quinta-feira, 27 de novembro de 2025

As fagulhas da insensatez.

 

                                                   Image by Tibor Janosi Mozes from Pixabay.





As fagulhas da insensatez.




Então, aqui estamos caminhando nesse nível existencial que propuseram a nós e que temos como opção de jornada. Uns chamam de destino eu nas minhas alegorias fantásticas chamo de trajeto definido antecipadamente para cumprir um propósito previamente acordado com objetivo específico no teatro da vida. Somos apenas uma pecinha que contribui com o todo nesse oceano cósmico de argumentações. Não se apavorem com meu lirismo exacerbado, eu sempre fui exagerado nas premissas ultrajantes da semântica fantástica. Eu adormeço ao flutuar nas margens de um incêndio que as palavras podem provocar. Características e particularidades de um doido varrido, provavelmente, não faço parte da textura daquilo que se considera normal. Mas o que seria da loucura se não houvesse o contraditório, a outra metade para equilibrar a insensatez das chamas que bailam freneticamente no absurdo, aspergindo seus filhotes em forma de fagulhas para corromper o amanhã? E sendo assim, vou oferecendo o que tenho, conhecimento, e um pouco de luz entre os momentos indefinidos de apostasia ideológica que fortuitamente vou semeando em almas comprometidas com a loucura. O meu trabalho é te desencaminhar , te oferecer alternativa, fora dos ditames obscuros onde você vive, e se sente até aqui confortável, como se detivesse toda a verdade do mundo. Pois é isso que a ilusão entrega, o conforto sedoso do engano, uma trapaça mental, psicológica para que ninguém perceba as grades em formação no perímetro de vida. As palavras aconchegantes de igualdade diferenciam seu destino, e te aprisionam numa lacuna oportunista onde teu esforço será conduzido para dar boa vida a poucos. Um lugar exótico onde o inconcebível e inaceitável se tornam parâmetro justo de vida. Sem perceber, ou se dar conta, você passa a elogiar o crime ou o criminoso como se fosse qualidade, e assim em pouco tempo, você será parte desse conjunto de comportamentos inadequados e destrutivos, e ainda achará tudo isso bom. A miséria que lhe aguarda será a recompensa por não pensar e analisar o cenário com critério correto. Bom, não se preocupem comigo ou com que escrevo, estou na periferia literária, abandonado ao ostracismo cultural pelos “inteligentes” da área. Essa gente despreza aquilo que não entende, não os condeno completamente, acredito que muitos não conseguem entender direito o que escrevo, o que seria óbvio dentro do contexto miserável do ensino básico atual.



Mas o produto está no balcão dessa feira ocasional para ser avaliado e consumido, basta ter boa vontade e interesse. Um ser humano sem interesse em adquirir mais conhecimento não está longe de um quadrúpede de corte para consumo em alguma fazenda de criação de ruminantes. E assim nesse incêndio cognitivo que lança suas labaredas ferozes no corpo das almas desprevenidas e preguiçosas o futuro passa a ser completamente incerto e talvez nem exista com algo desejável de caminharmos rumo a ele. O que hoje a ilusão proporciona de conforto ao dar um perfil engajado com as supostas “melhores” causas humanas, será a aflição do abandono completo de um amanhã sem perspectiva nenhuma de qualidade de vida. Então, pertença a si mesmo, Ortega y Gasset comenta a respeito disso: “Na medida em que eu penso e faço, não por evidência própria e individual, mas repetindo o que se diz e o que se opina, minha vida deixa de ser minha, deixo de ser personagem individual que sou, e ajo por conta da sociedade: sou um autômato social, estou socializado. Mas em que sentido essa vida coletiva é vida humana?”. Tudo gira em torno e pertencimento, seja seu, não se ofereça para ser mais um na massa coletivizada, tenha seus princípios e seus valores, o que parece conforto não passa de controle sistematizado para domínio grupal e de condução de grupos dominados para determinado fim, que dificilmente coincidirão com seus sonhos e objetivos pretendidos. Essa conversa que sempre procuro ter com meus parcos leitores ocasionais é para conscientização dos que almejam se libertar desse domínio infame que enxerga o povo como rebanho. Luto intelectualmente com poderes colossais de controle, provavelmente serei derrotado, esquecido mas me fizeram persistente e que aprecia ser inconveniente, aquele que cria confusão. O pouco que conquistei na vida foi à custa de dedicação e persistência. Desafios me incentivam. O pouco que ofereço são parcelas dessa inquietude, que não se conforma com liturgias e procedimentos padronizados e com discursos políticos enviesados com a finalidade da trapaça, se fazer de bom não o é suficiente comigo. Como o magnífico Raul Seixas disse, “eu sou a mosca na sopa, vim para lhe atormentar”.



Desse jeito, ao excluirmo-nos da filosofia da vida, seremos objeto inerte e adaptável para uso de terceiros sem uma vida própria provável que possa assim ser considerada saudável existencialmente para o que pretenderíamos ser. A arquitetura sublime da liberdade terá sido corrompida e no seu lugar será imposta uma animalização brutal de conceitos perversos quanto a natureza do homem. Essa corrupção cognitiva presente na nossa realidade hoje terá um custo imenso para as futuras gerações, um país arrasado , uma elite reduzida vivendo com reis e a miséria sistêmica e perene como herança de uma geração de idiotas passivos que aceitaram a domesticação ideológica imposta a todos. Entendam Ortega y Gasset: “Eis que nossa análise, sem tê-lo buscado nem premeditado, sem precedentes formais – ao menos que eu saiba – nos pensadores, põe em nossas mãos algo desnorteante e até terrível, a saber: que a coletividade é, sim, algo humano; mas é o humano sem o homem, o humano sem espírito ,o humano sem alma, o humano desumanizado”. Não adianta argumentar que uma vida oblíqua terá sucesso se ela não possui o essencial, a esperança dentro desse arquétipo pobre e desidratado para se tornar controle. Sem sentimentos e sensações teremos apenas uma automatização do conceito viver, ou melhor seria dizer, sobreviver. Uma sobrevida para ser útil apenas ao propósito de criar satisfação para terceiros, e nunca para si e os seus. Acessoriamente vivo para complementar desejos outros e proporcionar conforto e prazer apenas para alguns. Fazemos isso agora com a inteligência artificial e com robôs, criando unidades para proporcionar prazer, inclusive sexual.



Não os estamos criando para apenas conforto doméstico e auxilio a atividade de trabalho, dentro dessa lógica, existirão os escravos sexuais nessa área também. Não pense que quem pensa assim, não ousaria fazer o mesmo com outro ser humano também, um objeto de satisfação de suas perversões. O atributo ética não costuma frequentar cérebros devassos. Os extremos são da natureza do homem, de anjo a demônio não há parede divisória entre comportamentos, resta apenas possuir um controle que hoje está cada vez mais raro, o amor a seu semelhante. Se você não vê em outra pessoa alguém igual a você, todo delírio invasivo passa a ser permitido, uma vez que o seu próximo é diferente, e provavelmente será julgado como inferior. Essa característica selvagem ainda presente em nós, gerou a escravidão. São os “outros”, aqueles que parecem conosco mas não são iguais, não possuem nosso pedigree, a nossa origem nobre. Para finalizar esse ensaio, mais ou pouco de Ortega y Gasset: “Agora vemos como a palavra “outros” significa o indivíduo abstrato, isto é, o indivíduo esvaziado de sua única e inconfundível individualidade, o qualquer, o indivíduo desindividualizado; em suma, “um quase indivíduo” ”. Estamos no campo do indivíduo institucionalizado, aquele tipo de gente que foi absorvido de tal maneira pelo ambiente, lugar ou ídolo, o ser que não possui mais sua personalidade, não vive mais fora do ambiente no qual se agregou. Ele hoje, faz parte de algo , um lugar onde definitivamente não pertence, mas vive apenas por isso, como um processo parasitário que lhe dá características próprias do ambiente ao qual se agregou. Na maioria das vezes, não há possibilidade de retorno a uma vida individual normal e independente para essa vítimas, sim, são vitimas de um sistema onde foram enraizados e de onde alimentam seus devaneios nos delírios em camadas fornecidos por quem controla essa fazenda de almas humanas infelizes. Parece o inferno? Talvez seja. 



Gerson Ferreira Filho.


ADM 20 – 91992 CRA – RJ.

Citação:


O homem e os outros. José Ortega y Gasset. Vide Editorial.



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segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Uma notação de circunstâncias.

 

                                                           Image by quaese from Pixabay.




Uma notação de circunstâncias.






Portanto, companheiros, nessa lacuna de oportunidade que nos abriga entre tantos eventos aleatórios e de procedência incompreensível, aguardamos que uma chance sensível e extravagante conceda um óbolo de prêmio a nossa sensibilidade dilacerada por todo tipo de inconveniência política, Pedintes que somos nessa oportunidade estranha onde fomos convertidos em produto com fins de manejo e domínio. Fomos instruídos que: a vida se torna naquilo que fazemos dela, portanto, utilize bons métodos para bons resultados. Mas nesse agora temos apenas a metodologia do abismo, que com sua peculiar característica vertiginosa se impõe na malha existencial, impedindo uma abordagem mais humana e independente. Nos mantemos lúcidos revestidos de recordações, de um tempo onde ainda era possível realizar a saudade como um carinho na alma atormentada. Incertezas, tudo o que temos, o risco flutua na atmosfera corrompida de um período infame, o exagero virou rotina e a falta de ética se converteu em procedimento. Não é um pesadelo, embora, tenha a textura específica de um mau sonho inconveniente. Com a escuridão de uma noite sem lua, perambulamos entre desafios inconvenientes fruto da insanidade semeada com critério por ideólogos na base de um período existencial onde nos situamos, poderíamos considerar que a sorte nos abandonou. Qualquer tribuna ou qualquer órgão governamental tem um militante de prontidão, para executar seu padrão absorvido por anos de alienação oferecida para ser um reformador social. O mal que nos atormenta está em cada gaveta que se abre, em cada rumo que se toma, em todos os poros da pele de uma gente que acredita ser superior por ignorância. A fatalidade hoje é uma certeza, não há mais sequencia lógica em relação a qualquer procedimento. A elevação artificial do imbecil ao estrelato do poder deu a eles o controle da realidade, e essa gente não suporta a que é realmente real, pois estão cheios de certezas erradas e convicções distorcidas no forno ideológico que assou seu entendimento. Vinculados que estão ao erro, não o percebem e até o cultuam como verdade. Um Manicômio a céu aberto onde a escassez de sentido dança em ritmo louco na periferia do que um dia foi uma alma. Em algum momento fortuito chega até ser interessante assistir esse espetáculo, se não fosse trágico, seria divertido, apreciar depoimentos completamente idiotas sendo proferidos como se fosse a melhor qualidade política do mundo, eu apenas aprecio e não interfiro, a transformação e o reconhecimento de que se está errando deve vir da própria pessoa. Apenas a reforma pessoal, iniciada a partir de dentro, pode recuperar o ser humano desse lamaçal psicológico onde estão. Então, no bailado doentio entre sujidades psicológicas parte do povo festeja injustiças não entendendo que alquilo que atinge um desafeto hoje provavelmente vai atingi-los amanhã, basta aguardar, quem viola limites para uns vai violar para outros. O poder sem controle vicia e solicita mais vítimas para o sacrifício no altar da impostura. A festa de hoje poderá ser a tragédia particular de alguém amanhã, a história ensina que em regimes de força até colaboradores são descartados em nome de uma purificação circunstancial, aquela bajulação e entreguismo serviçal não será suficiente. Mas vocês que se entregam a essas práticas não vão se importar, afinal, tudo pela causa companheiro. Liberdade não tem preço, não se negocia por favores ou por ideologia é um atributo natural humano, Baruch Espinosa tem algo a dizer : “Liberdade humana é uma existência firme que nosso intelecto obtém por sua união imediata com Deus para produzir em si mesmo ideias e, fora de si mesmo, efeitos que concordem com a sua natureza, sem que esses efeitos estejam submetidos a causas externas pela quais eles possam ser alterados ou transformados”. Quem retira esse direito do ser humano, a sua particular liberdade, de pensar, de ir e vir de criar, está entrando em confronto direto com o Criador, e isso terá consequências. Seria melhor, nesse cenário não perder as referências, as boas referências de vida social, aquela que não oprime ou policia e oferece espaço para o contraditório e o duelo de ideias e atitudes. Uma sociedade que aceita punição sem crime evidenciado e executado de fato está condenada. Ninguém está seguro nesse ambiente onde direitos fundamentais são flexionados de acordo com o desejo político de alguns. Se torna fundamental que se reforce sempre isso, o risco pessoal, mesmo sendo apoiador fiel de um sistema assim, desse jeito ninguém está seguro, porque parece que muita gente não entende a situação.



Hoje comemorações com injustiças, palavras de ordem e ódio ao adversário, e o amanhã? Lembrem-se, o mesmo método será aplicado a você que hoje sorri. Independente do merecimento ou não, todos merecem uma avaliação justa dos seus atos, de suas atitudes e respeito a defesa, caso tudo prove realmente a ocorrência, condenação em processo justo. O curioso hoje é que a mesma justiça que é tão complacente com criminosos comuns, ferozes por natureza, não permite margem de defesa a quem caiu em desgraça política. Idiossincrasia de um sistema que perdeu a estabilidade necessária para sua atividade fim. Enfim, entre contradições específicas prosseguimos dentro da anomalia, e embora tenhamos a certeza que o sol surgirá mais uma vez amanhã já não podemos dizer o mesmo da nossa justiça e da nossa política, afinal essa gente acredita mesmo que isso vai durar eternamente? O tempo costuma resolver coisas muito mais complexas no seu trânsito eterno e implacável.




Gerson Ferreira Filho.


ADM 20 – 91992 CRA – RJ.




Citação: Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar. Baruch de Espinosa. Grupo Autêntica Editora.  



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sábado, 22 de novembro de 2025

Os registros diagonais.

 

                                                      Image by Gabriela Olar from Pixabay. 





Os registros diagonais.



E assim vamos, neste sábado fim de primavera já com hálito de verão entre surpresas ocasionais onde a excentricidade não pode ser vertical e nem horizontal, tudo que notamos se faz com saltos promíscuos de uma realidade atravessada e incoerente como histórico da boa conduta. O sentido está em não ter sentido, como uma flatulência desconfortável, as ocasiões deslizam de forma impertinente nas reentrâncias da realidade. O foco ou hiperfoco está concentrado em violar a lei e os direitos, e sem isso parece que a vida não tem sentido lógico, e as reminiscências de um passado correto servem de um balcão para suportar estupros legais e atitudes levianas para a satisfação social ousada de desejos perversos. Então, temos por convicção apenas recordações do que um dia fomos, ainda em registro nas páginas ignoradas de uma literatura mais qualificada. Não pense que o amanhã será construído de hipóteses perceptivelmente fáceis de lidar, a ilusão se encarregará de oferecer revestimento para a infâmia. Você será mais um marcado a ferro no rebanho e sorrirá disso, mas finais de ciclo existenciais são assim, são cheios de contradições de obscenidades estruturais e a verdade sucumbe e escorre para os ralos de descarte como chuva torrencial, borbulha nos bueiros das sarjetas da realidade. Como um efeito colateral de tudo isso, estamos reduzindo os nascimentos de novos candidatos à vida nesse lugar, Óbvio, onde o hedonismo se instala não há mais espaço para o nobre desgaste estafante de criar filhos, e muito menos para o casamento tradicional regrado por ética comportamental e sacrifícios evidentes, a suruba eterna é a meta a ser alcançada. Prazer carnal sem limites, genitálias privilegiadas como destaque oferecido, conforto máximo e saciedade para qualquer desejo, por mais bizarro que seja. Exibicionismo, vaidades, luxúria e usura máxima com relação ao seu etilo e propósito. Tudo isso vendido como independência individual de cada um, mas na verdade se trata de um a escravidão aos prazeres ilimitados, não há aqui filosofia, metafísica, ética ou padrão fora de um grande bacanal de sensações. Nossa realidade atual não possui longarinas que proporcionem segurança e estabilidade ao conjunto, vivemos em artificialidade explicita e em algo maleável que se desmancha como uma fruta podre. Claro, tudo isso já existia, não foi invenção dessa geração, mas era criteriosamente oculto conforme o decoro social pedia. Pervertidos e tarados cumpriam sua rotina como sempre porém sem explicitude como cães no cio que não se importam por motivo óbvio com plateia e publicidade. Não pensem que sou santo, mas no meu tempo de juventude sacanagem se fazia com recato e controle, afinal nãos somos cães sem dono. O ser humano está além da animalidade vários degraus acima, embora, haja hoje os que prefiram se animalizar e se comportar como irracionais. Já não há mais a criação de acordes clássicos, apenas atabaques, tambores e ruídos tribais que fazem homenagem a comportamentos animalizados e a crimes em série. Pois não existe mais lastro cultural para ir além disso. A perda de capacidade intelectual será o canto do cisne dessa civilização. Regrediremos, e por fim seremos extintos e substituídos. Enquanto já nascem menos pessoas, e nesse ritmo com o avanço da inteligência artificial e a robotização, em quarenta anos teremos idosos cuidados e assistidos apenas por máquinas. Assustador? Porém o itinerário da vida é esse no momento, em quarenta ou cinquenta anos não haverá quase nenhum humano com capacidade técnica em nenhuma área, tudo estará nas mãos da inteligência artificial. O ensino básico e universitário cada vez mais irrelevante, o conhecimento não estará mais conosco. Os poucos humanos que sobrarem com intelecto superior estarão em nichos específicos de sobrevivência para privilegiados, o cidadão comum? Extinto. Na verdade, essa aculturação foi proposital para esse resultado final, ao desqualificar a maioria, essa maioria se torna inútil e incapaz de produzir resultados dentro de um cenário cada vez mais exigente de especialização. As pessoas simplesmente nem saberão mais a sua origem familiar, todos os traços de nossa sociedade terão desaparecido ou apenas registradas em livros, cada vez mais difíceis de serem lidos por uma população que já terá perdido a capacidade de uma leitura mais complexa quanto a interpretação. Não basta ler, tem de entender o que se está lendo. Neste momento, neste agora já encontramos multidões com extrema dificuldade de interpretação de texto, imagine mais cinquenta anos para frente?


Enquanto o sol brilha nesse momento, trazendo vida ao conjunto do que somos, um espectro de destruição se move sorrateiramente tentando nos destruir, ele foi construído por semelhantes. O que nos leva a conclusão, somos os agentes de nossa destruição. Por vaidade, poder, exclusividade absoluta, ou simplesmente para saciar perversões particulares, o homem como ser humano deu errado em maioria. O bom selvagem de Rousseau é apenas um ensaio delirante, por séculos civilizações provocaram matanças de semelhantes apenas para impor suas tradições particulares ao um povo diferente. Implementar seus costumes pela força, ao que julgam estranho, que para eles era presumidamente inferior. Houve escravidão, submissão e humilhação a milhares de seres humanos apenas por serem diferentes e indefesos, não somos bons por natureza. Existe uma necessidade do nosso lado animal em provocar sofrimento a semelhantes com características diferentes. A vida do próximo não tem valor nenhum em determinadas circunstâncias. E sendo assim, com a perda da cultura que trouxe a civilização, voltaremos a esse período bárbaro de relacionamento. Não espere misericórdia ou compaixão de selvagens. Apenas por flexibilização ideológica tivemos massacres de populações, milhões morreram apenas por convicções de poderosos em algum momento histórico que percorremos. E assim estamos nesse mundo, existindo por descuido da natureza pensando em livre arbítrio, algo hoje contestado por neurociência, o que provavelmente somos não passa de um compilado de informações biológicas acumuladas através da evolução, com instintos e respostas automáticas proporcionadas por informações ancestrais. Complexamente simples e decisivas quanto a respostas e resultados que se pode obter de algo vivo e que se reproduz, como uma bactéria. Não é poético? Lamento, parece que não somos o que acreditamos ser. Nossas reações particulares ao meio ambiente possuem similaridade com organismos simples, num processo repetitivo curioso, com descreve o Dr Robrt Sapolsky: “Quando você começa a se predispor contra um grupo externo só porque ele tem costumes diferentes dos seus, a biologia subjacente a sua mudança de comportamento é iguala de quando uma lesma-do-mar aprende a evitar um choque dado por um pesquisador. Sem dúvida a lesma-do-mar não está fazendo uma demonstração de livre arbítrio quando essa mudança ocorre”. Os momentos biológicos contidos em nós e nos outros organismos proporcionam uma independência ilusória. O indeterminismo no universo é a regra, esperar que nós decidamos o que será pode não ser exatamente o que desejamos e pensamos. O Dr Sapolsky também comenta: “A clássica imagem física de como o universo funciona sempre atribuída a Newton, desabou no começo do século XX com a revolução da indeterminação quântica e nada mais foi como antes”.



O assunto é bastante complexo e aconselho ler a respeito, principalmente este livro desse autor que cito, mas a verdade é que não decidimos nada, hoje nesse mundo da neurociência já se sabe que antes de qualquer escolha que se faça, numa fração mínima de segundo vem um pulso elétrico que define o que você vai escolher. Então, não é você que decide, você está apenas seguindo um planejamento, e um roteiro específico que definirá sua vida e desenhará seu propósito no espetáculo da vida. Vale lembrar que isso não o absolve da responsabilidade de suas decisões, pois se tiver capacidade cerebral de análise, mesmo com um impulso de escolha, você pode desistir de determinada ação ou sugestão. Pessoas menos cultas, com menor capacidade de avaliação se entregam ao que poderíamos dizer, impulsos primordiais. Nosso potencial de análise está diretamente ligado ao conteúdo que armazenamos em nós de boa informação. Quanto mais abrangente e diversificado forem seus arquivos mentais pessoais, maior seu impacto na análise da realidade. E assim subjetivar a percepção como experiência analítica do mundo onde você se encontra. As análises de momento serão mais lúcidas e assim teremos mais impacto na convivência social, quanto mais potência na máquina, mais desempenho, simples.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA - RJ.


Citação:


Determinados. Robert M. Sapolsky. Editora Companhia das Letras.  



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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Margem de manobra.

 

                                                         Image by Eve Gomez from Pixabay.



 Margem de manobra.




Bom, eu costumo frequentar caminhos intelectuais tortuosos, portanto, me siga mas não me acompanhe, sou complicado, você pode perder suas referências existenciais. Mantenha sempre um espaçamento de segurança caso possua conceitos sedimentados, tenho efeito diluente em convicções e isso provoca desarranjo eventual nas contradições e questionamentos que sempre caminham comigo. Suas certezas podem perder consistência nesse novo mundo de propostas que sempre carrego comigo, se está confortável onde está fique por ai não ouse se aventurar nas artimanhas de um mundo novo cheio de propostas complexas que tenho para oferecer. Afinal, se você nasceu quadrado, jamais vai se arredondar. Eu apenas ofereço alternativas para atenuar a monotonia de limites claustrofóbicos, se o espaço lhe agride, volte para sua lata de conservas, e permaneça dento de onde o colocaram e viva institucionalizado nos limites que impuseram a você. Limites, tem gente que aprecia isso, correntes psicológicas que servem de controle de comportamento e de redução na amplitude da visão da realidade, afinal, tanto espaço embriaga aos que não se acostumaram, pois a vida dentro de setores estabelecidos é pequeno demais para a imensidão do oceano de possibilidades que a liberdade real proporciona. Um objeto controlado se sente desconfortável ao se tornar livre, recupere-se, abandone a náusea oportunista de marinheiro de primeira viagem, Sim, eu sei, provoco enjoo nos novatos. A vida é bem complexa e diversificada, e aos que escolhem se prender apenas na aba da história, passam a ter ojeriza ao espaço amplo dos conceitos reais de uma vida sem limitações conceituais onde se pode aprender de tudo, e sobreviver ao turbilhonamento das hipóteses e ainda sair com vantagem intelectual. Não sei exatamente o motivo mas tenho um compromisso inevitável com as palavras, e nos meus arranjos vou distribuindo-as no meu jeito peculiar de apresentação. O universo é grande demais para que você viva dentro de um pacote estabelecido por degenerados com instinto de controle social. Seja único, seja ilimitado, e sem cabresto que o controle, tome suas decisões baseadas apenas nas suas proposições mediadas nos seus particulares padrões de referência moral, e não naquilo que venderam para você como verdade. Eu avisei, essa jornada comigo seria tortuosa, a ânsia sempre aparece quando as questões mais preponderantes se esbarram com a amplitude dos questionamento da razão. Considere-me como Caronte, aquele que vai te levar para o outro lado da realidade, onde seus débitos e créditos serão aferidos para verificação de saldo. O resultado dessa matemática elementar será responsabilidade sua. O que exatamente você fez da sua vida? Viveu sendo enganado, ou parou para pensar? Independentemente da nossa vontade o tempo passa, a juventude é um sopro de energia que se consome e no fim apenas resta a conta para pagar enquanto o garçom coloca as cadeiras sobre as mesas para a faxina final no estabelecimento. Foi bom para você? Diria aquele espectro que lhe assedia com propostas duvidosas fazendo-lhe gastar energia à Toa. Entenda, quem conversa consigo mesmo é esquizofrênico. Você está inevitavelmente só e será responsável por tudo que vier a acontecer com base nos projetos e projeções intelectuais que fez durante a vida. Seu amigo imaginário não cumprirá pena no seu lugar. Restará apenas você, sua bagagem e seus resultados para lhe fazer companhia. Nessa única vida onde estou por enquanto inserido vi mundos distintos, diferenciados e estanques como se divididos por anteparas específicas que limitam o contingenciamento de propostas entre eles. Parte desse período estão nos meus livros, de Nacos de mormaço até Detalhes do dia há um universo percorrido de situações. Onde possibilidades excêntricas trafegaram sem margem de adaptação , mas exigiram pedágio intelectual em cada divisa de transposição para o acolhimento de mais futuro embora ele hoje seja bem escasso. Tudo indica, por enquanto que mais uma etapa virá, mas essa é a incerteza da equação. Conforme Heisemberg não se pode determinar exatamente a posição de um átomo em determinado plano. E assim, constituídos que somos deles, os átomos, não somos certeza para um amanhã legitimado nos termos que conhecemos. Sendo assim, abrigue-se estatisticamente nas possibilidades ocasionais passiveis de aferição. Fuja do controle e flutue nos intervalos dessa imensidão de propostas aleatórias, pense com amplitude nas ocasiões possíveis e não abandone nunca o impossível.


Bom, mas a gente sabe que os institucionalizados, aqueles que de tanto tempo de contato com algo já se transformaram naquilo onde vivem, passaram a ser parte do ambiente ocupado, com o micro-organismos marítimos que se agregam no costado do navio, passaram a fazer parte da embarcação. E sendo assim, defendem a estrutura onde se agregaram, Esse efeito foi abordado no filme Um sonho de liberdade, onde o prisioneiro não vê mais sentido em viver fora da prisão, e no filme Piratas do Caribe, onde marujos velhos se transformaram em craca agregada às tábuas. Assim, são muitos hoje quanto ao mundo político e a ideologia, ou a políticos, não conseguem mais se diferenciar do corpo onde se agarraram. Não existe mais o indivíduo, vida própria, apenas dependência e servidão. Passou a ser apenas um acessório útil para a estrutura base. Algo que pode ser descartado quando se torna inconveniente. Como as cracas de um navio, ela quando se aglomeram em muita quantidade provocam consumo maior de combustível, pois prejudicam o deslocamento. E assim a embarcação vai para o estaleiro remover a placa de micro-organismos inconveniente, assim os políticos fazem com seus aliados. Russel Kirk tem uma boa abordagem a respeito desse problema: “A ideologia oferece uma imitação de religião e uma filosofia fraudulenta, confortando, dessa forma, aqueles que perderam, ou que nunca tiveram, uma fé religiosa genuína e aqueles que não possuem inteligência suficiente para aprender filosofia de verdade”. Conforme eu já citei em outras ocasiões, qualquer religioso que adote discurso socialista, tipo teologia da libertação e versões equivalentes, pastores ligados a políticos de esquerda, são mentirosos ou burros. Ou estão enganado os fiéis ou são incapazes intelectualmente de entender que estas duas vertentes são imiscíveis. Não há como servir a dois senhores antagônicos. No Brasil eu atribuo isso a pura pilantragem, desonestidade com o público envolvido. E quanto ao conservador, o conservadorismo de verdade, ele luta pelos valores estabelecidos e que contribuem para a continuidade civilizacional adequada de sua sociedade, não há espaço aqui para improvisos progressistas desestruturantes quanto a moralidade e metodologia de convivência. Russel Kirk também aborda esse tema: “O conservador em suma, favorece um progresso refletido e moderado; opõe-se ao culto do progresso, cujos devotos acreditam que tudo o que é novo é necessariamente superior ao que é antigo”. Não se faz alterações sociais sem estudo de causa e consequências, sem avaliação dos efeitos que provocará na sociedade ao longo do tempo, o que pode parecer um avanço social, pode se transformar numa aberração incontrolável. Os atributos de convivência de uma população não podem ser tratados como experiência de sociólogos de botequim, que planejam suas modificações em guardanapos nas mesas de bar. E vamos a um pouco mais de Russel Kirk: “O conservador trata de que, em uma sociedade, nada seja totalmente velho ou totalmente novo. Essa é a maneira pela qual se conserva uma nação, da mesma forma que se conserva um organismo vivo”. Sim! Exatamente! Um país é um organismo vivo gigantesco, e hoje vemos que o nosso está muito doente, infestado de parasitas e invasores inadequados ao bom funcionamento interno como corpo saudável. Fazendo uma analogia com a saúde, precisamos de uma vermifugação urgente para que haja sobrevida nessa terra. O tempo passa e a infestação apenas se consolida consumindo recursos de forma agressiva que certamente provocará o colapso desse organismo que sustenta a todos nós. A margem está estreitando para que se condiga uma manobra salvadora.






Gerson Ferreira Filho.


ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citação:


A política da prudência, Russel Kirk. É Realizações Editora.  



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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

O delírio precificado.

 

                                                              Image by Gabi from Pixabay. 





O delírio precificado.




Se nós abandonarmos a custódia da razão e a referência lógica dos bons termos assim mergulharemos na famosa toca do coelho ideológica e passaremos a servir ao ser idealizado por Lewis Carrol, o Jaguadarte. Sim, seguir condições que se misturam com uma “erudição” semântica que adquiriu requinte filosófico para enganar vai levá-lo a um mundo de ousadias e performances de um gato que vira fumaça e de um coelho estabanado, simples, se sua base partiu de um delírio tudo o que vier a ser desenvolvido a respeito do tema será estruturada e construída nessa base surreal. Carl Marx era esquizofrênico. Antes que os caçadores de referências apareçam com perguntas estúpidas leiam o Dr Lobaczewiski na sua obra, Ponerologia psicopatas no poder, onde cita essa condição dele de Carl Marx. Portanto, toda estrutura ideológica que surgiu dele possui essa marca psicológica, claro, não daria certo nunca. Muitos seguiram esse caminho exótico criado por ele, e construíram castelos intelectuais em cima dessa base e se tornaram muito influentes aplicando uma retórica sistematizada na ilusão vendida com um extraordinário revestimento semântico para oculta o óbvio, tudo não passa de um delírio. Algo que fez muitos mergulharem na toca do coelho. A vida é assim, prega essas peças inusitadas, como se fizesse parte do jogo distinguir a irracionalidade da razão. Viver em equilíbrio psicológico real nesse mundo não é para os fracos. Então, quando você pegar algum livro para ler de algum intelectual esquerdista, não se espante com a retórica pesada, o texto quase sem possibilidade de entendimento, os circunlóquios excessivos e as referências em demasia, é proposital, tudo isso impõe uma aura de superioridade para esmagar seu entendimento do que realmente é verdadeiro. A metodologia do caos para causar divergência na compreensão e cansaço na busca da verdade. Com a aplicação de uma textura monótona e coberta de evasivas gramaticais, se constrói um cenário propício à loucura, e a partir de desse ponto já se começa dar valor ao que não o merece. Eu já citei aqui no meu texto anterior o filósofo francês Badiou, o tal, que segundo Roger Scruton criou os matemas e nonsemas, uma mistura de matemática e nonsense, um jogo filosófico de manicômio, e ele tem uma boa obra intelectual, mas cai nesse abismo, o excesso de intelectualidade verbal para ocultar um vazio. O filósofo esloveno Slavoj Zizek trafega nesse ambiente muito bem, analisando este conteúdo produzido para criar alucinação permanente em termos de controle social. Como ele define: “uma falsa realidade social, uma fantasia estruturada para operar no inconsciente que molda a personalidade de tal forma que nem a notamos mais”. Conforme já abordei em outras oportunidades, o processo é similar a religião, uma vez aceito como verdade, se entranha na personalidade de tal forma que dificilmente poderá ser removido, mesmo pelo bom senso. Um socialista é um devoto do Estado, ele possui um deus, e esse deus representa uma estrutura de governo e nada mais, portanto, sempre que encontrar algum membro de alguma religião que adota esse procedimento, ele está mentindo. Não passa de um dissimulado para obter vantagens sociais e políticas. A fé dele é falsa.



Nessa mixórdia de anátemas construídos para controle temos os claros desvios de contexto e expectativas. O real interesse que subjaz na proposta original, se degenera e provoca algo que não faz parte da civilização como deveria ser. O que se obtém é uma atmosfera viciada de resultados vadios e desinteressantes do ponto de vista da equalização almejada para todo o conjunto. Slavoj Zizek tem algo a dizer a respeito desse processo: “Toda “cultura” é, de certo modo, uma formação reativa, uma tentativa de limitar, de canalizar, de cultivar o desequilíbrio, o núcleo traumático, o antagonismo radical através do qual o homem corta seu cordão umbilical com a natureza, com a homeostase animal. Não se trata apenas de que o objetivo já não é abolir esse antagonismo pulsional, mas de que a aspiração a aboli-lo é justamente a fonte da tentação totalitária: os maiores homicídios em massa e os maiores holocaustos sempre foram perpetrados em nome do homem como um ser harmonioso, de um Novo Homem desprovido de tensão antagônica”. Sem oposição não existe liberdade, o antagonismo é o ambiente da liberdade, onde não há o “novo homem” idealizado e surgido da imposição de algo ou alguém. Tudo o que vier a ser construído deve ser fruto de negociação dialética e finalizado como síntese dos propósitos agregados ao corpo da decisão. O esmero máximo e fanatizado em busca de uma perfeição ilusória estabelece uma rotina viciada e delirante, precificando erroneamente o contexto que se espera possuir justiça e ao contrário se obtém a estupidez. O Zizek menciona o romance O nome da Rosa de Umberto Eco que contem um dilema desses na sua estrutura: “O que nos deve incomodar nesse livro é sua tese subjacente fundamental: a fonte do totalitarismo é o apego dogmático à palavra oficial: a ausência de riso, do desapego irônico. Em si mesmo, o compromisso excessivo com o bem, pode tornar-se o pior dos males: o Mal real é qualquer tipo de dogmatismo fanático, especialmente o exercido em nome do Bem supremo”. E prossegue na análise do tema: “Se ficarmos obcecados demais com o Bem e com ódio correspondente ao secular, nossa própria obsessão com o Bem, pode transformar-se numa força do Mal, numa forma de ódio destrutivo por tudo que não corresponder a nossa ideia de Bem”. O socialista fruto do marxismo cultural pega o bem da coletividade, luta por ele, mas sempre alcança a desgraça, a pobreza e a morte, as convicções deles sempre deságuam no sofrimento de povos e nações, em todo lugar que se torna predominante a felicidade, o bem some, sobram apenas em muitas ocasiões montanhas de cadáveres. Obter o Mal trabalhando supostamente para o Bem.



Essa é a essência objeto dessa ideologia, um fracasso continuado onde convictos fieis continuam insistindo em algo idealizado nos delírios divergentes de alguém que não possuía saúde mental. Nosso paradoxo existencial hoje está em como sobreviver a essa epidemia de estupidez cultivada com esmero por fanatizados em um sistema que apenas produz desastres. A estrutura conceitual dessa crença política leva ao abismo, e precisamos com urgência encontrar uma solução antes que toda civilização se perca nas artimanhas doentias que predominam no nosso agora e possivelmente impedirão que tenhamos um amanhã.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.





Citação: O sublime objeto da ideologia. Slavoj Zizek. Civilização brasileira editora.



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domingo, 2 de novembro de 2025

Ausências ressentidas.

 

                                                         Image by Julius H. from Pixabay.




Ausências ressentidas.




Aprendi tem muito tempo que para certas pessoas não existe mais retorno possível da insanidade. Não há o que possa ser feito para um mínimo resgate, uma mão estendida, e em alguns casos pode ser interpretada como ofensa. Então, que se percam e se achem nessa estrutura anárquica de suas certezas deturpadas e nos seus diálogos internos perturbados, apenas respondo se me procurarem, e mesmo assim utilizo a cautela necessária que se deve aplicar com celerados e insanos. Quando alguém vive numa cascata de delírios, não será a razão e a lógica que se sustentarão nesse espaço sem chão. Este tempo de vida me ensinou que perder tempo com a assimetria dos celerados não proporciona conteúdo saudável e até pode lhe causar algum desequilíbrio desconfortável , apenas por aproximação. A estupidez irradia, se alarga no seu perímetro onde se situa, e assim, com relativa facilidade se abriga entre vítimas aleatórias que encontra. Desconforto, sim, uma ausência de sentido , se torna tudo o que resulta de relações viciadas e de encontros desnivelados na tênue trama do tecido do tempo. A sensação de inutilidade perambula nas esquinas do óbvio para talvez tropeçar em algum fragmento de sentido implícito aqui e ali. Nesse verdadeiro somatório de ausências muita gente vive e ainda se acha qualificado para desenvolver teorias e argumentos a respeito de convivência social e governos. Toda essa gente, se é que ainda podemos chamá-los assim, são os seres que habitam o abismo de Nietzsche. Olharam tanto para ele, que foram absorvidos, incorporados pela profunda escuridão e a partir desse ponto, trazendo o abismo dentro de si, apenas as trevas ditam o comportamento. São muitos, estão em todo lugar, em todos os níveis da sociedade. Do elemento mais simples ao mais sofisticado e culto. Não estranhe quando se vê autoridades, com currículo denso e cheios de títulos defendendo absurdos, já ultrapassaram o delírio, passa a ser apenas trafego de contradições em total desalinho com a realidade. Construíram um mundo invertido e vivem dentro dele. O pior, tentam arrastar todo mundo para dento dessa alucinação coletiva. E assim mergulhados nesses dejetos circunstanciais de uma filosofia de esgoto conduzem rotineiramente o cotidiano, agora impregnado de toda sujidade acadêmica possível obtida em currais ideológicos programados para manutenção da infâmia em forma de cultura. Essa gente não entende a vastidão de sentidos onde se encontram, a realidade é como o oceano, um gigantesco ser vivo, onde milhões de formas de vida se abrigam em equilíbrio, e ele, costuma dar respostas devastadoras a provocações ocasionais. Respeitem seu peso específico ou encarem a carga de suas franjas. Porém, tudo isso, toda essa insanidade não brotou instantaneamente para o nosso tormento como uma maldição programada, homens, intelectuais do inferno produziram essa geração de deficientes mentais. Entre esses intelectuais está Alain Badiou, maoísta, bom, o que esperar de alguém que se considera maoísta? Toda erudição e bagagem de conhecimento foi parar no lixo da história do pensamento humano. Ele produziu segundo Roger Scruton; nonsemas, uma mistura de nonsense com matemática, algo psicodélico no ramo filosófico para encabrestar desavisados. Analisando a obra de Badiou, mesmo superficialmente nota-se erudição e bom conteúdo filosófico. Recomendo a leitura das obras dele, afinal, mesmos os esquisitos e fora dos trilhos merecem atenção. Mas particularmente posso afirmar que não se deve misturar a exatidão matemática com a imponderável filosofia. Elas são conflitantes no termo da inflexibilidade com a maleabilidade característica da filosofia e da metafísica. Experiências nesse meio podem criar desequilíbrio na estrutura de raciocínio, grande o suficiente para se acabar acreditando em socialismo. Ausentar-se da expansão do conhecimento geral produz lacunas ressentidas no perfil cognitivo e pode fazer todo o conjunto desmoronar no abismo das contradições que fervilham nas mentes sem amplitude necessária para conter a reação desse conflito de ideias. Os temas desenvolvidos por Badiou se apresentam como Roger Scruton define: “Mas, em vez de uma explicação, transforma a matemática em matema, inserindo fragmentos de nonsense – nonsemas, como poderíamos chamá-los – entre os símbolos”. E prossegue mais adiante na sua análise: “Os matemas não estão lá para oferecer o tipo de suporte indubitável que somente a matemática pode oferecer, mas para criar a impressão de rigor em sua ausência. São usados para concedera frases como esta: “ Se a ideia do não ser abre nenhuma verdade – porque uma verdade não é, mas se revela de a verdade indecidível suplementação – ainda há um ser de verdade, que não é a verdade; precisamente, é o ser da última”. Nonsemas e matemas ficam lado a lado em uma mixórdia separadas e mutuamente irrelevantes”. Assim se constrói o distúrbio cognitivo, com uma salada de palavras desconexas e que ultrajam o bom senso.




Mas não podemos deixar de fora outro artífice do desastre social, este muito mais conhecido do público de forma geral; Antônio Gramsci. Este foi o artífice do aparelhamento, a guerra sem armas, por ocupação intelectual através do domínio do sistema cultural, das artes e do ensino. Todo essa pelegada que assistimos trabalhar hoje sob as diretrizes socialistas receberam influência direta dele, a destruição política de países ao se dominar completamente a área da cultura. Todo esse progressismo vagabundo e desmoralizante é proveniente desse único homem e seu desenho de controle social. Desse ponto de vista, ele foi vitorioso, tudo o que planejou foi implementado e temos hoje o desenho de sociedade exatamente como ele planejou. Ele e tantos outros construíram essa realidade infame, onde o errado passou a ser o certo, onde não existe mais ética. Para dar mais densidade e conhecimento ao contexto vamos a mais um pouco de Roger Scruton: “Alguém capaz de escrever como Badiou claramente perdeu todo o senso de crime. Assim como para Hobsbawn, Sartre, Lukáks e Adorno, o crime para Badiou não é crime, se o objetivo for a utopia. A apologia, é claro, é mais longa do que os fragmentos que escolhi. Mas demonstra o notável estado mental que os nonsemas de Baldiou fluem. Ele está nas garras de um comprometimento total com algo irreal”. E assim amigos, espero ter oferecido uma boa amostra da miséria intelectual onde estão mergulhados nossos atuais líderes, não espere racionalidade nenhuma dessa gente. Eu ofereço o caminho para que vocês entendam de onde surgiu tanta bobagem, mas recomendo aprofundamento no tema lendo os autores citados. Não apenas esse texto, em todos os meus textos em ofereço conhecimento, cultura fora dessa miséria intelectual da atualidade, façam bom proveito.






Gerson Ferreira Filho.


ADM 20 – 91992. CRA – RJ.




Citação: Tolos, fraudes e militantes. Roger Scruton. Editora Record.



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domingo, 26 de outubro de 2025

A ambiguidade circunstancial.

 

                                                         Image by Pete Linforth from Pixabay. 




                

A ambiguidade circunstancial.



Aqui estamos nós imersos em aflição desse momento onde a imbecilidade domina e se agiganta continuamente com a força de um evento natural catastrófico que apenas entregará escombros materiais e psicológicos da pujante civilização que um dia conhecemos e atribuímos a ela o ápice da humanidade. O nosso período existencial parece ter sido condenado ao triunfo da estupidez conforme citou o neuropsicólogo Sebastian Dieguez. A época das bobagens potencializadas para que pareçam cultura relevante mas na verdade são pura decomposição acelerada de reais conceitos que se fragmentaram nas ocasiões mais insanas da gestão humana dos melhores atributos do homem. Portanto temos a bulshit, bobagem institucionalizada com regalia ao aziago momento para distribuir o atraso no ambiente discursivo programático para destruir o pragmatismo intrínseco natural dos sensatos. E assim, todo nós que ainda resistimos, estamos alojados no receio e no temor, pois insalubre se faz o receptáculo existencial que nos ofereceram em circunstância para existirmos. O Dr Sebastian Dieguez acrescenta: “Poderíamos considerar como amplamente equivalentes os ternos tolice, burrice, babaquice, imbecilidade e estupidez, mas com já dissemos, vamos nos preocupar em discerni-los da simples ausência de inteligência. Diga-se de passagem, parece que um determinado nível de inteligência é necessário para produzir o tipo de estupidez que caracteriza a pós verdade: inventar, defender e propagar coisas estúpidas demandam, na verdade, recursos cognitivos consideráveis, e até dispositivos mentais que exigem bastante energia cerebral”. Essa turma que vemos hoje com poder, não são apenas um nabo, ou uma berinjela, eles pensam também. Para azar nosso, essa gente consegue se estruturar em torno e alguma imbecilidade e a tornam verdade, a verdade deles, e a partir desse ponto, obrigam a todos viverem essa construção metal doentia. Na lógica do idiota, se eu não acredito em algo, este algo é falso, argumentação tautológica do contexto. Redundância continuada de disparates que se retroalimentam eternamente conclusão de Alain Roger, filósofo francês aqui adaptados por mim. O filósofo também acrescenta: “Eis a estupidez desnudada, no seu grotesco conceito de identidade A = A. que não diz nada além do que já tenha sido dito e pensado. Em resumo, a suficiência no seu mais puro estado: eu digo o que penso e penso o que digo, pelo simples motivo de que eu digo e penso essas coisas. E se eu não estiver de acordo com algo é prova de que esse algo é falso, ou ele me é indiferente”. Este tipo de gente está presa num circulo de certezas interminável e repetitivo em sua natureza limitada e pobre. Não há desafio cognitivo, confronto com o contraditório que enriqueça o raciocínio, o que temos são apenas certezas consolidadas no total desconhecimento do que existe além desses limites estabelecidos. Essa turma que organiza seu raciocínio assim está no comando, eles detém o poder, sobre nossas vidas e nossos costumes consolidados na experiência humana através dos séculos. Então, aqui e assim ficamos, banhados em despautério que se mistura com a sensação de pele suarenta em um intenso e cruel verão, aqueles do tipo muito comum nessa nossa região miserável, onde o clima não oferece piedade a ninguém. Apenas te invade e cozinha suas tripas sem a mínima cerimônia e sem pedir permissão. Tem gente que gosta, que aprecia o inferno, o gotejamento do suor sem cessar no chão que nos sustenta. Um lugar forrado de idiotas teria de ser assim, inclemente e fedorento, cheio de odores estupidamente agressivos, apenas para despertar o nojo e náusea de quem e qualquer um e até aqui sem aparentemente ser necessário. O suplicio pertence a nós, o prazer, apenas para a elite, elite não por capacidade, mas por força numérica pois são muitos, são tantos , a ponto de ocuparem todos os postos de liderança e comando. Mas em tudo isso, os poucos que se situam fora desse sistema, fazem por merecer o descaso e a perseguição. Nesse meio não há coesão, colaboração, algo como um cooperativismo intelectual que ajude a criar um protótipo de ambiente onde ideias realmente relevantes para o conservadorismo sejam protegidas e divulgadas. O que há é uma disputa feroz por protagonismo, e quando alguém alcança espaço visual junto ao público, esquece o restante, não há ajuda, indicação alguma que fortaleça o trabalho. A causa não existe quando se alcança evidência, o caminho passa a ser solitário, o restante que se vire com o que tem.  Afinal, nestes casos o dinheiro começa a fluir, entendo. Apenas temos a cada baforada de vento quente um tênue alívio que logo termina em mais um rastro de abandono por aqueles que poderiam ajudar. Afinal, devem pensar esses que se destacaram: perderei meu tempo com insignificância exatamente para quê? O primeiro efeito do reconhecimento público se apresenta no efeito halo. Em um efeito cascata de avaliações das circunstâncias pode-se chegar a conclusões distorcidas da realidade. Faltando assim uma ponderação objetiva do momento e ou de alguém que mereça atenção. A criação de uma falsa expectativa, leva ao receio e a imposição de um juízo de valor equivocado com base em critérios consolidados em situações completamente diferentes. Com a projeção de um julgamento futuro pautado por uma decisão anterior, não se possui espaço de raciocínio de avaliação, criando assim ambiguidade e dúvida. Todo o processo pode levar a um estado de limitação da colaboração devida entre possíveis companheiros de propósito evidenciados por pauta semelhante. Sem análise objetiva, jamais teremos coesão. E este é o erro mais grave de quem se situa no espectro supostamente conservador.



Os socialistas que nos governam agora não agem assim, se comportam como gregários, como colmeia, não há abandono de iguais quando os problemas surgem, ou se identificam alguém com a mesma agenda. O isolacionismo do conservador dificulta um trabalho conjunto e eficiente para propagar suas ideias e seu projeto. Não há colaboração, apenas, em muitos casos uma vaidade extremada que impede o agrupamento e a parceria. E assim sendo caminhamos para um domínio completo do cenário pela esquerda, hoje já identificável com quase irreversível. Alguns um reduzido grupo tem esperança em alguma ação externa que traga um novo desenho político, eu tenho dúvidas. Os interesses econômicos são enormes e tendem a prevalecer, com um mínimo de traquejo diplomático e ofertas de vantagens de impacto financeiro a política se ajusta. Entra aquela conhecida frase cunhada pelo diabo: “a política é a arte do possível”. Dentro desse espectro infame, cabe tolerância para um comunismo tupiniquim, pois, ele estará confinado aqui dentro e o povo? Ora, o povo que se dane, o que interessa é o que o nosso governo vai entregar para ter garantias de permanecer, e a esquerda é boa em entreguismo. Aqui temos a nossa conhecida ambiguidade, aquela característica onde inimigos se unem para obter lucro, vantagem, e de vantagem o brasileiro de forma geral entende muito. Estamos no local onde o escrúpulo não tem espaço para existir. E sendo assim, lamento por todos nós, os que ainda preservam um viés conservador e acreditam num mundo melhor, os ensaios políticos, não nos favorecem. Os estúpidos nos governam, e eles tem um residual de inteligência capaz de entender o risco e avaliar estrategicamente a situação e o cenário. Se ao menos tivéssemos uma oposição mais responsável e verdadeira, sem idolatrias e clubismos talvez fosse possível um futuro melhor.





Gerson Ferreira Filho.


ADM: 20 – 91992.


Citação: 


A psicologia da estupidez. Jean-François Marmion. Editora Avis rara. 


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