sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

O protocolo da insanidade.

 

                                                           Image by Szvenya from Pixabay. 






O protocolo da insanidade.




Em tantos textos produzidos quem me acompanha sabe que procuro de certa forma mapear os movimentos políticos do nosso tempo. Misturando-os com conteúdo de autores relevantes, fatos ocorridos e opinião própria. Isso tudo criou através do tempo para quem se interessar uma fonte de pesquisa rápida e um caminho para aprofundamento pessoal em diversos temas. Eu ofereço um inicio de jornada mesclado com um pouco de literatura no meu peculiar método de escrever. Procuro fugir da fria narrativa dos artigos para oferecer um toque de criatividade no texto além de pura informação. Acredito que seja mais prazeroso ter diante de si um texto com alguma criatividade semântica do que a aridez de um texto protocolar de trabalho universitário. Onde a rigidez das regras transformam o conteúdo em algo quase insuportável para se ler. Não necessitamos apenas de organização mas também de qualquer estilo e suavidade que possa ser oferecido como um carinho proposto no fluxo textual. A palavra que ensina deve também encantar como um suave e aconchegante perfume que envolve e se entranha no inconsciente. Tem e ser lúdico tem de dar prazer. Não adianta soltar palavras ao vento sem destino, o endereço tem de ser plotado na estrutura da imaginação para se tornar partícipe do destino de quem a recebe. Uma vez lá nesse nível, será companhia eterna a quem recebeu. Somos uma alma complexa e cheia de detalhes ocultos e assim precisamos de encanto para que nos tornemos algo além da lógica, um passo adiante da razão, um contexto com algum conteúdo de sonho para dar liga na composição que nos sustenta como racionais. E apesar disso com a capacidade de amar sem limites no amanhã. Reconhecer o próximo como um complemento de si e não como algo intolerável e que deve ser excluído requer diversificação mental e para isso a composição precisa da prosa da poesia e também da sutileza comportamental de um ser civilizado. E assim, após esse preâmbulo vamos ao assunto dessa crônica, a insanidade como regra. O Sectarismo moderno e abrangente desses nossos tempos onde a intolerância disfarçada de justiça social se infiltrou em mentes despreparadas para o exercício do poder. Mário Ferreira dos Santos cita algo a respeito: “O sectário é um cego intelectual, ou pelo menos um míope. Barbarismo, ainda. Do sectarismo ao exclusivismo é só um passo, pois quase todos os sectários são exclusivistas (“só nós temos a verdade”) e desprezam todos aos outros”. Então, semelhanças com o nosso sistema de justiça atual e nossos governantes? Este comportamento estranho deveria ser considerado algum distúrbio psiquiátrico mas hoje domina os postos de comando do país. Se você é dono da verdade então, temos um “deus” um algo assim peculiar e extravagante, que por conta própria resolveu emitir luz como os vaga-lumes, pelo rabo. E com suas nádegas luminosas impõem sua “verdade” para os que consideram incultos e selvagens habitantes da escuridão fora de sua particular sapiência constrangedora. E assim temos o que pode se considerar a justiça just in time, um Toyotismo procedimental onde se decide conforme o cliente de ocasião necessita. Dizem que é evolução ignorar a letra da lei aprovada em parlamento, afinal; para que serve mesmo o parlamento? Dizia-se no passado que era lá onde as leis eram discutidas e aprovadas, e uma vez finalizado esse processo entrava no cabedal de obrigações que deveriam ser seguidas. Apenas aplicadas, sem discussões periféricas de cunho tergiversatório. A lei é a lei, vale o que está escrito, era assim até em jogo de contravenção. Porém, contudo, hoje bem nascidos, criados com leite ideológico desde o berço resolveram se colocar acima de qualquer procedimento, Thomas Sowell tem para essa gente o título sugestivo de os ungidos. Mas quem definiu bem essa turma que mamou nas tetas de Karl Marx foi Jacques Lacan citado no livro a psicologia da estupidez de Jean-Francois Marmion: “A ignorância é uma ausência de conhecimento (sobre o que é o conhecimento e sobre si mesmo). Se a ignorância é um vazio, uma ausência capaz de ser contornada, em especial pela educação, a estupidez é o contrário: é uma suficiência intelectual que não precisa ser preenchida, pois já é plena por natureza”. Assim, os que hoje nos dominam como a estupidez são preenchidos de certezas e convicções de que possuem a tal "verdade” e sendo assim não admitem contestação ou nenhum recurso que desafie o cenário distópico que construíram para viver e nos incluíram à força nesse desvio rudimentar de raciocínio. Não se torna possível argumentação com sectários, a estupidez não permite inclusões de alternativas no procedimento, afinal, essa certezas são de origem divina somete acessível para os ungidos aqueles que foram untados com o óleo sagrado da sabedoria superior e portanto não podem ser contestados ou sequer desafiados para um raciocínio lógico. Temos então agora a categoria de semideuses da justiça, um confortável círculo de influentes agentes que pairam acima de qualquer coisa na realidade. E a distribuição dessa estupidez já foi implementada para instâncias inferiores, sendo assim, qualquer cidadão está ao alcance de algum desejo de privilegiados eleitos por eles mesmos. Este exotismo que sobrenada a nossa surrealidade bizarra se impõe sem nenhuma oposição dentro do seu próprio meio de origem, o estudo do Direito, outrora uma digna e respeitável cadeira acadêmica do estudo das leis.



A verdade que temos se impõe com citou John Adams: "Fatos são coisas teimosas; e quaisquer que sejam nossos desejos, nossas inclinações ou ditames de nossas paixões, eles não podem alterar o estado dos fatos e das evidências”. O que se tem hoje é errado, não importa se aceito por todos bovinamente, o erro não se corrige por aceitação ou imposição. Ele é o que realmente é, um erro. Mesmo revestido da mais sofisticada semântica produzida nas entranhas retorcidas dos jargões profissionais, ainda assim continua errado. Esta unção blasfema e deturpada domina o ambiente cevada no mais puro progressismo de cabaré. E não é só nesse meio que temos os ungidos, estão em grande número na sociedade também, Thomas Sowell Cita uma característica dessa turma: “Um dos chavões mais recorrentes do ungido contemporâneo é: “complexo”, geralmente dito com o senso de superioridade contra aqueles que discordam – estes últimos sendo taxados de simplistas”. Na falta de capacidade argumentativa o suposto gênio da raça aplica a palavra-chave para evasivas programadas “é complexo”. Entendam, ele, o “gênio” não se considera derrotado mas sim que enfrentou um idiota simplista. Lembre-se você está argumentando com um estúpido e sendo assim ele está cheio até o gargalo de certezas e convicções. Não há como incluir nele algo que preste e seja útil na compreensão do cenário. E assim temos esse protocolo da insanidade onde idiotas agridem a ordem econômica e estúpidos dominam às leis. O desastre social está armado, porque gente assim acha que economia é ideologia e o erro base está aí. Mais uma vez Thomas Sowell esclarece: “Desde que o capitalismo foi nomeado por seus inimigos, talvez não seja surpresa que o nome engane completamente. Apesar do nome, o capitalismo não é um “ismo”. Não é uma filosofia, mas uma economia. Fundamentalmente, ele é nada mais, nada menos, que uma economia que não é dirigida por autoridades políticas”. Economia é algo natural que se conduz e se contém dentro das regras que ela aceita de bom grado, e não um ritual ideológico que se sujeita a estupros e masturbações de acordo com a consciência social de quem governa. Ela costuma ser cruel contra quem a desrespeita em nome de propósitos esotéricos e heterodoxos. O resultado básico do estrago se vê e qualquer governo de esquerda que maltrate esse ser vivo chamado economia. Na maioria das vezes ela a economia aprecia austeridade e contenção de despesas públicas. Isto deveria ser do conhecimento de todos mas a esquerda adora um feitiço nessa área, e sempre se machuca seriamente. E o motivo é o de sempre, suposta preocupação com os desfavorecidos. Um mantra utópico com raízes no socialismo bocó. Que apenas consegue gerar miséria para o povo e concentração de renda em classes privilegiadas. A perfídia é a principal característica dessa ideologia e de quem a ela se associa, mas para quebrar esse ciclo será preciso oferecer muita cultura de verdade ao povo, até que consigam enxergar que estão sendo manipulados. A ideologia oferece um sentimento de preocupação com o próximo falso uma coisa quase cristã, mas o demônio tem suas sutilezas para encantar os despreparados.



Gerson Ferreira Filho.


Citações:


Invasão vertical dos bárbaros. Mário Ferreira dos Santos. É Realizações Editora. 


A psicologia da estupidez. Jean-François Marmion. Editora Avis Rara.


Os ungidos. Thomas Sowell. LVM Editora. 


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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Penúria básica.

 

                                                    Image by congerdesign from Pixabay.





Penúria básica.




Bom amigos, vamos abrir os vasos literários para adicionar qualidade no contexto. Precisamos fazer analogias e comparações com obras de qualidade específica para que possamos trafegar na miséria cognitiva atual, e nada melhor do que referenciar um dos clássicos da literatura chamado O idiota. Um título bem apropriado para esse momento onde circunstancialmente os imbecis controlam tudo. O Dostoiévski produziu um romance comportamental intenso, denso e de difícil acompanhamento, confesso, sou um leitor inveterado desde criança, e tive cá minhas dificuldades com essa obra. Não só por seus vinte e dois personagens mas também, claro pelos seus nomes russos incompreensíveis e impronunciáveis. Nessa obra percebemos que a sociedade de forma geral se copia através dos tempos, em todo seu perfil indigno e abjeto nas relações humanas. É interessante perceber isso, e o encaixe do personagem principal o príncipe Míchkim, um débil jovem com uma grande alma e com traços filosóficos flutua em um ambiente pérfido e de interesses obscuros como um canário que canta para ratazanas, um personagem que flutua entre evasivas clássicas para sobrevivência, deixando sempre uma dúvida no lugar da certeza. O significado do que fala se torna restrito um truque saliente do escritor para atormentar o leitor e fazê-lo pensar na melhor hipótese que se encaixa na questão proposta. O tradutor Paulo Bezerra na sua nota esclarece: “O Idiota é um romance marcado por uma forte oralidade . Isto diz respeito à postura do próprio narrador, que a cada instante parece narrar de um só ímpeto, com sofreguidão, sem tomar fôlego, como quem está certo e que a história tem de ser contada hoje, agora, nesse momento”. O tecido desse texto não é amigável, tem uma complexidade psicológica intensa que sugere uma anomalia social no período no qual foi produzido, nada diferente da atualidade grotesca que temos hoje, onde os interesses particulares levam a traições e a que seres humanos sejam utilizados para qualquer vantagem pessoal. Assim dentro de um detalhamento metódico dos relacionamentos temos uma jornada intrigante com um personagem que depende a princípio de terceiros para sustento, mas possui título de nobreza e talentos que o levam a um nível razoável de vida. Marquem esses nomes : Michkim, Rogogin e Nastácia Filíppovna. São peças fundamentais nesse jogo gigantesco de palavras e relacionamentos oferecido pelo autor. Mas qual o motivo dessa quase resenha? Essa trama literária tem similaridade com o que nós vivemos hoje, as relações, as falsidades, as intrigas e traições as manipulações com objetivos escusos, ou seja, tem coisas que mesmo com a passagem do tempo não mudam, não evoluem ou se aperfeiçoam, nesse ponto de configuração comportamental somos exatamente os mesmos. Congelados neste perfil de interesse que aglutina vícios e manias através do tempo. Essa penúria básica de qualidade coloca a todos nós em rotina estagnante e repetitiva de vontades na estrutura do tempo, apesar de toda evolução tecnológica, somos exatamente os mesmos. Os idiotas, ou o idiota se formos concentrar tudo isso em nós. Ainda nos deixamos enganar por discursos aprimorados nas entranhas da trapaça para conduzir-nos sempre ao erro, lutamos contra nós mesmos por migalhas dos protagonistas que cagam e andam para nós. Condenamo-nos ao ostracismo intelectual ao permitir a imposição de agendas e pautas definidas por imbecis que não possuem conteúdo intelectual, mas são ladinos e astuciosos na sua metodologia de envolvimento grupal. Como o protagonista do livro, possuímos uma ingenuidade danosa e incapacitante para sobreviver em liberdade nesse mundo. Essa fragilidade se torna amplamente explorada pelos espertos da ocasião. Vantagens pessoais e privilégios são adquiridos no poder da garganta, na aplicação do discurso doce para servir de chamariz aos incautos e inocentes. Aqui entrar na política e enriquecer se torna o objetivo de muito malandro. E claro, levar toda a família junto, por que não? Alguém tem de usufruir do bem bom que pode ser alcançado com a debilidade mental do restante. A natureza proporciona ovelhas e lobos, as ovelhas são muito mais numerosas para oferecer conforto alimentar para a alcateia. A natureza não é gentil, ela estabelece quem dominará e quem será a comida do dia a dia. Jamais pense que estamos fora dessa lógica terrível, e se é assim, escolha ser o lobo e não um dócil e indefeso carneiro. Como se faz isso? Se capacitando intelectualmente e profissionalmente para a luta diária por espaço. Onde houver oportunidade de progresso, embarque, se qualifique sempre, todos os dias da vida. Se torne protagonista e não estacione na figuração da vida onde estão as ovelhas.



E uma delas, dessas coisas a se fazer está na dedicação, na leitura, um habito indispensável para a evolução mental. Literatura de boa qualidade como recomendei e citei aqui, grandes autores, os fundamentais para a evolução do conhecimento humano, absorção de todas as técnicas possíveis na jornada, quanto mais especialidades você tiver, mais apto para sobreviver estará, a versatilidade auxilia a adaptação a qualquer mudança implementada no cenário do jogo. A diversidade de conhecimento, principalmente técnico define seu futuro e abre portas inatingíveis para quem não tem nada. Sem contar com a qualidade que você terá na análise da realidade, pois seu cérebro terá um acervo enorme de hipóteses para trabalhar em várias frentes de ação. A combinação diversificada de conhecimento lhe fornecerá uma enorme vantagem intelectual para enfrentar qualquer problema da vida, você será um lobo e não apenas uma ovelha. Enfim, a vida requer preparo, se você não quiser ser vítima, ser iludido e usado, adquira conhecimento, faça qualquer curso possível de qualquer coisa, o somatório de especialidades lhe dará a abrangência para o enfrentamento. No final, essa diferenciação será notada, e até causará inveja e ciúmes, nós sabemos que o ser humano tem uma “qualidade” de tomar conta da vida alheia e se ressentir com a vitória do próximo. O que nos leva ao conselho final: cautela nesse mundo, nem sempre quem sorri para você e lhe presta ajuda quer o seu bem. Muitas vezes se trata apenas de uma técnica de aproximação para lhe destruir, assim como a natureza é cruel, o ser humano tem vestígios dessa natureza dentro e si. Não proporcione facilidades que possam ser usadas contra você.



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


O Idiota. Fiódor Dostoiévski. Editora 34.  



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sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

A arte de perceber o óbvio.

 

                                                          Image by NickyPe from Pixabay.




A arte de perceber o óbvio.



Não deveríamos ter dificuldade nessa área mas essa nossa época cruel onde o entendimento e o discernimento coletivo se perdeu entre platitudes sistêmicas temos muita dificuldade de separar algumas coisas dentro da realidade que nos cerca. Talvez seja proveniente da ojeriza em aprender matemática, ela, aqueles cálculos supostamente inúteis ensinam o cérebro a trabalhar de forma lógica, e assim avaliar melhor o contexto da realidade. E no Brasil a grande maioria foge do cálculo. A área de humanas com sua textura aveludada atrai a maioria onde muita gente também fracassa porque sem saber fazer correspondências exatas não se torna possível organizar um bom raciocínio a respeito daquilo que se estuda. Parece sutil e realmente é. Nossos milhões de neurônios precisam de material organizacional dentro de sua operacionalidade clássica, se você não consegue fazer uma correspondência lógica entre situações, teu mundo será caótico. Eu sei, o desconforto da instalação do software matemática é bem desconfortável, mas esse desafio é imprescindível para a evolução mental. Eu digo desconfortável pela sua característica base, é exato. E a exatidão transporta uma monotonia peculiar na sua estrutura. Cabe a você vencer esse desafio para ter algo em si que o diferencie do lugar-comum hoje que é a imbecilidade. Nos meus tempos de colégio eu lidava com isso procurando novas metodologias de transmissão de conhecimento, encontrei uma coleção de matemática do Major João Batista Leandro; Matemática para você, com uma abordagem interessante a respeito do assunto. Porque o desafio sempre me estimulou e não gosto de ficar boiando a mercê da eventualidade. Bom, agora dentro dessa miséria intelectual que nos cerca, e com poucos recursos acadêmicos de qualidade, onde não é possível para a maioria fazer uma análise estatística mental de previsão de contexto futuro pois não sabemos matemática básica, é de se esperar que um governo alicerçado em gente assim não consiga se organizar economicamente nunca. Previsível, a cabeça dessa gente flutua entre suposições semelhantes a feitiçaria nessa área. E assim temos diversas deformidades de interpretação com o conceito de o que é exatamente ser conservador. Uma névoa de ignorância paira nesse conceito mas vou coloca para vocês novamente o que realmente é ser um conservador de fato. Em algum texto anterior já coloquei essa citação, a melhor definição de conservadorismo do Hans-Herman Hoppe: “Conservador refere-se a alguém que reconhece aquilo que é antigo e natural através do “ruído” das anomalias e dos acidentes; refere-se a alguém que defende, o apoia e ajuda a preservá-lo contra aquilo que é temporário e anômalo. No âmbito das ciências humanas – incluindo as ciências sociais -, o conservador reconhece as famílias ( pais, mães, filhos netos) e os lares familiares com base na propriedade privada e em cooperação com uma comunidade de outros lares familiares como unidades sociais mais fundamentais, mais naturais, mais essenciais, mais antigas e mais indispensáveis. Adicionalmente, a família (o lar familiar) também representa o modelo da ordem social em geral”. Aprenderam finalmente o que é ser conservador? Não há espaço para políticas desagregadoras nesse ambiente de estabilidade e de saúde mental. O óbvio tem de ser percebido para que se viva bem e com civilização realmente bem estruturada. Simples, fácil, mas os devaneios de cérebros deficientes, e olhem, nesse patamar coloco muita gente com formação acadêmica, que orgulhosamente ostenta títulos de graduação mas na verdade tem sérias deficiências de compreensão da realidade palpável, vivem numa alucinação coletiva alimentadas por surtos em grupo. Onde um delírio acadêmico alimenta o outro infinitamente. Nesses grupos de “iluminados” ser e pensar de forma deformada é um bom atributo conceitual de como ser especial dentro de absolutamente nada. O vazio se retroalimenta infinitamente nesse vácuo mental. Numa sociedade corrompida, se torna bastante lucrativo e bom para os negócios ser mais um imbecil. Afinal, terá reconhecimento entre seus pares. Nessa atmosfera corrompida e espessa em densidade de absurdos temos hoje o “conservador” de aluguel, aquele que faz acordos com um corruto assumido e reconhecido por vantagens políticas. Sim, nós temos! E nada pior do que um imbecil convencido que possui um propósito. Hipérboles semânticas são criadas diariamente para justificar o inaceitável. Já expliquei o que é conservadorismo de fato, vocês acham que um real conservador se misturaria com leitões na lama para obter migalhas politicas em comiseração ao seu estado miserável de situação politica? Pois é, é exatamente o que temos hoje, para sobreviver politicamente e garantir uma boquinha o segmento que perdeu na última eleição presidencial e resolveu partir para o vale tudo, aceita-se até aliança com quem te traiu no passado, afinal, mais um chifre ou outro não importa se a família estiver segura. E o povo? Ah, que isso! Essa gente existe para isso mesmo, ser enganada, eles gostam, e ainda admiram e cultuam o trapaceiro. Aqui uma elite recolocou no cargo de presidente um ex presidiário solto de forma controversa para terminar de liquidar o país, e o povo querendo seriedade política.



Vejam, o talento político é a persuasão sobre quem realmente produz, a arte do engano, da ilusão da trapaça, se você confia em políticos e suas promessas lamento, você não passa de um animal de curral. O poder de convencimento dessa gente te subjugou e o transformou em objeto pronto para uso em situações interessantes apenas para eles. E isso vale para qualquer político, de qualquer tendência ideológica. Se dizer conservador para obter vantagens pessoais e para sua família não faz de ninguém um ser especial e confiável. E serve para o momento a regra clássica do mérito: se fracassou anteriormente, demonstrou falta de capacidade intelectual para lidar com o que deseja novamente. Exatamente por qual motivo apostaríamos num derrotado? E que vive de lamentos e choro hoje? Onde está o comportamento impositivo para criar um retorno? Qual planejamento real e a proposta ousada de volta ao cenário? A derrota seleciona, exclui os incapazes de produzir alternativas para mudar a realidade, isso nos leva de volta ao assunto supracitado, se você é incapaz de produzir sua estatística interna aplicada ao cenário onde está, você não está apto para o comando. De novo temos o óbvio, apenas de discurso não se produz sustentação, no fim, as ações positivas é que constroem o bom alicerce do futuro. Palavras podem convencer, mas são as ações concretas que levam a vitória. Afinal, não estamos dentro de um delírio psicótico, mas sim em plena realidade, onde os atos produzem resultados conforme seu escopo de produção. Sim, ainda assim você pode prestar apoio a qualquer político, mas tenha em mente que em algum momento ele vai te enganar, e quando isso acontecer, como uma pessoa equilibrada, você larga esse traste pelo caminho. Criar apego religioso por político vai te desumanizar e assim estaremos no ponto conceitual de anomalia social por incapacidade de avaliação do que é real. Passa a ser culto, vira uma questão de fé, onde não há necessidade de evidência para o que se apresenta. Perceba o óbvio para não virar um coletivo sem identidade própria. Ame-se e proteja-se!



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Democracia, o Deus que falhou. Hans-Herman Hoppe. Mises Brasil Editora.



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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Sensações e desvios.

 

                                                             Image by Alexa from Pixabay.




Sensações e desvios.




Outro dia dormi de vinte e uma horas até dez horas do outro dia, confesso desde a juventude não conseguia essa proeza, acordei até negativo e ressabiado com a realidade. Não sou de jogara toalha e desistir mas essa era a sensação presente. Mas que o cenário atual incentiva a desistir isso é uma realidade. A textura desse agora está tão deturpada que ao me ausentar mais um pouco desse mundo a sensação de náusea no retorno se torna momentaneamente predominante. Sou intuitivo, sim, para vocês normais que não possuem essa característica isso pode parecer uma deformidade, mas posso garantir que essa ferramenta adicional que possuo me foi muito boa em vários momentos da vida. A premonição incluída na estrutura da alma que vigia com olhos antecipados um futuro que os idiotas acreditam não existir. Mas é assim, convivi uma vida inteira com isso e posso garantir, se eu soubesse como aprimorar já teria feito, mas isso surge apenas em golfadas episódicas. Então, ter me ausentado dessa realidade por tanto tempo e ter voltado me causou desconforto. Isto aqui é um grande hospício, garanto que o outro lado que frequento é mais plausível e civilizado. E nesse quesito Kafka e Salvador Dali concordariam comigo, em tempos remotos eles também não aceitavam a textura dessa realidade. Sim, para os “normais” somos estranhos habitantes de uma volatilidade implícita em nossas almas perturbadas para conviver com a decrepitude de tantos momentos incompreensíveis que o agora apresenta. Não que eu tenha sequer vestígio do talento deles, mas tenho meus momentos de perturbação. E se a loucura é um linimento da ocasião estou apto para também ser louco no perímetro da razão. Que eu me envolva nesse bálsamo circunstancial para alívio das minhas feridas intelectuais, conviver com a loucura se torna insalubre e o louco não está em si, não frequenta os dois universos possíveis, como bem definiu Jung. Pragmatismo? Ah eu tenho, até que a disparidade de conceitos ultrapasse o sincronismo aceitável de circunstâncias aleatórias para unir os conceitos heterodoxos desse perfil humano e decadente. E assim, nesse lugar onde como um cantor popular disse que mentiras sinceras confortam não há muito o que fazer a não ser prosseguir tentando oferecer cultura de boa qualidade que em algum momento fortuito encontre a pessoa certa. O vício pela ilusão se tornou predominante, abrangente e ocupou a realidade implacavelmente para impor seu estilo perverso que unta toda superfície dessa aventura cósmica. Essa falha sistêmica, metódica envolveu a circunstância e se apresenta como um vírus danoso ao mundo que ocupa. Essa área que nos domina, a comunicação onde esse vírus se alojou surgiu nos primórdios da espécie humana, ao emitir sons e dar-lhes significados criamos a linguagem. Primeiro padrões rústicos e simplórios, depois com o passar de eras um aprimoramento aqui e ali, até que surgiu a ideia de padronização e registro através de símbolos. Desenhos cuneiformes, hieróglifos, ideogramas e letras que hoje no ocidente usamos para vários idiomas. Os cuneiformes também eram usados assim para vários idiomas. Segundo os acadêmicos Aristóteles disse que a linguagem é o som com significado e Chomsky prefere significado com som, eu prefiro definir como a porta de saída e entrada da alma, pois sem esse recurso estaríamos presos em nós mesmos, sem a possibilidade de comunicação, interação e convivência mais complexa. A linguagem e seu registro através de símbolos nos deu o assentamento histórico e a possibilidade de aprender com os antepassados, acumular conhecimento e cultura. A taxonomia da linguagem proporciona através da sua classificação o incremento de recursos criando uma semântica mais refinada e apta para interferir na realidade com novos recursos de abordagem linguística para diversos fins. A evolução nos trouxe até aqui, com uma complexa arquitetura de linguagem para a ocupação de espaços e domínio da realidade. E sendo assim, a manipulação do contexto se torna plenamente possível ao direcionar com palavras o sentido de toda uma população com subterfúgios e truques da palavra dita, de modo a criar realidades que mesmo sem sustentação se multiplicam com abundância. É o caso da experiência ideológica, onde discursos doces ocultam objetivos malignos e sob esse manto ilusório vendem a desgraça ao povo. Não se deixem enganar profissionais lidam com essa ferramenta, eles não possuem ética ou limites para alcançar seus objetivos obscuros. Uma pessoa despreparada não consegue sentir a malícia contida no discurso e na aparência que vendem os relacionamentos.



Pensamos, logo existimos disse o filósofo, mas dentro desse projeto existe método. Chomsky cita: “mas propriedades fundamentais do design da linguagem indicam que uma rica tradição está correta em considerar a linguagem como sendo essencialmente um instrumento do pensamento”. Então, se pensamos e existimos e aprimoramos de forma bem diversificada e abrangente com diversos fins: de educação, de afirmação cultural e de domínio das massas. Nos comunicamos e assim aprimoramos essa qualidade fundamental. Mas nós somos bem complexos, muitos não sabem mas temos outro cérebro dentro de nós, o intestinal. Chamado de sistema nervoso entérico, um local independente de integração e processamento neural. O “cérebro intestinal”, sua estrutura de células e componentes são muito parecidas com as do cérebro. Há mais células nervosas no intestino do que na espinha dorsal. São 100 milhões apenas no intestino delgado. Toda essa abordagem está no livro de Noam Chomsky de título Que tipo de criatura somos nós? Onde ele mostra a complexidade desse ser que conhecemos como humano. Então, agora você descobriu que possui dois cérebros dento de si, procure utilizar para pensar sempre o de cima e deixe o de baixo ocupado com seus afazeres específicos de origem, ele já te muito trabalho para manter seu corpo em condições saudáveis de vida. Saiba que viver não é um equívoco, e que se você está aqui algum propósito tem, todos nós temos, não há ociosidade no universo e muito menos fomos construídos de forma sofisticada para fracassar. Claro, para aprimoramento os testes, ilusões e truques farão parte da jornada do cotidiano. E dentro desse objetivo talvez meu propósito seja oferecer para vocês o conhecimento que não tiveram acesso. Em doses homeopáticas, mas como um incentivo para que procurem mais. Espero conseguir inserir esse hábito na rotina de vocês.




Gerson Ferreira Filho.



Citação: Noam Chomsky. Que tipo de criatura somos nós? Editora Vozes. 



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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

A maiêutica que nos socorra.

 

                                                              Image by S K from Pixabay.




A maiêutica que nos socorra.



Como citei outro dia para amigos: “A realidade não se curva perante políticas imbecis que procuram satisfazer vontades de idiotas”. Então, precisamos voltar e mergulhar nas profundezas filosóficas da estrutura mental e realinhar no tempo a causa e o efeito, o ato e a resposta da ação, transformar o óbvio em realidade novamente e não mais viver na artificialidade de sonhos loucos que pairam no subconsciente de desajustados mentais, os quais produzem uma realidade paralela danosa e agressiva com o que é correto. Precisamos de um parto de um novo ser, de um novo cidadão consciente da realidade, dos seus reais deveres e de suas obrigações morais e éticas com a sociedade, e expurgar de dentro de si todo conteúdo vulgar e caótico que assim hoje nos governam como estilo de vida. O método dialógico socrático diz que ninguém é capaz de ensinar algo a outra pessoa, que a transformação deve vir de dentro, mas eu sou insistente em induzir, em tentar mostrar o caminho lógico para que direcionado o indivíduo entre dores internas consiga parir um novo ser que seja dessa vez consciente da realidade. A maiêutica faz parte desse método socrático de analise e de transformação social. Literalmente significa parto, parir um novo ser, agora esclarecido, evoluído e ciente da realidade que o cerca. Esse parto se dá, no meu entender, após a inseminação do elemento social e sociável por uma nova ideia de mundo, um novo conceito que se desenvolverá dentro dele e crescerá dominando o ambiente psicológico até que seja parido ritualmente um novo ser pronto para uma nova vida, como uma cigarra que troca sua estrutura para enfim, dar oportunidade a continuação do ciclo da espécie. O ser humano, como citou Sócrates só muda internamente, mas acredito na semeadura da ideia, o implante necessário para o desenvolvimento interno entre constantes questionamentos para gestação saudável de um novo ser. Apenas o conflito de ideias transforma o homem, sem esse conflito a estagnação e o apodrecimento mental se torna uma realidade. Inserir a semente na terra e aguardar a germinação até chegar o ponto de fruto, e o parto do novo ser como colheita. Por que se faz necessário tudo isso? Porque a realidade não se curva perante políticas e propósitos imbecis, e se você não quer habitar um lago podre de razões controversas e sem propósito precisa semear a verdade no inconsciente coletivo e de pessoas que o cercam. Pode parecer desperdício de tempo, perda de esforço em algo aparentemente irrecuperável, mas a natureza é versátil até no trato psicológico e na profundidade dos arquivos do subconsciente humano. Não perca a oportunidade de semear a dúvida, pois somente ela encaminha para o progresso. Duvidar gera o questionamento, a pergunta aparentemente inconveniente que surge internamente gera o conflito necessário para o dialogo entre vertentes e fluxos entre propósitos, o que dialeticamente produz a síntese da ocasião. Um novo produto no cenário provavelmente menos radical e sendo assim sem um textura corrosiva para a realidade. No fim, significa ensinar a raciocinar por conta própria, e não depender de discurso externos para justificar comportamento e tendências absurdas e conflitantes e disruptivas com o que é real. Giovanni Reale esclarece: “Sócrates nada escreveu. Para conhecer seu pensamento e avaliar sua importância e alcance, devemos recorrer aos testemunhos dos contemporâneos ou a testemunhos que derivam deles de maneira mediata”. E “A fonte mais antiga é Aristófanes”. A segunda é Platão mas Platão dá um teor muito pessoal ao que mostra de Sócrates, criando dúvida a respeito do que é de quem em obra intelectual. Mas isso fica para a episteme pessoal de vocês a respeito da situação. O que realmente importa não são os fatos genéricos mas a estrutura mental de uma época degenerada. Será necessário trabalhar o inconsciente de muita gente para tentar uma recuperação mental na sociedade que hoje foi corrompida de forma profissional por agentes do caos. Precisamos de um processo de parto e uma nova geração mentalmente sã, preparada para produzir um mundo realmente mais próximo da realidade, e que abandone toda platitude gerada por anos de doutrinação ideológica e de negação do que é ético e honesto. Restaurar a humanidade que cambaleia entre os escombros da normalidade ética tem de se tornar o proposito base de quem tem conteúdo para contribuir para os novos tempos. E apenas a origem filosófica pode lidar com esse desvio mental em curso. Será difícil? Sim! A estupidez veste uma capa de vaidade e costuma ser agressiva quando mexem no seu estoque de razões diversificadas em erros sistemáticos de validação. Lembrem-se o estúpido assim como o imbecil vêm abarrotados de certezas e com esse material ele, os estupido produz algo muito comum hoje, o idiota útil, aquele que se apega em quem lhe alisa a cabeça e promete um premio se for obediente. Este tipo de gente pode ser enganado diversas vezes, que mesmo assim sempre abana o rabo para o dono. Tem alma de cachorro, e geralmente se apega a políticos de qualquer vertente ideológica. A dependência muitas vezes tem origem psicológica alicerçada em carências afetivas familiares que induzem a busca por um pai político adotivo para chamar de seu.



Já perceberam que semear dúvida nesse terrento para ocasionar uma transformação será complicado? Mas a luta é assim mesmo, exige versatilidade e capacidade de convencimento e entrega da semente no inconsciente que em algum tempo de gestação nos dê uma maiêutica gratificante. Ideias são contagiantes, atrativas por possuírem o odor do desafio, Estimule o desejo por raciocinar e entregue a semente. Uma vez alojada ela progressivamente invadirá o labirinto metal do portador até preenchê-lo de dúvidas o suficiente para desalojar a certeza antiga que o portador tem da realidade. E a partir dai a dúvida fará o resto, vai proporcionar a dialética interna oferecendo o conflito saudável entre hipóteses e alternativas até purificar e filtrar um novo ser para surgir em um novo mundo psicológico, não mais escravizado por platitudes arrogantes e discriminatórias. Nós os lúcidos que restaram precisamos emprenhar psicologicamente essa turma toda com o bom propósito, eles resistirão mas agindo de forma dissimulada podemos realizar essa missão. E depois basta deixá-los a sós Carl G. Jung cita: “O paciente deve estar a sós para descobrir o que suporta quando ele não está mais em condições de suportar a si mesmo. Somente essa experiência dar-lhe-á um alicerce indestrutível” e “Algo neles se agarra muitas vezes com a força do desespero, como se eles ou algo neles estivessem na iminência de precipitar-se no nada, caso se soltassem. Procuram um chão firme em que se apoiar. Como nenhum apoio externo é adequado devem encontrá-lo em si mesmos”. Alguma similaridade com Sócrates? Então, mãos à obra, eu já estou fazendo a minha parte, converse, dialogue, entregue sutilmente a semente da dúvida e deixe-os a sós para uma gestação tranquila e que tenhamos êxito nessa missão de resgate.




Gerson Ferreira Filho.


Citações:


Sofistas, Sócrates e socráticos menores. Giovanni Reale. Edições Loyola.


Espiritualidade e transcendência. C,G. Jung. Seleção e edição de Brigitte Dorst. Editora Vozes.



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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

O fim do túnel.

 

                                                     Image by Pete Linforth from Pixabay. 





O fim do túnel.



Bom, eu a princípio nem queria escrever a respeito de política, mas algumas coisas precisam ficar registradas para o acervo da história. Finalmente o Estado essa instituição sem materialidade mas com um peso específico esmagador conseguiu finalmente elaborar algo que controle completamente toda e qualquer atividade econômica do seu povo. Através de um útil e descomplicado sistema de pagamentos vai ser possível acompanhar toda movimentação financeira do seu povo, e nesse ponto se estabelece um mínimo aceitável de despesas, de acordo com a renda básica declarada que foi estabelecida em valores irrisórios. Não adianta culpar apenas o atual governo, essa facilidade infame, que pode até ser uma delícia como facilitador de negócios foi criada no governo passado, assim como foi a obrigação pela picada infame que hoje mostra seu impacto na sociedade com jovens caindo mortos aleatoriamente onde se disfarça e se oculta a culpa estatal. Então, a medida passou a ser o assunto principal da população, digo do povo mesmo. Nos barbeiros, na vendinha de bairro, no boteco e até entre peões de obra. É uma resposta interessante pois nunca aconteceu isso anteriormente nesse país. Vivemos em um país peculiar, já devem ter notado que aqui para causar comoção tem de acontecer algo como um desastre colossal em ternos de impacto social. Por que? Quem presta atenção no Brasil sabe que aqui existe na realidade toda uma economia informal que sustenta o povo mesmo nas ocasiões mais complicadas. Vejam, mesmo em crises econômicas, essa e tantas outras do passado, sempre o povo enche as praias em fim de ano e férias. Alugam apartamentos para temporada, bebem e comem de tudo por semanas e claro, boa parte desses recursos vieram de atividades econômicas não catalogadas plenamente pelo fisco. Digamos como exemplo: o homem tem seu emprego, seja lá o que for, ganha razoavelmente bem, mas sua esposa também se vira, trabalha de cabeleireira, e ainda faz doces para vender no bairro, e assim podemos imaginar uma infinidade de atividades econômicas para incremento do orçamento doméstico que em algum momento serão utilizados para melhoria de vida e para um merecido período de férias no litoral, pode ser qualquer coisa, até dirigir Uber ou vender fotos ousadas na Internet nas horas desocupadas, uma fonte de renda adicional muito bem vinda. Vocês entenderam? Essa economia informal, de vender quentinhas, de ser manicure, de vender cachorro quente em fim de semana, de produzir algum artesanato interessante e com isso obter mais dinheiro para seu conforto será agora tributado, pois com a centralização de pagamentos, o controle dessa atividade é possível, e com um teto de lucratividade se estrangula o fluxo de dinheiro permitindo obter nessa atividade que alimenta informalmente o povo com mais tributo. Esqueça o empreendedorismo com opção de melhoria de vida, a atividade morreu. O que realmente acontece? Ora, foi a sociedade que conduziu um condenado por diversas ilegalidades de volta ao poder, o que poderia dar errado né? Como uma sociedade sadia pode prosperar onde o objetivo principal do governo é a vingança? Apoiados em conceitos bolorentos de economia, sustentados por mentiras e desfaçatez elaborada essa gente não tem nenhuma piedade do seu próprio povo. Vão usá-lo como uma laranja, extrair todo sumo e o bagaço vão jogar fora. Não há misericórdia ou empatia, apenas enxergam o povo como um enorme gramado de onde tiram o capim que irá sustentá-los. Colhem sistematicamente sem nunca plantarem para garantir uma nova safra de capim, assim os desertos são criados. A analogia do capim com o alimento deles é apropriada, pois como irracionais vivem cobertos de certezas onde a racionalidade exige avaliação de cenário para criar um futuro adequado ao povo. Mas irracionais não possuem conteúdo sofisticado dentro de si, apenas uma programação básica para que cumpram sua existência dentro de capacidades limitadas e específicas. Um ruminante nasce cresce come capim procria e morre, nada mais por milênios será alterado nessa programação. Serão objetos de uso por quem pensa realmente e terão seu fim determinado pelos seus limites, óbvio, vão virar churrasco. Assim se comportam pessoas sob efeito ideológico, não pensam, e se não pensam não são capazes de organizarem-se e de enfrentarem mudanças. Essa mudança politico econômica tem essa finalidade, transformar toda sociedade em gado, pois um espécie limitada intelectualmente sempre quer um mundo padrão onde qualquer diferença seja eliminada. A diferenciação, a presença de qualificação diversificada agride ao boi que governa. Ele é limitado e por isso todos tem de ser assim, quem é você para ousar ser melhor do que o sujeito que você, sim você escolheu para ser o comandante? Não reclame do nivelamento por baixo, foi opção de muitos, muita gente supostamente intelectualizada, com recursos e privilégios optou por isso, agora aguentem. A presunção de ser inteligente sem ser se denomina estupidez, e ela está completamente abastecida de certezas. E este perfil cria o idiota útil, aquele que lutará bravamente e de forma intransigente para ir para um curral e ainda se orgulhará disso.



Então, aquela doce economia informal que dá sustentação e resistência ao brasileiro vai chegar ao fim. Sob controle legitimado por suas próprias escolhas políticas a jaula foi aberta e o atrativo colocado para conduzir o rebanho para a prisão. E assim caminhamos para o mundo controlado onde apenas uma nata social de privilegiados terão acesso as delícias do mundo. E essa elite não quer dizer elite intelectual não, apenas um grupo oportunista e versátil quanto ao caráter e a honra. Onde perversidades e deslealdades fazem morada perpétua. Dizem que transformações ocorrem nos momentos mais difíceis, onde a pressão social ultrapassa o limite da razoabilidade, assim caminhamos para esse momento. Quem sabe, esse povo que sempre deu um jeitinho para superar crises agora vendo seu jeitinho ser taxado e controlado acorde para uma nova situação que dependa de ação efetiva, ou talvez relaxem e desfrutem do novo ciclo, encabrestados e inutilizados para uma vida de esperanças de futuro melhor. A renda extra vai acabar, o orçamento paralelo não existirá mais, talvez a hora mais amarga crie a energia necessária para escapar. Com tudo bem mapeado para cobrança de impostos, até a pipoca que você vendia nos fins de semana para complemento de renda vai pagar imposto, não se engane, qualquer operação que envolva valores será acompanhada para tributação necessária. Afinal, aviões particulares, iates, vinhos premiados, lagostas, filé mignon e picanha maturada custam caro e a elite tem fome. Aprecie seu angu com taioba acompanhado de um pé de galinha e agradeça a si mesmo por estar com tanto privilégio, parabéns! O túnel finalmente acabou, e nesse fim tem um abismo. Lembre-se: seja feliz com o nada que você tem.




Gerson Ferreira Filho.


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sábado, 4 de janeiro de 2025

Do tempo e do espaço.

 

                                                        Image by Enes Koç from Pixabay. 





Do tempo e do espaço.



Aqui dentro dessa realidade sou tantas incertezas que não estou certo de estar mesmo aqui, mas selecionando cuidadosamente hipóteses, as exógenas e as intimistas, aquelas que trazemos no nosso perfil atual, sou obrigado a analisar essa estrutura que nos envolve e abriga como um texto produzido para ser nosso caminho, independente da nossa vontade onde a ilusão nos conforta com sugestões de autonomia particular. Assistimos o tempo passar, e o inconformismo com a brevidade da vida colocou-nos na busca da eternidade ou quase isso. Como não possuímos a informação completa, vivemos de suposições, de ensaios acadêmicos, onde caçamos oportunidades para transformar a realidade aparente que nos circunda se perpetue e prossiga conosco eternamente. Do mago que realiza seus sortilégios, ao vidente que busca o futuro e até ao cientista que aprimora um novo jeito de viver. Todos nós tentamos ir além das circunstâncias. Mas a ocasião é efêmera, o equilíbrio pode subitamente se desfazer aleatoriamente como um devaneio que na verdade ela é. Pois somos moldados em sonho para possuir a fluidez necessária para o processo. Aqui, todos nós somos o produto, já superamos ou deveríamos ter superado o básico, e há toda uma sequência de eventos pela frente. A arquitetura do tempo nos aprisiona e define o roteiro a ser seguido, Para entender o início e o fim teríamos de ter tamanho físico e mental para entender o real início e como tudo acaba. Somos insignificantes, mas não gostamos de ser, no emaranhado a estrutura que se move somos uma inteligência biológica que evoluiu dentro de sua bolha de água específica e sendo assim, o exterior nos é agressivo e não permite que rompamos a sua delicada pele para aventuras mais ousadas em tudo que existe lá fora. Entendam, se prosseguirmos dentro das mesmas regras seremos extintos com qualquer ocasionalidade assim como gerações de seres vivos foram extintos em sua determinada época, eles não raciocinavam e nem criavam tecnologia. Extinções em massa são comuns na estrutura infinita do tempo. Não há como existir para sempre, sempre vivendo dentro da frágil estrutura que nos protege do universo. O que exatamente nos diferencia de todo restante? Essa coisa chamada intelectualidade, raciocínio e capacidade de acumular conhecimento através de gerações, e com o somatório de tudo isso, criar a alternativa plausível que vai conseguir nos levar além da nossa bolha e ainda assim sobreviver. Estamos no início ainda insipiente de uma era de transformação, talvez tudo isso faça parte do salto evolutivo necessário para que prossigamos com relevância no universo. Provavelmente ainda vamos existir como estrutura biológica por muitas eras, mas a partir de um determinado ponto com a possibilidade de migração e incorporação por produtos artificiais de inteligência, estes que assim nos darão as qualidades necessárias para que possamos sobreviver e viajar fora da nossa bolha para qualquer ponto no espaço. A inteligência artificial está aí para isso, o novo salto evolutivo, o degrau que teremos que subir para alcançar níveis mais elevados de expansão, a colonização de Marte, hoje plausível, não eliminará totalmente os problemas de extinção, o planeta é menor, tem menos gravidade, corpos humanos nascidos lá tenderão a ser mais frágeis, e se torna até possível que dentro de algumas gerações, um humano nascido em marte não consiga viver na terra, sob o peso gravitacional do nosso planeta. Sem contar o impacto de toda vida microscópica que nos envolve aqui. Quando e se migrarmos para corpos, podemos chamá-los de sintéticos, teremos a capacidade ampliada pois não teremos mais as necessidades biológicas tradicionais, de alimentação, de descarte de resíduos, de sentir frio ou calor e imunes a radiação cósmica. Neste ponto estaremos prontos para a conquista do espaço exterior, prontos para o universo. Antes disso, permaneceremos no nosso aquário redondo, expostos a qualquer acidente natural que acabe com todos nós. Um vulcanismo incontrolável, um meteoro enorme, um cometa ou uma epidemia mortal. Entendem a nossa fragilidade? Somos tecnologia biológica que aproveitou uma janela de oportunidade no caos para viver e progredir, mas há limites evidentes insuperáveis para o prosseguimento da espécie. Claro, o tempo prendeu a todos nós em tradições e regras de conduta, não será fácil harmonizar tudo com a nova realidade, exigirá adaptação, política, religião, estilo de vida, capacidade constante de progresso e aprendizado, qualidade de compreensão da nova realidade que se instala para a transformação do velho mundo em novo. Estes períodos de mutação civilizacional costumam ser bastante conturbados, já sentimos esses efeitos mesmo ainda não conhecendo o objetivo final, estamos apenas absorvendo as sensações da mudança climática na textura da realidade, os espasmos dentro do casulo que era lagarta e em breve libertará a borboleta, um novo ser gerado a partir de um antigo e limitado. Mesmo sem o impacto de todo planejamento das elites preconceituosas, a população do planeta de forma geral está regredindo naturalmente, menos crianças nascem a cada ano. Um clássico sinal de esgotamento de ciclo de uma espécie. Junte isso a possíveis guerras e conflitos onde vidas se perdem, teremos um inventário bem menor de seres humanos no próximo século, e leve em conta também a redução da diversidade e de qualidade do próximo humano desse mundo. São muitos desafios neste período, mas a mudança se faz necessária para que escapemos da bolha, do destino traçado para vida inferior e frágil. A inteligência humana é preciosa demais para ficar a mercê da causalidade.



Temos vida fora da terra? Ora, quase certo que sim, tanto universo com trilhões de galáxias que contém bilhões de estrelas para um pingo de vida? Lamento, é muita arrogância pesar que somos únicos. Mas as distâncias colossais certamente criam condições intransponíveis para que um tipo de vida encontre outro. E qualquer outra civilização com tecnologia para vencer todo esse espaço ilimitado teria de ter passado por todos os obstáculos que passamos hoje. A verdade é que civilizações surgirão e desaparecerão sem nunca conseguirem superar algumas etapas, E as poucas que conseguirem dar o salto tecnológico serão com deuses, e não se sabe se terão interesse por nós, ainda um limo biológico brotando na superfície de um grão de areia. As questões metafísicas deste tipo de vida serão assim tão aprimoradas que provavelmente olharão para nós, se é que se darão o trabalho para isso, como formigas ou cupins construindo seu ambiente de sobrevivência. Talvez pensem: que interessante! Ovnis? Se forem reais e não um subterfúgio com fins de ilusão, são sondas de exploração, não há vida real dentro deles, apenas coletam informações, e olhem, nem abordamos a possibilidade de vida fora dessa dimensão que conhecemos. O que elevaria absurdamente o nível de evolução de alguma espécie vivente, saltar entre dimensões com fim exploratório. Então, seremos um desses povos evoluídos ou continuaremos aguardando a extinção? Estaremos entre os melhores e mais aprimorados ou pereceremos na textura da insignificância dessa imensidão cósmica que nos cerca? Devemos agradecer que nenhuma espécie predatória ainda não nos encontrou para tratar-nos como por exemplo, proteína para consumo, evolução tecnológica não caminha ao lado de evolução moral. Talvez alguém lá fora goste de comer formigas e cupins. A nossa sorte é que provavelmente se alimentem de energia como talvez vamos passar a fazer, um reator de fusão nuclear será a nossa mercearia, o nosso sustento. Entenderam os tantos riscos que corremos ao permanecer exatamente assim como ainda somos hoje? Frágeis ao extremo, presos na nossa gota de água e limitados eternamente por esse perímetro. Basta uma ocasionalidade fortuita e ninguém saberá que isto aqui existiu. Prossigamos na fé que Deus é muito maior do quer tudo isso, e que ele realmente nos programou para algo bem acima dos nosso desejos. E que a relevância humana seja exaltada na tecnologia que pode tirar a todos nós do ostracismo cósmico.



Gerson Ferreira Filho.



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