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O protocolo da insanidade.
Em tantos textos produzidos quem me acompanha sabe que procuro de certa forma mapear os movimentos políticos do nosso tempo. Misturando-os com conteúdo de autores relevantes, fatos ocorridos e opinião própria. Isso tudo criou através do tempo para quem se interessar uma fonte de pesquisa rápida e um caminho para aprofundamento pessoal em diversos temas. Eu ofereço um inicio de jornada mesclado com um pouco de literatura no meu peculiar método de escrever. Procuro fugir da fria narrativa dos artigos para oferecer um toque de criatividade no texto além de pura informação. Acredito que seja mais prazeroso ter diante de si um texto com alguma criatividade semântica do que a aridez de um texto protocolar de trabalho universitário. Onde a rigidez das regras transformam o conteúdo em algo quase insuportável para se ler. Não necessitamos apenas de organização mas também de qualquer estilo e suavidade que possa ser oferecido como um carinho proposto no fluxo textual. A palavra que ensina deve também encantar como um suave e aconchegante perfume que envolve e se entranha no inconsciente. Tem e ser lúdico tem de dar prazer. Não adianta soltar palavras ao vento sem destino, o endereço tem de ser plotado na estrutura da imaginação para se tornar partícipe do destino de quem a recebe. Uma vez lá nesse nível, será companhia eterna a quem recebeu. Somos uma alma complexa e cheia de detalhes ocultos e assim precisamos de encanto para que nos tornemos algo além da lógica, um passo adiante da razão, um contexto com algum conteúdo de sonho para dar liga na composição que nos sustenta como racionais. E apesar disso com a capacidade de amar sem limites no amanhã. Reconhecer o próximo como um complemento de si e não como algo intolerável e que deve ser excluído requer diversificação mental e para isso a composição precisa da prosa da poesia e também da sutileza comportamental de um ser civilizado. E assim, após esse preâmbulo vamos ao assunto dessa crônica, a insanidade como regra. O Sectarismo moderno e abrangente desses nossos tempos onde a intolerância disfarçada de justiça social se infiltrou em mentes despreparadas para o exercício do poder. Mário Ferreira dos Santos cita algo a respeito: “O sectário é um cego intelectual, ou pelo menos um míope. Barbarismo, ainda. Do sectarismo ao exclusivismo é só um passo, pois quase todos os sectários são exclusivistas (“só nós temos a verdade”) e desprezam todos aos outros”. Então, semelhanças com o nosso sistema de justiça atual e nossos governantes? Este comportamento estranho deveria ser considerado algum distúrbio psiquiátrico mas hoje domina os postos de comando do país. Se você é dono da verdade então, temos um “deus” um algo assim peculiar e extravagante, que por conta própria resolveu emitir luz como os vaga-lumes, pelo rabo. E com suas nádegas luminosas impõem sua “verdade” para os que consideram incultos e selvagens habitantes da escuridão fora de sua particular sapiência constrangedora. E assim temos o que pode se considerar a justiça just in time, um Toyotismo procedimental onde se decide conforme o cliente de ocasião necessita. Dizem que é evolução ignorar a letra da lei aprovada em parlamento, afinal; para que serve mesmo o parlamento? Dizia-se no passado que era lá onde as leis eram discutidas e aprovadas, e uma vez finalizado esse processo entrava no cabedal de obrigações que deveriam ser seguidas. Apenas aplicadas, sem discussões periféricas de cunho tergiversatório. A lei é a lei, vale o que está escrito, era assim até em jogo de contravenção. Porém, contudo, hoje bem nascidos, criados com leite ideológico desde o berço resolveram se colocar acima de qualquer procedimento, Thomas Sowell tem para essa gente o título sugestivo de os ungidos. Mas quem definiu bem essa turma que mamou nas tetas de Karl Marx foi Jacques Lacan citado no livro a psicologia da estupidez de Jean-Francois Marmion: “A ignorância é uma ausência de conhecimento (sobre o que é o conhecimento e sobre si mesmo). Se a ignorância é um vazio, uma ausência capaz de ser contornada, em especial pela educação, a estupidez é o contrário: é uma suficiência intelectual que não precisa ser preenchida, pois já é plena por natureza”. Assim, os que hoje nos dominam como a estupidez são preenchidos de certezas e convicções de que possuem a tal "verdade” e sendo assim não admitem contestação ou nenhum recurso que desafie o cenário distópico que construíram para viver e nos incluíram à força nesse desvio rudimentar de raciocínio. Não se torna possível argumentação com sectários, a estupidez não permite inclusões de alternativas no procedimento, afinal, essa certezas são de origem divina somete acessível para os ungidos aqueles que foram untados com o óleo sagrado da sabedoria superior e portanto não podem ser contestados ou sequer desafiados para um raciocínio lógico. Temos então agora a categoria de semideuses da justiça, um confortável círculo de influentes agentes que pairam acima de qualquer coisa na realidade. E a distribuição dessa estupidez já foi implementada para instâncias inferiores, sendo assim, qualquer cidadão está ao alcance de algum desejo de privilegiados eleitos por eles mesmos. Este exotismo que sobrenada a nossa surrealidade bizarra se impõe sem nenhuma oposição dentro do seu próprio meio de origem, o estudo do Direito, outrora uma digna e respeitável cadeira acadêmica do estudo das leis.
A verdade que temos se impõe com citou John Adams: "Fatos são coisas teimosas; e quaisquer que sejam nossos desejos, nossas inclinações ou ditames de nossas paixões, eles não podem alterar o estado dos fatos e das evidências”. O que se tem hoje é errado, não importa se aceito por todos bovinamente, o erro não se corrige por aceitação ou imposição. Ele é o que realmente é, um erro. Mesmo revestido da mais sofisticada semântica produzida nas entranhas retorcidas dos jargões profissionais, ainda assim continua errado. Esta unção blasfema e deturpada domina o ambiente cevada no mais puro progressismo de cabaré. E não é só nesse meio que temos os ungidos, estão em grande número na sociedade também, Thomas Sowell Cita uma característica dessa turma: “Um dos chavões mais recorrentes do ungido contemporâneo é: “complexo”, geralmente dito com o senso de superioridade contra aqueles que discordam – estes últimos sendo taxados de simplistas”. Na falta de capacidade argumentativa o suposto gênio da raça aplica a palavra-chave para evasivas programadas “é complexo”. Entendam, ele, o “gênio” não se considera derrotado mas sim que enfrentou um idiota simplista. Lembre-se você está argumentando com um estúpido e sendo assim ele está cheio até o gargalo de certezas e convicções. Não há como incluir nele algo que preste e seja útil na compreensão do cenário. E assim temos esse protocolo da insanidade onde idiotas agridem a ordem econômica e estúpidos dominam às leis. O desastre social está armado, porque gente assim acha que economia é ideologia e o erro base está aí. Mais uma vez Thomas Sowell esclarece: “Desde que o capitalismo foi nomeado por seus inimigos, talvez não seja surpresa que o nome engane completamente. Apesar do nome, o capitalismo não é um “ismo”. Não é uma filosofia, mas uma economia. Fundamentalmente, ele é nada mais, nada menos, que uma economia que não é dirigida por autoridades políticas”. Economia é algo natural que se conduz e se contém dentro das regras que ela aceita de bom grado, e não um ritual ideológico que se sujeita a estupros e masturbações de acordo com a consciência social de quem governa. Ela costuma ser cruel contra quem a desrespeita em nome de propósitos esotéricos e heterodoxos. O resultado básico do estrago se vê e qualquer governo de esquerda que maltrate esse ser vivo chamado economia. Na maioria das vezes ela a economia aprecia austeridade e contenção de despesas públicas. Isto deveria ser do conhecimento de todos mas a esquerda adora um feitiço nessa área, e sempre se machuca seriamente. E o motivo é o de sempre, suposta preocupação com os desfavorecidos. Um mantra utópico com raízes no socialismo bocó. Que apenas consegue gerar miséria para o povo e concentração de renda em classes privilegiadas. A perfídia é a principal característica dessa ideologia e de quem a ela se associa, mas para quebrar esse ciclo será preciso oferecer muita cultura de verdade ao povo, até que consigam enxergar que estão sendo manipulados. A ideologia oferece um sentimento de preocupação com o próximo falso uma coisa quase cristã, mas o demônio tem suas sutilezas para encantar os despreparados.
Gerson Ferreira Filho.
Citações:
Invasão vertical dos bárbaros. Mário Ferreira dos Santos. É Realizações Editora.
A psicologia da estupidez. Jean-François Marmion. Editora Avis Rara.
Os ungidos. Thomas Sowell. LVM Editora.
A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.
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