quarta-feira, 26 de julho de 2023

Obviedades desconfortáveis.

 

                                             Image by Nattanan Kanchanaprat from Pixabay.





Obviedades desconfortáveis.




Bom, vamos conversar um pouco a respeito de economia. Numa sociedade minimamente organizada e estruturada para ser civilizada, e não apenas um agrupamento de onívoros em luta contra as forças naturais, existe governo, e esta organização de comando, ao adquirir a sofisticação intelectual necessária para não ser apenas chefe de bando e sim governo de fato, organiza a distribuição de riquezas produzidas, arrecadada com impostos os recursos necessários para se sustentar e para realizar as benfeitorias públicas, aquelas obras que irão assim beneficiar a coletividade. O governo apenas vigia o movimento econômico, a movimentação financeira, assim deveria ser para algo saudável, a dinâmica do processo requer liberdade para autorregulamentação. A coisa adquire vida de fato e a partir daí, terá saúde se não existirem intervenções cretinas. O processo econômico é simples, se trata mais de um acerto social entre todas as partes, onde se define o que é aceitável em termos de custo e preço para todo mundo sem onerar ou favorecer em demasia nenhum dos lados, é dinâmico e com já citei, possui vida própria para existir de forma saudável e equilibrada. Porém, neste cenário paradisíaco foi introduzida a semente da discórdia, a ideologia, mais precisamente conhecida como socialismo. O que esculhamba a verdade e estimula a inveja através da pregação sutil da existência de vantagens ilusórias no que na verdade seria apenas competência e organização. Semeando a discórdia entre grupos de influência, se obtém desequilíbrio de fato, e com isso se cria o ambiente propício para que os incapazes predominem onde jamais teriam chance ao discriminar e reprimir o que se tem de melhor. O socialismo não passa de um freio qualitativo, onde se acaba governado pelos intelectualmente inferiores e despreparados. Nessa homogeneização social, óbvio, se perde a qualidade necessária para a evolução da sociedade como um todo, e isso atinge não apenas a economia como a parte moral e comportamental também. Todo o contexto começa a mostrar sinais de colapso estrutural mostrando sutilezas infames no corpo da sociedade. É impossível se igualar os desiguais por natureza, o resultado dessa experiência sempre será a tragédia e o sofrimento continuado de povos e nações. No livro Capitalismo e liberdade Milton Friedman explica: “A necessidade de atuação do governo para o exercício dessas funções resulta da impossibilidade da liberdade absoluta. Por mais atraente que pareça a anarquia como filosofia, ela é impossível em um mundo de pessoas imperfeitas. A liberdade das pessoas pode gerar conflitos e, quando isso ocorre, a liberdade de umas deve ser limitada para preservar a de outras – como disse, certa vez, um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos: “Minha liberdade de movimentar o punho deve ser limitada pela proximidade do seu queixo”. O governo resolve conflitos entre liberdades e interesses. Preservando liberdade suficiente para o desenvolvimento econômico ideal da sociedade.


E como as regras são clássicas e claras se não forem respeitadas ou negligenciadas por puro cunho ideológico de gerenciamento, algumas coisas desconfortáveis começarão a surgir. Por exemplo: um aumento gigantesco de carga tributária gerar redução de arrecadação. Carga tributária alta reduz o incentivo a produzir valor. O Economista Arthur Laffer criou um gráfico demonstrativo desse efeito perverso da gula do Estado pode causar na economia. Na verdade, a redução na alíquota de tributação é que aumenta a arrecadação. Um mercado menos taxado produz mais riquezas, inclusive para o governo. Porém, a sanha para arrecadar, porque um Estado inchado, como os socialistas gostam, cheios de benefícios e beneficiários diversos, precisa de dinheiro imediato, as sinecuras rangem seus dentes na aflição para serem saciadas com o dinheiro do povo. Um clássico e conhecido erro da economia da esquerda, sufocar a atividade econômica em benefício de grupos de apoio e sustentação politica que lhes proporcione segurança e manutenção de poder sem que se preocupem com qualquer ousadia oposicionista. O poder de esquerda é comprado com o suor do povo que domina. A organização da atividade econômica livre precisa do governo para regulamentar e dar garantia a contratos voluntários para trocas espontâneas. E assim evitar pressão de um indivíduo por outro define Milton Friedman. Se as regras forem respeitadas, teremos prosperidade e dinamismo econômico, mas se misturarem ideologia, teremos o que acontece na maioria dos países gerenciados por socialismo, o colapso. A coerção do mercado por alta carga tributária é contraproducente e produz um resultado péssimo para o governo, ainda mais para governos sedentos de recursos. A boa vida da elite estatal precisa ser preservada em nome da segurança operacional da máquina administrativa. Sob essa abordagem esquizofrênica do socialismo, a economia fica ineficiente, não existe mais a possibilidade de um lucro razoável para que se mantenha a atividade, sem lucro, a circulação de mercadorias fica severamente comprometida, como o lucro da sociedade passa a ser recolhido de forma voraz pela carga tributária, o pouco que resta se restar, passa a ser objeto apenas de sobrevivência para a sociedade que realmente produz. No capitalismo é assim: você produz um bem de consumo, um produto, digamos pães. Compra os insumos necessários para produzir os pães, usa energia para essa produção, e ao vender estabelece um preço que vai não só remunerar seu trabalho e pagar o custo do processo, como gerar uma margem de lucro que lhe proporcione uma sobra de poupança e acúmulo de capital de segurança familiar. Se o governo através da carga tributária lhe toma essa margem, não existirá mais poupança, os bancos não mais receberão esse excedente para aplicar, Se ainda assim a carga tributária novamente aumentar, você deixa de produzir, e sem produção não tem mais imposto. Thomas Sowell resume: “Enquanto no capitalismo há um custo visível - o lucro -, algo que não existe sob o socialismo, este tem um custo invisível – a ineficiência – que, no capitalismo, é eliminada pelos prejuízos e falências. O fato de que a maioria das mercadorias são mais amplamente acessíveis em uma economia capitalista implica que o lucro é menos oneroso do que a ineficiência”.


Então, temos nossas obviedades desconfortáveis. Claro, é óbvio que o modo de gerenciamento socialista da economia não funciona, o socialismo premia a ineficiência, estrangula a margem de lucro de quem produz, quando não a elimina totalmente. O sistema bancário não recebe mais o excedente produzido pela sociedade, e sem este excedente não cria margem para fornecer financiamentos e empréstimos para projetos. Investidores externos se afastam, pois não há segurança nesse mercado. No fim, temos apenas estagnação, ela pode demorar, mas vai chegar com certeza, em algum momento essa máquina social vai travar como um motor sem lubrificação. O erro é evidente, mas apenas para os que não estão envenenados por ideologia. A falha do doutrinado está em não possuir um importante atributo, o questionamento. Se a cartilha embolorada manda fazer, eles fazem, mesmo que leve ao fracasso. O tombo do país se dará na inercia correspondente ao seu tamanho. Países maiores, mais complexos sobreviverão por mais tempo a essa sangria, até apresentarão um quadro exótico de sucesso momentâneo em relação a algum ponto passado, e também a flexibilidade de seu povo em se adaptar a pressão esfomeada por recursos. Mercado negro, economia paralela, escambo etc. A economia funciona inversamente ao confinamento de animais de corte, quanto mais liberdade mais peso ela acumula. E uma economia forte e pesada gera mais prosperidade.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citações:


Milton Friedman Capitalismo e liberdade. LTC 2017.


Thomas Sowell Economia Básica. Alta books Editora. 2018.


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