sábado, 23 de setembro de 2023

Sutilezas da percepção.

 

                                                         Image by ha11OK from Pixabay.




Sutilezas da percepção.



O peso dos nossos passos imprimem a proposta que desejamos e que costumamos chamar de destino. Uns avaliam a hipótese do livre arbítrio, outros que somos apenas vítimas de circunstâncias, e mais alguns que tudo não passa de uma programação a ser seguida e que apenas imaginamos ter o controle; mas na verdade, apenas cumprimos um roteiro previamente programado para alcançar um resultado estipulado antecipadamente. Gostamos de nos sentir donos das nossas pegadas, arquitetos autônomos do futuro e assim estamos no controle do presente e do futuro. Se assim for, a insanidade na qual o mundo se permitiu mergulhar hoje, é o fruto do nosso trabalho, onde omissões preguiçosas tangenciaram com elegância a responsabilidade com as novas gerações. Entre permissividades e sutis negligências, construímos a surrealidade que nos circunda e agora temos que morar nela. Construímos um perfil de sombras e iniquidades que se banham na mais pura perversidade apenas um regozijo da loucura. Como sair desse cenário? Entender as sutilezas que construíram essa estrutura já é um bom começo. Percebam, nada mudou fisicamente, o que se transformou foi a percepção. Muitas estruturas mentais foram trabalhadas para realizar o desejo das trevas, e dentro de um arcabouço destrutivo que se impõe por repetição sistemática e técnicas de persuasão, onde a pertinácia fétida de magos do encantamento humano conseguiram arquear a realidade até ao ponto da deformação desejada por eles. Uma vez atingido o propósito o sistema se retroalimenta de obscenidades performáticas geradas na química particular da insânia. Então, uma vez dentro desse ambiente, temos que no mínimo prezar pela boa conduta, e tudo isso acontece pela parcimônia colaborativa de muitos, ao se venderem por um bom preço, a maioria das pessoas demonstra não ter escrúpulos. Ninguém contesta, combate ou recusa, uma grande maioria se entrega a um bom e gordo pagamento, que lhes garantirá conforto, status social e bom trânsito entre seus pares, ao se exibirem como pavões em plena dança do acasalamento com o ignóbil. Ser austero com o correto cria margem para o erro. Não se enganem o essencial muitas vezes está naquilo que se ignora. A disciplina do justo constrói o caminho sem desvios, mesmo que à custa de evidente sacrifício. Sim pois a surrealidade hoje está tão estimulada e excitada que nem sua particular estrutura louca consegue mais se estabilizar como um processo humano de comportamento. E se assim estamos expostos ao perverso, não se preocupem, a pedra preciosa para exibir todo seu esplendor, precisa da brutalidade do polimento, que revelará sua magnífica estrutura aos olhos do mundo. Assim também acontece com as almas, e se estamos numa posição hoje desfavorável, o tempo há de nos redimir, pois seu percurso não pode ser alterado pela fantasia de ocasionalidades fortuitas dos que se consideram deuses. Não adianta apenas um grupo de vaidosos reivindicar pertencer a categoria divina, ensinamentos que se perdem nas areias do tempo já estabeleceram como citou Hermes Trismegisto: “Deus cria a si mesmo, e é impossível que ele jamais pare de criar, posto que ele não pode cessar de ser. E do mesmo modo que Deus não tem fim, sua atividade criadora também não tem início e nem fim”. Dispam-se de sua arrogância que apenas ultraja o Criador ou enfrentem as consequências.


Não seria a indelicadeza com o divino vitoriosa se ele assim não o quisesse. Portanto, todo empedernido assim o é por concessão e não por vontade própria. A sua vaidade “deus” momentâneo, mora na breve concessão a você atribuída nesse intervalo insignificante do todo, você não é especial, é apenas uma circunstância mínima sob desejo de algo muito maior. Banhe-se com os atributos que você acredita ter enquanto seu ciclo não termina, e assim volte sem nenhum poema, ou uma simples elegia à sua miserável existência coberta de infâmias por desprezar seus semelhantes. Impregnados que estão em aforismos exóticos, se nutrem de arrogância esquecendo do que realmente são, nada além de uma cópia, uma replicação de qualquer um na multidão. Não sonhe ímpio, teus desejos mais ocultos ficam expostos e se revelam como quimera feroz. Atingindo com sua incongruência atroz todo inocente que pacificamente tenha a ousadia de viver nas proximidades. Não seja o estorvo maldito de uma época, reverta-se transmute-se em luz e aplique esse benefício a seu semelhante. Mas todos nós conhecemos as facilidades para o mal, afinal temos a conhecida e velha desculpa: estou cumprindo ordens. Estas três palavras reunidas numa peculiar frase, alivia consciências dos que não pensam, por limitação cognitiva, ou simplesmente por falta de escrúpulos. Entendemos que todo aquele que se subjuga a uma atividade profissional onde não se pode pensar e julgar a ordem que recebe, renuncia a parte mais interessante da vida, a de ser livre para trafegar nas próprias escolhas. No fim, não passa de um ser humano com freio e cabresto, como uma besta usada para trabalhos inferiores, onde não existe a necessidade de um cérebro sofisticado de um ser humano. Nessa gente, está apoiada todo o aparato transformador da sociedade, sem eles, nada seria possível. Não haveria possibilidade de repressão da maioria pela minoria, leis, aprovadas em parlamento, seriam válidas e imunes a qualquer tipo de aventura inconsequente baseada em liturgias episódicas fundamentadas em desarranjos ideológicos ocasionais. Mas sob a servidão do procedimento, então, temos a anomalia possível, resguardada pela força dos que não se interessam em pensar, e se não pensam, não possuem responsabilidade, acreditam, mas gosto sempre de lembrar que após a segunda grande guerra existiu um julgamento por crimes de guerra, onde essa desculpa: “estava cumprindo ordens” não serviu. Esperávamos que após tantas aberrações, não houvesse mais espaço para tal tipo de aberração procedimental. Mas no princípio do século XXI estamos frente a frente com o mesmo problema. O padrão possibilita a escravidão.


Nessa estrutura humana de controle está viva toda ignomínia, pois dela depende o poder. Claro, seguida muito de perto do poder financeiro. Agora, junte o procedimento frio de seguir ordens sem questionar a “cadeia de comando” e fartura de recompensas aos que realmente se entregam? E assim temos os reformadores sociais com pleno poder para fazerem o que quiserem com todos no mundo, poder de vida e morte sobre todos e também qualquer coisa, transformando o que poderia ser um paraíso em inferno sem fim. São sutilezas, na maioria do tempo, imperceptíveis ao entendimento, mas que definem a realidade. Tenha a percepção; domine e adestre o inculto, o arme e tenha o energúmeno, o elemento desatinado que será o braço bruto do conquistador. Afinal, não existiria um Gengis Khan sem sua horda para demolir toda estrutura e civilização no seu caminho. Tempos difíceis virão, mas essas artimanhas do tempo nos pertencem, o processo é nosso, e na extrema margem dos sentidos habitarão aqueles que se farão merecedores do prêmio.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.





Citação: Corpus Hermeticum de Hermes Trismegisto. Editora Polar.



Este é o quarto texto fora do meu mais recente projeto. Vestígios do cotidiano, que brevemente estará disponível para aquisição. Conterá 61 crônicas, desta vez maiores e mais encorpadas do que as do Fragmentos do momento, portanto o livro terá mais páginas. Este fica para o próximo livro se Deus quiser. 


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