segunda-feira, 3 de abril de 2023

Aquelas palavras que você não quer escutar.

 

                                                  Imagem de Paul Kummer por Pixabay.



 Aquelas palavras que você não quer escutar.



Existem coisas deliciosas de ouvir e outras nada agradáveis, a tendência humana é apenas desejar ouvir palavras aveludadas, gostosas mesmo que nitidamente estejam sendo enganados, a mentira, é encantadora. Normalmente ativa recursos de recompensa em nosso cérebro, criam prazer. Quem não gosta de receber um elogio, embora frívolo mas consistente o suficiente para proporcionar um nítido prazer interno? E de sensação boa em sensação boa temos alguém frágil, que nunca foi contrariado, nunca escutou uma crítica, nunca foi repreendido em nenhuma atitude ou iniciativa. E isso é espelhado no nosso mundo político, a massa comportamental se move sempre para a ilusão proporcionada hoje principalmente não só por vendedores ávidos por empurrar seus produtos goela abaixo do consumidor, mas também no mundo político. E no vício da recompensa, multidões caem em armadilhas confortáveis, produzidas justamente para capturar mansamente desprevenidos, e assim os transformar em objeto de um determinado segmento político. Qualquer segmento, aqui não existe diferenciação, cada tendência possui suas técnicas e táticas. Acreditamos, e me incluo nesse segmento, até porque sou humano e levo comigo todas as fragilidades dessa condição, que em algum momento no passado simplesmente brotou em uma alternativa ao quadro desanimador e asselvajado. E assim sendo fomos em maioria neste rumo, demos um voto de confiança em alguém que se colocava em pronta condição de executar reformas retificadoras de rumos políticos, de discurso contundente, aparentemente com uma valentia acima de qualquer questão, despontou como o favorito absoluto no cenário, e venceu.


Enquanto transcorria o tempo, e alicerçado por uma popularidade avassaladora, de início constituiu uma equipe de excelentes especialistas, gente integra, qualificada e determinada a transformar o país em algo sério de fato, uma coisa que nunca fomos. Tudo parecia lindo, a oposição boçal e burra que havia conduzido o país por longo tempo, e de fracassos retumbantes se contorcia de ódio na sarjeta da derrota inquestionável. Fez uma reforma na previdência, algo impossível para outros governos, e assim estabilizou as contas do governo. Manteve um ministro na Economia que realmente tem qualificação profissional para estar no cargo, no princípio se cercou dos melhores em todas as áreas. Na Educação colocou alguém que realmente enfrentou os inúmeros problemas da pasta, na maioria criados por alienados ideológicos que só se preocupam em mamar no governo, utilizar o dinheiro público para seus devaneios e prazeres. Cortou velhas mamatas do decadente mundo artístico, aquele que não produz mais nada de interessante tem décadas, e assim, dentro da sua incapacidade de gerenciar sua própria vida, precisa de benefícios governamentais para sobreviver ou simplesmente manter a qualidade de vida obtida nos bons tempos. Essa gente, apesar da inatividade, ainda possui uma considerável influência no imaginário popular. Afinal, são artistas populares. Reduziu impostos, enfrentou com qualidade o plano destrutivo mundial conhecido como pandemia. Apesar de ter se rendido politicamente ao criar uma lei de nítida estrutura comunista de opressão populacional ao extremo, no final do processo se saiu bem, melhor do que a maioria dos governos do mundo. Aqui a infâmia mundial foi menos agressiva. No início promissor algo inimaginável aconteceu e foi estranhamente assimilado. Um jogo de força, no momento onde o governo era mais forte. A nomeação do chefe da polícia Federal. Ao não impor sua vontade, no seu momento mais forte, o governo cometeu o erro fatal que deu início a todo o restante do pesadelo. Um governo forte não cede a caprichos de outro poder, ele como executivo, executa e fim. Vai encarar? Vamos para a luta! Vai derrubar um presidente recém eleito e extremamente popular? Tenta. Apenas isso, dê o passo adiante.


Mas nada foi assim, e de recuo em recuo foi eliminando os bons tendo apenas como escudo manter a Economia em boas mãos, todo restante, foi entregue, capitulação geral, e evasivas ocasionais para se proteger, mesmo ainda mantendo uma popularidade colossal. Pautas claramente de esquerda sendo aprovadas aos borbotões, alianças impensáveis com personalidades de passado terrível, traições previsíveis no percurso, e fanfarronice populista com o povo, uma vez que não existia condições de atender ao apelo e a demanda popular. Bastaria baixar o tom, chamar esses artistas e canais de comunicação para uma amigável negociação. Essa gente se vende, não tenham dúvida disso. Com bons e legítimos acordos de financiamento governamental e teríamos artistas e órgãos de imprensa como aliados ocasionais amortecendo a oposição. Nada de corrupção, apenas acordos de patrocínio previstos em lei. Certamente o ambiente seria menos hostil e mais administrável, criaria um terreno perigoso para aventuras de qualquer tipo, isso é fazer política de fato, trabalhar com as circunstâncias moldando-as sempre a favor da situação e em desfavor de quem se opõe. Mas não, ao invés da profissionalização do método político, se preferiu a administração de armazém de periferia, familiar, onde seus conselheiros são seus filhos e seus velhos amigos de juventude. Algo arcaico e improvisado que deu certo na campanha mas não tinha lastro científico para se sustentar como governabilidade de um país. E assim cá estamos, nas mãos dos contumazes boçais e energúmenos supracitados. No rumo de um desastre econômico e social sem precedentes, pois o povo, o povão mesmo ainda possuía um carinho peculiar pelo chefe do grupo que nos governou e agora está de volta. Em meio a suspeitas sim, mas a verdade constrangedora é que uma parte enorme da sociedade tem sim um afeto especial por nosso Macunaíma político. Tanto intelectuais como no povão, a massa votante, se reconhece no perfil característico do elemento, objeto de culto. E este foi mais um erro colossal, não se importar de medir forças com o elemento, mesmo sob ataque pesado de todos os lados da sociedade com abstinência de verbas públicas e das facilidades que o dito cujo sempre proporcionou com fartura. Hoje já se vê manifestação de arrependimento em alguns segmentos sociais, sim, meus amigos, vai piorar muito. Não precisa ter bola de cristal para prever isso, estava escrito nas estrelas, se tomar esse caminho, será só derrota, e sem ninguém e nenhuma instituição para nos socorrer. Tudo foi dessa forma completamente, absolutamente dominado. Foi sim, muita falta de habilidade, o processo doméstico não foi capaz de lidar com a complexidade política do cenário, e trouxe-nos todos até aqui. Então, quem entrou no navio tenha para si sua cota de sofrimento, por escolha ou por desconhecimento, nós vamos para a fúria do mar aberto. Lembre-se de Fernando Pessoa: “Quem quer passar além do Bojador, tem de passar além da dor”. Faça do momento seu abrigo na hora feroz, quando o oceano inclemente desejar beber sua alma, e não esqueça a recomendação do poeta: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992. CRA – RJ.



Citação: Mar português. Fernando Pessoa Antologia poética Ediouro.



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