domingo, 10 de julho de 2022

Tendência inevitável.

 

                                                    Imagem de Kranich17 por Pixbay.



Tendência inevitável.



O pedreiro usa o prumo o prumo apruma a parede e assim elimina o desvio, aquela inclinação furtiva que pode comprometer o conjunto. E o assunto agora é justamente esse, o desvio, o erro quase imperceptível que pode comprometer tudo a partir dali. Ou poderíamos dizer também aquela fração de milímetro que vai travar a engrenagem e destruir o motor. No fim, tudo não passa de sutileza matemática e para algo, seja o que for, dar certo tem de ter a devida medida, não seria diferente no plano comportamental de uma época. Temos hoje toda essa deformação nos termos do existir graças ao descuido e a negligência do passado. Parece coisa programada, porque toda grande civilização entra em declínio justamente por dormir, e com esse sono confortável sobre o colchão macio de conquistas esquece do dia de amanhã.


Preservar e manter tradições, procedimentos, comportamento e conhecimento passa a ser fundamental para o futuro e para a perpetuação de um estilo e de um modo de vida. Mas o sucesso embriaga, e regras fundamentais vão caindo no esquecimento, e o pior gradativamente passam a ser substituídas por coisas duvidosas e corrosivas quanto a formação dos novos elementos sociais que irão inevitavelmente conduzir o futuro. E o desastre programado de nossa época foi criado e alimentado a partir da produção muito elaborada e intelectualmente impecável de uma fraude intelectual, o socialismo. Para seduzir, ela precisava ser muito bem-feita, ter consistência dramática e envolvente como uma sinfonia clássica com o dom de envolver a alma mesmo depois de finalizada, e que assim criasse derivações mais palatáveis e harmoniosas através do tempo como de fato surgiram novas versões modernosas criadas por uma escola chamada de Frankfurt.


Esta tendência que suaviza essa barbárie veio primeiro com Georg Lukács, um dos nomes proeminentes dessa “doutrina” ao perceber bem antes que o comportamento troglodita e selvagem do socialismo não iria muito longe sem um refino necessário. Ele cita as “ciladas dialéticas” ao afirmar: “mostram que é preciso justamente separar a dialética e o método do materialismo histórico, se quiser fundar uma teoria consequente do oportunismo da “evolução” sem revolução da “passagem natural” e sem luta para o socialismo”. A coisa já estava fazendo água lá atrás, foi preciso uma reforma que outros “intelectuais” fizeram tempos depois na já citada escola de Frankfurt principalmente e com o trabalho de outros pervertidos. E assim foi feito para efetivar a ilusão das massas. Este veneno foi aplicado criteriosamente nas escolas e universidades.


Assim sendo o ocidente maravilhado com o fim da segunda grande guerra e feliz pela derrota de um regime opressor e coletivista esqueceu que outro sistema igualmente maligno tinha planos cheios de cobiça para o mundo. A estratégia de domínio foi “adoçada” e entregue em forma cultural para todos, poucos escaparam da doutrinação. E como nada que começa errado, lembrando do prumo supracitado, acaba bem, hoje temos todos esses conflitos de desvirtuação da lógica civilizada de como viver e deixar viver. O desvio se acentua com o prosseguimento da construção e hoje temos derivativos como o progressismo, política de gênero, e outras excentricidades com uma origem bem definida para quem observa e estuda o tema. Ninguém viu, ou não quis ver, não percebeu com o frisson da prosperidade e da expansão econômica dos novos tempos que a continuidade social estava sendo sabotada. Deformada para produzir o cenário exótico e surreal no qual vivemos.


Assim desmoronam a sociedade e civilizações, com o descuido e a displicência com o amanhã. Ao permitir sutilezas perigosas e comportamentos inadequados. Hoje, infelizmente parece já ser tarde para os poucos que sobreviveram a toda essa doutrinação. A força do conjunto insanidade parece ser intransponível, a verdade se tornou inacessível e passamos a viver numa construção social que levará a perda da liberdade conhecida. Quase não existe mais um foco de resistência, tudo ou quase tudo foi dominado. Dos legisladores aos aplicadores da lei, lei essa que agora tem viés, tem flexibilidade e se ajusta conforme a necessidade desse novo sistema que se tornará predominante. Esqueçam tudo que passou, os novos “iluminados” irão certamente apagar até da história os vestígios dos bons tempos de prosperidade de liberdade que um dia existiu.


Gerson Ferreira Filho.


ADM 20-91992.



Citação: Georg Lukács no Livro História e consciência de classe. Estudos sobre a dialética marxista. Martim Fontes Editora.




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