domingo, 8 de janeiro de 2012

Fotografia.






Oculto por detrás do sorriso, naquele momento congelado; visto agora, anos após, você já se sentiu um idiota? Não lá, naquele passado perdido no tempo, onde coragem, medo, vitórias, derrotas, amores e desilusões apenas formavam uma massa disforme pairando sobre a teia de possibilidades. Não no pretérito, enquanto tantos passos e atitudes ainda não tivessem extenuado o agora, mas nesta ocasião na qual por acaso você se deparou consigo nesta janela para o ontem.


Teria sido melhor? Teria sido pior? Só aquela sensação de que no mínimo poderia acontecer diferente. Aquele amor poderia ter acontecido, aquela dor antes de doer poderia ter sumido como magia, e todos os acertos poderiam sim ter superado os desacertos. Mas tudo agora, ali, está catalogado, inserido na história, não dá mais para reescrever aquela ocasião. Aquele lápis se consumiu, a verve efervescente daquele momento sucumbiu ao tempo, que também já não está mais aqui, enquanto isso ele fugiu.


Acho que vou me fotografar agora. Talvez amanhã eu ache novamente uma ocasião para rir destas incoerências sistêmicas que se apoderam do meu coração. Convém congelar mais este momento, para ter certeza que um dia, no passado eu tive discernimento para ver por onde passei. Hei! Tempo! Estou indo, Se é para me consumir, então que tenha o trabalho de fazer isso com este certo eu que me habita em movimento.



Gerson F. Filho.

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