sexta-feira, 7 de abril de 2023

Exegese hiperbólica.

 

                                                         Imagem de Gunter por Pixabay. 


 Exegese hiperbólica.


Em todo intervalo existe termo e se não fosse assim sustentar estrelas seria impossível nessa malha incidental de eventos aleatórios que participam da nossa construção. O nada é uma ausência de senso crítico que flutua além dos nossos mais delirantes sonhos, que se induzem na camada inferior da compreensão. Pois na urdidura do anseio humano que forma a base da realidade se distribui por superfície na agonia do tear do destino. Então, raciocine na face multifacetada de hipóteses, mesmo as mais absurdas a princípio, pois o universo não se propõe à exatidão de vontades estabelecidas por caprichos humanos. E se for preciso estabelecer o absurdo para reestruturar a realidade, mesmo com toda a dor dos justos, assim ele o fará pois o desnecessário não tem peso existencial neste cenário sem fim. Já não é de todo o desconhecimento que não mais pertence ao amparo da dúvida que uma camada de insanidade encobriu a razão nesse plano circunstancial que ocupamos aleatoriamente nas palavras da criação. E sendo assim, dentro de tantas evasivas aqui estamos, dominados por insanos, na margem mais absurda de eventos inconcebíveis para qualquer padrão considerado normal, mas o que exatamente poderíamos esperar de uma geração fraca e pedante quanto a suas supostas qualidades pessoais, obtidas nas entranhas de um equívoco intelectual vendido como verdade por décadas ao povo? Temos assim o resultado óbvio desse adestramento metódico que condicionou o povo em várias camadas de ódio ao plano natural de distribuição de tendências humanas, criando a diversificação sadia do convívio social. Tudo passou a ser agressivo, o destaque passou a ser crime, a qualidade uma ofensa imperdoável. E sendo assim, um apoio da ciência foi necessário para que todos nós mergulhássemos nessa demência coletiva.


Theodore Dalrymple, o pseudônimo de um renomado psiquiatra esclarece: “o homem não é um animal que resolve problemas, mas sim um animal que os cria”. Então, estamos imersos talvez no maior problema criado pelo homem, algo que recebeu vários nomes, e hoje chamam de progressismo, o que é um contrassenso, pois de progresso não tem nada, possui apenas retrocesso civilizacional. Mas o que poderíamos esperar de uma aberração que ousa se considerar filosófica? Não estaríamos aqui desenvolvendo este raciocínio se ainda existisse na atualidade ao menos um tênue equilíbrio na percepção do que é de fato, real. Nosso renomado psiquiatra ainda acrescenta: “Nossa dívida para com o aperfeiçoamento do sistema de esgotos é incomparavelmente maior que para com a psicologia”. Segundo ele, a psicologia tem uma responsabilidade enorme na bagunça mental os nossos dias, em associação com a ladainha ideológica produziu fragilidades na estrutura da alma humana a ponto de principalmente no processo legal, onde se guardam as leis não ser mais possível enxergar o crime como uma escolha individual e particular mas sim um produto do ambiente social. E ao transformar um delinquente em vítima de uma conspiração de situações sociais perversas, assim despem a culpa do crime do elemento principal da ação e o diluem na sociedade, e então,  temos a ausência da punição necessária para corrigir tendências, que desta maneira perderão o objeto da culpa e o crime ficará sem punição. E ficando sem punição se estimula subliminarmente a sociedade que é possível praticar um crime e sair incólume da ação. O exemplo punitivo foi eliminado. Ninguém tem culpa, e todos tem culpa, e se todos tem culpa, ninguém é culpado. Essa construção social demente abrange quase totalmente o nosso sistema jurídico hoje. E mais uma vez citando Theodore Dalrymple: “para entender as pessoas, não será mais necessário perdoar tudo, pois não haverá nada a ser perdoado, todos se comportarão de maneira razoável”. A própria interpretação jurídica terá eliminado o crime, transformando-o numa anomalia circunstancial de desequilíbrio momentâneo não sendo passível de punição, pois qualquer um, provavelmente, que comete um ato inadequado sob efeito psicológico de circunstâncias inadequadas do passado, o faz inocente de suas atitudes impensadas.


Existe uma mínima possibilidade de uma sociedade complexa como a nossa funcionar assim? Tudo se escora na defesa e na diluição do crime e da atividade criminosa. Até aberrações monstruosas como o assassinato cruel de crianças a golpes de machado pode ser imoralmente atenuado por um jogo psicológico de palavras nas brechas da conjuntura jurídica criado por garantistas dento do mais puro progressismo de estábulo, onde a perfídia das palavras do jargão profissional ocultam a infâmia que reveste o procedimento. Não se preocupem, essa gente nem apresenta rubor na face ao defender monstros, é a lei, dirão eles. Afinal, essa gente foi adestrada, preparada para o fim a qual se destinam, considerar o crime algo que pode ser resolvido com tratamento no confortável divã de algum psicanalista, como se o mal fosse apenas um fortuito desequilíbrio, algo passageiro como uma chuva de verão. O perfil transcendental da alma humana, o além do limite, aquilo que o metafísico trabalha, na refinada miríade de hipóteses comportamentais que nos abraçam no cotidiano existencial, do que é ser humano foi assim completamente, totalmente descartado na análise do ato abominável, que em última hipótese pode ser apenas brutalidade animal de um inconsequente, e por isso necessita de punição exemplar. Pois também do exemplo vive o homem nessa margem vadia da trama constante que nos limita no velho tear do destino. Talvez este pedaço de tecido do espaço-tempo precise ser descartado, e toda anomalia seja apenas um recurso obvio para começar tudo de novo numa ânsia lúdica do universo que sempre procura a perfeição. Nessa exagerada explicação metódica da dúvida que nos envolve. Fizeram um milk-shake de psicologia com Direito criminal e o produto dessa mistura é o criminoso sem culpa.  Cabe a nossa sociedade passiva beber este veneno.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: Theodore Dalrymple Evasivas admiráveis. Como a psicologia subverte a moralidade. Editora Abertura cultural 2017.  


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