sexta-feira, 11 de julho de 2025

Um perímetro para guarnecer.

 


                                                              Image by Anja from Pixabay. 





Um perímetro para guarnecer.




E assim devemos por segurança estar aprovisionados em nosso espaço mental para suportar tanta surrealidade e ignorância que hoje a sociedade nos proporciona sem receio de ser invasiva e inconveniente. Naturalmente sempre existiu e vai existir uma cota determinada de estúpidos no mundo mas como agora ele adquiriram protagonismo e relevância passaram a transformar o mundo em algo surreal. E as esquinas do mundo são sinuosas e controversas, sempre com aquele olhar sedutor para lhe oferecer algo incorreto para o levar ao abismo. A vida é um oximoro pedante que sempre lhe oferece duas alternativas: uma errada e a outra incorreta, e dessa combinação inadequada se produz um futuro injusto e desajustado com o perfil de um mundo sadio. Viver no hospício não é fácil, mas é o que temos em um período onde a negligência revestiu a realidade com uma loucura contumaz. Portanto, se proteja dentro da cultura relevante, lendo bons autores e não apenas os da camada ideológica que são apenas serviçais fiéis dessa insanidade. Carlo M. Cipolla criou às leis fundamentais da estupidez humana e entre tantos comentários nos ofereceu: “É preciso ter em mente que, de acordo com a segunda lei fundamental, uma fração da população votante corresponde a pessoas estúpidas, e eleições oferecem a todas elas uma oportunidade magnífica de fazer o mal a todas as outras pessoas sem ganhar nada por sua ação”. E o que diz essa tal de segunda lei? Aqui está: “A probabilidade de determinada pessoa ser estúpida independe de qualquer outra característica dessa pessoa”. Então, eu comprovei isso pessoalmente gerenciando pessoas e me relacionando diretamente com profissionais de alto escalão, Profissionais, uns até com doutorado que exalavam estupidez e era necessário aparar arestas para que determinada ação ou tarefa não acabasse em desperdício, improdutividade em cronogramas altamente complexos de atividades rotineiramente especializadas. Normalmente um estúpido está sempre coberto de certezas e sempre procura seguir essas convicções errôneas que lhe dão lastro a sua peculiar arrogância que o define sem que ele se perceba como um idiota.



Na verdade, a estupidez estratifica o mundo em camadas de insanidade, aplica sempre o desejo vulgar de informações aleatórias e não fundamentadas na verdade. Para um estúpido reconhecer a verdade se faz necessário um forte trabalho de descontaminação criterioso e sensato quanto a lhe oferecer alternativas que pareçam ter saído da cabeça dele, é assim que se lida com deficientes mentais. A solução tem de ser semeada com cuidado na cabeça do necessitado para que ele aceite a mudança dentro dos paradigmas paradoxais que habitam uma mente conturbada. Cipolla também cita em referência: “A maioria das pessoas não age com consistência, sob determinadas circunstâncias, uma determinada pessoa age com inteligência e sob outras diferentes a mesma pessoa vai agir de forma vulnerável. A única exceção importante a essa regra é representada pela pessoa estúpida que normalmente demonstra um forte pendor na direção da consistência perfeita em todos os campos do empreendimento humano”. O estúpido sempre foge para seu nicho de entendimento particular, por isso há necessidade de que seja tutelado intelectualmente para não se perder em conjecturas infames de seu raciocínio limitado. Thomas Sowell apelidou essa turma de Os ungidos, um livro que recomendo, e eles hoje comandam o mundo. O resultado se torna evidente ,basta acompanhar o noticiário para entender que algo vai muito errado na governança geral. Para lidar com esse mundo complexo eu sugiro a aplicação da Navalha de Ockhan, não sabe o que é? Enquanto o estúpido complica, busque a simplificação. Essa abordagem filosófica vem do frade franciscano Guilherme de Ockhan, lá nas profundezas do século XIV. E é usada até hoje com um simplificador de procedimentos, alguma coisa muito complexa se resolve com a mais simples das abordagens. É mais ou menos isso: “A pluralidade não deve ser postulada sem necessidade ou é inútil fazer com mais aquilo que pode ser feito com menos”. E também o autor do livro a respeito dessa filosofia Johnjoe McFadden cita: “Em 1934, Albert Einstein insistiu que o grande objetivo de toda ciência é cobrir o maior número de fatos empíricos por dedução lógica a partir do menor número possível de hipóteses ou axiomas”. Um estúpido ou imbecil não possui capacidade de trabalhar filosoficamente assim pois estão imersos em convicções vadias e deturpadas na sua particular estrutura mental. A certeza é o abrigo do estúpido, e hoje temos muitos em função de comando, criando privilégios para si e os seus companheiros de insanidade. Por isso a necessidade de fortalecer o espaço mental vital para não ser tragado por esse oceano de dejetos mentais onde estamos por obrigação existencial mergulhados. Sem uma boa estrutura intelectual, privilegiada com bom conteúdo de conhecimento a respeito de filosofia, economia, psicologia, literatura e organização social com uma boa dose de administração de procedimentos estaremos expostos demais a atmosfera exterior que hoje não é saudável.



Guarnecidos em nosso espaço mental assistiremos essa tragédia patrocinada por ideólogos e agentes de desestruturação social que foram muito dedicados em pregar o erro como se fosse algo vantajoso e correto. Como artificialidades não se sustentam por muito tempo a tragédia virá, o colapso do sistema e de sua estrutura mental em algum momento entrará em conflito sistêmico e não poderá prosseguir pela simples falta de material humano de qualidade para dar prosseguimento no devaneio, pois até para sonhar corretamente se faz necessário qualidade de raciocínio. O desastre fareja a incompetência e sempre acha seu alvo, tudo é uma questão de tempo.




Gerson Ferreira Filho.




Citações:


As leis fundamentais da estupidez humana. Carlo M. Cippola. Editora Planeta.


A navalha de Ockham. Johnjoe McFadden. Editora Sextante.



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quarta-feira, 9 de julho de 2025

O avesso da lógica.

 

                                                        Image by Juanita Mulder from Pixabay. 





O avesso da lógica.




E assim nesse trabalho que executo de acompanhar a realidade e seus atributos contemporâneos e de presença marcante nessa circunstância que nos abraça para que sustentados estejamos no tecido desse agora controverso, temos aqueles que lutam para ser taxados, para pagar imposto. Não acreditam? Pois é, chegamos nesse ponto de delírio social onde a vítima implora o contato do chicote com sua pele como se isso fosse lhe proporcionar prazer. Como chegamos nesse nível? Ora, com professores que pregam a decapitação de opositores nas universidades, de economia planificada, de coletivismo e outras taras ideológicas diversas e incapacitantes. Quem lê os grandes autores da economia sabem diferenciar o que é oferta, demanda e empreendedorismo. Adam Smith determinou como funciona: “Dê-me aquilo que eu quero e você terá isto que você quer”. E também algo com mais conteúdo explicativo a respeito do funcionamento da economia: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm por seus próprios interesses”. E também um detalhe constrangedor para nossos dias de amor a dependência econômica do Estado, onde se prefere receber benefícios do governo do que trabalhar: “Ninguém, a não ser um mendigo, opta por depender principalmente de seus concidadãos”. O que nos leva a crer que estamos numa época de mendigos, pedintes maltrapilhos e esfarrapados de alma. E assim sendo essa gente, toda essa massa humana apoia o aumento da cobrança de impostos, pois isso transfere dinheiro da camada produtiva para quem não produz nada, é um perfeito inútil. Qualquer imposto, tenha o nome ou a sigla que tiver vai parar no preço final ao consumidor, entendam; o empreendedor, também conhecido como empresário tem sua receita proveniente de sua atividade específica, e ele não vai absorver mais carga tributaria sacrificando sua margem de lucro para nenhum projeto social. Porque amigos, o governo não tem dinheiro, ele arrecada os recursos através dos impostos para pagar suas obrigações administrativas e compromissos populares e populistas. Atender necessidades e desejos é a alma da economia de livre mercado, e os que se prontificam a realizar esse atendimento criam muita vezes fortunas, em outros casos apenas sobrevivem com sua margem de produtividade após desconto de todas as obrigações tributárias, essa que vão para o governo.



Entendam, existe uma margem de sobrevivência onde o empreendedor não permitirá invasão de forma alguma, pois ali está a qualidade de vida dele, e se um novo imposto for criado, ele simplesmente irá repassá-lo para o preço do produto que coloca na praça. O que irá assim onerar o consumidor interessado em tal produto, pode ser pão, carne, arroz, feijão, leite, ovos etc. Vamos desenhar: através de um estorinha bem simples. Dona Gertrudes é uma excelente confeiteira, e sendo assim resolve empreender e produzir doces em geral para vender na porta de casa. Para produzir os diversos doces ela precisa de insumos, de produtos base como farinha, açúcar, ovos, leite, essências diversas, corantes, e ainda formas metálicas variadas e claro gás para os fornos onde serão cozidas todas essas guloseimas. Tudo isso tem um custo que será incorporado no preço do produto, assim como o preço da mão de obra, o esforço consumido em produzir e o tempo gasto nessa produção. Ela sendo organizada, ela anota tudo isso direitinho para obter a margem real que dedicará ao lucro, o retorno esperado com a produção. Essa margem de lucro tem de compensar todo o trabalho e gerar receita para comprar novos insumos, e claro, a justa e merecida sobra que irá portanto, recompensar todo trabalho. Este equilíbrio se mantém até que o governo crie uma nova tributação. Ao surgir um novo imposto, os fornecedores de matéria-prima aumentam seus preços para descarregar o novo imposto em quem compra, e assim esse novo tributo vai para dona Gertrudes, e ela não vai ficar com esse prejuízo que reduzirá sua margem de lucro, também reajustará o preço de seus doces. Portanto, aumento de imposto impacta diretamente no preço final ao consumidor que pagará mais caro pelo produto que deseja, até mesmo um docinho excelente para agradar o paladar do dia. Seja um imposto direto ou um imposto sobre operações financeiras, o mercado vai entregar esse reajuste de preços na sua mão prezado consumidor. Não é uma medida inteligente apoiar aumento de imposto porque quem vai pagar é você mesmo, no final a sua renda familiar será reduzida pelo governo para satisfazer necessidades alheias aos seus interesses pessoais. Não seja burro o suficiente para ajudar o carrasco a lhe esfolar, por favor, o bom senso agradece.



Governos não democráticos e improdutivos se alimentam de altíssimas cargas tributárias para satisfazer seus luxos e para manter parte da população sob controle de seus benefícios sociais criando uma legião de dependentes fiéis que entregarão sempre seu voto ao sistema. Existe também a causa base do aumento de preço a expansão da moeda, impressão de dinheiro, o que torna o valor de face menor pois há mais dele em circulação. Um fenômeno monetário já explicaram diversos economistas renomados, alguns com prêmio Nobel nessa área. O ser humano de forma natural pensa primeiro em si e no resultado que terá para se sustentar e ter conforto financeiro, Adam Smith também cita isso: “Todo indivíduo sempre se esforça para encontrar o emprego mais vantajoso possível para o capital de que ele dispõe. De fato, é a sua própria vantagem, e não a da sociedade, que ele tem em vista”. E aqui nessa simples característica muito humana é onde mora o desastre do coletivismo, qualquer tipo de socialismo, ninguém vai produzir para o benefício dos outros, e sim para si e para os seus. O que acaba tornando sociedades coletivizadas improdutivas se o agente de produção de bens não tem participação direta no resultado do seu trabalho, para que exatamente ser eficiente se parte do seu próprio esforço vai para os outros, que talvez nem se esforcem para ter vantagem? O indivíduo quer seu bem e dos seus, se tiver liberdade ele enriquecerá assim como tantos outros também, e um número muito grande de indivíduos com prosperidade formam um país rico e com liberdade. O segredo? Liberdade, controle mínimo do Estado e carga tributária baixa que permita boas margens de lucro que certamente atrairão investimento e incentivarão o progresso de forma geral. Raciocínio fácil demais para quem não possui o cérebro do lado do avesso.




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


A mão invisível. Adam Smith, Penguin & Companhia da Letras Editora.  



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