quarta-feira, 9 de julho de 2025

O avesso da lógica.

 

                                                        Image by Juanita Mulder from Pixabay. 





O avesso da lógica.




E assim nesse trabalho que executo de acompanhar a realidade e seus atributos contemporâneos e de presença marcante nessa circunstância que nos abraça para que sustentados estejamos no tecido desse agora controverso, temos aqueles que lutam para ser taxados, para pagar imposto. Não acreditam? Pois é, chegamos nesse ponto de delírio social onde a vítima implora o contato do chicote com sua pele como se isso fosse lhe proporcionar prazer. Como chegamos nesse nível? Ora, com professores que pregam a decapitação de opositores nas universidades, de economia planificada, de coletivismo e outras taras ideológicas diversas e incapacitantes. Quem lê os grandes autores da economia sabem diferenciar o que é oferta, demanda e empreendedorismo. Adam Smith determinou como funciona: “Dê-me aquilo que eu quero e você terá isto que você quer”. E também algo com mais conteúdo explicativo a respeito do funcionamento da economia: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm por seus próprios interesses”. E também um detalhe constrangedor para nossos dias de amor a dependência econômica do Estado, onde se prefere receber benefícios do governo do que trabalhar: “Ninguém, a não ser um mendigo, opta por depender principalmente de seus concidadãos”. O que nos leva a crer que estamos numa época de mendigos, pedintes maltrapilhos e esfarrapados de alma. E assim sendo essa gente, toda essa massa humana apoia o aumento da cobrança de impostos, pois isso transfere dinheiro da camada produtiva para quem não produz nada, é um perfeito inútil. Qualquer imposto, tenha o nome ou a sigla que tiver vai parar no preço final ao consumidor, entendam; o empreendedor, também conhecido como empresário tem sua receita proveniente de sua atividade específica, e ele não vai absorver mais carga tributaria sacrificando sua margem de lucro para nenhum projeto social. Porque amigos, o governo não tem dinheiro, ele arrecada os recursos através dos impostos para pagar suas obrigações administrativas e compromissos populares e populistas. Atender necessidades e desejos é a alma da economia de livre mercado, e os que se prontificam a realizar esse atendimento criam muita vezes fortunas, em outros casos apenas sobrevivem com sua margem de produtividade após desconto de todas as obrigações tributárias, essa que vão para o governo.



Entendam, existe uma margem de sobrevivência onde o empreendedor não permitirá invasão de forma alguma, pois ali está a qualidade de vida dele, e se um novo imposto for criado, ele simplesmente irá repassá-lo para o preço do produto que coloca na praça. O que irá assim onerar o consumidor interessado em tal produto, pode ser pão, carne, arroz, feijão, leite, ovos etc. Vamos desenhar: através de um estorinha bem simples. Dona Gertrudes é uma excelente confeiteira, e sendo assim resolve empreender e produzir doces em geral para vender na porta de casa. Para produzir os diversos doces ela precisa de insumos, de produtos base como farinha, açúcar, ovos, leite, essências diversas, corantes, e ainda formas metálicas variadas e claro gás para os fornos onde serão cozidas todas essas guloseimas. Tudo isso tem um custo que será incorporado no preço do produto, assim como o preço da mão de obra, o esforço consumido em produzir e o tempo gasto nessa produção. Ela sendo organizada, ela anota tudo isso direitinho para obter a margem real que dedicará ao lucro, o retorno esperado com a produção. Essa margem de lucro tem de compensar todo o trabalho e gerar receita para comprar novos insumos, e claro, a justa e merecida sobra que irá portanto, recompensar todo trabalho. Este equilíbrio se mantém até que o governo crie uma nova tributação. Ao surgir um novo imposto, os fornecedores de matéria-prima aumentam seus preços para descarregar o novo imposto em quem compra, e assim esse novo tributo vai para dona Gertrudes, e ela não vai ficar com esse prejuízo que reduzirá sua margem de lucro, também reajustará o preço de seus doces. Portanto, aumento de imposto impacta diretamente no preço final ao consumidor que pagará mais caro pelo produto que deseja, até mesmo um docinho excelente para agradar o paladar do dia. Seja um imposto direto ou um imposto sobre operações financeiras, o mercado vai entregar esse reajuste de preços na sua mão prezado consumidor. Não é uma medida inteligente apoiar aumento de imposto porque quem vai pagar é você mesmo, no final a sua renda familiar será reduzida pelo governo para satisfazer necessidades alheias aos seus interesses pessoais. Não seja burro o suficiente para ajudar o carrasco a lhe esfolar, por favor, o bom senso agradece.



Governos não democráticos e improdutivos se alimentam de altíssimas cargas tributárias para satisfazer seus luxos e para manter parte da população sob controle de seus benefícios sociais criando uma legião de dependentes fiéis que entregarão sempre seu voto ao sistema. Existe também a causa base do aumento de preço a expansão da moeda, impressão de dinheiro, o que torna o valor de face menor pois há mais dele em circulação. Um fenômeno monetário já explicaram diversos economistas renomados, alguns com prêmio Nobel nessa área. O ser humano de forma natural pensa primeiro em si e no resultado que terá para se sustentar e ter conforto financeiro, Adam Smith também cita isso: “Todo indivíduo sempre se esforça para encontrar o emprego mais vantajoso possível para o capital de que ele dispõe. De fato, é a sua própria vantagem, e não a da sociedade, que ele tem em vista”. E aqui nessa simples característica muito humana é onde mora o desastre do coletivismo, qualquer tipo de socialismo, ninguém vai produzir para o benefício dos outros, e sim para si e para os seus. O que acaba tornando sociedades coletivizadas improdutivas se o agente de produção de bens não tem participação direta no resultado do seu trabalho, para que exatamente ser eficiente se parte do seu próprio esforço vai para os outros, que talvez nem se esforcem para ter vantagem? O indivíduo quer seu bem e dos seus, se tiver liberdade ele enriquecerá assim como tantos outros também, e um número muito grande de indivíduos com prosperidade formam um país rico e com liberdade. O segredo? Liberdade, controle mínimo do Estado e carga tributária baixa que permita boas margens de lucro que certamente atrairão investimento e incentivarão o progresso de forma geral. Raciocínio fácil demais para quem não possui o cérebro do lado do avesso.




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


A mão invisível. Adam Smith, Penguin & Companhia da Letras Editora.  



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