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Ausências ressentidas.
Aprendi tem muito tempo que para certas pessoas não existe mais retorno possível da insanidade. Não há o que possa ser feito para um mínimo resgate, uma mão estendida, e em alguns casos pode ser interpretada como ofensa. Então, que se percam e se achem nessa estrutura anárquica de suas certezas deturpadas e nos seus diálogos internos perturbados, apenas respondo se me procurarem, e mesmo assim utilizo a cautela necessária que se deve aplicar com celerados e insanos. Quando alguém vive numa cascata de delírios, não será a razão e a lógica que se sustentarão nesse espaço sem chão. Este tempo de vida me ensinou que perder tempo com a assimetria dos celerados não proporciona conteúdo saudável e até pode lhe causar algum desequilíbrio desconfortável , apenas por aproximação. A estupidez irradia, se alarga no seu perímetro onde se situa, e assim, com relativa facilidade se abriga entre vítimas aleatórias que encontra. Desconforto, sim, uma ausência de sentido , se torna tudo o que resulta de relações viciadas e de encontros desnivelados na tênue trama do tecido do tempo. A sensação de inutilidade perambula nas esquinas do óbvio para talvez tropeçar em algum fragmento de sentido implícito aqui e ali. Nesse verdadeiro somatório de ausências muita gente vive e ainda se acha qualificado para desenvolver teorias e argumentos a respeito de convivência social e governos. Toda essa gente, se é que ainda podemos chamá-los assim, são os seres que habitam o abismo de Nietzsche. Olharam tanto para ele, que foram absorvidos, incorporados pela profunda escuridão e a partir desse ponto, trazendo o abismo dentro de si, apenas as trevas ditam o comportamento. São muitos, estão em todo lugar, em todos os níveis da sociedade. Do elemento mais simples ao mais sofisticado e culto. Não estranhe quando se vê autoridades, com currículo denso e cheios de títulos defendendo absurdos, já ultrapassaram o delírio, passa a ser apenas trafego de contradições em total desalinho com a realidade. Construíram um mundo invertido e vivem dentro dele. O pior, tentam arrastar todo mundo para dento dessa alucinação coletiva. E assim mergulhados nesses dejetos circunstanciais de uma filosofia de esgoto conduzem rotineiramente o cotidiano, agora impregnado de toda sujidade acadêmica possível obtida em currais ideológicos programados para manutenção da infâmia em forma de cultura. Essa gente não entende a vastidão de sentidos onde se encontram, a realidade é como o oceano, um gigantesco ser vivo, onde milhões de formas de vida se abrigam em equilíbrio, e ele, costuma dar respostas devastadoras a provocações ocasionais. Respeitem seu peso específico ou encarem a carga de suas franjas. Porém, tudo isso, toda essa insanidade não brotou instantaneamente para o nosso tormento como uma maldição programada, homens, intelectuais do inferno produziram essa geração de deficientes mentais. Entre esses intelectuais está Alain Badiou, maoísta, bom, o que esperar de alguém que se considera maoísta? Toda erudição e bagagem de conhecimento foi parar no lixo da história do pensamento humano. Ele produziu segundo Roger Scruton; nonsemas, uma mistura de nonsense com matemática, algo psicodélico no ramo filosófico para encabrestar desavisados. Analisando a obra de Badiou, mesmo superficialmente nota-se erudição e bom conteúdo filosófico. Recomendo a leitura das obras dele, afinal, mesmos os esquisitos e fora dos trilhos merecem atenção. Mas particularmente posso afirmar que não se deve misturar a exatidão matemática com a imponderável filosofia. Elas são conflitantes no termo da inflexibilidade com a maleabilidade característica da filosofia e da metafísica. Experiências nesse meio podem criar desequilíbrio na estrutura de raciocínio, grande o suficiente para se acabar acreditando em socialismo. Ausentar-se da expansão do conhecimento geral produz lacunas ressentidas no perfil cognitivo e pode fazer todo o conjunto desmoronar no abismo das contradições que fervilham nas mentes sem amplitude necessária para conter a reação desse conflito de ideias. Os temas desenvolvidos por Badiou se apresentam como Roger Scruton define: “Mas, em vez de uma explicação, transforma a matemática em matema, inserindo fragmentos de nonsense – nonsemas, como poderíamos chamá-los – entre os símbolos”. E prossegue mais adiante na sua análise: “Os matemas não estão lá para oferecer o tipo de suporte indubitável que somente a matemática pode oferecer, mas para criar a impressão de rigor em sua ausência. São usados para concedera frases como esta: “ Se a ideia do não ser abre nenhuma verdade – porque uma verdade não é, mas se revela de a verdade indecidível suplementação – ainda há um ser de verdade, que não é a verdade; precisamente, é o ser da última”. Nonsemas e matemas ficam lado a lado em uma mixórdia separadas e mutuamente irrelevantes”. Assim se constrói o distúrbio cognitivo, com uma salada de palavras desconexas e que ultrajam o bom senso.
Mas não podemos deixar de fora outro artífice do desastre social, este muito mais conhecido do público de forma geral; Antônio Gramsci. Este foi o artífice do aparelhamento, a guerra sem armas, por ocupação intelectual através do domínio do sistema cultural, das artes e do ensino. Todo essa pelegada que assistimos trabalhar hoje sob as diretrizes socialistas receberam influência direta dele, a destruição política de países ao se dominar completamente a área da cultura. Todo esse progressismo vagabundo e desmoralizante é proveniente desse único homem e seu desenho de controle social. Desse ponto de vista, ele foi vitorioso, tudo o que planejou foi implementado e temos hoje o desenho de sociedade exatamente como ele planejou. Ele e tantos outros construíram essa realidade infame, onde o errado passou a ser o certo, onde não existe mais ética. Para dar mais densidade e conhecimento ao contexto vamos a mais um pouco de Roger Scruton: “Alguém capaz de escrever como Badiou claramente perdeu todo o senso de crime. Assim como para Hobsbawn, Sartre, Lukáks e Adorno, o crime para Badiou não é crime, se o objetivo for a utopia. A apologia, é claro, é mais longa do que os fragmentos que escolhi. Mas demonstra o notável estado mental que os nonsemas de Baldiou fluem. Ele está nas garras de um comprometimento total com algo irreal”. E assim amigos, espero ter oferecido uma boa amostra da miséria intelectual onde estão mergulhados nossos atuais líderes, não espere racionalidade nenhuma dessa gente. Eu ofereço o caminho para que vocês entendam de onde surgiu tanta bobagem, mas recomendo aprofundamento no tema lendo os autores citados. Não apenas esse texto, em todos os meus textos em ofereço conhecimento, cultura fora dessa miséria intelectual da atualidade, façam bom proveito.
Gerson Ferreira Filho.
ADM 20 – 91992. CRA – RJ.
Citação: Tolos, fraudes e militantes. Roger Scruton. Editora Record.
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