pensa diferente e que procura alertar do erro onde se colocam.
Eu prossigo crítico a todo erro, a toda tentativa de ludibriar o povo, não tenho alcance praticamente nenhum, pois devo ser perigoso até para quem supostamente é conservador. O que já me leva a desenvolver o raciocino de que essa gente possa não ser realmente conservadora, pois se há espaço na mídia para eles e não são perseguidos com ferocidade, há algum subliminar comprometimento nas sombras. Estamos numa realidade muito particular nesse momento, o que parece muitas vezes não é. Vale lembrar que estamos operacionalmente numa ditadura. O arcabouço jurídico e constitucional não se faz valer em sua letra base. Inúmeros são os desvios convenientes de acordo com a situação abordada, jurisprudências são estupradas a todo momento, fantasias aleatórias são consideradas verdade e motivo de prisão dos “escolhidos” para o sacrifício. Sustentados por um iluminismo de botequim, prosseguem aviltando o momento que nos pertence e nos sustenta. E assim vou deixar para vocês que me acompanham um fragmento de Jung a respeito de iluminismo: “A natureza da psique mergulha em obscuridades, para além dos limites de nossas categorias intelectuais. A alma encerra tantos mistérios quanto o mundo com seus sistemas de galáxias diante de cujas majestosas configurações só um espírito desprovido de imaginação é capaz de negar suas próprias insuficiências. Esta extrema incerteza da compreensão humana nos mostra que o estardalhaço iluminista é não somente ridículo, como também lamentavelmente estúpido”. Bom amigos que me acompanham, um ótimo natal cheio de saúde paz e prosperidade e um ano novo que mesmo com péssimos prognósticos políticos de todos os lados possa se constituir numa estrada para algo melhor e com bons resultados. Eu continuarei aqui com meus textos inconvenientes e ignorados pela maioria, aos que me bloquearam tenham sucesso também, vocês apenas ainda não se deram conta de que estão sendo usados, mas eu entendo, tem gente que sente prazer com isso. Abraços e até breve se Deus quiser.
Gerson Ferreira Filho.
Citação:
Espiritualidade e transcendência. C.G Jung Seleção e edição de Brigitte Dorst. Editora Vozes.
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