quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

O fim do túnel.

 

                                                     Image by Pete Linforth from Pixabay. 





O fim do túnel.



Bom, eu a princípio nem queria escrever a respeito de política, mas algumas coisas precisam ficar registradas para o acervo da história. Finalmente o Estado essa instituição sem materialidade mas com um peso específico esmagador conseguiu finalmente elaborar algo que controle completamente toda e qualquer atividade econômica do seu povo. Através de um útil e descomplicado sistema de pagamentos vai ser possível acompanhar toda movimentação financeira do seu povo, e nesse ponto se estabelece um mínimo aceitável de despesas, de acordo com a renda básica declarada que foi estabelecida em valores irrisórios. Não adianta culpar apenas o atual governo, essa facilidade infame, que pode até ser uma delícia como facilitador de negócios foi criada no governo passado, assim como foi a obrigação pela picada infame que hoje mostra seu impacto na sociedade com jovens caindo mortos aleatoriamente onde se disfarça e se oculta a culpa estatal. Então, a medida passou a ser o assunto principal da população, digo do povo mesmo. Nos barbeiros, na vendinha de bairro, no boteco e até entre peões de obra. É uma resposta interessante pois nunca aconteceu isso anteriormente nesse país. Vivemos em um país peculiar, já devem ter notado que aqui para causar comoção tem de acontecer algo como um desastre colossal em ternos de impacto social. Por que? Quem presta atenção no Brasil sabe que aqui existe na realidade toda uma economia informal que sustenta o povo mesmo nas ocasiões mais complicadas. Vejam, mesmo em crises econômicas, essa e tantas outras do passado, sempre o povo enche as praias em fim de ano e férias. Alugam apartamentos para temporada, bebem e comem de tudo por semanas e claro, boa parte desses recursos vieram de atividades econômicas não catalogadas plenamente pelo fisco. Digamos como exemplo: o homem tem seu emprego, seja lá o que for, ganha razoavelmente bem, mas sua esposa também se vira, trabalha de cabeleireira, e ainda faz doces para vender no bairro, e assim podemos imaginar uma infinidade de atividades econômicas para incremento do orçamento doméstico que em algum momento serão utilizados para melhoria de vida e para um merecido período de férias no litoral, pode ser qualquer coisa, até dirigir Uber ou vender fotos ousadas na Internet nas horas desocupadas, uma fonte de renda adicional muito bem vinda. Vocês entenderam? Essa economia informal, de vender quentinhas, de ser manicure, de vender cachorro quente em fim de semana, de produzir algum artesanato interessante e com isso obter mais dinheiro para seu conforto será agora tributado, pois com a centralização de pagamentos, o controle dessa atividade é possível, e com um teto de lucratividade se estrangula o fluxo de dinheiro permitindo obter nessa atividade que alimenta informalmente o povo com mais tributo. Esqueça o empreendedorismo com opção de melhoria de vida, a atividade morreu. O que realmente acontece? Ora, foi a sociedade que conduziu um condenado por diversas ilegalidades de volta ao poder, o que poderia dar errado né? Como uma sociedade sadia pode prosperar onde o objetivo principal do governo é a vingança? Apoiados em conceitos bolorentos de economia, sustentados por mentiras e desfaçatez elaborada essa gente não tem nenhuma piedade do seu próprio povo. Vão usá-lo como uma laranja, extrair todo sumo e o bagaço vão jogar fora. Não há misericórdia ou empatia, apenas enxergam o povo como um enorme gramado de onde tiram o capim que irá sustentá-los. Colhem sistematicamente sem nunca plantarem para garantir uma nova safra de capim, assim os desertos são criados. A analogia do capim com o alimento deles é apropriada, pois como irracionais vivem cobertos de certezas onde a racionalidade exige avaliação de cenário para criar um futuro adequado ao povo. Mas irracionais não possuem conteúdo sofisticado dentro de si, apenas uma programação básica para que cumpram sua existência dentro de capacidades limitadas e específicas. Um ruminante nasce cresce come capim procria e morre, nada mais por milênios será alterado nessa programação. Serão objetos de uso por quem pensa realmente e terão seu fim determinado pelos seus limites, óbvio, vão virar churrasco. Assim se comportam pessoas sob efeito ideológico, não pensam, e se não pensam não são capazes de organizarem-se e de enfrentarem mudanças. Essa mudança politico econômica tem essa finalidade, transformar toda sociedade em gado, pois um espécie limitada intelectualmente sempre quer um mundo padrão onde qualquer diferença seja eliminada. A diferenciação, a presença de qualificação diversificada agride ao boi que governa. Ele é limitado e por isso todos tem de ser assim, quem é você para ousar ser melhor do que o sujeito que você, sim você escolheu para ser o comandante? Não reclame do nivelamento por baixo, foi opção de muitos, muita gente supostamente intelectualizada, com recursos e privilégios optou por isso, agora aguentem. A presunção de ser inteligente sem ser se denomina estupidez, e ela está completamente abastecida de certezas. E este perfil cria o idiota útil, aquele que lutará bravamente e de forma intransigente para ir para um curral e ainda se orgulhará disso.



Então, aquela doce economia informal que dá sustentação e resistência ao brasileiro vai chegar ao fim. Sob controle legitimado por suas próprias escolhas políticas a jaula foi aberta e o atrativo colocado para conduzir o rebanho para a prisão. E assim caminhamos para o mundo controlado onde apenas uma nata social de privilegiados terão acesso as delícias do mundo. E essa elite não quer dizer elite intelectual não, apenas um grupo oportunista e versátil quanto ao caráter e a honra. Onde perversidades e deslealdades fazem morada perpétua. Dizem que transformações ocorrem nos momentos mais difíceis, onde a pressão social ultrapassa o limite da razoabilidade, assim caminhamos para esse momento. Quem sabe, esse povo que sempre deu um jeitinho para superar crises agora vendo seu jeitinho ser taxado e controlado acorde para uma nova situação que dependa de ação efetiva, ou talvez relaxem e desfrutem do novo ciclo, encabrestados e inutilizados para uma vida de esperanças de futuro melhor. A renda extra vai acabar, o orçamento paralelo não existirá mais, talvez a hora mais amarga crie a energia necessária para escapar. Com tudo bem mapeado para cobrança de impostos, até a pipoca que você vendia nos fins de semana para complemento de renda vai pagar imposto, não se engane, qualquer operação que envolva valores será acompanhada para tributação necessária. Afinal, aviões particulares, iates, vinhos premiados, lagostas, filé mignon e picanha maturada custam caro e a elite tem fome. Aprecie seu angu com taioba acompanhado de um pé de galinha e agradeça a si mesmo por estar com tanto privilégio, parabéns! O túnel finalmente acabou, e nesse fim tem um abismo. Lembre-se: seja feliz com o nada que você tem.




Gerson Ferreira Filho.


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