quarta-feira, 19 de julho de 2023

A agonia das incertezas.

 

                                                      Image by Okan Calistan from Pixabay.




A agonia das incertezas.



Estando além de qualquer possibilidade semântica para a elaboração de um protótipo organizado de conjeturas balsâmicas que tragam paz ao momento, apenas nos resta escrever na aleatoriedade sistêmica que se oculta no infinito imprevisível de uma paixão profunda guardada com carinho na fronteira da insanidade para justamente atender essas ocasiões reflexivas, que maltratam impiedosamente o contexto exposto. Cruel essa ambiguidade legal, que não permite ser definida como certeza, pois na sua natureza está estipulada de forma específica, ter uma contradição eterna. Tente a sorte, e se machuque com o resultado. Ah, você poderia dizer: qual o motivo de todo esse circunlóquio? Meu amigo, a vida precisa da futilidade para se equilibrar. Não se desgaste apenas com o objetivo, percorra os desvios também com amor, quem sabe, lá você encontre aleatoriamente sua razão de viver. Porque sem propósito não se faz nem o dia e muito menos toda uma vida. Os porquês existenciais não especificam os por quês. Não é razoável amar sem se entregar totalmente ao cenário. Não há lugar para o tédio nessa aventura que depende de nós e não da solidão. Apesar de que é plenamente possível se sentir sozinho em grupo, este isolamento circunstancial se torna certeza quando o interesse se dilui entre obstáculos sazonais do comportamento. Como o princípio da incerteza de Heisemberg, se planejar minuciosamente, você vai errar. Curta o momento sem preocupações adicionais, quando acabar, acabou. Não se importe muito com as premissas estabelecidas, o sentido do sentimento está em proporcionar afeto, rejeição, inclusão, pertencimento, obliteração e ostracismo sem perder a identidade. Mantenha-se guardado em parte em um baú de sobrevivência, o kit necessário para reiniciar um novo processo, pois eles existirão. E a agressividade do cotidiano é real e inclusiva, ela gosta de abraçar novos candidatos com surgências e urgências emocionais que se apresentam em golfadas impetuosas na nossa realidade. A receba com um sorriso, a contradição emocional perturba a estabilidade do destino, pois se existe lei que rege todo e qualquer situação dentro da realidade, não seria diferente com nossa trajetória humana. Apenas não nos conformamos com o cabresto e para uma fuga programada criamos o livre arbítrio. Lamento informar aos emocionados, toda e qualquer escolha ou decisão que você toma na vida foi precedida por um impulso do inconsciente que determina o que você deve escolher. Trocando em miúdos, algo ou alguém escolhe por você, determinando a construção do seu futuro. Podemos ser apenas uma programação predeterminada em execução, Existe até uma tendência científica respeitada que avalia a possibilidade de não sermos o que pensamos, mas apenas componentes de um programa inusitado e extraordinariamente de avaliação comportamental para estudos avançados de civilizações.


O Einstein disse que passado presente e futuro é apenas uma persistente ilusão. Então, percamo-nos nas entranhas desse processo sem muita preocupação porém com responsabilidade. Pois se não temos responsabilidade direta com a construção do amanhã ele está lá nos esperando, com todas as armadilhas do desconhecido, mas se nos preparamos com critério as surpresas poderão ser resolvidas. Afinal, nem todos possuem os recursos especiais da vidência e da adivinhação, aqueles que conseguem acessar o futuro, como José do Egito, que previu um período de grande fome e alertou o Faraó. Se o futuro não existisse não seria possível acessá-lo, nem em sonhos. Não vamos nos atormentar com essas incertezas, viver é bom, seja lá a configuração que venha ter nesse contexto difuso, uns vivem para aprender outros para ensinar mas o importante mesmo é aprender e ensinar. A imprecisão do caminho requer correção constante, nós aprimoramos a estrada, ou assim deveríamos fazer, para acomodar os passos das futuras gerações. Nosso momento não é bom, justamente por descaso com essa nobre tarefa. A grande questão é: será que temos mesmo esse famoso e reconfortante livre arbítrio ao menos para organizar até mesmo as pequenas coisas da nossa vida, ou está tudo na programação? Eu entendo essa inquietação que sobrenada a superfície psicológica do nosso abrigo existencial, ela se torna um questionamento subjacente revestido de sutilezas sempre dizendo; nós não somos nada. Apenas, talvez, o entretenimento de alguém ou alguma coisa para fins indeterminados e inalcançáveis por nós. Enfim, só há apenas uma maneira de apaziguar e dar sentido a tudo isso, a metafísica. Precisamos nos perder como náufragos na textura desse conceito, pois como muito bem definiu Ortega y Gasset, precisamos nos perder para encontrarmos o que não se acha. E então assim requeridos por toda essa imensidão oceânica de fatores comportamentais e psicológicos seremos trazidos finalmente até as praias que nos abrigarão com suas areias quentes e reconfortantes da fé. Pois segundo Ortega y Gasset: “viver é se sentir fatalmente forçado a exercer a liberdade, a decidir o que vamos ser nesse mundo”. Acreditar! Ter posse de si, mesmo se tudo for ilusão, Carl Jung tem uma boa referência a respeito dessa sustentável espiritualidade: “Não se deve esquecer que eu me ocupo com os fenômenos psíquicos que podem ser demonstrados empiricamente como fundamentos de conceitos metafísicos, e de que, ao pronunciar a palavra “Deus”, por exemplo, não posso referir-me senão a paradigmas psíquicos demonstráveis, mas que são de uma realidade tremenda”. E prossegue mais a frente: “Mas o fato de considerar que todos os enunciados referentes a Deus provém sobretudo da alma, não implica a negação de Deus ou que se substitua Deus pelo homem”. Ele não para apenas aqui nessa criteriosa análise: “Não há dúvida de que a fé, quando a possuímos, é algo de grandioso e que o conhecimento da fé é talvez muito mais perfeito do que tudo quanto conseguimos com nossa fatigante experiência de curto fôlego. O edifício da dogmática cristã está, por exemplo, num patamar muito mais alto do que os “philosophoumena” agrestes dos gnósticos. Os dogmas são estruturas pneumáticas de imensa beleza e de sentido admirável com os quais eu tenho me ocupado ao meu modo”.


Se ache na fé, essa transcendência estabilizará essa agonia que te acompanha sorrateiramente consumindo sua energia. A possua em plenitude de acordo com seu rito escolhido, seja sincero consigo, e não queira trapacear a si mesmo com disfarces ocasionais para agradar terceiros. Acredite do seu jeito, se este jeito coincidir com muitos, melhor, mas se não, prossiga no seu nicho de crença, se isso o fizer feliz e lhe fornecer o abrigo de estabilidade que você precisa. Deus é abrangente e inclusivo, não pertence, ele possui inexoravelmente todo o tempo e o espaço e tudo mais que há nele. Qualquer referência ou calculo que você possa fazer a respeito Dele estará errado. Apenas pela ousadia de inferir ser capaz por suposição ao aplicar uma definição impossível.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA -RJ.



Citações:


José Ortega y Gasset. A rebelião das massas. Vide editorial.


Carl G. Jung. Espiritualidade e transcendência. Editora Vozes.



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