sábado, 11 de maio de 2024

A contingência.

 


                                                        Image by Gerd Altmann from Pixabay.


 A contingência.



Então amigos, vamos abordar hoje algo que tem relação direta com Administração. Parece ser uma coisa que ninguém no atual governo conhece, praticou ou ao menos abordou de alguma forma, pois ela fica ali escondida e surge apenas de inesperado e chega geralmente violentando a realidade. O que é contingência? É um fato inesperado, fortuito, uma eventualidade conforme define o dicionário, o pai de todos os asnos como foi conhecido no passado. Se é algo ou alguma coisa que surge repentinamente, ela precisa de tratamento adequado, e para isso precisa de planejamento antecipado de ações para que seus efeitos sejam mitigados, controlados e extintos para que assim se possa voltar a normalidade da rotina de administração da realidade. Antecipação é a palavra-chave, e como se faz isso? Com inteligência e planejamento, deve ser rotina de empresas, e governos, cada um elaborando seu plano de contingência conforme a abrangência da sua atividade. Governos terão de possuir um plano mais complexo, empresas, planos mais setorizados, mas existe escalonamento de abrangência nos dois casos. Claro que a elaboração deste complexo plano fica a cargo da gerência maior e de quem comanda o governo, se não me engano existe um ministério chamado de Ministério de Planejamento. E para isso deveríamos ter profissionais de qualidade nessas áreas para que se construa algo para o enfrentamento da eventualidade, é uma questão de qualidade profissional. O que pode se perceber é que o governo até possui alguns cacoetes administrativos como nomenclatura de procedimento, vejam, organizaram uma sala de comando para vigiar, controlar e perseguir opinião na internet, ora vejam, a sala de comando, ou sala de guerra como se chamava em outros tempos é justamente uma estrutura criada para gerenciar de forma centralizada uma situação. Então, numa situação calamitosa, eles preferem controlar o que se fala do que socorrer vítimas do evento catastrófico em si. Bom, isso deveria ser vergonhoso, mas hoje, sabe como é que é, a surrealidade se intrometeu de forma abrangente na realidade para fazer do todo uma piada. Neste cenário de pintura do Salvador Dalí ou uma obra literária de Kafka prosseguimos então, tentando ser uma lamparina fortuita no contexto esquizofrênico dadaísta que teimosamente procura fornecer um pouco de luz nesse caminho tortuoso, vamos ao planejamento: a própria palavra planejamento já inclui antecipação, Como se inicia o processo? Escolhendo as pessoas que farão parte de uma equipe tipo Staff, - vide minha cônica anterior onde faço essa citação metodológica - no topo a gerência geral, e logo a seguir na escala hierárquica o profissional aglutinador, coordenador do evento, cercado por profissionais especializados nas áreas que serão necessárias no atendimento a ocorrência. Cada um desses profissionais terá comando sobre um segmento da atividade, por exemplo: barcos de apoio sob ordens do especialista. Voos de monitoramento e acompanhamento sob comando de outro especialista em referência a atividade, Resgate e salvamento mais outro coordenador, todos trabalhando em conjunto para um único propósito. E como se chega a excelência de operatividade nessa área? Com treinamento em simulações fictícias, onde se monta cenários aleatórios de catástrofe para avaliar o que seria melhor para cada situação. Mobilizando nessas simulações os recursos antecipadamente previstos e planejados, considerados eficientes para o momento. Nessas simulações se fará o pente fino nos procedimentos, os ajustes onde se elimina aquilo que parecia bom e na prática se revelou dispensável. Um bom plano de contingência deve ser treinado e revisado periodicamente dentro da sua estrutura, para minimizar as surpresas que sempre aparecerão no caminho do evento real, e não preciso dizer que os profissionais envolvidos na faina têm de possuir flexibilidade mental para entender a mudança repentina de necessidade que venha ocorrer em algum ponto da continuidade do atendimento. Engessamentos mentais com procedimentos padrões da atividade normal não são algo que aqui se deva querer, não afetando a segurança de praxe, a versatilidade é a regra. Todo este planejamento fica registrado em um livro que deverá ser consultado de imediato no surgir da necessidade, um guia orientador que dará ao elemento treinado nesses tipos de ocorrência uma base segura de procedimentos, para iniciar o combate à situação contingencial. Uma boa prática de empresas e governo torna a surpresa menos impactante e destrutiva no cenário real de eventos dando um toque profissional onde os escopos em referência serão atendidos com mais eficiência, eficácia e portanto, efetividade de planejamento com profissionalismo que se necessita em ocorrências assim.



A contingência se refere ao inesperado, mas se existir planejamento, antecipação de ações estruturada para o enfrentamento, as consequências de eventos desse tipo podem ser muito minimizadas, infelizmente, nem tudo poderá ser atendido e resolvido, o inesperado muitas vezes é brutal, insano, mas temos que lembrar que, principalmente eventos climáticos podem ser previstos hoje, e assim a antecipação contra o impacto pode sim ser planejada, e algumas atitudes governamentais, se for esse o nível necessário ao atendimento podem ser implementadas de imediato como: a burocracia vigente e praticada por qualquer atividade pública de controle deve ser suspensa. Funcionários públicos de forma geral estão presos em procedimentos, e temem punição se não cumprirem suas obrigações mesmo em situações excepcionais. Assim nesse caso toda regra ou norma deve ser eliminada momentaneamente pelo governo para dar agilidade necessária ao atendimento a ocorrência. Com uma ordem governamental, pedágios, fiscalizações, ficariam inoperantes dentro desse espaço de tempo para não atrapalhar o atendimento às vítimas da catástrofe. Uma única medida que desburocratizaria de imediato qualquer entrave ao fluxo de ajuda, e quem o violasse seria punido, a situação é excepcional e pede agilidade e não o respeito a regras de período normal. Sob supervisão e acompanhamento dessa sala de guerra, seria criada uma supervisão de toda atividade, civil e militar, integradas e discutidas em conjunto para avaliação dos resultados específicos para o resgate e destino dos vitimados pelo evento, apenas verificando se os recursos estão sendo bem empregados e fazendo ajustes se necessários em pontos com conflito, apenas esse grupo teria comando de toda atividade. Não é preciso alertar que as pessoas presentes no comando dessa ação possuem toda autoridade necessária para decidir a respeito de qualquer coisa, e para isso têm de ter preparo intelectual e acadêmico para fazer parte de tal grupo, políticos não devem ser aceitos, aqui é puro profissionalismo e não há lugar para trapaceiros. Ou se corre o risco de ineficácia de todo o processo o inviabilizando totalmente. Como é um caso onde a saúde é um fato importante, um médico deve fazer parte da equipe para os momentos de coordenação de atendimentos das vítimas que se feriram na ocorrência, tudo dentro do Staff de gerenciamento de contingência, como eu citei anteriormente, essas áreas um tanto específicas possuem independência e poder de ação dentro do grupo, onde de forma alguma haja interferência ideológica, a primeira coisa a fazer numa catástrofe é jogar no lixo seu perfil ideológico e mergulhar no combate efetivo do evento que proporciona sofrimento a população envolvida. O governo deve suprir qualquer necessidade desse grupo de ação para o sucesso da atividade ou será negligente quanto aos resultados. Portanto, qualquer hierarquia exterior a atividade fica anulada e não deve interferir na ação principal até que seja concluída, com ou sem êxito. No após ao evento, se deve estudar os motivos de uma região sujeita a este tipo de catástrofe que se vê agora não possuir um sistema de proteção adequada para minimizar os efeitos de uma ocorrência desse tipo, Uma cidade entre rios e lagoas pode eventualmente com uma precipitação pluviométrica anormal ser inundada de forma muito perigosa em alguma ocasião. Onde está este planejamento, e as proteções devidas de estrutura para essa ocasião? Governar não se trata apenas de tirar fotos em eventos sociais e curtir o cargo e o status que lhe cabe, exige profissionalismo, ou ao menos que o governante se cerque de gente capacitada profissionalmente e não dos costumeiros bajuladores e aduladores que não possuem qualidade nenhuma além de ficar lambendo o chefe. Estamos enfrentando uma terrível crise de qualidade, e o resultado se vê de forma incontestável na condução do atendimento ao evento calamitoso que tivemos. A emergência necessita de enfrentamento e somente a qualidade e a antecipação planejada pode fazer isso de forma que o povo sofra o menor impacto possível no desastre causado pelo tempo, pelo clima, mas também por altas doses de incompetência.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


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