sábado, 20 de dezembro de 2025

A marca do momento.

 

                                                    Image by Felix Lichtenfeld from Pixabay.





A marca do momento.




Então, aqui estamos na fronteira de mais um natal, o que já foi um dia para muitos uma data de celebração, hoje adquire formato de súplica. Os prognósticos são infames, não há no cenário algum vestígio de vitória, apenas capitulação perante o ignóbil assumido dos poderosos de plantão. Vorazes em dilapidar a qualidade de vida da população. Com uma expectativa de futuro terrível, os poucos com capacidade de raciocínio lógico sabem, o desastre virá esfomeado. Não poupará ninguém, de coniventes a inocentes, todos vão ser tragados nesse sumidouro de esperanças. O ano? Dois mil e vinte e cinco, do calendário cristão. Se a civilização ocidental vai ter condições de suportar todos os ataques engendrados contra ela é impossível saber, hoje temos a peculiar atitude de membros que constituem esse mundo, lutando de forma enfática contra ele. As populações foram induzidas a um comportamento suicida, ao relativizar seus melhores valores, em nome de excesso de tolerância se fragilizaram ao ponto de provavelmente não existir mais retorno. Um descuido fatal para o conjunto de nações que se propuseram a se entregar à selvageria consentida de momentos inadequados para o convívio grupal mais equilibrado e com regras específicas apoiadas na letra da lei civilizada. Hoje, neste momento, temos a permissividade e a vantagem pessoal exclusiva de pequenos grupos de poder em prática rotineira. Para um pequeno grupo não há limites éticos de comportamento, a lei? Essa se retinge aos de fora desse mundo privilegiado por relacionamentos difusos sob a capa da neblina da conivência. O restante que se vire, que sobreviva com auxílios governamentais e se divertindo com shows de artistas que praticam vassalagem por dinheiro público. Constrangimentos? Nenhum! Afinal, já não produzem mais nada de interessante há décadas, se vivessem de sua produção artística hoje estariam certamente pedindo esmolas. No mundo político, oposição e situação se digladiam para ver quem é mais sujo, basta uma ligeira investigação, que situações constrangedoras surgem dos armários e gavetas que escondem os cadáveres da ilegalidade oculta pelo cinismo abrangente. Sendo assim, esperar solução desse ambiente se torna algo que equivale beber água do esgoto e esperar não sofrer um resultado negativo com isso.



O palco da politica está sendo montado como sempre, afinal o circo tem de iludir e distrair a população, então, o candidato que vai perder parece que foi escolhido. O simulacro de democracia tem de ser preservado, fica muito feio assumir diretamente um regime de força não democrática, prejudica os negócios internacionais. Pasmem, tem gente que dentro de toda essa situação acredita em eleição. Bom, afinal, engajamento político sustenta muita gente, existe um fundão eleitoral com recursos para remunerar os palhaços que irão assim propagar a comédia política. Foi montada uma estrutura circense sedutora aqui para esse evento. Nem preciso mencionar muito o jornalismo de aluguel ou os verdadeiramente idiotizados por ideologia, estes como cães esquizofrênicos em surto correm sempre no sentido contrário que a carruagem passa. Quem se informa somente pela mídia mainstream pode ter dano mental e surtos psicóticos, pois vive num mundo de fantasia. E ainda para adornar o momento temos um cometa de passagem, o 3 I/Atlas, segundo as tradições de civilizações antigas, um cometa é um enorme mau presságio, ele sempre precede revoluções, guerras, epidemias, desastres naturais de grande proporção. Não seria de estranhar se ano que vem tivéssemos alguns eventos desastrosos, aqui no campo político, certamente, pois esse cenário está em construção acelerada. Quem entende um mínimo de economia sabe disso. Mas nós temos um vasto território, com muitas riquezas cobiçadas, sempre se pode vender algo para obter sobrevivência. E sendo assim, não haverá falta de dinheiro para o atual governo enquanto existir patrimônio nacional para trocar por sobrevivência. Os cobiçosos internacionais não se importam com ética, querem apenas vantagem.




E portanto, prosseguimos com o povo contido em sua energia potencial como uma mola comprimida no corpo de um mecanismo qualquer, Ele, o povo, tem energia acumulada, mas está submetido a pressão do sistema, só atuará quando esse controlador da realidade assim o quiser. Não estou falando aqui da mecânica simples mas psicologia fenomenológica, de Jean-Paul Sartre. No qual estudo do tema diz:


A energia que se acumula na mola comprimida, não a sentimos como puro armazenamento passivo, mas como uma força viva que cresce com o tempo. Aqui a imagem da mola já não é simples imagem da mola. Ela é além disso, alguma coisa indefinível: uma imagem da mola viva”.


Dentro dessa opressão persistente e de característica preponderante, submete a massa popular ao seu destino de eterna força contida entre receptáculos de abrigo das vontades indesejadas por uma elite singularmente cruel.



Este mecanismo de controle estratégico no campo psicológico tem eficácia garantida nas mãos de quem sabe aplicar sua característica de segurança. Jean-Paul Sartre prossegue:


É disso que se trata: o oprimido é a mola. Mas por outro lado, na mola comprimida já podemos ler com evidência a força que ela se distenderá: uma mola comprimida representa claramente uma energia potencial. Essa energia potencial será evidentemente a do oprimido, uma vez que o oprimido é a mola”.


A sutil contenção de energia popular se torna um mecanismo extremamente útil para dominadores, exatamente essencial na governança de sistemas que desejam perpetuação no poder. Pois em mais uma definição Sartre completa:


Um organismo: teremos uma intuição absolutamente inversa, algo que poderia se expressar por essa frase: a opressão avilta e degrada os que a sofrem. Mas na imagem da mola deixada por sua conta e vista pura e simplesmente como imagem da mola tampouco poderia bastar para nos persuadir. Sem dúvida a mola acumula força. Mas nunca o suficiente para poder se desvencilhar do peso que pesa sobre ela”.


Então, por isso precisamos nos desvencilhar do imaginário planejado e passar a enxergar o mundo real, aquele fora do controle e não abrigado dentro dos limites impostos por ideologia e procedimentos de sistemas e governos, é preciso atitude, e como conseguir? Estudando, se qualificando, lendo boas obras e bons autores, que possuam uma outra visão de mundo bem diferente daquela que lhe foi oferecida para transformá-los em mola, retida, comprimida e incapaz de acionamento pelo peso do sistema de contensão do esforço mental da ação que viria lhes favorecer. Tudo passa pelo aprimoramento, a cultura verdadeira, a qualificação o tira do perfil objeto, da provável manipulação, Portanto, a liberdade passa pelo trabalho cultural de qualificação do povo quanto aos reais valores da liberdade política e econômica que provoque o litígio entre os valores dos que controlam e a verdade que liberta.





Gerson Ferreira Filho.


ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação:


O imaginário. Psicologia fenomenológica da imaginação. Jean-Paul Sartre Editora Vozes.



A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.

https://t.me/gersonsilvafilho


A seguir os livros e os links para comprá-los  na Editora Delicatta.

https://editoradelicatta.my.canva.site


Lançamento já disponível para compra na Editora Delicatta. Trezentas páginas das crônicas mais recentes com os mais variados temas como sempre.









Nenhum comentário:

Postar um comentário