terça-feira, 20 de junho de 2023

Artificialidade concreta.

                                              Foto de Rajukhan Pathan by Pexels Free.




 

Artificialidade concreta.



Supostamente em alguma fração hipotética de um momento ficcional construído com conjeturas em forma de parábola assimétrica quanto a realidade presente, temos evidenciado neste contexto louco a possível condenação de alguém por um ato que por ser um ato não realizado, mas que poderia ter sido, materializa holograficamente o delito justificando a condenação. Está certo que o elemento alvo dessa ação se trata de um imbecil, pois se existisse vontade real o faria, e não performaria uma imagem de decisão onde nada existia de vontade concreta. Ao gargantear e aspergir perdigotos valentes sem determinação adequada, umidificou hipóteses que sabia de antemão serem impossíveis dentro do cenário que o cercava cheio de pusilanimidade, recatos e receios do principal grupo com o qual poderia contar para essa aventura. E aqui nada de depreciativo há no termo aventura, porque de aventuras se constitui a história, grandes transformações da civilização se devem a ousadia de aventureiros e sua tenacidade de aplicar esforços no que era considerado impossível. Não houve temor por consequências, não existiram pruridos e nem pudor para praticar o ato de transformação da realidade onde a coragem e a determinação foram a base do deslocamento temporal de atitudes transformadoras. Sem coragem, não se bebe nem um copo d’água de manhã. E tudo isso nos leva ao cenário kafkiano atual, onde provavelmente uma ação não realizada mas presente em ensaios não concluídos irá assim condenar alguém, não pela capacidade, mas pela ausência dela, pela ausência de determinação e foco no que realmente importa, a ação. Nossa tradição construída em pusilanimidades consuetudinárias com hábitos perversos e usualmente interpretada com carinho por feiticeiros jurídicos, onde a plasticidade fluida da interpretação legal se adapta ao formato da ocasião, não permitirá que o devaneio de um fanfarrão passe incólume, ele pensou? Crime praticado. Cuidado com o que você pensa viu? A inconsistência material de uma forma de pensar não serve mais de escudo protetor para uma condenação, porque hoje a lei pode te buscar mesmo no profundo inconsciente do seu ser e lhe condenar por uma extravagância usual dos seus sentidos ocultos mesmo fora de sua atual percepção real.


Não se preocupe, estamos em momento de transição, em breve todos estes juízes estarão desempregados, a inteligência artificial os colocará na prateleira a obsolência, algo que trabalhe muito melhor com regras estabelecidas e gerencie obviedades de maneira mais correta os substituirá implacavelmente, assim como substituirá todo e qualquer elemento que não possua algo bem diferenciado e importante para a nova sociedade que se avizinha. Na verdade, toda essa confusão social e cognitiva apenas demonstram o final de ciclo da nossa civilização. Quando os valores mais determinantes de controle do convívio social começam a colapsar por interpretações exóticas e excêntricas, algo na estrutura chegou ao fim de seu ciclo e vai desmoronar para dar vez a um novo momento no tempo, entre as urdiduras do espaço que nos sustenta. Nosso contexto pulsa descompassado como os últimos suspiros de um tempo histórico que se consumiu implacavelmente até as bordas da razão. Não há mais combustível lógico para sustentar o momento no qual se impõe a escassez de sentido. E sem sentido, sem propósito não há vida. E dentro dessa desorganização social encontramos a aglutinação de tendências, como a ação de um elemento químico adicionado em emulsão para o favorecimento do agrupamento de elementos com afinidade estrutural. Então, temos assim petistas, bolsonaristas como principais vertentes, e outros diversos grupos de acordo com a afinidade política e grau de entendimento da realidade, e claro, não poderiam faltar os que intitulo de neo-anarquistas, aqueles que atacam tudo e todos no espectro politico, não revelam preferência por ninguém, mesmo os novos postulantes a qualquer cargo ou função política. Como o famoso ditado dessa tendência: “hay gobierno? Soy contra”. Essa turma bate firme em qualquer um com pretensões políticas mas nunca revelam seu amor verdadeiro. Eu pessoalmente considero o anarquismo desestruturante e destrutivo quanto a organização social. Não contribui verdadeiramente para avanço e aperfeiçoamento político nenhum, apenas, pois a sociedade sempre vai convergir para alguma forma de governo que a controle, o controle de animal gregário ou a democracia, onde o indivíduo é valorizado, e ao anarquizar o ambiente, adivinhem que sistema politico sai favorecido? Sim, o regime de opressão, de controle e de infâmia contra o cidadão, a menor fração social e a mais frágil. Em ambiente turbulento e desorganizado, este é o que mais sofre e em alguns casos é até eliminado para o conforto dos que governam. Ou seja, apostar politicamente na baderna generalizada, na ausência de comando é contraproducente em relação a civilização. É uma opção válida no espectro politico, mas essa liberdade, que deve existir de escolher até não ter escolha deve ter sua avaliação entre seus membros e de adeptos. Não existe agrupamento social sem comando, nem na época dos caçadores coletores. A hierarquia social em grupos de humanos se apresenta com algo completamente natural de origem.


E assim mesmo dentro dessa artificialidade concreta do nosso cotidiano de textura bizarra e surreal existe a necessidade de uma ordem mínima e praticamente natural, embora todo o nosso contexto não contribua para isso. Mesmo no hospício há de se ter alguma ordem, o mínimo para a estruturação desconexa de um ambiente insano, porém minimamente funcional. A falta de um controle mínimo gera o vácuo de poder onde as atrocidades mais cruéis se refestelam com os corpos dos inocentes. E aqui voltamos a crueldade de ser irresponsável com o que é um bem comum, a democracia. Ao se propor capitanear uma mudança política e portanto social em um país, se faz necessário ter propósito consolidado, um objetivo sólido e que não será abandonado pelo caminho na primeira dificuldade ou confronto com as forças opositoras, a tenacidade na construção dessa nova realidade tem de ser completa, sem hesitação ou temores que provoquem recuo e corrida para acordos sombrios para sobreviver. Se lá no início ficar evidenciado que não dispõe de apoio das instituições para realizar o plano inicial, adapte-o com responsabilidade, realizando uma flexibilização plausível sem conceder terreno para o inimigo, se a estrutura é realmente fraca, covarde, está totalmente e irreversivelmente contaminada nem comece. Sem um bom alicerce nenhum projeto vence. Não serão fanfarronices e ilusões e joguinhos psicológicos infantis que irão assim construir verdadeiramente um país. E cá estamos nós nesse momento absurdo, onde alguém provavelmente será condenado por possibilidade e não por ação. O jogador irresponsável será punido pelo blefe que não realizou, mas pensou. No fim não deixa de ser irônico, punição por ação imaginada e não cumprida, talvez evite no futuro o surgimento de palhaços performáticos que prometem e não cumprem suas palavras. O teatro ficou perigoso.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


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