terça-feira, 26 de março de 2024

O subterfúgio do tempo.

 

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 O subterfúgio do tempo.



E assim aqui estamos, não se sabe bem o motivo e qual a finalidade, mas este caminho, a vida, essa realidade proporciona um banho de sensações, umas terríveis, outras dolorosas, algumas com o sabor do passado e outras tantas com o teor do amanhã. Os momentos reconfortantes e os de desespero também, e a pitada de divino para arrematar a experiência. No fim, vamos embora com todas essas lembranças como carimbos em um passaporte extremamente usado, porque disso tudo se constitui a jornada. Realidades vão se sobrepondo no cotidiano, os abraços das ocasiões são intensos e sempre contam com o inesperado da circunstância onde as ações cobram o resultado de sua mobilidade requerida. No tempo tão profundo em sentidos onde se guarda tanto passado e não se tem ideia de quanto futuro nos resta, nos equilibramos neste presente furtivo onde se cumpre a ilusão de ser no exato momento onde não somos parte proporcional do contexto, mas algo que flutua na densidade ocasional dos desejos. De vontade somos feitos, e para competir por espaço nos conflitamos continuamente para permanecer em evidência nessa estrutura particular de conteúdo e sensações onde nem todas serão plausíveis ou possíveis justamente porque os passos do tempo não sossegam e furtivamente se deslocam continuamente rumo a inexatidão de composições ainda sem maturação necessária para que se apresentem de fato como presente. Estamos assim no controle e fora dele, um estado quântico de ser para tortura do cotidiano, onde podemos construir o futuro ou destruí-lo a depender de ações aleatórias na tecitura temporal dessas tantas ocasiões onde nos imiscuímos metafisicamente para delírio da razão. Para que haja a possibilidade de deslocamento precisamos possuir algo fundamental neste agora; propósito. A determinação por encontrá-lo definirá a dualidade em apenas unidade e estabilizará o momento profícuo do objetivo. A bússola da nossa alma para garantir o deslocamento certo neste oceano de circunstâncias sedutoras que vão nos assediar para absorver-nos em perdição e inutilidade na tempestade de prazeres inúteis que pode ser proporcionado nessa estreita margem de jornada evolutiva. E conviveremos para sempre com a sensação do que poderia ser mas por algum motivo inesperado perdemos o momento, a oportunidade de fazer aquele agora que passou um evento mais crítico e decisivo nessa estrada que percorremos. Ah esse tempo que se desenrola furtivamente sem emitir aviso e nos consome nacos de vida onde se depositam às possibilidades. Então, cada circunstância que se aloja dentro desse perímetro criando a ocasião deve ser valorizado, o sorriso, um olhar de ternura e confiança, aquele abraço gentil e confiante e até um simples aperto de mão, onde se estabelece os laços de uma proporção de confiança na vida. Crie no seu estoque de ações um inventário que lhe traga conforto e saudade, um lugar para onde você possa viajar frequentemente sem experimentar constrangimento e medo, nada lá será hipótese e sim fato consumado, imutável e perene, cuide de seus bens intangíveis, o que tem estrutura material se perde para sempre no pó das eras que se desenrolam. Nada nos parametriza nesse agora e a diversidade desse mundo permite um tráfego aleatório de oportunidades e armadilhas justamente para que o aprendizado se complete. Você vai amar, vai sofrer e vai ser enganado, rejeitado, mas na recomposição está o progresso almejado. Eu adiro a verdade universal onde o pleonasmo é apenas uma redundância normal no trato poético das estrelas, que parecem próximas apenas na ilusão das distâncias inconcebíveis do tecido que ocupam. Lembre-se, se você pode percebê-las, isto significa que você faz parte de algo maravilhoso, então, faça por onde agradecer este presente evoluindo no cenário. Jamais seja desperdício ou hipótese, seja a promessa sublime que a esperança depositou em você.


Nessa confluência turbulenta de energias te deram a oportunidade de sentir, de se reconhecer e assistir ao espetáculo primoroso dessa sinfonia astral que ecoa na profundidade sem fim, não jogue fora o valor precioso de uma vida apenas para satisfazer seu egoísmo, e suas perversidades ocultas na intimidade do vazio que mora nos seus momentos frívolos. Sendo assim, a vida é essa coisa onde nos encontramos, aturdidos, confusos com tanto movimento e contradição que nos leva nos braços do tempo que nos abraça filosoficamente em todos os sentidos para que sejamos o decorrer e não a estática estética de uma estagnação existencial inútil. Para que percebamos a verdade, tudo não passa de momento, de uma ocasionalidade para que exerçamos a delícia de existir e que haja expansão da percepção pessoal do contexto como um todo. Notar-se a si mesmo não é uma tarefa fácil, a maioria não consegue se visualizar entre as metáforas do destino. Não percebe que um sucesso pode ser um fracasso retumbante se não for para somar qualidade espiritual. Transcender qualquer especulação se faz necessário para encontrar o caminho, e a diferenciação específica se fará notar naqueles que realmente entenderam a mensagem, não se trata de tempo corrido e sim do tempo passado, das obras, do resultado que você deixou no percurso como sua marca naquele instante que se foi. O ser humano se constrói no caminho, como uma obra itinerante onde ele utiliza todas suas incertezas como argamassa para se estabelecer de forma sustentável nessa realidade. Abrir a alma para o desafio é o propósito, acumular conhecimento, vencer obstáculos e possuir o sono dos sonhos na profunda noite que sustenta com seus abraços a delícia de ser neste inquestionável agora. E então, revigorado, rejuvenescido nas circunstâncias do amanhã levantar lúcido para uma futura jornada neste espaço. Não é a magia do infinito que lhe impede de progredir e sim o peso das suas indecisões e sua limitação ainda presente como um resquício da aurora que lhe expeliu neste cenário. Rústico de origem, valioso por ascendência, a vida e o tempo irão lhe proporcionar polimento até que sua luz dance no seu reflexo numa inusitada e emocional alegria agitada por toda esperança entregue aos seus cuidados. Da matéria-prima a joia preciosa, temos um caminho para cumprir, voltar a origem, e lá a energia radiante da verdade se acumula infinitamente, aguardando o retorno dos seus filhos obtidos na jazida bruta da matéria. Então, se encontre, se qualifique nesse caminho, o objetivo maior está dentro de você, que foge da verdade. Não se preocupe com a maldade desse mundo que terá fim assim como tudo termina, nada neste plano é eterno e nem a infâmia. Os que se refestelam na desonra, na trapaça, na injustiça com os seus pares de existência, terão seu fim também. Miserável será o destino daquele que propaga a dor e o sofrimento por pura arrogância, o tempo dissolverá tudo até o déspota, não há fuga plausível para sua ação. Uma das mais cruéis armadilhas é a ilusão de permanência, de eternidade neste plano. Aqui, tudo é breve, qualquer coisa desaparece e passa a não ter mais espaço na contagem das horas. Portanto, não se comprometa com os devaneios, a quimera holística; a luz não se interliga com as trevas. Estão em eterna oposição numa dança existencial infinita para composição da totalidade cosmológica e metafísica da estrutura conhecida como espaço-tempo. Não brigue com o óbvio, ninguém escapa deste controle e das consequências de não entender sua estrutura. A esvoaçante massa da qual você é constituído não lhe permite saltar parâmetros além do que está a seu alcance. E assim, resta o banho oceânico de circunstâncias, aproveite bem essa oportunidade, não está a seu alcance conhecer seu destino e os motivos para estar aqui, então, aproveite o hoje para ser feliz, para crescer mentalmente, para amar sem limite, porque o oculto e impenetrável talvez tenha uma história para você após a jornada bem estabelecida.





Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


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