quarta-feira, 8 de maio de 2024

Administração e suas particularidades.

 

                                                       Image by Gerd Altmann from Pixabay.




Administração e suas particularidades.




Enfim, chegou o dia que tenho de falar da Ciência administrativa, essa coisa tão afrontada, descartada e dispensada por muita gente. Minha casa por escolha, estava impregnado em mim desde os primórdios a liderança, organizar, conduzir, coordenar, supervisionar, assim, gerenciar atividades e comportamentos em busca da excelência nos resultados. No nosso país existe um desprezo evidente por parte de outras carreiras profissionais ao Administrador profissional. Todos se acham na condição de possuir uma competência nata para administrar negócios, processos e projetos, temos assim empresas administradas por engenheiros, médicos, advogados e até o pipoqueiro em alguns casos. Todo mundo pode comandar, administrar qualquer negócio, prover e cuidar de logística, fazer planejamento de contingência, alocar recursos financeiros e proporcionar controle de custos conforme a estratégia do negócio em pauta, elaborar balanços patrimoniais, demonstração de resultados do exercício, gestão humana de qualificações, projeção econômica plausível dentro do cenário específico para determinada a atividade, usar estatística aplicada na análise das oportunidades possíveis e presentes na estrutura organizacional dos eventos de interesse na corporação. A diversificação necessária para exercer a liderança com qualidade é grande, gerenciamento de qualidade, parafraseando Olavo de Carvalho, não foi feito para homens de geleia. Necessita de formação acadêmica realizada com interesse, e não de maneira indolente, com o teor malemolente da maioria dos jovens universitários de hoje, tem de estudar de verdade, e o estudo não se encerra com o fim do curso, dura a vida inteira. É assim em qualquer profissão, para ser bom no que faz, seja lá no quê, tem de ter compromisso com a pesquisa e com o estudo de forma continuada. Certa vez em uma conversa de internet em grupo um engenheiro de softwares me questionou qual a necessidade de me contratar ou qualquer administrador para a empresa dele, que tem atividade específica e eu não entendo nada do assunto, não sou engenheiro, bom eu tive de mostrar que ele trabalha em bancada, projetando circuitos e processos, eu cuidaria de todo restante da empresa que não fosse especificamente projeto de engenharia. Pessoal, logística de fornecimento, política de desempenho, gestão de recursos financeiros e de estoque de insumos, propaganda e marketing, treinamento de pessoal, política institucional de trafego na malha social, criando importância e representatividade empresarial no cenário de negócios, e a não ser que seja uma empresa de fundo de quintal, para não falir futuramente e criar destaque no cenário econômico, um profissional de Administração é necessário, cada um no seu quadrado, uma empresa saudável não se resume unicamente a uma bancada de protótipos de engenharia, o negócio em si é muito mais complexo, e exige especialização e não improvisação. Mas aqui no Brasil muitos administradores são subempregados, como funcionários de órgãos financeiros, relegados ao ostracismo pois os vaidosos profissionais de outras áreas presumem ter capacidade e abrangência suficiente para abraçar a totalidade empresarial, e neste ponto está a quantidade enorme de falências que se vê. Em relação ao governo federal e ao estadual, também se pode notar a baderna organizacional vigente, onde o ambiente é inóspito para o profissionalismo, acossado por política de péssima qualidade e acordos que não sobreviveriam em ambiente honesto e profissional. Temos também o custo ideológico na atividade, onde, por ideologia se distorce a realidade criando privilégios desnecessários e evitáveis numa planilha de custos séria e honesta. Eu não costumava colocar nessa planilha a posição ideológica da pessoa, mas começo a perceber que, com o recrudescimento da influência ideológica de cunho socialista, bons profissionais perdem rendimento, fazendo uma gestão comprometedora e ineficaz quanto a resultados satisfatórios. A coisa funciona como um freio na qualidade profissional da pessoa assim envolvida em política. Administração de fato e de qualidade requer honestidade, compromisso total com o desempenho positivo e não pode depender da obscuridade política que sempre arrasta o profissionalismo para o pântano das hipóteses heterodoxas dos acordos onde a infâmia é o prato principal.



Podemos até fazer um ensaio aqui de ações comprometedoras a um conjunto empresarial que, mesmo tendo fartura de recursos, não consegue obter sucesso na sua atividade-fim, vejamos futebol. Hoje o futebol saiu do amadorismo ou quase amadorismo para ser uma atividade empresarial de altíssima lucratividade no campo esportivo, como entretenimento de massa, é possível obter um lucro fantástico vendendo produtos e não apenas o jogo em si. Toda lucratividade se reverte em contratações de ótima qualidade, tornando possível montar um elenco fantástico que certamente se traduz em vitórias, em títulos e consequentemente em mais dinheiro, uma cornucópia financeira que vomita recursos sem fim. Qual o melhor exemplo a ser discutido hoje? O Flamengo. Com a maior torcida do país, que consome todos os seus produtos, abastece os cofres do clube a ponto de torná-lo um clube milionário, mas não vence, não convence e troca constantemente de técnico num frenesi intenso por uma qualidade que parece inalcançável. Serão os profissionais escolhidos? Todos eles, que não possuem qualidade? Ou algo internamente não funciona como deveria? Administrar não é para amadores, e muito menos para políticos. O gerente de futebol tem preparo acadêmico para exercer o cargo? Decisões e conflitos internos são resolvidos de forma profissional ou na base do “jeitinho” brasileiro? A coordenação entre todos os departamentos é feita exatamente por quem? Onde está o departamento de psicologia esportiva? A base de sustentação mental de todos que entram em campo. Recursos humanos e relações periféricas são geridos por quem? Boa gestão significa resultado positivo, com um tropeço aqui e ali conforme a rotina da realidade, mas a vitória produto que produzirá títulos sempre chega para quem trabalha certo. E se está acontecendo algo diferente então, algo está muito errado na gestão de futebol. O técnico cuida do treinamento em si do elenco, não é administrador do clube para todo e qualquer assunto que possa surgir, ele pode sim, treinar errado, escalar errado, mas apatia coletiva merece outra abordagem, outra área de especialização específica para entender e equilibrar o ambiente. Isto não é tarefa do técnico, nem do diretor de futebol. E assim temos um clube milionário, com um elenco de fazer inveja a qualquer outro clube, obtendo péssimos resultados em campo. Aplique Administração profissional ou fique pelo caminho, e sendo assim vamos abordar fragmentos de Administração de verdade, para que estimule ao menos a pesquisa nessa área, e assim proporcione qualidade na gestão por parte de profissionais que não são da área mas querem gerenciar. Lembrando que essas coisas são apenas uma insignificância em relação a todo o conjunto. Sugiro que leiam Idalberto Chiavenato, leitura fundamental para Administração. Bom ,vamos a alguns tópicos. A organização funcional é uma das maneiras organizacionais modernas de aplicação em empresas para lidar com o cotidiano e ela define: “A organização funcional é o tipo de estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções. O principio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do Staff”. Ela possui a autoridade funcional ou dividida. Nesse sistema a autoridade se dilui em especialização para se concentrar em qualidade: É uma autoridade de conhecimento. Nada tem de linear, hierárquica ou de comando. Cada subordinado reporta=se a muitos superiores, simultaneamente, porém reporta-se a cada um deles somente nos assuntos da especialidade de cada um. Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados, mas autoridade parcial e relativa, decorrente da sua especialidade”. Este sistema operacional Facilita a circulação da informação no conjunto de decisões estipuladas para a atividade. Trocando em miúdos: “Desenvolve comunicações diretas, sem intermediação , mais rápidas e menos sujeitas a distorções de transmissão. A organização funcional permite contatos diretos entre órgãos ou cargos interessados, sem necessidade de seguir os canais formais e indiretos de comunicação”. Essa metodologia está em aplicação na maioria das grandes empresas que buscam se manter competitivas e com musculatura administrativa para sobreviver na competição de mercado, o mercado não é amigável com os fracos e incompetentes, ele devora o incompetente desatualizado com um apetite voraz na sua eterna filtragem de incautos e preguiçosos. O mercado se autorregula descartando quem não possuí qualidade para estar inserido nele. E sendo assim: “A organização do tipo staff tornou-se o formato estrutural típico das empresas no mundo todo e ainda hoje prevalece na maioria das organizações. Contudo na atualidade, as soluções neoclássicas estão sendo substituídas por um conhecimento mais dinâmico e moderno: as equipes – multifuncionais ou multidisciplinares, autônomas ou semiautônomas - são utilizadas no mundo todo para proporcionar flexibilidade e agilidade às organizações”.



Basicamente a Administração planeja executa e conduz o processo de acomodação confortável da empresa no mercado em acordo com a legislação e com as oportunidades que trafegam no canal de interesse da organização para qual trabalha. O resultado positivo da atividade é a prioridade essencial do bom administrador que tenha o devido preparo para exercer essa liderança específica e inerente a sua formação acadêmica. Temos também a tradicional administração por objetivos. (APO). “A administração por objetivos APO ou administração por resultados constitui o modelo administrativo identificado com o espírito pragmático e democrático da teoria Neoclássica. Surgiu em 1954, quando Peter F. Drucker publicou um livro sobre administração por objetivos, sendo considerado opai da APO”. Prosseguindo com a explanação de Chiavenato: “A APO é um processo em que gerentes e subordinados identificam e negociam objetivos comuns, definem as áreas de responsabilidade de cada um em termos de resultados esperados e utilizam esses objetivos como guias para a atividade. A APO é um método no qual as metas são definidas em conjunto pelo gerente e pelo subordinado, e as responsabilidades são especificadas para cada um em função dos resultados esperados, que passam a constituir os indicadores ou padrões de desempenho sob os quais ambos serão avaliados”. Bom, chega por hoje, para não permitir uma bagunça psicológica na cabecinha de vocês, sempre lembrando que são apenas fragmentos de tópicos a respeito de Administração de fato, essa ciência tão vilipendiada e negligenciada quanto a seu real valor. Recomendo muito que leiam, estudem bem os dois livros incluídos na citação abaixo. Para estudantes de Administração é obrigatório.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.





Citação Idalberto Chiavenato. Teoria geral da Administração. El Servier Editora Campus. E Gestão de Pessoas do mesmo autor e da mesma Editora.




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