terça-feira, 14 de janeiro de 2025

A maiêutica que nos socorra.

 

                                                              Image by S K from Pixabay.




A maiêutica que nos socorra.



Como citei outro dia para amigos: “A realidade não se curva perante políticas imbecis que procuram satisfazer vontades de idiotas”. Então, precisamos voltar e mergulhar nas profundezas filosóficas da estrutura mental e realinhar no tempo a causa e o efeito, o ato e a resposta da ação, transformar o óbvio em realidade novamente e não mais viver na artificialidade de sonhos loucos que pairam no subconsciente de desajustados mentais, os quais produzem uma realidade paralela danosa e agressiva com o que é correto. Precisamos de um parto de um novo ser, de um novo cidadão consciente da realidade, dos seus reais deveres e de suas obrigações morais e éticas com a sociedade, e expurgar de dentro de si todo conteúdo vulgar e caótico que assim hoje nos governam como estilo de vida. O método dialógico socrático diz que ninguém é capaz de ensinar algo a outra pessoa, que a transformação deve vir de dentro, mas eu sou insistente em induzir, em tentar mostrar o caminho lógico para que direcionado o indivíduo entre dores internas consiga parir um novo ser que seja dessa vez consciente da realidade. A maiêutica faz parte desse método socrático de analise e de transformação social. Literalmente significa parto, parir um novo ser, agora esclarecido, evoluído e ciente da realidade que o cerca. Esse parto se dá, no meu entender, após a inseminação do elemento social e sociável por uma nova ideia de mundo, um novo conceito que se desenvolverá dentro dele e crescerá dominando o ambiente psicológico até que seja parido ritualmente um novo ser pronto para uma nova vida, como uma cigarra que troca sua estrutura para enfim, dar oportunidade a continuação do ciclo da espécie. O ser humano, como citou Sócrates só muda internamente, mas acredito na semeadura da ideia, o implante necessário para o desenvolvimento interno entre constantes questionamentos para gestação saudável de um novo ser. Apenas o conflito de ideias transforma o homem, sem esse conflito a estagnação e o apodrecimento mental se torna uma realidade. Inserir a semente na terra e aguardar a germinação até chegar o ponto de fruto, e o parto do novo ser como colheita. Por que se faz necessário tudo isso? Porque a realidade não se curva perante políticas e propósitos imbecis, e se você não quer habitar um lago podre de razões controversas e sem propósito precisa semear a verdade no inconsciente coletivo e de pessoas que o cercam. Pode parecer desperdício de tempo, perda de esforço em algo aparentemente irrecuperável, mas a natureza é versátil até no trato psicológico e na profundidade dos arquivos do subconsciente humano. Não perca a oportunidade de semear a dúvida, pois somente ela encaminha para o progresso. Duvidar gera o questionamento, a pergunta aparentemente inconveniente que surge internamente gera o conflito necessário para o dialogo entre vertentes e fluxos entre propósitos, o que dialeticamente produz a síntese da ocasião. Um novo produto no cenário provavelmente menos radical e sendo assim sem um textura corrosiva para a realidade. No fim, significa ensinar a raciocinar por conta própria, e não depender de discurso externos para justificar comportamento e tendências absurdas e conflitantes e disruptivas com o que é real. Giovanni Reale esclarece: “Sócrates nada escreveu. Para conhecer seu pensamento e avaliar sua importância e alcance, devemos recorrer aos testemunhos dos contemporâneos ou a testemunhos que derivam deles de maneira mediata”. E “A fonte mais antiga é Aristófanes”. A segunda é Platão mas Platão dá um teor muito pessoal ao que mostra de Sócrates, criando dúvida a respeito do que é de quem em obra intelectual. Mas isso fica para a episteme pessoal de vocês a respeito da situação. O que realmente importa não são os fatos genéricos mas a estrutura mental de uma época degenerada. Será necessário trabalhar o inconsciente de muita gente para tentar uma recuperação mental na sociedade que hoje foi corrompida de forma profissional por agentes do caos. Precisamos de um processo de parto e uma nova geração mentalmente sã, preparada para produzir um mundo realmente mais próximo da realidade, e que abandone toda platitude gerada por anos de doutrinação ideológica e de negação do que é ético e honesto. Restaurar a humanidade que cambaleia entre os escombros da normalidade ética tem de se tornar o proposito base de quem tem conteúdo para contribuir para os novos tempos. E apenas a origem filosófica pode lidar com esse desvio mental em curso. Será difícil? Sim! A estupidez veste uma capa de vaidade e costuma ser agressiva quando mexem no seu estoque de razões diversificadas em erros sistemáticos de validação. Lembrem-se o estúpido assim como o imbecil vêm abarrotados de certezas e com esse material ele, os estupido produz algo muito comum hoje, o idiota útil, aquele que se apega em quem lhe alisa a cabeça e promete um premio se for obediente. Este tipo de gente pode ser enganado diversas vezes, que mesmo assim sempre abana o rabo para o dono. Tem alma de cachorro, e geralmente se apega a políticos de qualquer vertente ideológica. A dependência muitas vezes tem origem psicológica alicerçada em carências afetivas familiares que induzem a busca por um pai político adotivo para chamar de seu.



Já perceberam que semear dúvida nesse terrento para ocasionar uma transformação será complicado? Mas a luta é assim mesmo, exige versatilidade e capacidade de convencimento e entrega da semente no inconsciente que em algum tempo de gestação nos dê uma maiêutica gratificante. Ideias são contagiantes, atrativas por possuírem o odor do desafio, Estimule o desejo por raciocinar e entregue a semente. Uma vez alojada ela progressivamente invadirá o labirinto metal do portador até preenchê-lo de dúvidas o suficiente para desalojar a certeza antiga que o portador tem da realidade. E a partir dai a dúvida fará o resto, vai proporcionar a dialética interna oferecendo o conflito saudável entre hipóteses e alternativas até purificar e filtrar um novo ser para surgir em um novo mundo psicológico, não mais escravizado por platitudes arrogantes e discriminatórias. Nós os lúcidos que restaram precisamos emprenhar psicologicamente essa turma toda com o bom propósito, eles resistirão mas agindo de forma dissimulada podemos realizar essa missão. E depois basta deixá-los a sós Carl G. Jung cita: “O paciente deve estar a sós para descobrir o que suporta quando ele não está mais em condições de suportar a si mesmo. Somente essa experiência dar-lhe-á um alicerce indestrutível” e “Algo neles se agarra muitas vezes com a força do desespero, como se eles ou algo neles estivessem na iminência de precipitar-se no nada, caso se soltassem. Procuram um chão firme em que se apoiar. Como nenhum apoio externo é adequado devem encontrá-lo em si mesmos”. Alguma similaridade com Sócrates? Então, mãos à obra, eu já estou fazendo a minha parte, converse, dialogue, entregue sutilmente a semente da dúvida e deixe-os a sós para uma gestação tranquila e que tenhamos êxito nessa missão de resgate.




Gerson Ferreira Filho.


Citações:


Sofistas, Sócrates e socráticos menores. Giovanni Reale. Edições Loyola.


Espiritualidade e transcendência. C,G. Jung. Seleção e edição de Brigitte Dorst. Editora Vozes.



A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.

https://t.me/gersonsilvafilho


A seguir os livros e os links para comprá-los  na Editora Delicatta. 


Lançamento já disponível no portal Delicatta.

https://editoradelicatta.com.br/





quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

O fim do túnel.

 

                                                     Image by Pete Linforth from Pixabay. 





O fim do túnel.



Bom, eu a princípio nem queria escrever a respeito de política, mas algumas coisas precisam ficar registradas para o acervo da história. Finalmente o Estado essa instituição sem materialidade mas com um peso específico esmagador conseguiu finalmente elaborar algo que controle completamente toda e qualquer atividade econômica do seu povo. Através de um útil e descomplicado sistema de pagamentos vai ser possível acompanhar toda movimentação financeira do seu povo, e nesse ponto se estabelece um mínimo aceitável de despesas, de acordo com a renda básica declarada que foi estabelecida em valores irrisórios. Não adianta culpar apenas o atual governo, essa facilidade infame, que pode até ser uma delícia como facilitador de negócios foi criada no governo passado, assim como foi a obrigação pela picada infame que hoje mostra seu impacto na sociedade com jovens caindo mortos aleatoriamente onde se disfarça e se oculta a culpa estatal. Então, a medida passou a ser o assunto principal da população, digo do povo mesmo. Nos barbeiros, na vendinha de bairro, no boteco e até entre peões de obra. É uma resposta interessante pois nunca aconteceu isso anteriormente nesse país. Vivemos em um país peculiar, já devem ter notado que aqui para causar comoção tem de acontecer algo como um desastre colossal em ternos de impacto social. Por que? Quem presta atenção no Brasil sabe que aqui existe na realidade toda uma economia informal que sustenta o povo mesmo nas ocasiões mais complicadas. Vejam, mesmo em crises econômicas, essa e tantas outras do passado, sempre o povo enche as praias em fim de ano e férias. Alugam apartamentos para temporada, bebem e comem de tudo por semanas e claro, boa parte desses recursos vieram de atividades econômicas não catalogadas plenamente pelo fisco. Digamos como exemplo: o homem tem seu emprego, seja lá o que for, ganha razoavelmente bem, mas sua esposa também se vira, trabalha de cabeleireira, e ainda faz doces para vender no bairro, e assim podemos imaginar uma infinidade de atividades econômicas para incremento do orçamento doméstico que em algum momento serão utilizados para melhoria de vida e para um merecido período de férias no litoral, pode ser qualquer coisa, até dirigir Uber ou vender fotos ousadas na Internet nas horas desocupadas, uma fonte de renda adicional muito bem vinda. Vocês entenderam? Essa economia informal, de vender quentinhas, de ser manicure, de vender cachorro quente em fim de semana, de produzir algum artesanato interessante e com isso obter mais dinheiro para seu conforto será agora tributado, pois com a centralização de pagamentos, o controle dessa atividade é possível, e com um teto de lucratividade se estrangula o fluxo de dinheiro permitindo obter nessa atividade que alimenta informalmente o povo com mais tributo. Esqueça o empreendedorismo com opção de melhoria de vida, a atividade morreu. O que realmente acontece? Ora, foi a sociedade que conduziu um condenado por diversas ilegalidades de volta ao poder, o que poderia dar errado né? Como uma sociedade sadia pode prosperar onde o objetivo principal do governo é a vingança? Apoiados em conceitos bolorentos de economia, sustentados por mentiras e desfaçatez elaborada essa gente não tem nenhuma piedade do seu próprio povo. Vão usá-lo como uma laranja, extrair todo sumo e o bagaço vão jogar fora. Não há misericórdia ou empatia, apenas enxergam o povo como um enorme gramado de onde tiram o capim que irá sustentá-los. Colhem sistematicamente sem nunca plantarem para garantir uma nova safra de capim, assim os desertos são criados. A analogia do capim com o alimento deles é apropriada, pois como irracionais vivem cobertos de certezas onde a racionalidade exige avaliação de cenário para criar um futuro adequado ao povo. Mas irracionais não possuem conteúdo sofisticado dentro de si, apenas uma programação básica para que cumpram sua existência dentro de capacidades limitadas e específicas. Um ruminante nasce cresce come capim procria e morre, nada mais por milênios será alterado nessa programação. Serão objetos de uso por quem pensa realmente e terão seu fim determinado pelos seus limites, óbvio, vão virar churrasco. Assim se comportam pessoas sob efeito ideológico, não pensam, e se não pensam não são capazes de organizarem-se e de enfrentarem mudanças. Essa mudança politico econômica tem essa finalidade, transformar toda sociedade em gado, pois um espécie limitada intelectualmente sempre quer um mundo padrão onde qualquer diferença seja eliminada. A diferenciação, a presença de qualificação diversificada agride ao boi que governa. Ele é limitado e por isso todos tem de ser assim, quem é você para ousar ser melhor do que o sujeito que você, sim você escolheu para ser o comandante? Não reclame do nivelamento por baixo, foi opção de muitos, muita gente supostamente intelectualizada, com recursos e privilégios optou por isso, agora aguentem. A presunção de ser inteligente sem ser se denomina estupidez, e ela está completamente abastecida de certezas. E este perfil cria o idiota útil, aquele que lutará bravamente e de forma intransigente para ir para um curral e ainda se orgulhará disso.



Então, aquela doce economia informal que dá sustentação e resistência ao brasileiro vai chegar ao fim. Sob controle legitimado por suas próprias escolhas políticas a jaula foi aberta e o atrativo colocado para conduzir o rebanho para a prisão. E assim caminhamos para o mundo controlado onde apenas uma nata social de privilegiados terão acesso as delícias do mundo. E essa elite não quer dizer elite intelectual não, apenas um grupo oportunista e versátil quanto ao caráter e a honra. Onde perversidades e deslealdades fazem morada perpétua. Dizem que transformações ocorrem nos momentos mais difíceis, onde a pressão social ultrapassa o limite da razoabilidade, assim caminhamos para esse momento. Quem sabe, esse povo que sempre deu um jeitinho para superar crises agora vendo seu jeitinho ser taxado e controlado acorde para uma nova situação que dependa de ação efetiva, ou talvez relaxem e desfrutem do novo ciclo, encabrestados e inutilizados para uma vida de esperanças de futuro melhor. A renda extra vai acabar, o orçamento paralelo não existirá mais, talvez a hora mais amarga crie a energia necessária para escapar. Com tudo bem mapeado para cobrança de impostos, até a pipoca que você vendia nos fins de semana para complemento de renda vai pagar imposto, não se engane, qualquer operação que envolva valores será acompanhada para tributação necessária. Afinal, aviões particulares, iates, vinhos premiados, lagostas, filé mignon e picanha maturada custam caro e a elite tem fome. Aprecie seu angu com taioba acompanhado de um pé de galinha e agradeça a si mesmo por estar com tanto privilégio, parabéns! O túnel finalmente acabou, e nesse fim tem um abismo. Lembre-se: seja feliz com o nada que você tem.




Gerson Ferreira Filho.


A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.

https://t.me/gersonsilvafilho


A seguir os livros e os links para comprá-los  na Editora Delicatta. 


Lançamento já disponível no portal Delicatta.


https://editoradelicatta.com.br/






sábado, 4 de janeiro de 2025

Do tempo e do espaço.

 

                                                        Image by Enes Koç from Pixabay. 





Do tempo e do espaço.



Aqui dentro dessa realidade sou tantas incertezas que não estou certo de estar mesmo aqui, mas selecionando cuidadosamente hipóteses, as exógenas e as intimistas, aquelas que trazemos no nosso perfil atual, sou obrigado a analisar essa estrutura que nos envolve e abriga como um texto produzido para ser nosso caminho, independente da nossa vontade onde a ilusão nos conforta com sugestões de autonomia particular. Assistimos o tempo passar, e o inconformismo com a brevidade da vida colocou-nos na busca da eternidade ou quase isso. Como não possuímos a informação completa, vivemos de suposições, de ensaios acadêmicos, onde caçamos oportunidades para transformar a realidade aparente que nos circunda se perpetue e prossiga conosco eternamente. Do mago que realiza seus sortilégios, ao vidente que busca o futuro e até ao cientista que aprimora um novo jeito de viver. Todos nós tentamos ir além das circunstâncias. Mas a ocasião é efêmera, o equilíbrio pode subitamente se desfazer aleatoriamente como um devaneio que na verdade ela é. Pois somos moldados em sonho para possuir a fluidez necessária para o processo. Aqui, todos nós somos o produto, já superamos ou deveríamos ter superado o básico, e há toda uma sequência de eventos pela frente. A arquitetura do tempo nos aprisiona e define o roteiro a ser seguido, Para entender o início e o fim teríamos de ter tamanho físico e mental para entender o real início e como tudo acaba. Somos insignificantes, mas não gostamos de ser, no emaranhado a estrutura que se move somos uma inteligência biológica que evoluiu dentro de sua bolha de água específica e sendo assim, o exterior nos é agressivo e não permite que rompamos a sua delicada pele para aventuras mais ousadas em tudo que existe lá fora. Entendam, se prosseguirmos dentro das mesmas regras seremos extintos com qualquer ocasionalidade assim como gerações de seres vivos foram extintos em sua determinada época, eles não raciocinavam e nem criavam tecnologia. Extinções em massa são comuns na estrutura infinita do tempo. Não há como existir para sempre, sempre vivendo dentro da frágil estrutura que nos protege do universo. O que exatamente nos diferencia de todo restante? Essa coisa chamada intelectualidade, raciocínio e capacidade de acumular conhecimento através de gerações, e com o somatório de tudo isso, criar a alternativa plausível que vai conseguir nos levar além da nossa bolha e ainda assim sobreviver. Estamos no início ainda insipiente de uma era de transformação, talvez tudo isso faça parte do salto evolutivo necessário para que prossigamos com relevância no universo. Provavelmente ainda vamos existir como estrutura biológica por muitas eras, mas a partir de um determinado ponto com a possibilidade de migração e incorporação por produtos artificiais de inteligência, estes que assim nos darão as qualidades necessárias para que possamos sobreviver e viajar fora da nossa bolha para qualquer ponto no espaço. A inteligência artificial está aí para isso, o novo salto evolutivo, o degrau que teremos que subir para alcançar níveis mais elevados de expansão, a colonização de Marte, hoje plausível, não eliminará totalmente os problemas de extinção, o planeta é menor, tem menos gravidade, corpos humanos nascidos lá tenderão a ser mais frágeis, e se torna até possível que dentro de algumas gerações, um humano nascido em marte não consiga viver na terra, sob o peso gravitacional do nosso planeta. Sem contar o impacto de toda vida microscópica que nos envolve aqui. Quando e se migrarmos para corpos, podemos chamá-los de sintéticos, teremos a capacidade ampliada pois não teremos mais as necessidades biológicas tradicionais, de alimentação, de descarte de resíduos, de sentir frio ou calor e imunes a radiação cósmica. Neste ponto estaremos prontos para a conquista do espaço exterior, prontos para o universo. Antes disso, permaneceremos no nosso aquário redondo, expostos a qualquer acidente natural que acabe com todos nós. Um vulcanismo incontrolável, um meteoro enorme, um cometa ou uma epidemia mortal. Entendem a nossa fragilidade? Somos tecnologia biológica que aproveitou uma janela de oportunidade no caos para viver e progredir, mas há limites evidentes insuperáveis para o prosseguimento da espécie. Claro, o tempo prendeu a todos nós em tradições e regras de conduta, não será fácil harmonizar tudo com a nova realidade, exigirá adaptação, política, religião, estilo de vida, capacidade constante de progresso e aprendizado, qualidade de compreensão da nova realidade que se instala para a transformação do velho mundo em novo. Estes períodos de mutação civilizacional costumam ser bastante conturbados, já sentimos esses efeitos mesmo ainda não conhecendo o objetivo final, estamos apenas absorvendo as sensações da mudança climática na textura da realidade, os espasmos dentro do casulo que era lagarta e em breve libertará a borboleta, um novo ser gerado a partir de um antigo e limitado. Mesmo sem o impacto de todo planejamento das elites preconceituosas, a população do planeta de forma geral está regredindo naturalmente, menos crianças nascem a cada ano. Um clássico sinal de esgotamento de ciclo de uma espécie. Junte isso a possíveis guerras e conflitos onde vidas se perdem, teremos um inventário bem menor de seres humanos no próximo século, e leve em conta também a redução da diversidade e de qualidade do próximo humano desse mundo. São muitos desafios neste período, mas a mudança se faz necessária para que escapemos da bolha, do destino traçado para vida inferior e frágil. A inteligência humana é preciosa demais para ficar a mercê da causalidade.



Temos vida fora da terra? Ora, quase certo que sim, tanto universo com trilhões de galáxias que contém bilhões de estrelas para um pingo de vida? Lamento, é muita arrogância pesar que somos únicos. Mas as distâncias colossais certamente criam condições intransponíveis para que um tipo de vida encontre outro. E qualquer outra civilização com tecnologia para vencer todo esse espaço ilimitado teria de ter passado por todos os obstáculos que passamos hoje. A verdade é que civilizações surgirão e desaparecerão sem nunca conseguirem superar algumas etapas, E as poucas que conseguirem dar o salto tecnológico serão com deuses, e não se sabe se terão interesse por nós, ainda um limo biológico brotando na superfície de um grão de areia. As questões metafísicas deste tipo de vida serão assim tão aprimoradas que provavelmente olharão para nós, se é que se darão o trabalho para isso, como formigas ou cupins construindo seu ambiente de sobrevivência. Talvez pensem: que interessante! Ovnis? Se forem reais e não um subterfúgio com fins de ilusão, são sondas de exploração, não há vida real dentro deles, apenas coletam informações, e olhem, nem abordamos a possibilidade de vida fora dessa dimensão que conhecemos. O que elevaria absurdamente o nível de evolução de alguma espécie vivente, saltar entre dimensões com fim exploratório. Então, seremos um desses povos evoluídos ou continuaremos aguardando a extinção? Estaremos entre os melhores e mais aprimorados ou pereceremos na textura da insignificância dessa imensidão cósmica que nos cerca? Devemos agradecer que nenhuma espécie predatória ainda não nos encontrou para tratar-nos como por exemplo, proteína para consumo, evolução tecnológica não caminha ao lado de evolução moral. Talvez alguém lá fora goste de comer formigas e cupins. A nossa sorte é que provavelmente se alimentem de energia como talvez vamos passar a fazer, um reator de fusão nuclear será a nossa mercearia, o nosso sustento. Entenderam os tantos riscos que corremos ao permanecer exatamente assim como ainda somos hoje? Frágeis ao extremo, presos na nossa gota de água e limitados eternamente por esse perímetro. Basta uma ocasionalidade fortuita e ninguém saberá que isto aqui existiu. Prossigamos na fé que Deus é muito maior do quer tudo isso, e que ele realmente nos programou para algo bem acima dos nosso desejos. E que a relevância humana seja exaltada na tecnologia que pode tirar a todos nós do ostracismo cósmico.



Gerson Ferreira Filho.



A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.

https://t.me/gersonsilvafilho


A seguir os livros e os links para comprá-los  na Editora Delicatta. 


Lançamento já disponível no portal Delicatta.


https://editoradelicatta.com.br/produto/o-murmurio-do-tempo/


https://editoradelicatta.com.br/?s=gerson&product_cat=0&post_type=product