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Sobrevivencialismo.
Então, ainda aqui e por um momento sentindo a chegada de mais iniquidades governamentais há necessidade de que todos nós iniciemos o preparo para a catástrofe anunciada. Está claro, que o amanhã será muito pior do que esse hoje já com traços da dificuldade produzida por acentuada irresponsabilidade. Se nós temos algo com isso? Sim, temos e não temos. Temos porque boa parte da população adora populismo e dá poder a gente sem escrúpulos, e não, pois alguma parte da sociedade enxerga esse problema e vai para o sacrifício por qual não procurou mas o barco é o mesmo, o totalizador de pessoas a bordo não diferencia quem é burro e quem não é. Se entre todos existirem aqueles que estão dispostos a tirar a bueira de fundo, o barco afunda, e acreditem, existem muitos com esse propósito, embora afundem com a embarcação. Apenas essa gente não possui inteligência suficiente para entender que ao tirar a bueira de fundo vai entrar água, mesmo sendo óbvio isto não está claro para eles. Estamos dentro de algo como um recinto cheio de suicidas, todos querem morrer e não sabem disso, e assim lutam sempre pela própria destruição. Um ambiente esteticamente no sentido psicológico, doente, cheio de fraturas no entendimento sadio da existência e ainda assim manipulado por gente pervertida e amoral. Tem tudo para dar errado e vai dar, uma inteligência sem vigor necessário leva ao esfacelamento social, em algum momento ele irá assim prontamente acontecer. A perspectiva não se apresenta com resultados esperançosos. Não se preocupem com a massa ignorante, eles vão sucumbir com suas convicções com plenitude e de forma completamente total, assim mesmo, de forma enfática, não há chance de reprogramação de última hora, estão condicionados para o abismo, e para lá caminharão na certeza total que estão indo para o lugar certo. Temos que levar em conta que a falta de inteligência não dispõe de recursos para entender as ocorrências do perímetro, simplesmente não notam o risco. E neste oceano bravio de incertezas flutuamos, a deriva, com apenas contradições e incertezas para servir de aconchego lamurioso de ocasiões que testam nossa tenacidade em existir, pois nesse caldo bravio, moldamos nossa alma, nosso espírito, para quem sabe, um futuro melhor, mesmo que nada indique uma tendência boa ou viés de bons escrúpulos, uma mão tardia que venha nos resgatar desse contexto possesso que nos envolve e condiciona ao sofrimento nesse tempo de ciência. Como Aristóteles certa vez disse: “A ciência é a presunção mais convincente”. Afetados por suposições na verdade nadamos em arrogância onde as conjecturas constroem o objetivo falso. Aqui a subjetividade se torna muito mais do que ação incorpórea ela apenas tem presença intangível no telúrico odor da terra de onde surgiu. Uma isca para um equívoco bem pronunciado. E sendo assim em toda essa organização caleidoscópica temos a certeza que o confronto será colossal, o abismo não se satisfaz com gorjetas, ele quer a alma de todo ser vivente. Os que verdadeiramente pensam já se diferenciaram dos rebanhos ignaros presos que estão na sua incultura profunda, portanto, cabe apenas a nós construir uma saída, uma rota de fuga dessa calamidade que se avizinha. Eu sei, existe sempre aquele sentimento triste de deixar alguém para trás, mas lembrem-se, não há resgate possível para todos. E a colheita se dará em função das escolhas pessoais, a falta de interesse em conhecer a verdade, a entrega aos prazeres fáceis da carne, o desinteresse em aprimorar a cultura, o claro e profundo descaso e a falta de seriedade com as coisas da alma. Ser humano é procurar sempre o equilíbrio e nunca se entregar aos excessos. Este procedimento é o que nos difere dos irracionais. A capacidade de avaliação da realidade, de obter escolhas dentro do armazém de sortilégios que a vida nos oferece. Temos que criar o inusitado, o novo termo dentro da equação da vida para equilibrá-la a nosso favor. Como citou Ortega y Gasset: “O homem tem a experiência de que a vida não consiste somente no que há, mas também que cria, que tira de si mesmo novas realidades, que a vida, portanto, não se define exclusivamente por suas necessidades, senão que, ainda mais que essas, e transbordando-as, consiste em abundantes possibilidades”. Apenas os irracionais vivem para satisfazer suas necessidades: comer, defecar, urinar, beber água se reproduzir e morrer, o ser humano está muito além disso, e não faz o mínimo sentido viver como um irracional, jogar fora essa qualidade oferecida para ser algo além de estar apenas vivo.
A proposição existencial é clara, seja um diferencial de qualidade no tempo e no espaço que lhe foi oferecido, e portanto, hoje, nas atuais condições o Sobrevivencialismo deve ser acionado. E se apresenta para nós uma infâmia, gestada por gente muito ruim que deseja transformar seus semelhantes em apenas um rebanho de submissos as suas convicções distorcidas por intenso trato ideológico onde a humanidade não representa nada. Voltando a Ortega y Gasset: “As etapas decisivas duma civilização se determinam e se discernem evidentemente, como modificações da relação fundamental entre os dois grandes componentes da vida que são, de um lado, as necessidades do homem, e, de outro, suas possibilidades”. Então, as referidas possibilidades, elas sempre existem, podem estar ocultas nos pormenores da textura da ocasião, mas estão lá cabe a nós encontrá-las. Deixem um pouco de lado as certas necessidades, sacrificando-as por um planejamento de contingência. Porque é nessa fase que vamos entrar em breve. A fome por recursos dos que nos governam junto com a incapacidade deles de fazer algo certo vai provocar um colapso, resta saber exatamente quando, e não se, pois a certeza já é uma realidade. Misture incompetência com mau propósito e maldade intrínseca e o feitiço está pronto. Em nome do futuro devemos sobreviver, ou que nossa ideia sobreviva para que seja semeada em nova oportunidade bem depois que a tempestade passar e seus efeitos tenham desaparecido como a maioria das anomalias fazem, nascem crescem destroem tudo e enfim, morrem. Afinal, estamos aqui por desafios, e quanto maiores forem, maior crédito a receber, portanto, sejam bem criativos com a fatia de realidade que foi oferecida para vocês cuidarem. Entenda Ortega y Gasset: “Para bem compreender um homem há que representar-se, com alguma precisão a topografia cronológica de seu horizonte”.
Gerson Ferreira Filho.
Citação:
Origem e epílogo da filosofia. José Ortega y Gasset. Vide Editorial.
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