domingo, 26 de fevereiro de 2023

Intensidades reclusas.

 


                                               Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.


Intensidades reclusas.


O que seria mais intenso viver a harmonia da certeza ou na amplitude caótica da realidade? Há que se ter flexibilidade para habitar as reentrâncias sombrias do mundo real. Até por isso, em processo de fuga, poetas sublimam viagens astrais em composições que romantizam o agora, e assim metafisicamente produzem o refúgio confortável onde tornam possível ser e não ser nessa exatidão de momento, onde o estar não significa exatamente viver aquela ocasião de agonia. Mas necessariamente não se foge de seus próprios fantasmas, uma vez que eles habitam você, fazem parte do que você é, e somente um íntimo dialogo interno entre estes vários vocês vai proporcionar conforto. O si mesmo emerge pouco a pouco, através dos numerosos estágios do desenvolvimento descrito por Jung. Mas temos ainda o acréscimo de Jung a respeito dessas diferenças: “No começo, a consciência surge como a aurora quando o ego infantil emerge das águas da inconsciência, e o seu crescimento, expansão e crescente complexidade e poder coincidem com o crescimento e desenvolvimento do corpo físico que o aloja. Quando o corpo cresce, o cérebro amadurece e as capacidades de aprendizagem se desenvolvem e expandem, o ego também desenvolve seu vigor e capacidades”. Então, uma vez nessa comunidade interna, reorganize-se metodicamente conhecendo cada milímetro desse labirinto pessoal, todas as suas particularidades, pois afinal de contas tudo isso é você, e o mundo atualmente não está para brincadeiras, a insanidade foi cultivada em larga escala, e se você tem algum resquício desse lixo ideológico dentro de você, saiba, será eternamente inconveniente conviver com isso. Não se alcança o equilíbrio com extravagâncias artificialmente produzidas para conduzir a um destino artificial.


Oportunamente e sem nenhum resquício de circunstancialidade se apoderaram de você. O colocaram numa bolha de símbolos produzidos para limitar seu desenvolvimento, direcionando sua intelectualidade a um propósito definido. Não mais entender o mundo como ele deveria ser naturalmente, mas sim de acordo com um padrão estabelecido de sociedade coletiva, onde nem você é dono de si mesmo, e ainda assim vai desejar esse encabrestamento animal na sua vida. Você foi engarrafado e não se deu conta disso, e ainda critica quem mostra seu perfil delimitado por um padrão. Uma pergunta pertinente: se a sociedade vai se reorganizar, vai redefinir seu padrão existencial, você jovem agora, quem cuidará de você no futuro? Meus avós foram assistidos pelos meus pais, eu fui amparado pelos meus filhos no momento mais crítico da minha vida, onde flertei com a morte de maneira intensa, e você jovem progressista? Uma vez que não terá filhos, seus pais morrerão, e neste momento, será o Estado que lhe estenderá sua “poderosa” mão? Considere um intervalo por favor, vou sair um pouco do contexto para rir. Bom, voltei, e agora que nesse seu mundo não existe mais a família, para lhe passar valores e padrões humanos de comportamento, sua coisificação estará completa. Votando a Jung nas palavras do Dr Murray Stein: “Na primeira metade da vida, o principal projeto consiste em desenvolver o ego e a persona até ser atingido o ponto de viabilidade individual, adaptação cultural e responsabilidade adulta pela criação dos filhos”. Assim, como você jovem coisificado por progressismo socialista não terá família, nessa sua metade de vida, se é que podemos chamar isso de vida, seu ego não se desenvolverá. E isto é muito grave e incapacitante, traduzindo, você será inviável individualmente. Sem adaptação cultural e sem responsabilidade adulta, o que você será na realidade?


Voltando mais uma vez a citar Jung: “O que é universal, porém, e portanto arquetípico, é toda e qualquer cultura espera e exige da pessoa jovem a realização do desenvolvimento e adaptação do ego à cultura a que ela pertence”. Então, como você foi coisificado não terá ego e assim sendo não será possível se integrar ou se adaptar a nenhuma cultura que vier existir nesse seu futuro supostamente idílico e sem diferenças. Eu acredito que ainda é possível uma reversão neste miserável quadro existencial que envolve seu quase certo destino. E isto não passa por assimilação de informação que certamente você resistiria em absorver, mas sim por um diálogo interno entre seus particulares eus. E que surja nessa conversa íntima e muito interiorizada a percepção que algo não está certo na condução do seu destino, a consciência de que você como ser humano merece muito mais do que estão lhe oferecendo, e que sim, você tem direito a ter sua vontade individual respeitada por mais incoerente e desalinhada com o padrão possa ser. Porque afinal de contas liberdade é isso, ter o direito de conduzir a própria vida do jeito que bem lhe aprouver. Perdendo, vencendo, errando acertando, mas unicamente por sua própria decisão e não por uma programação feita por terceiros que jamais saberão dos seus verdadeiros anseios e sonhos mais íntimos. Não é errado ter uma opinião que entre em conflito com todo um restante estipulado, errado é não poder ter essa opinião exposta e ao contrário, de fato reprimida por determinação de uma escolha de quem você não sabe nem quem é. Mudanças de contexto só devem ser admitidas dentro de negociação e convencimento, qualquer coisa fora disso estaremos assim tratando de arbítrio, de ditadura e imposição pela força. E destoar do lugar-comum nos faz humanos. A diferenciação garante a diversidade, e afasta assim a estagnação que sempre converge para o colapso certo na monotonia dos termos insanos do controle. A força da vida sempre encontra uma alternativa para fugir da insanidade comportamental de tempos sombrios proporcionados por aqueles que se acham especiais.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992. CRA – RJ.



Citação: Jung o mapa da alma de Murray Stein. Editora Cultrix.


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