Vida.
Minhas distâncias são infinitas.
Não tenho fronteiras e tudo mais que sou, sou por não existir limite óbvio para
o cálculo deste horizonte. E o que seria limite se o nada depende do ser? Um
abraço intenso nesta dualidade, um beijo do zero no um, um afago do Yin no Yang,
a carga do negativo e do positivo.
O macho e a fêmea que dançam para
a o acasalamento esperando o grande final com anseio e prazer. O outro oculto
me define, e se definido estou, moro na sentença estabelecida de alguém ou
alguma coisa que foi espaço e ainda será tempo apesar de dogmas e de regras que
acorrentam e limitam o conceito estabelecido.
Uma coisa infinita está ao nosso
alcance, e nada pode restringi-la, a imaginação. Dentro dela mora o sonho, este
que rompe limites, trafegando no passado distante ou no futuro que se supõe não
esteja pronto. A dispersão e a retração do imponderável mora aqui. Onde a
realidade não é tátil, mas a sensação tem densidade absoluta.
Ou você nunca teve um sonho tão
intenso que ao acordar sobrou aquele resíduo de ter realmente estado lá?
Existem aqueles que estão presos no momento, e aqueles que estão soltos entre
as estrelas.
Lembre-se a explosão primordial
aconteceu, e dela tudo surgiu, mas ela aconteceu em algum lugar, dentro de
alguma coisa, e assim voltamos ao conceito de ser e do nada. Um depende do
outro, nesta relação cósmica que ao se acumular em clímax, explodiu num orgasmo
de luzes e descargas energéticas que tudo criou.
Gerson F. Filho.
Livro Nacos de Mormaço.
Estórias do centro do Rio de Janeiro nos anos 70 e no interior do estado.
http://editoradelicatta.com.br/produto/nacos-de-mormaco/
Nenhum comentário:
Postar um comentário