sábado, 30 de março de 2024

Tangenciando o perigo.

 

                                                       Image by Eva Schmidseder from Pixabay. 




Tangenciando o perigo.



Enfim, a modernidade nos alcançou em sua plenitude, temos uma sociedade supostamente mais inclusiva, mais tolerante, onde toda e qualquer atitude está regrada no politicamente correto, homens e mulheres possuem seu espaço reorganizado de forma a que tenham exatamente a mesma atividade e função. E assim, com uma prosperidade gerada nessa maioria colaborativa e produtiva quanto ao progresso e ao enriquecimento, uma vez que todos produzem democraticamente e acumulam o fruto do seu trabalho, o conjunto prospera e a marca da eficiência se torna evidente no cenário de riqueza e prosperidade, onde a partir desse ponto o hedonismo passa a ter espaço e frequência garantida, afinal, o conforto e o bem estar propiciam o desejo a conseguir espaço para ser extrapolado onde não há limite de recursos disponíveis para o prazer. Com o avanço científico cada vez mais, a vida nesse mudo se torna mais prazerosa e menos estafante quanto a trabalho e a geração de entretenimento diversificado para grande parte da população que está incluída nesse segmento social de privilégios. Claro, sempre existirá aquela parcela de excluídos, por diversos fatores: debilidade mental, pré disposição para a preguiça natural em sua personalidade e falta de preparo intelectual para acesso a uma profissão que lhes proporcione vida sustentável e justa. E claro! Também as tradicionais vítimas da demagogia política que promete e não garante acesso a recursos fundamentais para evolução positiva no contexto social. Essa questão, a política predatória, que só pensa em si e nos seus tem efeito devastador nessa camada social mais frágil, o político que se diz comprometido com os mais frágeis mas ao se eleger só faz enriquecer à custa dos seus eleitores. Porque sendo o espelho do povo, o político profissional apenas pensa em acumular prestígio, poder e dinheiro, que se dane o coitado que votou nele, quando puder, e se vier uma lembrança oportunista ele joga uma esmola para o povo. O tempo de visitar a comunidade e de carregar criança no colo já passou. Então, o ocidente não é um mundo perfeito, tem sua periferia com todos os problemas possíveis, gerados por uma elite pedante e desinteressada, mas ainda assim é o auge da civilização até aqui. Não podemos desconsiderar todo o avanço científico, em medicina, em inteligência artificial e todo o restante tecnológico que temos hoje. Portanto, deveria ser seguro quanto ao futuro existencial dessa sociedade, mas esqueceram da outra metade do mundo, onde os costumes e o modo de vida continuam a ser os de mil anos atrás. O mundo onde mulheres se dedicam ainda exclusivamente a parir no mínimo seis filhos, onde um marido pode ter várias esposas, todas colocando no mundo diversos filhos, onde toda a vida e regulamentada em religião e a fé é primordial para se viver em sociedade. O que vemos então? Vemos este mundo transbordar e com isso invadir o asséptico mundo ocidental com seus filhos incontáveis, que certamente irão colonizar o espaço rejeitado pelo cidadão ocidental, entediado com sua existência onde nem sua própria identidade sexual consegue entender mais. Entendam, é uma questão natural, o fértil substitui o infértil, o incapaz de se reproduzir; incapaz por politicas castrantes de comportamento, de emasculação sistemática dos seus homens. Na sociedade ocidental hoje, se prioriza o sexo entre iguais que não reproduzem descendência, na mulher independente e livre das tradicionais tradições maternas, e os que se reproduzem têm no máximo um filho por casal. Qual a chance de uma sociedade assim sobreviver? Quase zero. Temos apenas que contar o tempo no qual a substituição social vai se completar, é óbvio que o lado que se reproduz vai se tornar preponderante a ponto de substituir totalmente a sociedade ocidental como conhecemos hoje. Como o velho lugar comum, não é questão de se e sim de quando. Um ocidente que não procria, que não se reproduz deixará de existir para dar lugar a uma sociedade regrada na fé e nos tradicionalismo de seus costumes, por mais exóticos que possam parecer aos olhos de um cidadão comum ocidental hoje. Não se trata de ambiguidade semântica mas da pura realidade que se apresenta no contexto atual.


Estamos numa época onde mudanças apoiadas nos erros estratégicos de condução social irão assim cobrar seu preço, não estamos mais no campo das hipóteses e sim no recado da mudança de rumo dos costumes de vida e de religião do mundo. Nossos líderes sociais só pensam em poder e em enriquecer pessoalmente com seus cargos, entumecidos de arrogância, não percebem o risco que correm na substituição social que aparece no horizonte. A cultura woke, tão apreciada e expandida aos borbotões pela sociedade ocidental, onde uma juventude frágil e desidratada de valores realmente relevantes quanto a vida em sociedade produziu um ocidente indefeso quanto a uma cultura tradicional e disciplinada quanto aos seus costumes de vida. Hoje, garotos de classe média não têm certeza mais se são masculinos ou femininos, e garotas se esfregam em busca de prazer experimental, na sociedade que se avizinha, isto é crime punido com morte. Poder-se-ia até usar uma tergiversação acadêmica para interpretar isso como um ajuste natural da sociedade, onde se tem algo colapsando e a chegada do processo de correção, seria isso mesmo? A natureza, na qual estamos inseridos possui seus truques brutais de ajuste de conduta. A tecnologia que produzimos e nos envolve também nos fragilizou, nos tornamos dependentes de pequenos grupos de influência, que ditam suas normas esquizofrênicas para toda a sociedade, e assim o tradicional se apresenta para engolir a anomalia social que não se reproduz e se mostra frágil quanto ao prosseguimento da espécie, as vezes as coisas são mais simples do que parecem. Naturalmente, se você não quer se reproduzir, você se apresenta para a extinção natural de sua espécie e do seu modo de vida. Com a religião cristã vilipendiada e desprestigiada, ela que foi a base de sustentação da sociedade ocidental, não vejo meios de sobrevivência para esse grupo hedonista no qual se transformou o ocidente. Toda filosofia do cristianismo foi relegada a um nível de rejeição sistemática por não se adequar mais ao mundo de prazeres e tolerância atual. Considerada desatualizada pelos “gênios” da nova era, não perceberam que estavam desmanchando o principal alicerce de sustentação social de seu mundo. Trocaram a tradição por ideologia, algo mais confortável, porém sem lastro intelectual e tradicional de penetração no inconsciente do grupo social que possui predominância na nossa sociedade. Enquanto o outro lado em questão preserva e até intensifica seus laços com a fé, o que lhes garante unidade de conduta no cotidiano planejado por seu profeta, não será difícil que alcancem a vitória neste cenário perverso de abandono cultural do ocidente. Uma sociedade sem masculinidade não sobrevive. É a natureza colegas, não adianta insistir nesse mundo bucólico de devaneios idílicos onde todos são mansos e biodegradáveis. A realidade bruta da natureza irá se impor para mostrar que os planos dela costumam ter performance brutal no contexto planejado por ela, e não por vocês, que vomitam arrogância holística nesse contexto danificado que criaram em momentos sem juízo. Michel de Montaigne certa vez disse: “Diariamente o comportamento tolo de alguém adverte-me e me previne: o que irrita atinge e desperta melhor do que agrada”. Chacoalhem suas vidas e despertem, essa paz e segurança vai acabar, essa coisa confortável e inclusiva de nossa sociedade agrada mas não conduz a um futuro promissor, é pura tolice, e essa tolice deve despertar os que pensam, pois estes se irritarão com o processo de decadência social que se aprofunda, tem método, faz parte da política destrutiva dos nossos tempos, é insidioso, perverso e visa nossa destruição. O ardil dos infames mora no discurso inclusivo do inaceitável, e assim sendo aceito enfraquece o tecido social, o preparando para a conquista inevitável do adversário. Nas cercanias da aurora o galo canta anunciando a chegada da luz, porque de instinto o fizeram para perceber o óbvio, a luz vem queiram ou não, mas o homem não consegue entender onde está inserido e tenta sempre desafiar a ordem como se lhe fosse permitido manipular a natureza. O desastre o espera no fim desse ciclo.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: Os ensaios livro III, Michel de Montaigne, Martins Fontes Editora.



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