domingo, 7 de janeiro de 2024

A propedêutica da epístola atormentada.

 

                                                     Image by Gerd Altmann from Pixabay.



A propedêutica da epístola atormentada.



Olá amigos desse universo inusitado entre augúrios e sentidos cíclicos de uma combinação descontinuada de propósitos vazios. Talvez o nada fosse mais objetivo, mesmo nada sendo poderia enfim, oferecer algo melhor do que a nossa realidade. Pois classificar o que acontece hoje, e ter a certeza corrosiva que o vilipêndio virou rotina e onde a moral e a ética se cobriram de desprezo contumaz de uma geração de degenerados. Em torção plena do espaço tempo criou-se uma tragédia cognitiva, revestida com a mais fina folha de absurdo, para que seja tormenta de todo pensamento são. Em simbiose com o mais terrível pesadelo, com interação infame entre absurdos comportamentais, jaz uma civilização, hoje entregue a salteadores selvagens na construção de um arcabouço de delitos e infâmias. As perversões sempre existiram, contidas de forma civilizada em guetos específicos de comportamento, onde tarados de toda espécie satisfaziam seu apetite voraz nas consolidadas sombras e na periferia da sociedade. Acossados pela lei, essa turma se resguardava da exposição pública quanto a sua atividade vil. O ser humano tem seu lado selvagem, todos sabemos disso. E para essas ocasiões de surto instintivo da carne, o recato era a regra. Mas hoje, em nome de uma dita inclusão social e nivelamento de conduta, por baixo certamente, tudo é permitido sob a luz do sol. Não importa se será desconfortável para a sociedade que não divide o mesmo estilo de vida. O errado é você, intolerante, que não permite que um adulto olhe com olhos cobiçosos para seu filho de quatro anos. Ai de você se importuná-lo, o pervertido é claro, com seu conservadorismo. Pensou que ao ser correto, conservador e partidário dos bons costumes você iria ter razão? Não! Não é isso que ensinaram por 50 anos nos colégios e universidades. A alma humana foi condicionada em massa a ser mais “fluida”, quanto a aceitação de perversidades exóticas, e sendo assim, o parâmetro está em não ter parâmetro, vale tudo. Uma hermenêutica difusa se propagou no contexto da realidade para ser tragédia civilizatória, porque é isso que exatamente ela é. Descartamos conceitos estabelecidos por eras de evolução para nos tornarmos experimentação empírica. E por mais que se raciocine a respeito da decadência, as reentrâncias sistemáticas e sinuosas da textura dessa orgia animalesca de conceitos diversos não conseguem ter sentido para um prosseguimento sustentável de civilização. O que nos leva a crer que o projeto é este mesmo, a destruição total. Não há mais hipótese para ser utilizada como premissa, todos os caminhos nos conduzem ao desastre, e isto não é bom. A liquidez do cosmos nos indica um claro desequilíbrio das condições necessárias para um termo sadio de continuidade e preservação de todo o conjunto humano. O oceano de circunstâncias onde vivemos costuma expelir anomalias com uma naturalidade brutal, caso não exista correção de parâmetros. Naturalmente, como uma poesia dos acordes do universo, o conceito se reajusta na frequência correta das reações ao desvio que tenta ousadamente e de forma irresponsável desafiar o que não entende.


A epístola divergente não será preponderante pela natural condição de não ser possível conspurcar com desejos sórdidos o que não admite mácula por ser propriedade básica do universo. Nenhum atalho ou evasiva será possível de ser aplicada contra essa estrutura que nos envolve de forma absoluta, de tal forma que somos apenas partículas sobrenadantes do infinito. Nenhum prolegômeno nocivo será tolerado neste cenário, e a ousadia efêmera custará muito caro a seus incentivadores. Este desfibramento, enfraquecimento estrutural civilizatório terá um preço, e ele não será barato. Nenhum cabedal poderá saciá-lo, pois não será de natureza física e sim comportamental e espiritual. Nenhuma verve sofisticada e açulada servirá de defesa. De onde se infere que tudo estará perdido para os reformadores. Estes que estão aguilhoados em suas certezas carentes de lógica, sucumbirão inexoravelmente sem chance de redenção. A se lamentar apenas o quanto de sangue isso tudo requisitará para seu desfecho. O fim das civilizações não costuma ser tranquilo e com transição pacífica, nossa construção pessoal exige adaptações como Leibniz explica em sua Teodiceia: “Deus acomodou o corpo à alma e antecipadamente fez com que o corpo fosse estimulado a executar suas ordens e com a alma é imperfeita e suas percepções são confusas, Deus acomodou a alma ao corpo, de modo que a alma se deixe inclinar pelas paixões que nascem das representações corporais, o que provoca o mesmo efeito e a mesma aparência como se um dependesse do outro imediatamente e mediante uma influência física”. Aos arrogantes e impertinentes, não há então, como se excluir da criação. Tuas bravatas se sedimentarão e no final serão eliminadas como refugo imprestável como realmente são. Pois uma vez encetado o processo nenhum clamor será ouvido. Sendo assim neste desvio lutamos contra algo que infelizmente não há mais como concertar. Embora mesmo assim estejamos alimentados de esperança, uma tênue percepção que, no limiar, algo possa nos salvar da degeneração completa. Quase uma rebeldia nesses tempos onde o oligofrênico domina e determina as regras do jogo. Porém, pertencemos à luz e nossa missão sempre será causar desconforto às sombras. Com a atitude, com a palavra, com o real procedimento, nenhum exórdio contaminado há de prosperar aqui. E mesmo tolhidos pela insanidade oficial de quimera quadrúpede prosseguiremos com nossas convicções, nossa confiança habita o infinito e tem alicerces em algo perene como mais uma vez explica Leibniz: “Como nós já o mostramos, e como ficará ainda mais manifesto na sequência, que não há nada tão elevado quanto a sabedoria de Deus, nada de tão justo quanto os seus julgamentos, nada de tão puro quanto sua santidade, e nada de mais imenso que sua bondade”.


Portanto, não será a barbárie que nos intimidará nessa margem existencial que nos proporcionou a vida. Lidaremos com os embaraços, mesmo atulhados de sandices, desataremos todos os nós desse contexto, não precisamos de comiseração quando estamos resguardados pelo Criador. Se a missão é esta, foi porque Ele nos presenteou com essa faina e assim prontamente cumpriremos o roteiro mesmo na escuridão dos espaços, porque se atravessar a tormenta se faz necessário, assim a atravessaremos e assim o faremos imbuídos de boa fé.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: Gottfried Wilhelm Leibniz. No livro Ensaios de Teodiceia sobre a bondade de Deus a liberdade do homem e a origem do mal. Editora Estação Liberdade.


A seguir os livros e os links para comprá-los  na Editora Delicatta.


https://editoradelicatta.com.br/?s=gerson&product_cat=0&post_type=product







Nenhum comentário:

Postar um comentário