quarta-feira, 12 de novembro de 2025

O delírio precificado.

 

                                                              Image by Gabi from Pixabay. 





O delírio precificado.




Se nós abandonarmos a custódia da razão e a referência lógica dos bons termos assim mergulharemos na famosa toca do coelho ideológica e passaremos a servir ao ser idealizado por Lewis Carrol, o Jaguadarte. Sim, seguir condições que se misturam com uma “erudição” semântica que adquiriu requinte filosófico para enganar vai levá-lo a um mundo de ousadias e performances de um gato que vira fumaça e de um coelho estabanado, simples, se sua base partiu de um delírio tudo o que vier a ser desenvolvido a respeito do tema será estruturada e construída nessa base surreal. Carl Marx era esquizofrênico. Antes que os caçadores de referências apareçam com perguntas estúpidas leiam o Dr Lobaczewiski na sua obra, Ponerologia psicopatas no poder, onde cita essa condição dele de Carl Marx. Portanto, toda estrutura ideológica que surgiu dele possui essa marca psicológica, claro, não daria certo nunca. Muitos seguiram esse caminho exótico criado por ele, e construíram castelos intelectuais em cima dessa base e se tornaram muito influentes aplicando uma retórica sistematizada na ilusão vendida com um extraordinário revestimento semântico para oculta o óbvio, tudo não passa de um delírio. Algo que fez muitos mergulharem na toca do coelho. A vida é assim, prega essas peças inusitadas, como se fizesse parte do jogo distinguir a irracionalidade da razão. Viver em equilíbrio psicológico real nesse mundo não é para os fracos. Então, quando você pegar algum livro para ler de algum intelectual esquerdista, não se espante com a retórica pesada, o texto quase sem possibilidade de entendimento, os circunlóquios excessivos e as referências em demasia, é proposital, tudo isso impõe uma aura de superioridade para esmagar seu entendimento do que realmente é verdadeiro. A metodologia do caos para causar divergência na compreensão e cansaço na busca da verdade. Com a aplicação de uma textura monótona e coberta de evasivas gramaticais, se constrói um cenário propício à loucura, e a partir de desse ponto já se começa dar valor ao que não o merece. Eu já citei aqui no meu texto anterior o filósofo francês Badiou, o tal, que segundo Roger Scruton criou os matemas e nonsemas, uma mistura de matemática e nonsense, um jogo filosófico de manicômio, e ele tem uma boa obra intelectual, mas cai nesse abismo, o excesso de intelectualidade verbal para ocultar um vazio. O filósofo esloveno Slavoj Zizek trafega nesse ambiente muito bem, analisando este conteúdo produzido para criar alucinação permanente em termos de controle social. Como ele define: “uma falsa realidade social, uma fantasia estruturada para operar no inconsciente que molda a personalidade de tal forma que nem a notamos mais”. Conforme já abordei em outras oportunidades, o processo é similar a religião, uma vez aceito como verdade, se entranha na personalidade de tal forma que dificilmente poderá ser removido, mesmo pelo bom senso. Um socialista é um devoto do Estado, ele possui um deus, e esse deus representa uma estrutura de governo e nada mais, portanto, sempre que encontrar algum membro de alguma religião que adota esse procedimento, ele está mentindo. Não passa de um dissimulado para obter vantagens sociais e políticas. A fé dele é falsa.



Nessa mixórdia de anátemas construídos para controle temos os claros desvios de contexto e expectativas. O real interesse que subjaz na proposta original, se degenera e provoca algo que não faz parte da civilização como deveria ser. O que se obtém é uma atmosfera viciada de resultados vadios e desinteressantes do ponto de vista da equalização almejada para todo o conjunto. Slavoj Zizek tem algo a dizer a respeito desse processo: “Toda “cultura” é, de certo modo, uma formação reativa, uma tentativa de limitar, de canalizar, de cultivar o desequilíbrio, o núcleo traumático, o antagonismo radical através do qual o homem corta seu cordão umbilical com a natureza, com a homeostase animal. Não se trata apenas de que o objetivo já não é abolir esse antagonismo pulsional, mas de que a aspiração a aboli-lo é justamente a fonte da tentação totalitária: os maiores homicídios em massa e os maiores holocaustos sempre foram perpetrados em nome do homem como um ser harmonioso, de um Novo Homem desprovido de tensão antagônica”. Sem oposição não existe liberdade, o antagonismo é o ambiente da liberdade, onde não há o “novo homem” idealizado e surgido da imposição de algo ou alguém. Tudo o que vier a ser construído deve ser fruto de negociação dialética e finalizado como síntese dos propósitos agregados ao corpo da decisão. O esmero máximo e fanatizado em busca de uma perfeição ilusória estabelece uma rotina viciada e delirante, precificando erroneamente o contexto que se espera possuir justiça e ao contrário se obtém a estupidez. O Zizek menciona o romance O nome da Rosa de Umberto Eco que contem um dilema desses na sua estrutura: “O que nos deve incomodar nesse livro é sua tese subjacente fundamental: a fonte do totalitarismo é o apego dogmático à palavra oficial: a ausência de riso, do desapego irônico. Em si mesmo, o compromisso excessivo com o bem, pode tornar-se o pior dos males: o Mal real é qualquer tipo de dogmatismo fanático, especialmente o exercido em nome do Bem supremo”. E prossegue na análise do tema: “Se ficarmos obcecados demais com o Bem e com ódio correspondente ao secular, nossa própria obsessão com o Bem, pode transformar-se numa força do Mal, numa forma de ódio destrutivo por tudo que não corresponder a nossa ideia de Bem”. O socialista fruto do marxismo cultural pega o bem da coletividade, luta por ele, mas sempre alcança a desgraça, a pobreza e a morte, as convicções deles sempre deságuam no sofrimento de povos e nações, em todo lugar que se torna predominante a felicidade, o bem some, sobram apenas em muitas ocasiões montanhas de cadáveres. Obter o Mal trabalhando supostamente para o Bem.



Essa é a essência objeto dessa ideologia, um fracasso continuado onde convictos fieis continuam insistindo em algo idealizado nos delírios divergentes de alguém que não possuía saúde mental. Nosso paradoxo existencial hoje está em como sobreviver a essa epidemia de estupidez cultivada com esmero por fanatizados em um sistema que apenas produz desastres. A estrutura conceitual dessa crença política leva ao abismo, e precisamos com urgência encontrar uma solução antes que toda civilização se perca nas artimanhas doentias que predominam no nosso agora e possivelmente impedirão que tenhamos um amanhã.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.





Citação: O sublime objeto da ideologia. Slavoj Zizek. Civilização brasileira editora.



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